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Política de Seguridade Social (Previdência, Saúde e Assistência) Autor: Paulo Sergio Matoso, João Aloncio Pereira Machado Tema 02 Preceitos Jurídicos Tributários Tema 03 Caracterização dos Tributos e suas Formas de Agrupamento Índice Índice Tema 02: Preceitos Jurídicos Tributários 4 Tema 03: Caracterização dos Tributos e suas Formas de Agrupamento 20 seç ões Tema 02 Preceitos Jurídicos Tributários Como citar este material: MATOSO, Paulo Sergio, MACHADO João Aloncio Pereira. Política de Seguridade Social (Previdência, Saúde e Assistência): Preceitos Jurídicos Tributários. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. SeçõesSeções Tema 02 Preceitos Jurídicos Tributários 7 Conteúdo Nessa aula você estudará: • A codificação da Norma Jurídica. • A aplicabilidade de Norma Jurídica no Campo Tributário. • O Conceito de Norma Jurídica Tributária. Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • O que é Norma Jurídica? CONTEÚDOSEHABILIDADES Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Contribuições para a Seguridade Social – À Luz da Constituição Federal, da autora Fabiana Del Padre Tomé, editora Juruá, 2002, Livro-Texto N°. Roteiro de Estudo: Paulo Sergio Matoso João Aloncio Pereira Machado Política de Seguridade Social 8 CONTEÚDOSEHABILIDADES LEITURAOBRIGATÓRIA • Qual a diferença entre Norma Jurídica e Direito Positivo? • O que significa a aplicabilidade da Norma Jurídica no Direito Tributário? Preceitos Jurídicos Tributários Caro(a) aluno(a), para uma melhor compreensão e um bom entendimento da Norma Jurídica Tributária, será necessário abordar e exemplificar alguns conceitos que precedem as normas tributárias, por exemplo, o próprio entendimento de Norma Jurídica e o Direito Positivo, conforme a Ciência do Direito. É importante também relembrar conceitos já aprendidos anteriormente. Neste sentido, ressalta-se a importância da linguagem em suas diversas codificações, seja escrita, oral, visual, e da interpretação dada a ela. Um fato evidente no cotidiano, seja ele na comunidade familiar, no meio acadêmico, profissional, é a interpretação dúbia de uma escrita; essa dúbia interpretação ocorre também no campo do direito, ou seja, pode haver diferentes interpretações para uma única redação. Aqui, será balizada a interpretação de Norma Jurídica e Direito Positivo. Norma Jurídica é o que precede o Direito Positivo, sendo este último a interpretação da anterior, ou seja, Direito Positivo é a lei escrita, formulada, já a Norma é o ponto de partida que provocou a construção da lei. Segundo Tomé (2002, p. 36), O direito positivo construído pela linguagem, nele podemos identificar essa relação triádica inerente aos signos, apresentando-se a norma jurídica como significação construída a partir do texto e o suporte físico. A norma jurídica, portanto, não se confunde com o texto do direito positivo, isto é, com as expressões lingüísticas que a veiculam. Estas figuram apenas como ponto de partida para a construção daquela. Clareando e sintetizando o que foi apreendido até este momento, conclui-se que a Norma Jurídica é o precedente da lei escrita, ou seja, do Direito Positivo, sendo a conduta esperada 9 LEITURAOBRIGATÓRIA ou aplicada em dada sociedade e/ou comunidade, e, assim, a fixam por meio de uma redação gráfica. Logo, ao serem interpretados os preceitos normativos e a legislação, ocorrem distintos entendimentos, visto que o contexto conjuntural e as próprias crenças e valores, bem como os interesses próprios, e o fato de elas virem de fora para dentro, refletem o que será interpretado de tal lei, bem como o fato de que a interpretação da linguagem gramatical colabora para tal. Tendo a lei física como base concreta do Direito Positivo expressa tal como está, pois é física, palpável e legítima, uma vez que é a lei expressa gramaticalmente, a base sólida verifica o fato e a punição, ou seja, ação