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Documento 34

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Direito Administrativo
Nathália Louback
Noções de Administração Pública
Conceito: o direito administrativo é o conjunto de regras e princípios que regem o funcionamento da máquina pública, a relação dos agentes públicos, e órgãos públicos entre si e com os administrados e a gestão dos bens públicos, sempre visando proteger e atender ao interesse público.
Constituição Federal
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
· Tripartição do poder: poder legislativo, executivo e judiciário.
· Poder executivo = responsável pela administração pública.
· A administração pública poderá funcionar em 3 esferas: federal, municipal e estadual. 
· Sentido material/funcional - Atividades administrativas: Serviços públicos, atividade de fomento (aquela que o estado concede um favorecimento a um particular que age em prol do interesse público), atividade de intervenção (o estado poderá fiscalizar a atividade privada, ou também ele poderá participar diretamente desta atividade privada através das estatais) e polícia administrativa (restringe liberdades e interesses individuais em prol do interesse público). 
· Sentido formal/subjetivo/orgânico - o foco é em quem exerce atividade, seja ela qual for. Equivale às pessoas, ao os órgãos ou agente públicos.
· Função administrativa: é concreta (não inova; executa as leis) - a atividade administrativa deve ser cumprida no estrito sentido da lei (Princípio da legalidade); é parcial; é subordinada ao controle jurisdicional. 
Sistemas administrativos
· Inglês / Unidade da jurisdição - é o adotado pelo Brasil. Inafastabilidade de jurisdição. Toda situação pode ser levada ao poder judiciário mesmo que já tenha sido julgada no âmbito administrativo. Somente o poder judiciário tem poder de julgar definitivamente – coisa julgada (art. 5º Cf)
· Frances / Contencioso Administrativo: as causas submetidas aos tribunais administrativos não poderão ser revistas pela jurisidição comum. 
· Ramo do Direito Privado: Regula relações privadas, protege interesses particulares, relação de igualdade entre as partes (a administração pública pode fazer parte dessa relação).
· Ramo do Direito Público: Regula interesses da sociedade como um todo, protege o interesse público, há uma relação de desigualdade entre as partes (a administração atua com seu poder de império).
· O Direito Administrativo encontra-se dentro do direito púbico: conjunto de regras e princípios que regem o funcionamento da máquina publica, a relação dos agentes públicos e órgãos públicos entre si e com os administrados e a gestão dos bens públicos, sempre visando proteger e atender ao interesse público.
· Regime Jurídico-Administrativo: Confere poder à Administração Pública para que ela atenda ao dever maior de proteger os interesses públicos. O poder é instrumento para se obter o dever. Portanto, a Administração Pública tem o poder-dever de atual em prol do interesse público. Os privilégios não podem ser usados para uma vontade pessoal do agente público. SEMPRE deve existir interesse público para a administração pública agir. Mas como posso definir interesse público? Primeiramente interesse público primário que é o verdadeiro interesse da coletividade, considerando superior interesse particular. Porém existe o interesse público secundário que é o interesse egoístico da administração pública, é seu interesse patrimonial como pessoa jurídica de direito público. (Ex: interesse público secundário: aumento imposto para melhoria na saúde, desde que o dinheiro seja aplicado respeitando o interesse primário).
PRINCIPIOS DA ADMINISTRAÇÃO
Os princípios vão atuar como limitadores para o ramo administrativo. Alguns são explícitos em lei, outros implícitos (não necessariamente positivado).
EXPLICITOS:
Princípio da SUPREMACIA DO INTERESSE PUBLICO SOBRE O INTERESSE PRIVADO
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
· É a base do dir. administrativo, demonstra que o interesse público é supremo, é maior que meros interesses privados. Decorre do princípio republicano previsto no art. 01º da constituição: todo poder emana do povo que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos dessa constituição. A atuação estatal representa o povo.
· A administração possui privilégios ou prerrogativas são somente necessárias para que se proteja esse interesse público. Sendo assim o princípio da supremacia é postulado do regime jurídico administrativo que concede todas as prerrogativas e poderes a administração pública. Porém o princípio não é aplicável todo tempo, nem sempre o interesse público vai ser superior existe casos em que a administração vai atuar em pé de igualdade com o particular, são as situações que ela se submeterá ao direito privado.
· Este princípio é aplicado tanto na execução de uma lei pela administração pública, ou seja, na execução de uma lei deve sempre dar a preferência ao interesse público, como também na elaboração da lei. O poder legislativo também é afetado por esse princípio. Ou seja:
· É A BASE PARA O REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
· CONCEDE PRERROGATIVAS PARA QUE A ADM PUBLICA ATINJA SUAS FINALIDADES
· HÁ INCIDENCIA DIRETA QUANTO A ADM PUBLICA AGE COM PODERES DE IMPÉRIO, EM UMA RELAÇÃO DER VERTICALIDADE FRENTE AO PARTICULAR; (EX: DESAPROPRIAÇÃO, TOMBAMENTO E CAUSAS EXORBITANTES).s
PRINCIPIO DA PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE OU DE VERACIDADE
Alguns autores consideram um princípio autônomo, outros que decorre da supremacia e da
indisponibilidade. Esse princípio possui dois aspectos: 
1) a verdade dos fatos, então presume-se que os fatos aconteceram de verdade. 
2) Presume-se que os atos da adm são legítimos pois são pautados em lei. Porém a presunção é relativa, o ônus de provar em contrario que não élegitima, é do particular.
· PRESUME-SE A VERDADE DOS FATOS
· PRESUME-SE A LEGITIMIDADE DA ATUAÇÃO ADM PUBLICA QUE ESTÁ PAUTADA EM LEI
· ESSA PRESUNÇÃO FAZ COM QUE AS DECISÕES ADM SEJAM PRONTAMENTE EXECUTADAS, CRIANDO OBRIGAÇÕES AOS ADMINISTRADORES E SANÇÕES ÀQUELES QUE DESCUMPREM.
· ONUS DE PROVAR QUE ESSA PRESUNÇÃO É FALSA É DO PARTICULAR: PORTANTO É UMA PRESUNÇÃO RELATIVA.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucionalnº 19, de 1998)
O LIMPE é uma combinação interessante de letras, formada por alguns princípios encontrados na Constituição Federal da República Federativa do Brasil. São eles, respectivamente, os princípios:
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência
Esses apresentados, são referentes à Administração Pública e estão presentes no artigo 37 da Constituição Federal de 1988. Através dele, todas as pessoas que fazem parte dessa administração devem se pautar, em obediência à Constituição Brasileira. É importante ressaltar, que os princípios citados não são os únicos, mas há referência de outros princípios em leis esparsas e específicas.
Princípio da Legalidade
A Legalidade está no alicerce do Estado de Direito, no princípio da autonomia da vontade. É um dos mais importantes para a Administração Pública. Baseia-se no Art. 5º da CF, que diz ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de pressuposto de que tudo o que não é proibido, é permitido por lei. Mas o administrador público deve fazer as coisas sob a regência da lei imposta. Portanto, só pode fazer o que a lei lhe autoriza. Ele não pode se distanciar dessa realidade, caso contrário será julgado de acordo com seus atos.
Princípio da Impessoalidade
A imagem de administrador público não deve ser identificada quando a Administração Pública estiver atuando. Outro fator é que o administrador não pode fazer sua própria promoção, tendo em vista seu cargo, pois esse atua em nome do interesse público. E mais, ao representante público é proibido o privilégio de pessoas específicas. Todos devem ser tratados de forma igual.
Princípio da Moralidade
Esse princípio tem a junção de Legalidade com Finalidade, resultando em Moralidade. Ou seja, o administrador deve trabalhar com bases éticas na administração, lembrando que não pode ser limitada na distinção de bem ou mal. Não se deve visar apenas esses dois aspectos, adicionando a ideia de que o fim é sempre será o bem comum. A legalidade e finalidade devem andar juntas na conduta de qualquer servidor público, para o alcance da moralidade.
Princípio da Publicidade
Na Publicidade, o gerenciamento deve ser feito de forma legal, não oculta. A publicação dos assuntos é importante para a fiscalização, o que contribui para ambos os lados, tanto para o administrador quanto para o público. Porém, a publicidade não pode ser usada de forma errada, para a propaganda pessoal, e, sim, para haver um verdadeiro controle social.
Princípio da Eficiência
O administrador tem o dever de fazer uma boa gestão. É o que esse princípio afirma. O representante deve trazer as melhores saídas, sob a legalidade da lei, bem como mais efetiva. Com esse princípio, o administrador obtém a resposta do interesse público e o Estado possui maior eficácia na elaboração de suas ações. Esse princípio anteriormente não estava previsto na Constituição e foi inserido após a Emenda Constitucional nº 19/98, relativo a Reforma Administrativa do Estado.
 
