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ANATOMIA DO CORAÇÃO (SANARFLIX) – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO INTRODUÇÃO ▪ O sistema circulatório é formado pelo coração, pelos vasos sanguíneos e vasos linfáticos. ▪ O coração e os vasos sanguíneos formam a rede de transporte de sangue; ▪ O coração é uma bomba dupla de sucção e pressão, que impulsiona o sangue pela dupla alça infinita formada pelos circuitos pulmonar e sistêmico. ▪ As câmaras direitas do coração servem ao primeiro e as câmaras esquerdas, ao segundo. ▪ O coração tem o formato de uma pirâmide inclinada, com o ápice em direção anteroinferior e para a esquerda, e a base oposta ao ápice (posterior). ▪ Cada lado do coração tem uma câmara de recepção (átrio) e uma câmara de sucção, compressão e expulsão (ventrículo). ▪ Tem o tamanho um pouco maior do que uma mão fechada. ▪ As câmaras bilaterais (portanto, os circuitos sistêmicos de alta pressão e pulmonar de baixa pressão) são separadas por um septo cardíaco formado principalmente por tecido muscular, mas parcialmente membranáceo. ▪ O coração está localizado no tórax. A cavidade torácica por sua vez pode ser dividida em três partes: o Duas cavidades pleurais (onde estão os pulmões) e um mediastino (que está entre as cavidades pleurais). o O mediastino pode ainda ser superior (região acima do pericárdio, presente da vértebra T1 à T4) e inferior (região logo abaixo do início do pericárdio, presente da vértebra T5 até o músculo diafragma). o O mediastino inferior ainda pode ser subdividido em três partes. Anterior (que contém o timo), médio (que contém o coração) e posterior (que contém o esôfago e aorta torácica). PAREDE DO CORAÇÃO ▪ O pericárdio é um tecido em forma de saco que envolve todo o coração e as raízes dos seus vasos (artéria aorta, veia cava superior, veia cava inferior, tronco pulmonar e veias pulmonares). ANATOMIA DO CORAÇÃO (SANARFLIX) – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO ▪ O pericárdio é considerado um Ângulo esternal tecido fribrosseroso por possuir duas porções: o o pericárdio fibroso (externo), que possui apenas uma camada, o e o seroso (interno) que possui duas. o As duas camadas do pericárdio seroso são separadas pela cavidade pericárdica, na qual se encontra um líquido lubrificante que diminui o atrito do coração com os tecidos adjacentes. ▪ O coração pode ser dividido em três camadas. O endocárdio, miocárdio e epicárdio. ENDOCÁRDIO ▪ É uma lâmina fina presente em toda a superfície interna do órgão e suas valvas podendo ser granular ou liso (granular quando contém trabéculas e liso quando não as tem). MIOCÁRDIO ▪ é a parte muscular da parede do órgão e está entre o endocárdio e o pericárdio. ▪ Ele é muito visível no septo interventricular, além de possuírem células especializadas nos ventrículos; ▪ essas células, dispostas em orientação perpendicular ao tecido de revestimento, aumentam a força de contração. EPICÁRDIO ▪ Faz parte na verdade do próprio pericárdio, sendo apresentado como a lâmina visceral do pericárdio seroso. ESQUELETO FIBROSO ▪ O esqueleto fibroso do coração é um arcabouço de tecido fibroso que forma os anéis fibrosos das valvas e o trígonos fibrosos esquerdo e direito, que estão entre a valva da aorta e valva mitral, e valva da aorta e valva tricúspide respectivamente. ▪ É nesse esqueleto que as fibras musculares cardíacas se fixam. ▪ O esqueleto fibroso tem sua importância, pois mantém os óstios das valvas sempre abertos, impedindo que ocorra uma distensão pelo aumento da pressão dentro do órgão. ▪ Fornece também uma inserção fixa para as válvulas das valvas. ▪ Uma outra importante função está no potencial de ação, como o esqueleto fibroso não tem condutância elétrica, ele funciona como um isolante. ▪ Esse papel isolante impede que o impulso elétrico dos átrios chegue até o ventrículo antes de passar pelo nódulo atrioventricular. ANATOMIA DO CORAÇÃO (SANARFLIX) – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO CORAÇÃO EXTERNO ▪ O coração externo é comumente dividido em ápice, base e mais três faces: esternocostal, diafragmática