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Aula 2 - Evolução histórica da mediação

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Mediação de Conflitos / Aula 2: Evolução histórica da mediação 
Mediação de Conflitos
Aula 2: Evolução histórica da mediação
Introdução
Introducción
Nesta aula, veremos que permanentes conflitos marcam a nossa história, desde os povos e tribos primitivos, que quase sempre decidiam suas questões pela força, muitas vezes, com extrema violência, até os conflitos atuais.
Estudaremos a mediação em seus aspectos históricos, em sua evolução e propostas em alguns países, bem como o surgimento de sua importância em nosso país.
Perceberemos que está sendo dada, cada vez mais, importância à mediação. Observaremos como ela está sendo desenvolvida no Brasil, incluindo sua regulamentação legal.
Bons estudos!
Objetivos
Identificar o surgimento da mediação;
Contrastar as diversas formas de aplicação da mediação no mundo;
Analisar o aparecimento da mediação no Brasil;
Reconhecer a Lei da Mediação do Brasil.
Créditos
Clara Marinho
Revisor
Maiara Machado
Designer Instrucional
Érik Assumpção
Web Designer
Rostan Luiz
Desenvolvedor
Intro
Objetivos
Créditos
Introducción
Objetivos
Créditos
Introdução
Nesta aula, veremos que permanentes conflitos marcam a nossa história, desde os povos e tribos primitivos, que quase sempre decidiam suas questões pela força, muitas vezes, com extrema violência, até os conflitos atuais.
Estudaremos a mediação em seus aspectos históricos, em sua evolução e propostas em alguns países, bem como o surgimento de sua importância em nosso país.
Perceberemos que está sendo dada, cada vez mais, importância à mediação. Observaremos como ela está sendo desenvolvida no Brasil, incluindo sua regulamentação legal.
Bons estudos!
Objetivos
Identificar o surgimento da mediação;
Contrastar as diversas formas de aplicação da mediação no mundo;
Analisar o aparecimento da mediação no Brasil;
Reconhecer a Lei da Mediação do Brasil.
A mediação no mundo
A mediação no mundo
Você sabia?
¿Qué sabes?
Somente a partir da virada do século XX, a mediação tornou-se institucionalizada em vários países, e desenvolveu-se como uma profissão reconhecida. O crescimento da mediação deve-se, principalmente, ao reconhecimento dos direitos humanos: aspirações em relação à participação democrática em todos os níveis sociais, a crença de que o indivíduo tem o direito de participar e ter controle sobre as decisões que afetam a sua vida e maior tolerância à diversidade.
Você sabia?
Somente a partir da virada do século XX, a mediação tornou-se institucionalizada em vários países, e desenvolveu-se como uma profissão reconhecida. O crescimento da mediação deve-se, principalmente, ao reconhecimento dos direitos humanos: aspirações em relação à participação democrática em todos os níveis sociais, a crença de que o indivíduo tem o direito de participar e ter controle sobre as decisões que afetam a sua vida e maior tolerância à diversidade.
PDF
Para melhor compreendermos a mediação nos dias de hoje, precisamos conhecer um pouco de sua história. Para isso, leia Breve histórico da mediação.
América do Norte
Iniciaremos nossa viagem para entender como funciona a mediação no mundo. Nossa primeira parada: América do Norte.
América do Norte
Iniciaremos nossa viagem para entender como funciona a mediação no mundo. Nossa primeira parada: América do Norte.
Canadá e Estados Unidos
O uso da mediação aumentou em muitos países e culturas, mas talvez tenha aumentado de forma mais rápida nos Estados Unidos e no Canadá. Os primeiros setores em que a mediação foi formalmente instituída situavam-se na área trabalhista, para tratar de conflitos entre patrões e empregados, em 1913.
Na esfera federal, nos Estados Unidos, serviu de modelo para o desenvolvimento de resolução de disputas, nas comunidades e em relação às práticas discriminatórias quanto à etnia e à nacionalidade. No Canadá, foram organizados serviços de resolução de disputas, também, para lidar com as diferenças entre comunidades étnicas.
Em muitas comunidades norte-americanas e canadenses, a mediação, segundo Moore (1998), vem sendo aplicada em conflitos entre proprietários e arrendatários de terras, em questões relacionadas aos desabrigados, em conflitos entre os cidadãos e a polícia e em disputas entre consumidores.
Além de programas de mediação local, há programas de âmbito estadual em muitos Estados norte-americanos.
