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petição inicial repetição de indebito

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CIVEIS DA COMARCAR DE LAURO DE FREITAS, BAHIA.
JOSÉ, brasileiro, casado, empresário, nascido em XX/XX/XXXX, filho de XXXXXXX e de XXXXXXX, portador do RG n. XXXXXX, inscrito no CPF/MF sob o n. XXXXXXXXXXX, residente e domiciliado na rua XXXXXX, Lauro de Freitas, Bahia, CEP: XXXXXXXXX, vem perante V.Exc. através de seu advogado constituido mediante procuração anexa aos autos propor 
AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDEBITO c/c DANO MORAL
Em face de SOCIEDADE EMPRESÁRIA BR S.A, pessoa juridica de direito privado, possuidora do CNPJ n. XXXXXXXXXX, com sede na rua Y, Lauro de Freitas, Bahia, CEP: XXXXXXXX, pelas razões de fatos a seguir:
PRELIMINARMENTE
I – DAS BENESSES DA JUSTIÇA GRATUITA
Requer o autor o beneficio da justiça gratuita com fulcro na Lei 1060/50, e o Artigo 98, e seguintes do CPC, consoantemente com o artigo 5º inciso LXXIV da Constituição Federal de 1988, uma vez que é parte hipossuficiente e não possui recursos para arcar com as custas judiciais sem prejuizo para o seu sustento e o de sua familia.
II – DOS FATOS
Alega o autor que adquiriu um caminhão em uma das concessionárias da sociedade empresária BR S.A., com pagamento parcelado.
Ocorre que, a sociedade passou a debitar, mês a mês, o triplo do valor pactuado para cada parcela, o que ficou comprovado pela simples análise dos contratos e dos seus extratos bancários, com o débito dos em triplo.
O autor tentou resolver a questão diretamente com a sociedade empresária, mas o funcionário da concessionária apenas afirmou que não havia o que fazer para corrigir a cobrança.
III – DO DIREITO
Da aplicabilidade do Código de Defesa do consumidor por se tratar de uma relação consumerista.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Mediante o artigo supracitado resta claro a responsabilidade da requerida uma vez que é uma empresa fornecedora de serviço, que mediante o artigo 14º responde objetivamente.
 Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
        I - o modo de seu fornecimento;
        II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
        III - a época em que foi fornecido.
IV – DA REPETIÇÃO DE INDEBITO
Salienta-se que, o autor sempre foi um bom pagador, usando da boa-fé permitiu que a empresa debitasse todo mês em sua conta bancária o valor referente ao débito.
Mediante isso, a empresa passou a débitar valores absurdamentes maiores do que o previsto no contrato, conforme extrato bancário em anexo, pratica totalmente abusiva.
O CDC é claro em relação a isso, artigo 42:
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
Além de ser uma pratica proibida, senão, vejamos:
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
        V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
Resta caracterizado enriquecimento ilicito, pugnando então, o autor, que seja a empresa condenada a pagar todo valor que o autor pagou indevidamente, devidamente corrigida monetariamente como ordena a lei.
V – DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Por ser parte hipossuficiente desta relação, requer o autor que lhe seja concedido a inversão do ônus da prova, conforme o artigo 6º inciso VIII do Código de Defesa do Consumidor.
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:
(...)
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
VI – DA PRESCRIÇÃO
Apesar de o Código de Defesa do Consumidor não prevê, explicitamente, prazo prescricional para a repetição de indébitos. No entanto, o art. 27, CDC, dispõe que
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço […], iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria”.
Consoante Bolzan [3], contudo, há uma questão a ser debatida quanto à aplicação do art. 27 aos casos em comento. O art. 27, CDC, se refere a danos causados por fato do produto ou do serviço. Todavia, não se pode falar que a cobrança indevida é um dano direto do produto ou do serviço. E desse modo, dever-se-iam aplicar as normas relativas à prescrição do Código Civil.
Apesar disso, o STJ compreende que o art. 27 deve ser aplicado à repetição de indébitos. É, por exemplo, a interpretação em acórdão em Agravo Interno em Recurso Especial:
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. DATA DO PAGAMENTO. ART. 27 DO CDC. AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. Tratando-se de ação de repetição de indébito, o termo inicial para o cômputo do prazo prescricional corresponde à data em que ocorreu a lesão, ou seja, a data do pagamento.
2. Agravo interno não provido.
(STJ, 4ª Turma, AgInt no AREsp 1056534 / MS, rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, julgado em 20/04/2017, publicado em 03/05/2017).
Destarte, não há que se falar em prescrição uma vez que o autor ainda esta no prazo, na concepção da lei.
VII – DA TUTELA DE URGÊNCIA
A tutela de urgência possui dispositivo no Código de Processo Civil em seu artigo transcrito abaixo:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Sendo assim, como a requerida ainda esta realizando débitos indevidos na conta do autor, requer que seja defetido liminarmente medida cautelar para que seja a empresa ré impedida de débitar valores indevidos da conta do autor.
VIII - DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto, requer:
1. Seja concedido os beneficios da justiça gratuita;
2. Seja concedida a liminar para que o juizo ordene a empresa requerida que pare de efetuar o débito indevido na conta do autor;
3. Seja concedido a inversão do ônus da prova em favor do requerente;
4. Seja condenado a Requerida ao pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais) pelos danos morais sofridos;
5. Seja citada a requerida para que querendo, apresente a defesa sob pena de confisão e revelia;
6. Seja condenado a requerida ao pagamento dobrado de toda quantia que foi debitada da conta do autor indevidamente;
7. Seja condenado a requerida ao pagamento de custas processuais e honotários advocatícios;
Seja admitida a produção de provas por todos os meios admitidos em lei, principalmente, oitiva de testemunhas, depoimento pessoal do preposto da requerida, juntada de documentos, dentre outras que se fizerem necessárias ao deslinde da causa.
Nestes termos,
Pede Deferimento.
Lauro de Freitas, Bahia.
16 de março de 2020.
ASSINATURA DO ADVOGADO
OAB/BA XX.XXX

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