e pulmonar. ▪ A base está constituída dos átrios direito e esquerdo. ▪ As veias cavas superior e inferior e as veias pulmonares penetram no coração pela base. ▪ É também a porção posterior do coração em posição anatômica. ▪ O ápice é contralateral a base e é frequentemente arredondada, formada pela parte ínfero-lateral do ventrículo esquerdo e é onde ocorre o batimento apical (pulsação máxima do coração). FACES DO CORAÇÃO ▪ Face esternocostal (anterior): A face esternocostal é formada principalmente pelo ventrículo direito. o Nele também se encontram o cone arterial (ou infundíbulo) que se tornará o tronco pulmonar. ▪ Face pulmonar (esquerda): Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo, ela causa a impressão cardíaca do pulmão esquerdo. ▪ Face pulmonar (direita): Formada principalmente pelo átrio direito. ▪ Face diafragmática (inferior): É formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e parcialmente pelo ventrículo direito e repousa, principalmente, sobre o centro tendíneo do diafragma. MARGENS DO CORAÇÃO ▪ O coração possui ainda quatro margens: direita, inferior, superior e esquerda. ▪ Margem direita: é uma margem ligeiramente convexa, formada pelo átrio direito e se estende entre a veia cava superior e veia cava inferior. ▪ Margem inferior: quase horizontal, formada pelo ventrículo direito e parte do ventrículo esquerdo. ▪ Margem superior: formada pelos átrios, aurículas direita e esquerda anteriormente. o Saem dessa margem a parte ascendente da aorta e o tronco pulmonar e a veia cava superior entra pelo seu lado direito. ▪ Margem esquerda: quase vertical, é formada pelo ventrículo esquerdo e parte da aurícula esquerda. ANATOMIA DO CORAÇÃO (SANARFLIX) – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO FLUXO SANGUÍNEO ATRAVÉS DO CORAÇÃO ▪ O fluxo sanguíneo através do coração é bastante lógico. ▪ Ele acontece com o ciclo cardíaco, que consiste em contrações e relaxamentos periódicos do miocárdio atrial e ventricular (tecido muscular cardíaco). ▪ A contração do miocárdio é chamada de sístole, enquanto o seu relaxamento é chamado de diástole. ▪ Sempre que os átrios se contraem, os ventrículos se relaxam, e vice-versa. O FLUXO CARDÍACO DO CORAÇÃO ▪ O átrio direito recebe sangue desoxigenado das veias cavas superior e inferior e do seio coronário. ▪ O átrio direito contrai, empurrando sangue através da valva atrioventricular direita até o ventrículo direito. ▪ O ventrículo então se contrai, passando o sangue para o tronco pulmonar através da valva pulmonar, até que o sangue chegue aos pulmões. ▪ Nos pulmões o sangue é oxigenado e em seguida se move de volta ao coração, entrando no átrio esquerdo através das veias pulmonares. ▪ O átrio esquerdo se contrai e empurra o sangue para o ventrículo esquerdo através da valva atrio-ventricular esquerda. ▪ O ventrículo esquerdo empurra o sangue oxigenado através da valva aórtica para a aorta, a partir da qual o sangue é distribuído para todo o corpo. ▪ O Ciclo Cardíaco é controlado involuntariamente por um plexo autonômico nervoso chamado plexo cardíaco. ▪ São duas circulações acontecendo em paralelo: a pulmonar, que vai oxigenar o sangue, e a sistêmica, que vai levar sangue para o organismo. ATRIO DIREITO ▪ O átrio direito forma a margem direita do coração e recebe sangue venoso da veia cava superior (VCS), veia cava inferior (VCI) e seio coronário. ▪ A aurícula direita, que tem formato de uma orelha, é uma bolsa muscular cônica que seprojeta do átrio direito como uma câmara adicional, aumenta a capacidade do átrio e se superpõe à parte ascendente da aorta. ANATOMIA DO CORAÇÃO (SANARFLIX) – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO O INTERIOR DO ÁTRIO DIREITO ▪ Uma parte posterior lisa, com paredes finas (o seio das veias cavas), onde se abrem as veias cavas (VCS e VCI) e o seio coronário, que trazem sangue pouco oxigenado para o coração. ▪ Uma parede anterior muscular, rugosa, que é formada pelos músculos pectíneos. ▪ Um óstio AV direito, através do qual o átrio direito transfere para o ventrículo direito o sangue pouco oxigenado que