e consequência. Já a Norma Jurídica analisará o fato e interpretará a lei de que modo? Pelas vias do Direito Positivo, ou por base conceitual, tendo a filosofia aplicada ao direito. A Norma Jurídica, assim, pode ser interpretada por meio de seus juristas, estes não só co- nhecedores das leis, mas também com capacidade de interpretá-las mediante a conjuntura social que as perpassa, ou seja, avaliam conforme o contexto social, o modelo de sociedade, bem como o tempo histórico. Logo, tal interpretação aglutina três fatores essenciais que estruturam a análise: functor- de-functor, hipótese normativa e functor implicacional. Functor-de-functor é o indicador da operação lógica da modalidade do direito que faz a análise da possível causa. Conforme Tomé (2002, p. 41), “[...] é ele que constitui o nexo jurídico das posições normativas (hipótese e consequência)”. Tomé (2002, p. 41) desvela que a “hipótese é a parte da norma que tem a função de descrever uma situação objetiva de possível ocorrência, descrição esta feita mediante a indicação de notas [...] coincidentes com os caracteres apresentados em determinados fatos”. Quanto ao functor implicacional, a autora afirma que ele “simboliza o nexo de implicação existente entre a hipótese e a consequência, ou seja, entre a proposição implicante e a implicada” (TOMÉ, 2002, p. 43). Compreendendo esta análise última, tendo por base essas três dimensões recém-citadas, conclui-se que a Norma Jurídica deve ser interpretada considerando o contexto que fundamenta sua aplicação, pois ela implicará a lei que regulará, por exemplo, determinada sociedade e/ou região, e evidentemente toda a conjuntura deve ser apreendida, corroborando assim a totalidade dos fatos. 10 Em miúdos, deve-se não só analisar o fato pelo fato, mas o que impulsionou a ação e qual a consequência disso. O fato é analisado dentro do contexto ou avaliado apenas como certo e errado, legal ou ilegal, direito e dever. As leis por vezes se tornam quadradas para situações redondas. Após a compreensão dos preceitos da Norma Jurídica, aborda-se a aplicação deste entendimento ao conceito, aplicando-o à Norma Jurídica Tributária. Assim como já visto, o entendimento da linguagem é fundamental para a concepção dos fatos. Ora, o que é tributos? Você encontrará nos tradicionais dicionários da língua portuguesa que tributo pode estar relacionado à homenagem, louvor, a tributos pagos ao Estado, bem como montante e/ou quantia em dinheiro, tributo como norma, fato e relação jurídica. Trata-se de uma palavra da classe dos homônimos; no entanto, a autora Tomé (2002, p. 52) considera o estudo da norma tributária “como sinônimo de norma jurídica tributária, pois é esta a significação utilizada pelo texto constitucional para outorgar competência impositiva tributária às pessoas políticas de direito público interno”. Mais uma síntese deve ser feita. Anteriormente, apresou-se Norma Jurídica e Direito Positivo, pois bem, não é diferente do direito tributário, pois há os preceitos que validam a necessidade de tal, e o texto que a formula, logo, necessidade de ter, e o regulamento escrito de fato, e que no seu todo possibilita, conforme Carvalho (2000 apud TOMÉ, 2002, p. 53) a) normas que estabelecem princípios gerais, demarcadores da virtualidade legislativa no campo tributário; b) normas que estipulam a incidência do tributo, descrevendo os aspectos de eventos de possível ocorrência e prescrevendo os elementos da obrigação tributária [...] e por fim; c) normas que fixam outras providências administrativas para a operatividade do tributo, tais como lançamento, recolhimento, configuração de deveres instrumentais e as relativas fiscalização. Tomé (2002, p. 55) esmera ainda que “[...] como norma cuja hipótese conota um fato lícito de possívelocorrência, prescrevendo, em sua consequência, uma relação jurídica que obriga um sujeito de direito a entregar certa quantia de dinheiro a outro