Canadá e Estados Unidos
O uso da mediação aumentou em muitos países e culturas, mas talvez tenha aumentado de forma mais rápida nos Estados Unidos e no Canadá. Os primeiros setores em que a mediação foi formalmente instituída situavam-se na área trabalhista, para tratar de conflitos entre patrões e empregados, em 1913.
Na esfera federal, nos Estados Unidos, serviu de modelo para o desenvolvimento de resolução de disputas, nas comunidades e em relação às práticas discriminatórias quanto à etnia e à nacionalidade. No Canadá, foram organizados serviços de resolução de disputas, também, para lidar com as diferenças entre comunidades étnicas.
Em muitas comunidades norte-americanas e canadenses, a mediação, segundo Moore (1998), vem sendo aplicada em conflitos entre proprietários e arrendatários de terras, em questões relacionadas aos desabrigados, em conflitos entre os cidadãos e a polícia e em disputas entre consumidores.
Além de programas de mediação local, há programas de âmbito estadual em muitos Estados norte-americanos.
Fonte: illpos / Shutterstock
Fonte: illpos / Shutterstock
Canadá e Estados Unidos
Fonte da Imagem: illpos / Shutterstock
O uso da mediação aumentou em muitos países e culturas, mas talvez tenha aumentado de forma mais rápida nos Estados Unidos e no Canadá. Os primeiros setores em que a mediação foi formalmente instituída situavam-se na área trabalhista, para tratar de conflitos entre patrões e empregados, em 1913.
Na esfera federal, nos Estados Unidos, serviu de modelo para o desenvolvimento de resolução de disputas, nas comunidades e em relação às práticas discriminatórias quanto à etnia e à nacionalidade. No Canadá, foram organizados serviços de resolução de disputas, também, para lidar com as diferenças entre comunidades étnicas.
Em muitas comunidades norte-americanas e canadenses, a mediação, segundo Moore (1998), vem sendo aplicada em conflitos entre proprietários e arrendatários de terras, em questões relacionadas aos desabrigados, em conflitos entre os cidadãos e a polícia e em disputas entre consumidores.
Além de programas de mediação local, há programas de âmbito estadual em muitos Estados norte-americanos.
A mediação é praticada nas escolas e nas Instituições de Ensino Superior em relação às disputas de alunos entre si, entre alunos e professores, entre os membros do corpo docente e entre o corpo docente e a administração.
A mediação é praticada nas escolas e nas Instituições de Ensino Superior em relação às disputas de alunos entre si, entre alunos e professores, entre os membros do corpo docente e entre o corpo docente e a administração.
Fonte: IhorZigor / Shutterstock
Fonte: IhorZigor / Shutterstock
Fonte da Imagem: IhorZigor / Shutterstock
A mediação é praticada nas escolas e nas Instituições de Ensino Superior em relação às disputas de alunos entre si, entre alunos e professores, entre os membros do corpo docente e entre o corpo docente e a administração.
Os sistemas de Justiça Criminal do Canadá e dos Estados Unidos têm utilizado a mediação para as queixas criminais, incluindo os programas de mediação entre vítima e agressor. Uma outra área de crescimento muito rápido da mediação é a área de disputas familiares, em questões como guarda de filhos e separações.
Os sistemas de Justiça Criminal do Canadá e dos Estados Unidos têm utilizado a mediação para as queixas criminais, incluindo os programas de mediação entre vítima e agressor. Uma outra área de crescimento muito rápido da mediação é a área de disputas familiares, em questões como guarda de filhos e separações.
Fonte: IhorZigor / Shutterstock
Fonte: IhorZigor / Shutterstock
Fonte da Imagem: IhorZigor / Shutterstock
Os sistemas de Justiça Criminal do Canadá e dos Estados Unidos têm utilizadoa mediação para as queixas criminais, incluindo os programas de mediação entre vítima e agressor. Uma outra área de crescimento muito rápido da mediação é a área de disputas familiares, em questões como guarda de filhos e separações.
Nos setores corporativos e comerciais, segundo Moore (1998), a mediação, em alguns tipos de disputa, ultrapassou a arbitragem quanto a sua escolha. Uma área de amplo crescimento, nos Estados Unidos e no Canadá é a da atenção à saúde. São tratados casos de negligência médica, além de conflitos entre médicos, administradores, hospitais, equipes técnicas, disputas bioéticas, negação de cobertura de seguradoras de saúde etc.