recebeu. ▪ As partes lisa e áspera da parede atrial são separadas externamente por um sulco vertical superficial, o sulco terminal, e internamente por uma crista vertical, denominada crista terminal. ▪ A VCS se abre na parte superior do átrio direito no nível da 3ª cartilagem costal direita. ▪ A VCI se abre na parte inferior do átrio direito quase alinhada com a VCS, no nível aproximado da 5ª cartilagem costal. ▪ O óstio do seio coronário, um tronco venoso curto que recebe a maioria das veias cardíacas, situa-se entre o óstio AV direito e o óstio da VCI. ▪ O triângulo de Koch é uma área triangular da parede septal. ▪ Usualmente a parte septal do nodo átrio- ventricular se localiza nesta região, assim como a porção inicial do feixe de His. ▪ é uma região delimitada pelo óstio do seio coronário, o tendão da veia cava inferior (ou tendão de Todaro) e a inserção da válvula septal da valva tricúspide. ▪ O septo interatrial que separa os átrios tem uma depressão oval, do tamanho da impressão digital de um polegar, a fossa oval, que é um remanescente do forame oval e sua valva no feto. ▪ O sangue da veia cava superior (VCS) é direcionado para o óstio atrioventricular direito, enquanto o sangue da veia cava inferior (VCI) é direcionado para a fossa oval, como era antes do nascimento. ▪ O forame oval é um orifício que comunica o lado direito com o lado esquerdo do coração. ▪ Durante a gestação, é essa comunicação que possibilita que o feto receba o sangue oxigenado da mãe para se desenvolver, uma vez que seus pulmões ainda não funcionam. ANATOMIA DO CORAÇÃO (SANARFLIX) – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO ▪ Logo após o nascimento, há o fechamento natural do forame oval. No entanto, em uma minoria de pessoas esse fechamento natural não ocorre e o forame oval continua aberto, ou seja, patente, ao longo da vida. VENTRÍCULO DIREITO ▪ O ventrículo direito forma grande parte da face esternocostal do coração, uma pequena parte da face diafragmática e quase toda a margem inferior do coração. ▪ Afila-se superiormente e forma um cone arterial chamado infundíbulo, que conduz ao tronco pulmonar. ▪ No ventrículo direito existem elevações musculares irregulares, as trabéculas cárneas, em sua face interna. ▪ Uma crista muscular espessa, a crista supraventricular, separa a parede muscular rugosa na parte de entrada da câmara da parede lisa do cone arterial, ou parte de saída. ▪ A parte de entrada do ventrículo recebe sangue do átrio direito através do óstio AV direito (tricúspide), localizado posteriormente ao corpo do esterno no nível do 4º e 5º espaços intercostais. ▪ O óstio AV direito é circundado por um dos anéis fibrosos do esqueleto fibroso do coração. ▪ O anel fibroso mantém o calibre do óstio constante (suficientemente grande para permitir a passagem das pontas de três dedos), resistindo à dilatação que poderia resultar da passagem de sangue através dele com pressões variadas. ▪ A valva atrioventricular direita (tricúspide) protege o óstio AV direito. As bases das válvulas estão fixadas ao anel fibroso ao redor do óstio. ▪ Como o anel fibroso mantém o calibre do óstio, as válvulas fixadas se tocam da mesma forma a cada batimento cardíaco. ▪ As cordas tendíneas fixam-se às margens livres e às superfícies ventriculares das válvulas anterior, posterior e septal, de forma semelhante à fixação das cordas em um paraquedas. ▪ As cordas tendíneas originam-se dos ápices dos músculos papilares, que são projeções ANATOMIA DO CORAÇÃO (SANARFLIX) – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO musculares cônicas com bases fixadas à parede ventricular. ▪ Os músculos papilares começam a se contrair antes da contração do ventrículo direito, tensionando as cordas tendíneas e aproximando as válvulas. ▪ Como as cordas estão fixadas a faces adjacentes de duas válvulas, elas evitam a separação das válvulas e sua inversão quando é aplicada tensão às cordas tendíneas e mantida durante toda a contração ventricular (sístole) - isto é, impede o prolapso (entrada no átrio direito) das válvulas da valva atrioventricular direita quando a