sujeito de direito”. No entendimento, a Norma Jurídica Tributária é estrita a ela, pois corresponde a este emaranhado operativo da arrecadação, o que define normas legais e operacionais para tal arrecadação. LEITURAOBRIGATÓRIA 11 LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Leia o artigo Direito Natural X Direito Positivo, de Francisco Hudson Pereira Rodrigues, Esp. em Administração judiciária pela Universidade Estadual Vale do Aracaú/CE, Brasil. Disponível em: <http://bdjur.tjce.jus.br/jspui/bitstream/123456789/276/1/Monografia%20 Francisco%20Hudson%20Pereira%20Rodrigues.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014. Leia o Livro Curso de Direito Tributário, de Paulo de Barros Carvalho, Professor Titular de Direito Tributário da PUC/SP e da USP, Editora Saraiva, 17ª edição, 2005. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/38361780/Paulo-de-Barros-Carvalho-Curso-de-Direito-rio- 17ed-2005>. Acesso em: 02 jan. 2014. Vídeos Assista ao vídeo: Teoria da Norma Jurídica. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=e6i8Ke3fVX4>. Acesso em: 02 jan 2014. Assista para um melhor entendimento do assunto tratado. 12 Instruções: Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. Questão 1: Ficou evidenciado na Leitura Obrigatória que a autora Fabiana Del Padre Tomé sin- tetiza que a interpretação da linguagem é peça fundamental para a decodificação de normas jurídicas e leis. Deste princípio, faça uma pesquisa simples do papel do ju- rista e, a partir do conhecimento que está adquirindo em seu curso, reflita em que medida o assistente social pode colaborar com os juristas/magistrados no processo de interpretação das normas jurídicas. Questão 2: Relacione a 1a coluna de acordo com a 2a coluna: I - Functor-de-functor II - Hipótese Normativa III - Functor Implicacional ( ) Está entre a proposição implicante e im- plicada. ( ) É indicador da operação deôntica inci- dente sobre o liame de implicação interpro- posicional; é ele que constitui o nexo jurídi- co das proposições normativas. ( ) Tem a função de descrever uma situ- ação objetiva de possível ocorrência, des- crição esta feita mediante a indicação de notas. AGORAÉASUAVEZ 13 Questão 3: Aproveite a Questão 2 e desenhe a forma de estrutura lógica: functor-de-functor, hi- pótese normativa e functor implicacional, de modo a entender esses fatores num todo. Questão 4: O significado da lei não é _____________, mas ____________. Ele vem de fora e é atribuído pelo ________________. As palavras que completam corretamente as lacunas estão apresentadas na alterna- tiva: a) Submissa – heterônomo – intérprete. b) Autônomo – homônimo – intérprete. c) Autônomo – heterônomo – intérprete. d) Submissa – heterônimo – locutor. e) Autônomo – heterônomo – locutor. Questão 5: Conforme a autora Fabiana Del Padre Tomé, o functor implicacional é um opera- dor lógico indicador da forma sintática que une as duas proposições componentes da norma jurídica. Acompanhando o pensa- mento da autora, desvele por que o functor implicacional não pode ser dissociado dos outros dois elementos. Questão 6: A autora cita a obra de José Artur Lima, que afirma que a Constituição toma o as- pecto total dos tributos e os reparte em três compartimentos estanques e inconfundí- veis, conforme critério material e territorial. Quais são esses três compartimentos? Questão 7: A regra-matriz de incidência, por ____________ a incidência tributária, tem sido ____________ em seus pormenores. E, dessa apurada análise resultou a conclu- são de existirem, na ________________ e na ________________ ______________, critérios que permitem o reconhecimen- to do fato jurídico-tributário e da relação ___________ ___________ respectiva- mente. As palavras que completam corretamente as lacunas estão apresentadas na alterna- tiva: a) Disciplinar – estudada – hipótese – consequência jurídica – norma tributária. b) Subverter – estudada – imprevisão – consequência normativa – jurídica tributária. c) Subverter – estudada – hipótese – consequência jurídica – jurídica tributária. d) Disciplinar – estudada – hipótese – consequência normativa – jurídica tributária. AGORAÉASUAVEZ 14 e) Disciplinar – estudada – imprevisão – consequência normativa – jurídica tributária. Leia o fragmento de texto a seguir e res- ponda as Questões 8 e 9: Toda linguagem, na qualidade de conjunto sígnico, é composto por suporte físico, sig- nificado e significação. Com efeito, sendo o direito positivo constituído pela linguagem, nele podemos identificar essa relação triá- dica inerente aos signos, apresentando-se a norma jurídica como significação constru- ída a partir do texto, que é o suporte físico. A norma jurídica, portanto, não se confunde com a que veiculam. Estas figuram apenas como ponto de partida para a construção daquela (TOMÉ, 2002, p. 37). Questão 8: Com base no fragmento apresentado e no texto da “Leitura Obrigatória”, descreva o que é Direito Positivo. Questão 9: Com base no fragmento apresentado e no texto da “Leitura obrigatória”, conceitue Norma Jurídica. Questão 10: Após identificar se a assertiva é (V) Ver- dadeira ou (F) Falsa, assinale a alternativa correta: ( ) A definição de Norma Jurídica Tribu- tária encontra-se vinculada ao conceito de Direito Positivo Tributário. ( ) A análise das normas constitucionais de produção normativa tributária mostra-se extremamente útil, pois permite vislumbrar os detalhes que envolvem a criação dos tri- butos. ( ) Normas que estipulam a incidência do tributo não descrevem os aspectos de eventos de possível ocorrência, prescre- vendo, assim, os elementos da obrigação tributária. a) F; F; V. b) V; V; F. c) F; F; F. d) V; V; V. e) V; F; V. AGORAÉASUAVEZ 15 Prezado(a) aluno(a), mais uma etapa foi cumprida. A leitura deste tema, do Livro- Texto, a prática dos exercícios e as indicações de outras literaturas possibilitaram que você aprendesse a importância da interpretação da própria linguagem para a compreensão dos conceitos precedentes do direito. Você também aprendeu o conceito de Norma Jurídica e a aplicabilidade deste na Norma Jurídica Tributária. Parabéns! Continue estudando com afinco, pois logo chegará ao entendimento global da disciplina, desmitificando, assim, as contribuições à Seguridade Social. Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos! FINALIZANDO TOMÉ, Fabiana Del Padre. Contribuições para a Seguridade Social: à luz da Constituição Federal. Curitiba: Juruá, 2002. REFERÊNCIAS 16 Codificações: é um processo, um artifício, uma maneira, um modo ou uma forma utilizada e originada pela criatividade humana para identificar itens, materiais, objetos, entre outras coisas semelhantes. Conjuntura: conjunto de determinados acontecimentos em dado momento. Determinadas circunstâncias ou ocasiões. Conjunto de elementos que constituem uma solução ou um problema eminente. Jurista: indivíduo de grande conhecimento jurídico, especialmente aquele que dá consultas e emite pareceres sobre questões do direito. Triádica: conjunto de três entidades. Que pertence a uma tríade, tríada ou trindade. GLOSSÁRIO 17 Questão 1 Resposta: O Jurista é estudioso do direito, devendo saber desvelar a lei dentro doconceito social que a aplica, bem como seu momento histórico. Para tanto, o assistente social, dotado de conhecimentos e habilidades técnico-operativos, teórico-metodológicos e teórico-práticos, pode auxiliar os juristas na interpretação da lei, possibilitando uma leitura conjuntural, desmistificando as múltiplas expressões da questão social que perpassa dada realidade social, no âmbito de uma comunidade e/ou região. Questão 2 Resposta: III – I – II Questão 3 Resposta: É uma lógica composta por uma hipótese, também denominada antecedente, suposto, prótase ou descritor, e por uma consequência, que pode igualmente receber o nome de consequência, mandamento, estatuição, apódese