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Thaís Pires 1 Locomoção Problema 3 1. Estudar a morfologia (histologia e anatomia dos tendões) e sua função; Os tecidos conjuntivos são divididos em tecido conjuntivo propriamente dito (frouxo e denso) e especializado (adiposo, ósseo) → os TCPD é dividindo, ainda, em FROUXO e DENSO – o frouxo é aquele presente em quase todos os epitélios, funcionando como tecido de sustentação – já o DENSO, também chamado de FIBROSO, contém mais COLÁGENO que o frouxo, sendo capaz de RESISTIR A FORÇAS DE TRAÇÃO TCPD – denso não-modelado – semelhante ao frouxo, porém suas fibras colágenas são mais ESPESSAS e organizadas em DIVERSAS DIREÇÕES, permitindo resistir a forças em vários planos – presente na DERME, que resiste a forças angulares, e nas CÁPSULAS FIBROSAS, que circundam rins, linfonodos TCPD – denso modelado – possui um arranjo de fibras colágenas que seguem a MESMA DIREÇÃO, sendo essa PARALELA à força de tração → essas fibras colágenas estão por entre os FIBROBLASTOS, responsáveis pela sua produção e pela produção de MEC – quando não tensionada, essas fibras se apresentam LIGEIRAMENTE ONDULADAS – esse tecido é MAL VASCULARIZADO e não possui CÉLULAS ADIPOSAS OU DE DEFESAS / por sua grande resistência à tração, compõe os LIGAMENTOS, APONEUROSES e TENDÕES Tendões – são estruturas que transmitem FORÇA MUSCULAR AO OSSO e apresentam variações na FORMA e no TAMANHO, podendo ser CILÍNDRICOS OU ACHATADOS → o tendão mais forte do corpo é o CALCÂNEO/DE AQUILES que une gastrocnêmio + sóleo + calcâneo, suportando cerca de 10x que o peso corporal – esses tendões representam as EXTREMIDADES DOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS, unindo-o ao osso → de acordo com o numero de tendões, o músculo é classificado em bíceps, triceps, quadriceps Os tendões CRUZAM as articulações e apresentam regiões recobertas por BAINHAS SINOVIAIS, o que permite o seu deslizamento com menor atrito → encobrindo os tendoões+bainhas, existem os RETINÁCULOS, envoltórios fibrosos que funcionam como uma CONTENÇÃO em POLIA para evitar que a contração levante os tendões!! – os tendões deslizam pelos retináculos sem atrito pela bainha sinovial Os tendões possuem um HIERARQUIA ESTRUTURAL – fascículos → fibras → fibrilas → microfibrilas / cerca de 75% do seu componente CELULAR se dá por FIBROBLASTOS e FIBRÓCITOS, sendo os primeiros aqueles com numerosas organelas citoplasmáticas (alta atividade metabólica) para a síntese de MEC (colágeno, proteoglicanos e proteians não- colágenas), enquanto que os segundos aqueles chamados de FIBRÓCITOS QUIESCENTES, que são fibroblastos alongados que possuem capacidade de síntese caso estimulados Fibras Colágenas – as fibras colágenas dos tendões são do TIPO 1 e representam cerca de 80-90% do peso de um tendão desidratado, sendo responsáveis pela ESTABILIDADE ESTRUTURAL E MECÂNICA / associado ao tipo 1, existem fibras do TIPO 2 na região de COMPRESSÃO DOS TENDÕES; tipo 3 que controla o diâmetro fibrilar; os tipos 12 e 14 que participam do crescimento das fibras Proteoglicanos – são variados, mas possuem função de ligação ao colágeno fibrilar par que haja a ESTABILIZAÇÃO dessas fibras, mediando a interação com OUTROS COMPONENTES DA MATRIZ → assegura o desenvolvimento e a maturação, portanto influencia na/o ORGANIZAÇÃO, TAMANHO FINAL A PROPORÇÃO entre os componentes da MEC é que define a FORMA DO TENDÃO, bem como a sua FORÇA DE RESISTÊNCIA → as FIBRAS são as responsáveis pela RESISTÊNCIA DE UM TENDÃO, sendo a eficiência desse procesos resultante da DIRECIONAMENTO PARALELO DESSAS em relação às forças Thaís Pires 2 Locomoção 2. Caracterizar as tendinites e as tendinoses (quadro clínico, diagnóstico, exames complementares, tratamento, dd) Tendinites – na prática médica, essas tendinites ocorrem de forma SUBAGUDA ou