pressão ventricular aumenta. ▪ Assim, a regurgitação (fluxo retrógrado) de sangue do ventrículo direito para o átrio direito durante a sístole ventricular é impedida pelas válvulas. MÚCULOS PAPILARES ▪ Três músculos papilares no ventrículo direito correspondem às válvulas da valva atrioventricular direita: ▪ O músculo papilar anterior, o maior e mais proeminente, origina-se da parede anterior do ventrículo direito; o suas cordas tendíneas se fixam nas válvulas anterior e posterior da valva atrioventricular direita. ▪ O músculo papilar posterior, menor do que o músculo anterior, pode ter várias partes; origina-se da parede inferior do ventrículo direito, e suas cordas tendíneas se fixam nas válvulas posterior e septal da valva atrioventricular direita. ▪ O músculo papilar septal origina-se do septo interventricular e suas cordas tendíneas se fixam às válvulas anterior e septal da valva atrioventricular direita. ▪ O septo interventricular (SIV), composto por duas partes, a muscular e a membranácea, é uma divisória oblíqua forte entre os ventrículos direito e esquerdo, formando parte das paredes de cada um. ▪ A trabécula septomarginal (banda moderadora) é um feixe muscular curvo que atravessa o ventrículo direito da parte inferior do SIV até a base do músculo papilar anterior. ▪ Essa trabécula é importante porque conduz parte do ramo direito do fascículo AV, uma parte do complexo estimulante do coração até o músculo papilar anterior. ▪ Este “atalho” através da câmara parece reduzir o tempo de condução, permitindo a contração coordenada do músculo papilar anterior. ÁTRIO ESQUERDO ▪ O átrio esquerdo forma a maior parte da base do coração. ▪ Os pares de veias pulmonares direita e esquerda, avalvulares, entram no átrio de paredes finas. ▪ Possui uma porção de paredes lisas a partir da incorporação do desenvolvimento de uma porção das veias pulmonares e um apêndice auricular que é sulcado pelos músculos pectinados e que era o átrio esquerdo primitivo. ▪ A aurícula esquerda muscular, de formato tubular e sua parede trabécula da com músculos pectíneos, forma a parte superior da margem esquerda do coração e cavalga a raiz do tronco pulmonar. ANATOMIA DO CORAÇÃO (SANARFLIX) – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO ▪ Uma depressão semilunar no septo interatrial indica o assoalho da fossa oval; a crista adjacente é a valva do forame oval. O INTERIOR DO ÁTRIO ESQUERDO ▪ Uma parte maior com paredes lisas e uma aurícula muscular menor, contendo músculos pectíneos. ▪ Quatro veias pulmonares (duas superiores e duas inferiores) que entram em sua parede posterior lisa. ▪ Uma parede ligeiramente mais espessa do que a do átrio direito. ▪ Um septo interatrial que se inclina posteriormente e para a direita; ▪ Um óstio atrioventricular esquerdo através do qual o átrio esquerdo transfere o sangue rico emoxigênio que recebe das veias pulmonares para o ventrículo esquerdo. VENTRÍCULO ESQUERDO ▪ O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração, quase toda sua face esquerda (pulmonar) e margem esquerda e a maior parte da face diafragmática. ▪ Como a pressão arterial é muito maior na circulação sistêmica do que na circulação pulmonar, o ventrículo esquerdo (VE) trabalha mais do que o ventrículo direito (VD). ▪ Consequentemente, o VE tem quase o dobro da espessura do VD. ▪ Suas paredes são revestidas por trabéculas cárneas que são mais finas e mais numerosas do que as do ventrículo direito. ▪ O VE contém apenas dois músculos papilares, anterior e posterior, que se ligam aos dois folhetos da válvula atrioventricular esquerda (ou mitral) por meio das cordas tendíneas. ▪ A valva atrioventricular esquerda (mitral ou bicúspide) tem duas válvulas, anterior e posterior. ▪ A valva atrioventricular esquerda está localizada posteriormente ao esterno, no nível da 4ª cartilagem costal. ▪ Cada uma de suas válvulas recebe cordas tendíneas de mais de um músculo papilar. ▪ Esses músculos e suas cordas sustentam a valva atrioventricular esquerda, permitindo que as válvulas resistam à pressão gerada durante contrações (bombeamento) do ventrículo