ou prescritor. E para que se configure a “causalidade jurídica”, em que a hipótese implica deonticamente a consequência. D(H → C), em que D é o functor-de-functor, H é a Hipótese, → é o functor implicacional e C é a Consequência. Questão 4 Resposta: C Questão 5 Resposta: Porque o functor implicacional, por si só, não indica a existência de causalidade normativa, pois tanto nesta como na causalidade física existe o conectivo condicional atrelando a hipótese à consequência. GABARITO 18 Questão 6 Resposta: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Questão 7 Resposta: D Questão 8 Resposta: O Direito Positivo é construído pela linguagem; nele é possível identificar essa relação triádica inerente aos signos. Questão 9 Resposta: Norma Jurídica como significação construída a partir do texto e o suporte físico. A Norma Jurídica, portanto, não se confunde com o texto do Direito Positivo, isto é, com as expressões linguísticas que a veiculam. Estas figuram apenas como ponto de partida para a construção daquela (página 37 do Livro-Texto). Questão 10 Resposta: B GABARITO 19 seç ões Tema 03 Caracterização dos Tributos e suas Formas de Agrupamento Como citar este material: MATOSO, Paulo Sergio, MACHADO João Aloncio Pereira. Política de Seguridade Social (Previdência, Saúde e Assistência): Caracterização dos Tributos e suas Formas de Agrupamento. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. SeçõesSeções Tema 03 Caracterização dos Tributos e suas Formas de Agrupamento 23 Conteúdo Nessa aula você estudará: • O significado de classificar. • As classificações jurídicas. • As divisões das classes tributárias. Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • O que é classificação? CONTEÚDOSEHABILIDADES Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Contribuições para a Seguridade Social – À Luz da Constituição Federal, da autora Fabiana Del Padre Tomé, editora Juruá, 2002, Livro-Texto N°. Roteiro de Estudo: Paulo Sergio Matoso João Aloncio Pereira Machado Política de Seguridade Social 24 CONTEÚDOSEHABILIDADES • Como são classificados os tributos? • Por que os tributos são classificados? CONTEÚDOSEHABILIDADES Caracterização dos Tributos e suas Formas de Agrupamento Prezado(a) aluno(a), no Tema 2 deste Caderno de Atividades, você estudou a importância da linguagem no processo de decodificação e compreensão dos fatos. Agora, você aplicará o conhecimento adquirido no Tema 2 neste tema, que tratará da Classificação Jurídica dos Tributos. No Tema 3, foi feita a leitura do significado da palavra tributo aplicada à norma jurídica. Agora, será realizada uma interpretação do significado de classificar. Nos dicionários mais comuns de língua portuguesa, vê-se a palavra classificar como: Reunir em classes e nos grupos respectivos, segundo um sistema ou método; Determinar a classe, ordem, família, gênero e espécie de; Arrumar, pôr em ordem. Entretanto, no Livro-Texto é adotada a seguinte definição: Classificar é distribuir em classes; dividir os termos segundo a ordem da extensão ou, para dizer de modo mais preciso, é separar os objetos em classes de acordo com as semelhanças que entre eles existam, mantendo-os em posição fixas e exatamente determinadas com relação às demais classes” (TOMÉ, 2002, p. 61 apud CARVALHO, 1998). O autor assevera, ainda, que “uma classificação, em qualquer ciência, significa a redução a grupos que tenham as mesmas características” (TOMÉ, 2002, p. 61 apud HORVATH, 1997). Ou seja, os tributos jurídicos são classificados, ordenados para uma melhor interpretação jurídica tributária, garantindo os preceitos constitucionais na aplicação operacional. As classificações ocorrem em gêneros, espécies e subespécies. LEITURAOBRIGATÓRIA 25 LEITURAOBRIGATÓRIALEITURAOBRIGATÓRIA A classificação dos tributos é a base de discussão entre os doutrinários, havendo grande divergência no assunto. Conforme apresentado pela autora Tomé (2002), Augusto