INSIDIOSA, i.e., pequenas lesões, aparentemente inócuas, que são REPETIDAS nos tendões → resultante de forças de ESTIRAMENTO, ATRITO ou COMPRESSÃO, causam ROTURAS MICROSCÓPICAS das fibras tendinosas que desencadeiam um processo de INFLAMAÇÃO (edema e acúmulo de células inflamatórias) → essa processo gera DOR, que é agravada por determinados movimentos de ESTIRAMENTO ou COMPRESSÃO Fator de Risco – Como o tendão é relativamente AVASCULAR e, ao longo do envelhecimento, sofre uma DEGENERAÇÃO DAS FIBRAS COLÁGENAS associada a uma DEGENERAÇÃO DAS FIBRAS ELÁSTICAS, há uma fragilização dos tendões, facilitando a ROTURA → INFLAMAÇÃO Diagnóstico - A tendinite é geralmente diagnosticada por meio da história que o paciente conta ao médico + exame físico - O médico buscará por sinais de dor e sensibilidade nos locais indicados pelo paciente → existem testes físicos específicos para cada tipo de tendão / Pode ser que o médico solicite algum exame de imagem que julgar apropriado para certificar-se do diagnóstico, avaliar o grau de inflamação e, também, para eliminar outras possíveis causas de dor / US e ELETRONEUROMIOGRAFIA - O registro eletromiográfico permite observar o comportamento eletrofisiológico do músculo em diferentes condições fisiológicas e patológicas. O exame inclui a introdução de eletrodos em forma de agulhas na musculatura esquelética ou por eletrodos de superfície Tratamento – é, na maioria das vezes, CONSERVADOR – na FASE AGUDA (2-3 semanas), há indicação para REPOUSO do tendão (evitar atividades que exarcebam a dor), uso de AINES e CRIOTERAPIA em sessões de 15-20 mins a cada 4-6h / após a melhora da dor, exercícios de FORTALECIMENTO E ALONGAMENTO do tendão / na fase CRÔNICA, há o uso da FONOFORESE (ultrassom), CALOR LOCAL e TENS – em casos de tendinite refratária ou em que houve rotura, há indicação do TRATAMENTO CIRÚRGICO Tenossivites – quando há uma inflamação do TENDÃO + BAINHA SINOVIAL, ocorre o ACÚMULO DE LÍQUIDO no interior da bainha De Quervain – na região da articulação do punho passam diversos tendões, sendo os da face PALMAR = FLEXORES e da face DORSAL = EXTENSORES, decorrentes de músculos do antebraço que se inserem na mão para movimentar o punho → esses tendões estão contidos em retináculos extensores (6 compartimentos) e flexores / essa tenossivite é a mais COMUM e importante, sendo caracterizada pela inflamação dos tendões e bainhas sinoviais dos músculos ABDUTOR LONGO e EXTENSOR CURTO do polegar, localizados no compartimento radial do retináculo dos extensores → essa inflamação é decorrente de LER em indivíduos que utilizam excessivamente o PUNHO EM DESVIO ULNAR (passar roupa, digitar teclado), o que causa um EDEMA na bainha e no tendão, AUMENTANDO O ATRITO COM O RETINÁCULO Quadro Clínico – evolução insidiosa com DOR REFERIDA NA REGIÃO RADIAL do punho, adjacente ao processo estiloide do rádio, que pode se irradiar par o POLEGAR → agravada por movimentos do punho em desvio ulnar Diagnóstico – essencialmente clínico quando apresenta dor a: flexão e extensão do polegar; adução e abdução com resistência do examinador; digitopressão do processo estiloide radial / Manobra semiológica – TESTE DE FINKELSTEIN – após o pct realizar uma FLEXÃO DE POLEGAR sob algum dedo da mão, o examinador realiza DESVIO ULNAR PASSIVO → muita dor Tratamento – terapia conservadora com CRIOTERAPIA, AINES e FONOFORESE COM HIDROCORTISONA GEL, i.e., ultrassom após gel de corticoide → indicada a imobilização em semi-abdução e semi-extensão = POSIÇÃO NEUTRA Thaís Pires 3 Locomoção Tendinoses – é uma TENDINOPATIA CRÔNICA caracterizada pela degeneração INTRATENDÍNEA com desorganização das fibras colágenas e morte celular focal, apresentando NÓDULOS EDEMACIADOS NOS TENDÕES → microscopicamente apresenta FEIXES DE COLÁGENO AMORFOS, DESORGANIZADOS E DESCONTÍNUOS, devido ao aumento da