esquerdo. ▪ As cordas tendíneas tornam-se tensas logo antes e durante a sístole, impedindo que as válvulas sejam empurradas para o átrio esquerdo. ▪ A corrente sanguínea sofre duas mudanças de trajeto perpendiculares durante sua passagem pelo ventrículo que, juntas, resultam em mudança de direção de 180°. ANATOMIA DO CORAÇÃO (SANARFLIX) – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO ▪ Essa inversão de fluxo ocorre ao redor da válvula anterior da valva atrioventricular esquerda. ▪ A valva da aorta, situada entre o ventrículo esquerdo e a parte ascendente da aorta, é posicionada obliquamente. ▪ Está localizada posteriormente ao lado esquerdo, do esterno, no nível do 3º espaço intercostal. ▪ Existem dilatações na parede da aorta abaixo de cada cúspide: os seios da aorta. ▪ A artéria coronária direita se origina no seio aórtico direito, enquanto a artéria coronária esquerda se origina no seio aórtico esquerdo. VALVAS DO TRONCO PULMONAR E DA AORTA ▪ As três válvulas semilunares da valva do tronco pulmonar (anterior, direita e esquerda), como as válvulas semilunares da valva da aorta (posterior, direita e esquerda), são côncavas ao serem observadas de cima. ▪ As válvulas semilunares não têm cordas tendíneas para sustentá-las. ▪ Têm área menor do que as válvulas das valvas AV, e a força exercida sobre elas é menor que a metade da força exercida sobre as válvulas das valvas atrioventriculares direita e esquerda. ▪ As válvulas projetam-se para a artéria, mas são pressionadas em direção (e não contra) às suas paredes quando o sangue deixa o ventrículo. ▪ Após o relaxamento do ventrículo (diástole), a retração elástica da parede do tronco pulmonar ou da aorta força o sangue de volta para o coração. ▪ No entanto, as válvulas fecham-se com um estalido, quando há inversão do fluxo sanguíneo. ▪ Elas se aproximam para fechar por completo o óstio, sustentando umas às outras quando ANATOMIA DO CORAÇÃO (SANARFLIX) – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO suas bases se tocam e evitando o retorno de qualquer quantidade significativa de sangue para o ventrículo. ▪ A margem de cada válvula é mais espessa na região de contato, formando a lúnula; o ápice da margem livre angulada é ainda mais espesso, formando o nódulo. ▪ Imediatamente superior a cada válvula semilunar, as paredes das origens do tronco pulmonar e da aorta são ligeiramente dilatadas, formando um seio. ▪ Os seios da aorta e do tronco pulmonar são os espaços na origem do tronco pulmonar e da parte ascendente da aorta entre a parede dilatada do vaso e cada válvula semilunar. ▪ O sangue presente nos seios e a dilatação da parede impedem a adesão das válvulas à parede do vaso, o que poderia impedir o fechamento. ▪ A abertura da artéria coronária direita é no seio da aorta direito e a abertura da artéria coronária esquerda é no seio da aorta esquerdo. ▪ Nenhuma artéria origina-se do seio da aorta posterior (não coronário). ANATOMIA DO CORAÇÃO (SANARFLIX) – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO VASCULATURA DO CORAÇÃO ▪ As artérias coronárias e as veias cardíacas são as responsáveis pela vasculatura do coração. ▪ O endocárdio e parte do tecido subendocárdico recebem nutrientes e oxigênio por difusão ou micro vascularização diretamente das câmaras cardíacas. ▪ Os vasos sanguíneos percorrem a superfície do coração abaixo do epicárdio e parte deles estão entranhados no miocárdio. IRRIGAÇÃO ARTERIAL DO CORAÇÃO ▪ As artérias coronárias direita e esquerda, são originadas dos seios da aorta correspondentes e irrigam o miocárdio e o epicárdio, seguindo por lados opostos ao tronco pulmonar. ▪ A artéria coronária direita (ACD) após se originar do seio da aorta direito, segue para o lado direito do tronco pulmonar, vai até o sulco coronário e depois segue em direção ao ápice, sem alcança-lo. ▪ Nesse trajeto, origina, geralmente, o ramo do nó sinoatrial (SA) ascendente (irriga o nó sinoatrial) e o ramo marginal direito (irriga margem direita do coração). ▪ A ACD vai ainda para a esquerda após emitir o ramo marginal direito e continua no sulco coronário até a face