Bocker defende que os tributos devem ser classificados em duas espécies: impostos e taxas, sendo a primeira espécie aplicada a serviços não estatais e a segunda aplicada quando o tributo for de atuação estatal. Tomé (2002) traz ainda diversos autores que classificam os tributos em três espécies. Estes seguem uma linha parecida com a de Bocker quanto à vinculação ou não da atividade ao Estado, mas diferem ao classificarem as espécies: as vinculadas às atividades estatais são chamadas por eles de taxas, quando de forma direta, e de contribuições, quando de forma indireta; já aquelas que não têm vinculação estatal foram denominadas impostos. Os tributos não vinculados a qualquer atividade estatal são os impostos, ao passo que os tributos dependentes de uma atuação estatal, denominados vinculados, subdividem-se em dois grupos: taxas e contribuições. Estes, por sua vez, diferenciam-se por ser atividade do Estado direta ou indiretamente referidas ao contribuinte: taxa, se diretamente; contribuição, se indiretamente (TOMÉ, 2002, p. 68). Nesta categoria, ainda há inúmeros doutrinários que discutem e aprofundam a temática, por vezes divergindo sobre alguns posicionamentos, fazendo maiores embates no campo de pesquisas desta categoria. Há, ainda, os autores que classificam os tributos em quatro ou cinco espécies. Os que dividem os tributos em quatro espécies citam: impostos, taxas, contribuições e empréstimos compulsórios. Já os que os definem em cinco categorias agregam às quatro espécies as contribuições de melhoria. A destinação dos recursos reflete na análise e classificação dos tributos? Diante desse questionamento, Tomé (2002) deixa claro que também há divergências entre os juristas, pois alguns posicionam que a finalidade não compromete o princípio, colocando que a arrecadação deve estar dissociada da destinação, sendo distintas entre si. Entretanto, para Tomé (2002), “[...] o destino do produto da arrecadação dos tributos é critério relevante no que concerne a classificação das espécies tributárias”. Segundo Amaro (1991 apud TOMÉ, 2002, p. 77), “[...] nessas circunstâncias, não se pode, ao examinar a figura tributária, ignorar a questão da destinação, nem descartá-la como critério que permita distinguir de outras a figura analisada”. 26 A partir de tais elucidações, a autora aponta que, para efetuar a classificação dos tributos, deve-se ter como ponto de partida a própria Constituição Federal, documento antecessor dos demais códigos, ressaltando, ainda, uma análise sob a ótica do Direito Positivo, ou seja, o estudo da linguagem escrita, da legislação já formulada. Ao fazer a classificação dos tributos, Tomé (2002) salienta que não se pode tão-somente dividi-los em duas ou três espécies; há que se ir mais além, detalhando-os com maior precisão e reagrupando-os pelas semelhanças mais evidentes, ou seja, desvela na prática a tradução linguista do próprio conceito de classificação trazido no início do texto, as infinitas possibilidades de classificação e ordenamento, a ponto de classificar em gênero, espécie e subespécies.Assim como os demais autores já mencionados, Tomé (2002) inicia a classificação dos tributos em vinculados e não vinculados às atividades estatais. Quanto aos vinculados, ela os subdivide em dois aspectos: taxas e contribuições. No que tange aos não vinculados, ela os classifica como imposto, fracionando este em três: os impostos em sentido estrito, as contribuições e os empréstimos. Caro(a) aluno(a), vê-se que a autora segue os preceitos da classificação em cinco espécies, no entanto, ela não se limita às subdivisões já apontadas, já que alarga as possibilidades de divisões, permitindo maior clareza e visibilidade do objeto de análise, sendo aqui o precedente ao financiamento da seguridade social. LEITURAOBRIGATÓRIA 27 LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Leia o artigo Tributo e espécie tributária, de Alexsander Roberto Alves Valadão, Mestre e Doutorando em Direito Tributário pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) Professor da PUCPR, da Pós-Graduação UNICURITIBA e da Academia Brasileira de Direito Constitucional ABDConstitucional. Disponível em:<http://web.videoaulasonline.com.br/aprovaconcursos/ demo_aprova_concursos/direito_tributario_01.