MEC, sendo que esse aumento se deve a proliferação de fibroblastos e miofibroblastos junto à área lesada → NÃO APRESENTA PROCESSO INFLAMATÓRIO → OU SEJA, enquanto a tendinite é AGUDA, INFLAMATÓRIA, a tendinose é CRÔNICA ondeocorre DEGENERAÇÃO DO TENDÃO com SUBSTITUIÇÃO das fibras de colágeno!!! Obs - não há evidência de processo inflamatório na maioria dos estudos histopatológicos, bioquímicos e moleculares com as chamadas tendinites. Este tem sido o motivo pelo qual alguns autores sugeriram que o melhor termo a ser utilizado seja “tendinose”, que significa processo degenerativo tendíneo. 3. Estudar a inervação sensitiva e motora da mão; Nervos MEDIANO, ULNAR e RADIAL + ramificações ou comunicações dos NERVOS CUTÂNEOS LATERAL E POSTERIOR envias fibras que suprem a pele do dorso da mão → esses nervos conduzem fibras SENSITIVAS dos nervos espinhais C6-C8; os nervos MEDIANO e ULNAR conduzem fibras MOTORAS de T1 Nervo Mediano – entra através do TÚNEL DO CARPO profundamente ao RETINÁCULO DOS MÚSCULOS FLEXORES juntamente aos 9 TENDÕES musculares → o TÚNEL DO CARPO é a região de passagem profunda ao retináculo dos felxores entre os TUBÉRCULOS DOS OSSOS ESCAFOIDE E TRAPEZOIDE lateralmente e entre o OSSO PISIFORME E HÂMULO DO HAMATO na região medial / proximalmente o mediano supre os MÚSCULOS TENARES e envias fibras SENSITIVAS para a pele da FACE PALMAR + LATERAL DOS 3 PRIMEIROS DEDOS + METADE LATERAL DO 4º DEDO → essa inervação sensitiva se dá pelo RAMO CUTÂNEO PALMAR DO MEDIANO, que não penetra o túnel e o retináculo Nervo Ulnar – prossegue do antebraço por meio do TÚNEL ULNAR onde é limitado pela fascia à face ANTERIOR DO RETINÁCULO / proximal ao punho emite o ramo CUTÂNEO PALMAR que inerva a pele na face medial da palma / o ramo CUTÂNEO DORSAL supre a metade medial do dorso da mão, o mindinho e a metade medial do 4 dedo / RAMO SUPERFICIAL DO NERVO ULNAR ramos cutâneoa para as faces anteriores do 5 dedo e anterior distal do 4 / RAMO PROFUNDO DO ULNAR supre os músculos hipotênares, músculos interósseos!! Thaís Pires 4 Locomoção Nervo Radial – não supre músculos da mão – o ramo SUPERFICIAL DO RADIAL é essencialmente sensitivo dos dois terços laterais do dorso da mão, o dorso proximal do polegar e a metade distal do indicador 4. Estudar a anatomia do túnel do carpo; Anatomia O túnel do carpo é um TÚNEL OSTEOFIBROSO INEXTENSÍVEL TETO = o retináculo dos flexores (rf) ASSOALHO = caneleta carpiana BORDA ULNAR = hâmulo do hamato + piramidal + pisiforme BORDA RADIAL = escafoide, o trapézio e o tendão do flexor radial do carpo (FRC) BASE = formada pela cápsula e os ligamentos radiocárpicos anteriores recobrem as porções subjacentes do escafoide, do semilunar, do capitato, do hamato, do trapézio e do trapezoide. Conteúdo O nervo mediano é acompanhado pelos quatro tendões dos flexores superficiais dos dedos (FSD), os quatro tendões dos flexores profundos dos dedos (FPD) e o tendão flexor longo do polegar (FLP – o mais RADIAL). Na entrada do túnel, o nervo mediano está situado dorsalmente em relação ao palmar longo → POSIÇÃO NEUTRA DO PUNHO, o nervo mediano está em frente ao FSD do indicador, entre o FLP e o FSD do indicador ou em frente ao FSD do dedo médio. 5. Estudar os sinais e sintomas da síndrome do túnel do carpo; É a mais frequente das SÍNDROMES COMPRESSIVAS, sendo caracterizada pela COMPRESSÃO/TRAÇÃO do nervo mediano ao nível do punho → PROXIMAL ao túnel do carpo (decorrente da flexão de punho) ou PROXIMAL ao HÂMULO DO HAMATO / Essa compressão/tração nervosa pode causar sequencialmente: problemas na microcirculação sanguínea intraneural; lesões na bainha de mielina e no axônio; alterações no tecido conjuntivo de suporte (epineuro, perineuro, endoneuro) → a partir daí, pode ser classificada em estágios anatomoclínicos / ATENÇÃO – a pressão normal no túnel do carpo é de 25mmHg (neutra) e 30-31 mmHg (extensão e flexão) → na STC, é de 32 mmHg (neutra) e 99-110 mmHg (extensão e flexão) 1. Estágio Precoce – é o INICIAL com sintomatologia INTERMITENTE E NOTURNA → na STC idiopática, esse algia noturna está associada à/ao: redistribuição dos fluidos em posição supina; falta de drenagem pela bomba muscular para a retirada desses fluidos; tendência a posicionar o punho em flexão; aumento da PA na segunda metade da noite / se esse aumento da pressão no túnel ultrapassar 40-50 mmHg, há interferência no RETORNO VENOSO da microcirculação e causar uma diminuição do aporte de oxigênio → a movimentação reduz o edema e melhora os sintomas 2. Estágio Intermediário – apresenta sintomas DIURNOS E NOTURNOS, uma vez que as anomalias vasculares são PERMANENTES, associadas a um edema epineural e intrafascicular = aumento de Thaís Pires 5 Locomoção pressão dos fluidos – o edema causa um afluxo celular e um espessamento do epineuro, com destruição da BAINHA DE MIELINA E NODOS DE RANVIER → a descompressão causa o alívio dos sintomas pelo reestabelecimento da microcirculação, mas a restauração da bainha de mielina demanda MESES, justificando os sintomas INTERMITENTES e as ANOMALIAS ELETROFISIOLÓGICAS 3. Estágio Avançado – sintomas PERMANENTES com sinais de DÉFICIT SENSITIVO OU MOTOR decorrentes da INTERRUPÇÃO DOS NEURÔNIOS → os envoltórios conjuntivos são sede de um espessamento FIBROSO REACIONAL / após a descompressão, a recuperação depende da REGENERAÇÃO NERVOSA, fator intrínseco do paciente (idade, polineuropatias) Sinais e Sintomas – Quadro inicial: queixas essencialmente SENSITIVAS, como sensação de formigamento intermitente que pode estar acompanhada de dor e queimação → manifestadas na REGIÃO INERVADADA PELO MEDIANO Quadro Avançado: manifestações de alteração muscular quando à trofia (atrofia tenar) e proprioceptivas – por isso testes de força bilaterais → a ATROFIA/HIPOTROFIA TENAR apresenta uma redução da força de PREENSÃO PALMAR e de PINÇA POLEGAR-INDICADOR – a alteração PROPRIOCEPTIVA está relacionada com a perda do equilíbrio entre ANTAGONISTA/AGONISTA Apresenta uma história pregressa de movimentos repetitivos que, caso realizados quando há dor, exacerbam esse quadro!!! 6. Saber realizar os testes Tinel e Phalen, teste de sensibilidade, força motora e manobras contra a resistência e medir força de garra e preensão através do dinamômetro; Há controvérsias a respeito do exame mais confiável, mas todos concordam que não existe um padrão-ouro → HISTÓRIA CLÍNICA + EXAMES PRIMÁRIOS CLÍNICOS Testes de Provocação – parte-se do pressuposto que o nervo mediano está acessível em frente à dobra de flexão do punho e atrás do palmar longo Sinal de Tinel – positivo quando o pct relata PARESTESIA na percussão manual da face PALMAR ao nível do nervo mediano – sensibilidade de até 79% e especificidade até 100%, i.e., dá grande número de FP e FN, sendo limitados → ser utilizado em associação sintoma de dor noturna e ao teste de ENMG Sinal de Phalen – muito sensível, apresentando resultado positivo em 80% dos pcts – consistem em manter o punho em flexão por 30-60 segundos e o cotovelo estendido, sendo positivo quando apresenta SINTOMAS (parestesia) Teste de Paley e McMurphy – pressão manual próximo ao nervo mediano, entre 1-2cm proximais da dobra de flexão do punho – positivo se desencadear DOR OU PARESTESIA Teste de compressão em flexão do punho – com o punho flexionado a 60°, cotovelo estendido e antebraço em supinação, aplica-se uma pressão na região MEDIANA do túnel do carpo, i.e., no pisiforme – positivo se apresentar PARESTESIA Os TESTES DE SENSIBILIDADE são úteis quando o exame físico causa dúvida e, principalmente, quando há CONTROVÉRSIA entre exame físico e eletroneuromiografia Teste de Weber/ Discriminação de 2 pontos estáticos – estuda a discriminação da