posterior do coração. ▪ Na parte anterior da cruz do coração, onde há junção dos septos interatrial e interventricular, a ACD origina o ramo do nó atrioventricular (irriga o nó AV). ▪ Outro ramo proveniente da ACD é o ramo interventricular posterior, que passa pelo sulco interventricular posterior em direção ao ápice e envia os ramos interventriculares septais, que perfuram o septo IV. ▪ A artéria coronária esquerda (ACE) se origina do seio da aorta esquerdo, passa pela aurícula esquerda e lado esquerdo do tronco pulmonar e segue para o sulco coronário. ▪ Cerca de 40% das pessoas vai ter o ramo circunflexo da ACE originando o ramo do nó SA, que ascende até a face posterior do átrio esquerdo e vai até o nó SA. ▪ No sulco coronário, a ACE divide-se em dois ramos: ramo interventricular anterior (ou descendente anterior esquerda - DAE) e o ramo circunflexo. ▪ O ramo IV anterior segue pelo sulco IV e vai até o ápice do coração, faz a volta na margem inferior do coração e depois se anastomosa com o ramo IV posterior da ACD. ▪ Algumas pessoas ainda têm o ramo lateral originado pelo ramo IV, que segue na face anterior do coração. ▪ O ramo circunflexo, acompanha o sulco coronário pela margem esquerda do coração e vai até a face posterior, terminando no sulco coronário antes de chegar até a cruz do coração. ▪ A ACD costuma irrigar os nós SA e AV, o miocárdio da parede externa do ventrículo direito (exceto sua face anterior), a face diafragmática do ventrículo esquerdo e o terço posterior do septo interventricular. ANATOMIA DO CORAÇÃO (SANARFLIX) – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO ▪ Em geral, a ACE supre os dois terços anteriores do SIV (inclusive o feixe AV de tecido conectivo), a parede anterior do ventrículo direito e a parede externa do ventrículo esquerdo (exceto sua face diafragmática). ▪ O domínio da vasculatura arterial coronariana é definida pela artéria que origina o ramo interventricular posterior, sendo que a coronária direita mais comumente desempenha este papel (67% dos casos). ▪ Os leitos capilares do miocárdio drenam principalmente para o átrio direito por intermédio de veias que deságuamno seio coronário. ▪ No entanto, as veias também podem entrar diretamente nas câmaras através das veias cardíacas mínimas. Nenhuma das duas vias tem válvulas. DRENAGEM VENOSA DO CORAÇÃO ▪ A drenagem venosa do coração é governada primariamente pelo seio coronário, com auxílio secundário das veias cardíacas anteriores, que entram diretamente no átrio direito, e das veias cardíacas menores, que se abrem diretamente no interior das câmaras cardíacas. ▪ O seio coronário cursa transversalmente ao longo da superfície posterior do coração, no sulco coronário, e é uma veia particularmente larga, uma vez que recebe sangue da: veia cardíaca maior, veia cardíaca média, veias cardíacas menores, veia marginal esquerda, veias ventriculares posteriores esquerdas. ▪ As veias cardíacas maiores cursam superiormente no sulco interventricular anterior, e entram o seio coronário pelo lado esquerdo. ▪ A veia cardíaca média, também conhecida como veia interventricular posterior, também drena para o seio coronário, entretanto entra pelo lado oposto após cursar no sulco interventricular posterior. ANATOMIA DO CORAÇÃO (SANARFLIX) – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO COMPLEXO ESTIMULANTE DO CORAÇÃO ▪ O complexo estimulante do coração é formado por nós intrínsecos especializados geradores de estímulos rítmicos e por feixes de músculo cardíaco modificado que conduzem os impulsos. ▪ O resultado é a contração coordenada dos átrios e ventrículos. ▪ O complexo estimulante consiste em tecido nodal, que inicia os batimentos cardíacos e coordena contrações das quatro câmaras, e fibras condutoras muito especializadas para conduzi-los rapidamente para as diferentes áreas do coração. ▪ A seguir, os impulsos são propagados pelas células musculares estriadas cardíacas, de modo que haja contração simultânea das paredes das câmaras. ▪ O nó SA está localizado na parede posterior do átrio direito, onde a veia cava chega ao coração. ▪ O nó