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014. Leia o artigo: Análise Constitucional das Espécies Tributárias no Ordenamento Jurídico Pátrio, de Wilton Boigues Corbalan Tebar, graduando em Direito pelas Faculdades Integradas Antônio Eufrásio de Toledo Presidente Prudente e José Maria Zanuto, Procurador do Estado de São Paulo, Professor de Direito Tributário das Faculdades Integradas Antônio Eufrásio de Toledo de Presidente Prudente. Disponível em: <http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/2385/1908>. Acesso em: 02 jan. 2014. Vídeos Assista ao vídeo: Teoria Geral do Direito. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=VbV7dk9hCz8>. Acesso em: 02 jan 2014. 28 Instruções: Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. Questão 1: Correlacionando o estudo ora realizado, em que a autora Fabiana Tomé aborda a importância organizacional na classifica- ção detalhada dos objetos, e com base no aprendizado adquirido até este momento no seu curso, descreva a importância da classificação detalhada dos objetos na atu- ação profissional. Questão 2: Preencha as lacunas e assinale a alterna- tiva correta: Uma ____________, em qualquer __________, significa a redução de algo a grupos que tenham as mesmas _______________. I – Característica II – Ciência III – Classificação a) I, II, III. b) I, III, II. c) III, I, II. d) III, II, I. e) II, III, I. Questão 3: A autora Fabiana Del Padre Tomé (2002) fez inúmeras referências a outros auto- res, no intuito de reforçar/justificar o estu- AGORAÉASUAVEZ 29 do apresentado. Uma dessas citações foi “qualquer classificação que se pretenda jurídica há de tomar por base o direito po- sitivo”, o que possibilita compreender que a autora, ao classificar os tributos, parte do princípio de análise do Direito Positivo. Diante deste fato, assinale a alternativa correta quanto ao autor referenciado: a) Lourival Vilanova. b) Estevão Horvath. c) Geraldo Ataliba. d) Augusto Bocker. e) Rubens Gomes. Questão 4: Os autores que fazem a classificação dos tributos em duas espécies os classificam em: a) Contribuições e Taxas. b) Taxas e Tributos. c) Taxas e Impostos. d) Contribuições e Imposto. e) Contribuições e Tributos. Questão 5: Alguns autores classificam os tributos em três espécies. Diante disto, analise as as- sertivas a seguir e marque V para Verda- deiro ou F para Falso. a) ( ) Os autores que classificam os tribu- tos em três espécies partem da premissa de que estes devem ser analisados em tri- butos vinculados e tributos não vinculados. b) ( ) Os tributos são classificados em: taxas, impostos e contribuições. c) ( ) As taxas e as contribuições corres- pondem aos tributos não vinculados. d) ( ) Os impostos correspondem ao tribu- tos vinculados. e) ( ) Os empréstimos compulsórios são tributos restituíveis. Questão 6: A autora aborda a classificação dos tributos em cinco espécies. Apresente as espécies classificadas nesta categoria. Questão 7: Fabiana Del Padre Tomé indaga se a des- tinação do produto interfere na análise da classificação dos tributos ou não; em se- guida, ela evidencia a necessidade de não desvincular a arrecadação da destinação. O que justifica tal assertiva? AGORAÉASUAVEZ 30 Questão 8: Ao classificar os tributos, Tomé (2002) sa- lienta que há necessidade de maiores de- talhamentos na classificação, facilitando assim uma melhor compreensão, capaz de externar semelhanças e dessemelhan- ças. Após a classificação, a autora dese- nha uma proposta de diagrama que ilustra a classificação. Tal diagrama pode ser fa- cilmente demonstrado. Sendo assim, faça