O caput do artigo 37 da CF enumera os princípios básicos da Administração Pública, e estes se aplicam aos três poderes e à Administração Pública Direta e Indireta. 
São princípios básicos da Administração Pública: a legalidade, segundo o qual, ao administrador somente é dado realizar o que estiver previsto na lei; impessoalidade, que exige que a atuação do administrador público seja voltada ao atendimento impessoal e geral, ainda que venha a interessar a pessoas determinadas, não sendo a atuação atribuída ao agente público, mas à entidade estatal a que se vincula; moralidade, que estabelece a necessidade de toda a atividade administrativa atender a um só tempo à lei, à moral e à eqüidade, em suma, aos deveres da boa e honesta administração; publicidade, que faz com que sejam obrigatórios a divulgação e o fornecimento de informações de todos os atos praticados pela Administração Pública, e eficiência, que impõe a necessidade de adoção, pelo administrador, de critérios técnicos e profissionais, que assegurem o melhor resultado possível, rechaçando-se qualquer forma de atuação amadorística e ineficiente do Poder Público. 
Passamos ao exame detido dos princípios supramencionados.
O mais importante dos princípios da Administração Pública, por ser vetor basilar do regime jurídico-administrativo, é o princípio da legalidade. Em razão do princípio da legalidade, somente é considerada legítima a atuação do agente público ou da Administração Pública, se for permitida por lei. Isto porque, toda atividade administrativa que não estiver autorizada por lei é ilícita, ressaltando-se que, se ao particular é dado fazer tudo quanto não estiver proibido; ao administrador somente é franqueado o que estiver permitido por lei, já que a atuação administrativa se encontra subordinada de forma indelével à vontade legal. 
Ressoa evidente que o princípio da legalidade constitui uma das principais garantias dos direitos individuais, já que a própria lei, que define os aludidos direitos, também estabelece os limites da atuação administrativa, restringindo, por vezes, o exercício de tais direitos, em benefício da coletividade. O princípio da legalidade, que não está albergado apenas no artigo 37, mas também nos artigos 5º, incisos II e XXXV, e 84, inciso IV da Lei Maior, importa em subordinação do administrador à legislação, devendo ser fielmente realizadas as finalidades normativas, posto que só é legítima a atividade do administrador público, se estiver compatível com as disposições legais.

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