AV está na porção inferior do septo interatrial. ▪ O feixe de His está no topo do septo interventricular, esse feixe se divide no interior da parede dos ventrículos denominando-se fibras de Purkinje, causando a contração simultânea dos ventrículos. ▪ A regulação da ritmicidade do coração ocorre no nó SA ou marca passo do coração, emitindo um impulso aproximadamente 70 vezes por minuto. ▪ Esta ritmicidade ocorre porque as membranas das fibras do nó SA são muito permeáveis ao sódio, que passa para o interior das fibras, fazendo com que o potencial da membrana em repouso passe para o valor positivo até atingir seu limiar transformando em potencial de ação. ▪ O sinal de contração do nó SA propaga-se miogenicamente (através da musculatura) de ambos os átrios. ▪ Centésimos de segundos depois, o impulso atinge o nó AV, que retarda o impulso para que os átrios forcem a passagem de sangue para os ventrículos. ▪ O nó AV então distribui o sinal para os ventrículos através do fascículo AV. ▪ Na junção das partes membranácea e muscular do septo interventricular (SIV), o fascículo AV divide-se em ramos direito e esquerdo. ▪ Esses ramos prosseguem de cada lado do SIV muscular profundamente ao endocárdio e depois se ramificam em ramos subendocárdicos (Fibras de Purkinje), que se estendem até as paredes dos respectivos ventrículos. ▪ A frequência de geração e a velocidade de condução são aumentadas pela parte simpática e inibidas pela parte parassimpática da divisão autônoma do sistema nervoso para atender às demandas ou poupar energia. ▪ O nó sinoatrial (SA), gerador de impulsos, e o nó atrioventricular (AV), transmissor, geralmente são irrigados por ramos dos nós da ACD. ANATOMIA DO CORAÇÃO (SANARFLIX) – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO ▪ O fascículo atrioventricular e seus ramos são irrigados principalmente por ramos septais da ACE. ▪ A oclusão de qualquer artéria coronária subsequente infarto do nó ou do tecido condutor pode exigir a inserção de um marcapasso cardíaco artificial. ▪ O efeito da divisão autônoma do sistema nervoso sobre as artérias coronárias é paradoxal. ▪ O controle da atividade cardíaca é feito pelo sistema nervoso simpático e parassimpático, que inervam de forma abundante o coração, além de fibras aferentes viscerais que conduzem fibras reflexas e nociceptivas provenientes do coração. ▪ A estimulação simpática causa vasodilatação e a estimulação parassimpática, vasoconstrição. ▪ Os impulsos elétricos que passam pelo complexo estimulante do coração podem ser registrados pelo eletrocardiograma. ▪ Onda P é a despolarização das fibras atriais do nó SA, o complexo QRS é a despolarização dos ventrículos e a onda T é a repolarização dos ventrículos, iniciando assim um novo ciclo cardíaco. ▪ Sobre a inervação do coração, refere-se à rede de nervos responsáveis pelo funcionamento do coração. ▪ O coração é inervado por fibras simpáticas e parassimpáticas do ramo autonômico do sistema nervoso periférico. ▪ A rede de nervos que irriga o coração recebe contribuições dos nervos vago direito e esquerdo, além de contribuições do tronco simpático. ▪ Estes são responsáveis por influenciar a frequência cardíaca, o débito cardíaco e as forças de contração do coração. A ESTIMULAÇÃO SIMPÁTICA É RESPONSÁVEL POR ▪ Aumentar dinâmica e funcionalidade do coração através do aumento da frequência cardíaca, da condução do impulso, da força da contratilidade e do fluxo sanguíneo pelos vasos coronários. ▪ Aumentar a frequência de despolarização das células marca-passo e a condução atrioventricular. ▪ A estimulação parassimpática é responsável por: ▪ Diminuir a dinâmica do coração através da diminuição da frequência cardíaca, redução da força de contração e constrição das artérias coronárias, para poupar energia em períodos de maior demanda. ▪ As fibras parassimpáticas liberam acetilcolina que se liga aos receptores muscarínicos resultando em redução da frequência de despolarização das células marcapasso e a condução atrioventricular além de diminuição da contração atrial.
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