polpa dos dedos de dois pontos – usa um instrumento de hastes metálicas que variam a distância entre si de 2mm a 20mm– é considerada uma sensibilidade ANORMAL quando a discriminação é de 6mm OU MAIS Thaís Pires 6 Locomoção Teste de Semmes-Weinstein/ Limiar Cutâneo de Pressão – levaem consideração a relação FIBRA NERVOSA/RECEPTOR CUTÂNEO, principalmente quanto a delimitação desse LIMIAR DO RECEPTOR / utilização de monofilamentos de diâmetros diferentes perpendiculares à pele, mas tamanhos iguais, que aplicar forças de acordo com a espessura → para estimar os INTERVALOS DE PERCEPÇÃO DO LIMIAR CUTÂNEO - Estimular, na mão, os territórios de 1, 2 e 3 NA FIGURA → Força Motora – compreende a FORÇA DE OPOSIÇÃO do polegar em busca de uma AMIOTROFIA TENAR → redução de PREENSÃO PALMAR E PINÇÃO POLEGAR-INDICADOR Mãos entrelaçadas, roda-se um dedo em volta do outro – a incapacidade de rotação completa indica ATROFIA TENAR Coloca-se um papel entre o polegar e o indicador, avaliando se há força entre eles Força de Garra e Preensão Dinamômetro/ Dinamometria manual – AVALIAÇÃO BILATERAL - para determinação da força manual é importante que uma avaliação seja objetiva, validada e reprodutível para ser realizada, utilizando-se de instrumento confiável, que permita ao profissional responsável pela realização do teste alcançar suas conclusões - dinamômetro hidráulico analógico Jamar® é largamente utilizado, sendo considerado um equipamento PADRÃO OURO → indicará a força muscular impressa no gesto. Exames Complementares Eletroneuromiografia – técnica invasiva + dor + desconforto - verifica-se a velocidade de condução nervosa por meio de ELETRODOS DE INSERÇÃO, mostrando a saúde fisiológica do nervo mediano através do túnel do carpo → o diagnóstico acontece por meio da comparação da função do NERVO MEDIANO quando passa pela região do PUNHO e com outro segmento dele / há uma ATIVAÇÃO ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA do nervo, induzindo um potencial de ação e despolariazação → é positivo quando apresenta REDUÇÃO DA VELOCIDADE DE CONDUÇÃO SENSITIVA E MOTORA Imagem – indicados quando há uma apresentação atípica (dor incaracterística, ausência de dor noturna, suspeita de tendinite) - US e RM podem demonstrar: aumento de volume do nervo mediano proximal ou distal ao canal; redução de volume do nervo no ponto de compressão; abaulamento do retináculo dos flexores 7. Identificar as possíveis causas da síndrome do túnel do carpo e caracterizar o diagnóstico diferencial da síndrome do túnel do carpo (as tendinites, a tendinite de Quervain e a síndrome do pronador); Causas – grande parte dos casos de STC são idiopáticos / as STCs secundárias podem estar associadas a ANOMALIAS DO CONTINENTE E DO CONTEUDO DO TUNEL / as STCs DINÂMICAS são mais encontradas em patologias LABORAIS (LER) Idiopática – mais frequente no SEXO FEMININO, entre 40-60 ANOS e entre 50-60% dos casos são BILATERAIS – causada por uma hipertrofia da membrana sinovial dos tendões flexores Secundária – se for causada por ANOMALIAS DO CONTINENTE (qualquer condição que modifique as paredes do túnel – compressão) envolvem: forma ou posição dos ossos do carpo; anomalias distais do rádio; anomalias articulares e acromegalia / as ANOMALIAS DO CONTEÚDO envolvem: hipertrofia tenossivial; tenossinovites em geral (inflamatória, metabólica); anomalias de distribuição de fluido (gravidez, insuficiência renal); músculo supranumerário; tumor intratúnel; obesidade Thaís Pires 7 Locomoção Dinâmica – baseia-se no pressuposto que a pressão aumenta com a extensão e flexão de punho → esses movimentos repetitivos podem causar uma INCURSÃO DOS CORPOS MUSCULARES para o túnel = PATOLOGIAS OCUPACIONAIS Computadores – houve um aumento na tendência a STC em indivíduos que trabalhavam cerca de 20 OU MAIS HORAS POR SEMANA Exposição à Vibração – um fator predisponente menor – tem como consequência a compressão microcirculatória e edema intraneural Aguda – traumatismo; infecção; hemorragias; injeção de alta pressão; trombose aguda da artéria do nervo mediano; queimadura A instalação da STC por trabalho repetitivo pode ocorrer em decorrência de lesões AGUDAS E CRÔNICAS – a aguda é quando o nível de força aplicado é BAIXO, mas considerado acima da capacidade adaptativa do sistema muscular – as CRONICAS são consequência de sobrecargas a logo prazo Diagnóstico Diferencial O dd deve incluir QUALQUER PATOLOGIA QUE CURSA COM DOR E ALTERAÇÕES SENSITIVAS NAS MÃOS Síndrome do Desfiladeiro Torácico – distúrbios causados pela pressão nos nervos, conforme passam entre o pescoço e o tórax - dor e sensação de formigamento (parestesias) na mão, no pescoço, no ombro e no braço → compressão em C8-T1 que causa comprometimento da musculatura do nervo ULNAR e mediano Síndrome de Quervain - na síndrome de De Quervain há uma tenossinovite dos tendões dos músculos abdutor longo e extensor curto do polegar ocasionada por movimentos repetidos, resultando em dor e hiperestesia na região do punho próxima ao polegar. No exame, muitas vezes é possível o diagnóstico por meio do teste de Finkelstein, que provoca agravamento da dor quando o polegar é abduzido passivamente Síndrome do Pronador Redondo – compressão do nervo mediano ao nível proximal – COTOVELO – caracterizada por HIPOESTESIA NOS DEDOS RADIAIS / Phalen negativo, Tinel positivo PROXIMAL, alteração de sensibilidade próxima a região tenar, ELNM normal / Sinal de Benediction = perda da flexão DAS FALANGES DISTAIS do POLEGAR, INDICADOR E MÉDIO 8. Citar as formas de tratamento para a síndrome do túnel do carpo; Tratamento depende da DURAÇÃO E INTENSIDADE DO QUADRO Clínico – na maioria dos casos, é a primeira alternativa, principalmente quando o comprometimento sensitivo e/ou motor é importante → MEDICAÇÃO + FISIOTERAPIA / Inicialmente, evitar situações que precipitem dor – flexão e extensão – por uma imobilização com TALA por 2 a 4 semanas + paralelamente deve-se tentar IDENTIFICAR E TRATAR possíveis doenças sistêmicas que desencadeiem STC por sinovites ou tenossinovites / caso haja PERSISTÊNCIA DOS SINTOMAS, utiliza-se infiltração de corticoide na região do ligamento transverso do carpo para alívio TEMPORÁRIO pela redução a reação inflamatória Cirúrgico – indicado em pacientes que MANTEM OS SINTOMAS apesar do tratamento conservador ou em pacientes que apresentem sinais de COMPROMETIMENTO IMPORTANTE DO NERVO (comprometimento da sensibilidade, fraqueza muscular e atrofia tenar) Técnica Cirúrgica - A descompressão do nervo mediano no túnel do carpo em geral é realizada com uma incisão cutânea de aproximadamente 3 a 4 cm posicionada na superfície palmar da mão, com leve concavidade lateral, medial e paralela à prega tenar, estendendo-se até a prega flexora do punho, com orientação longitudinal e alinhada no sentido do espaço entre o terceiro e quarto dedos. Após a retração do tecido subcutâneo e da fáscia palmar, é realizada a incisão do ligamento transverso do carpo em toda sua extensão, expondo todo o trajeto do nervo mediano no túnel do carpo. O tratamento Thaís Pires 8 Locomoção também pode ser realizado por meio do endoscópio, com menor trauma cirúrgico e, consequentemente, menor reação inflamatória – menor tempo de recuperação (14 dias) enquanto 28 dias para a tradicional → possui um índice de sucesso maior que 90% e uma morbidade pós-operatória menor que 3% Persistência dos sintomas pós-cirurgia – pode retardar o retorno as atividades habituais e está relacionada a SECÇÃO INCOMPLETA DO LINGAMENTO TRANSVERSO DO CARPO 9. Discutir as implicações trabalhistas e médico legais neste caso. As doenças do sistema musculoesquelético são as principais causas de incapacidade e