um diagrama similar, correspondendo ao entendimento da autora. Questão 9: A autora apresentou uma série de autores que classificam os tributos em diversas es- pécies. Logo, Tomé (2002) também faz seu detalhamento e classifica os tributos. Em- bora reconheça sua classificação seme- lhante à classificação quinquipartida, a au- tora faz um apontamento que a diferencia de tal categoria. Qual seria essa diferença? Questão 10: Leia as assertivas e assinale a alternativa correta: Na elaboração das classificações, segundo a opção e conveniência do classificador, há regras, devendo ser observadas por oca- sião do processo classificatório. A doutrina mais autorizada costuma valer- -se do manuseio de dois aspectos distin- tivos, hábeis à precisa definição das suas espécies. a) As duas assertivas são verdadeiras, e segunda justifica a primeira. b) A primeira assertiva é verdadeira e a segunda é falsa. c) A primeira assertiva é verdadeira e a segunda não justifica a primeira. d) As duas assertivas são falsas. e) A primeira assertiva é falsa e a segunda é verdadeira. AGORAÉASUAVEZ 31 Mais uma etapa foi finalizada. Observaram-se as categorias que classificam os tributos, de modo que estas variam conforme o entendimento dos juristas e estudiosos do direito. No entanto, este tema possibilitou a você compreender que a classificação é uma ferramenta que auxilia no processo de organização dos objetos, no sentido amplo, considerando também a organização dos estudos, das leis, das teorias e de tudo aquilo que pode ser organizado. A autora revela, ainda, que não basta usar um sistema simplista na classificação dos tributos, uma vez que este modelo tradicional não permite clarear a maçante Norma Jurídica. Esta deve ser classificada de modo detalhado ao máximo, possibilitando uma compreensão detalhada e uma operacionalização mais eficiente. Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos! FINALIZANDO TOMÉ, Fabiana Del Padre. Contribuições para a Seguridade Social: à luz da Constituição Federal. Curitiba: Juruá, 2002. REFERÊNCIAS 32 GLOSSÁRIO GABARITO Concerne: dizer a respeito, ser relativo. Divergência: palavra oriunda de conflito; logo, apresenta sentido de diferença. Preceitos: advêm da norma, ou seja, de ensinamentos da norma. Salientar: deixar claro, evidente. Questão 1 Resposta: A resposta a esta questão dependerá do entendimento do aluno sobre o assunto. Questão 2 Resposta: D Questão 3 Resposta: B Questão 4 Resposta: C 33 GABARITO Questão 5 Resposta: V, V, F, F, V. Item 1 - Estacorrente bipartite classifica brandamente, não aprofundando as subespécies, analisa os tributos em taxas e impostos, ou seja, os que têm vínculo com estatal e os que não têm este vínculo. Item 2 – Esta é a classificação tripartite dos tributos. Item 3 – Não, elas correspondem aos vinculados. Item 4 – Não, correspondem aos não vinculados. Item 5 – O empréstimo compulsório é um tributo restituível, deve, após determinado lapso temporal, ser devolvido ao contribuinte. Questão 6 Resposta: Impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições e empréstimos compulsórios. Questão 7 Resposta: Tendo a Constituição Federal vedado a vinculação da receita com relação a alguns tributos (impostos) e exigido a referida vinculação em outros (empréstimos compulsórios e contribuições), não deve esse fator distinto ser desprezado. Logo, o destino do produto da arrecadação dos tributos é critério relevante no que concerne à classificação das espécies tributárias. Questão 8 Resposta: Taxa Vinculado Tributo Imposto em sentido Contribuição Empréstimo compulsório Imposto Contribuição de Melhoria Não vinculado 34 GABARITO Questão 9 Resposta: A maioria dos autores que entendem serem os empréstimos compulsórios e as contribuições espécies tributárias autônomas não conjuga os vários critérios utilizados em uma única subdivisão. Questão 10 Resposta: C
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