abstenção na população trabalhadora em geral → as doenças dos membros superiores receberam nomenclatura LER DORT O PERITO MÉDICO e o MÉDICO DO TRABALHO precisam estar familiarizados com essas doenças e seus fatores de risco para que os primeiros possam realizar uma avaliação isenta e embasar seus laudos tecnicamente, enquanto os segundos têm condições de atuar na sua prevenção e no diagnóstico precoce!!! Cabe ao perito médico CARACTERIZARO DANO SOFRIDO PELO TRABALHADOR, o NEXO CAUSAL (relação direta de causa e efeito entre dois eventos sucessivos, ou seja, a ocorrência do segundo evento decorre diretamente do primeiro) com o trabalho e as CIRCUNSTÂNCIAS QUE CONCORRERAM para a ocorrência do acidente/doença relacionado ao trabalho – Conforme a Lista B, do Anexo II do Decreto nº 3.048/99, a síndrome do túnel do carpo (STC) está associada aos seguintes agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional: posições forçadas e gestos repetitivos. Perícia STC - Anamnese Identificação: sexo feminino, faixa etária entre 40 e 60 anos de idade, baixo nível socioeconômico e cultural. Queixa e duração: bilateralidade, pico da doença relacionado ao tempo de até três anos e meio de atividade alegada como causadora. História pregressa da moléstia atual: o quadro inicial caracteriza-se por queixas sensitivas – sensação de formigamento (hipoestesia) na mão, à noite; dor e parestesia em área do nervo mediano (polegar, indicador, médio e metade radial do anular); desconforto que pode se irradiar até os ombros. Correlação do tempo dos sintomas com o grau de comprometimento nervoso. Interrogatório sobre os diversos aparelhos: investigação acerca das patologias de base que cursam com a STC – como diabetes mellitus, hipotiroidismo, acromegalia, gota, artrite reumatoide e amiloidose, tendinites dos flexores Hábitos e vícios: tabagismo, atividades físicas que exijam pressão na região do túnel do carpo (por exemplo, ciclismo, musculação etc.). Exame físico geral: índice de massa corpórea (IMC) acima de 25, fácies, alterações ao EFG compatíveis com as doenças supracitadas Exame físico específico: os principais testes clínicos específicos considerados pela literatura são: Sinal de Tinel, Sinal de Phalen, Teste de Paley e McMurphy e teste de compressão em flexão do punho. Investigação do Ambiente de Trabalho Conforme literatura médica, os principais fatores de risco ocupacionais isolados foram: •força manual maior do que 4 kg; •vibração de membros superiores; •repetitividade; •posições forçadas com os punhos (extensão e/ou flexão) Thaís Pires 9 Locomoção •trabalhos extenuantes (high strain job: muita exigência e pouco controle sobre a tarefa). ➔ Essa anamnese tem como principal objetivo DEFINIR QUAL MODALIDADE DA STC É ENQUADRADA COMO DOENÇA OCUPACIONAL Na presença dos fatores de risco ocupacionais, para aqueles casos de STC primária, o perito médico deverá estabelecer ou descartar o nexo de acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde (natureza da exposição, especificidade da relação causal e a força da associação causal, tipo de relação causal com o trabalho, grau ou intensidade da exposição, tempo de exposição, tempo de latência, registros anteriores e evidências epidemiológicas) → uma vez que esse tipo PRIMÁRIO tem grandes chances de ocorrência INDEPENDENTE DO TRABALHO REALIZADO STC secundária De continente e de conteúdo – mesmo tratamento da primária, pois poderia ocorrer independente do trabalho Dinâmica - na ausência de comorbidades associadas, a STC dinâmica, ou seja, aquela causada pelo aumento da pressão no interior do túnel decorrente de movimentos repetitivos, posições forçadas, força de prensão acima de 4 kg e exposição à vibração, deverá tecnicamente ser enquadrada como ocupacional e acidente de trabalho.
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