Nos setores corporativos e comerciais, segundo Moore (1998), a mediação, em alguns tipos de disputa, ultrapassou a arbitragem quanto a sua escolha. Uma área de amplo crescimento, nos Estados Unidos e no Canadá é a da atenção à saúde. São tratados casos de negligência médica, além de conflitos entre médicos, administradores, hospitais, equipes técnicas, disputas bioéticas, negação de cobertura de seguradoras de saúde etc.
Fonte: IhorZigor / Shutterstock
Fonte: IhorZigor / Shutterstock
Fonte da Imagem: IhorZigor / Shutterstock
Nos setores corporativos e comerciais, segundo Moore (1998), a mediação, em alguns tipos de disputa, ultrapassou a arbitragem quanto a sua escolha. Uma área de amplo crescimento, nos Estados Unidos e no Canadá é a da atenção à saúde. São tratados casos de negligência médica, além de conflitos entre médicos, administradores, hospitais, equipes técnicas, disputas bioéticas, negação de cobertura de seguradoras de saúde etc.
Ásia
Seguimos adiante, próxima parada: Ásia.
Ásia
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China 
Japão 
Outros países 
China
A República Popular da China vem praticando a conciliação para resolver disputas interpessoais, comunitárias e cíveis através dos Comitês de Conciliação e tribunais de conciliação. Esses Comitês Populares são prestadores de serviços institucionalizados pelo governo. A mediação tem sido introduzida para resolver disputas ambientais entre jurisdições e entre entidades governamentais. Hong Kong institucionalizou as mediações comerciais e familiares. Segundo Nazareth (2009), o país já formou um milhão de mediadores.
Japão
O Japão tem uma longa história quanto ao uso da mediação. As bases da mediação japonesa estão ligadas aos costumes do país. A mediação está incorporada à cultura empresarial e é utilizada nos tribunais para casos cíveis de uma forma geral, principalmente na área de família. A mediação familiar é obrigatória para a maior parte dos procedimentos de divórcio e para muitas questões entre pais e filhos.
Outros países
A Coreia desenvolveu a mediação para lidar com conflitos familiares e cíveis através de programas independentes e dos tribunais. A Tailândia, a Malásia e a Indonésia desenvolveram vários setores em que a mediação é usada. As Filipinas e o Sri Lanka estabeleceram programas de mediação comunitária para os conflitos cíveis e criminais de menor potencial ofensivo. Na Índia, os Tribunais Populares oferecem mediação e conciliação para conflitos matrimoniais e cíveis. O Nepal desenvolveu os processos de mediação para tratar de conflitos conjugais, financeiros e ambientais.
China 
A República Popular da China vem praticando a conciliação para resolver disputas interpessoais, comunitárias e cíveis através dos Comitês de Conciliação e tribunais de conciliação. Esses Comitês Populares são prestadores de serviços institucionalizados pelo governo. A mediação tem sido introduzida para resolver disputas ambientais entre jurisdições e entre entidades governamentais. Hong Kong institucionalizou as mediações comerciais e familiares. Segundo Nazareth (2009), o país já formou um milhão de mediadores.
Japão 
O Japão tem uma longa história quanto ao uso da mediação. As bases da mediação japonesa estão ligadas aos costumes do país. A mediação está incorporada à cultura empresarial e é utilizada nos tribunais para casos cíveis de uma forma geral, principalmente na área de família. A mediação familiar é obrigatória para a maior parte dos procedimentos de divórcio e para muitas questões entre pais e filhos.
Outros países 
A Coreia desenvolveu a mediação para lidar com conflitos familiares e cíveis através de programas independentes e dos tribunais. A Tailândia, a Malásia e a Indonésia desenvolveram vários setores em que a mediação é usada. As Filipinas e o Sri Lanka estabeleceram programas de mediação comunitária para os conflitos cíveis e criminais de menor potencial ofensivo. Na Índia, os Tribunais Populares oferecem mediação e conciliação para conflitos matrimoniais e cíveis. O Nepal desenvolveu os processos de mediação para tratar de conflitos conjugais, financeiros e ambientais.
China
A República Popular da China vem praticando a conciliação para resolver disputas interpessoais, comunitárias e cíveis através dos Comitês de Conciliação e tribunais de conciliação. Esses Comitês Populares são prestadores de serviços institucionalizados pelo governo. A mediação tem sido introduzida para resolver disputas ambientais entre jurisdições e entre entidades governamentais. Hong Kong institucionalizou as mediações comerciais e familiares. Segundo Nazareth (2009), o país já formou um milhão de mediadores.
Japão
O Japão tem uma longa história quanto ao uso da mediação. As bases da mediação japonesa estão ligadas aos costumes do país. A mediação está incorporada à cultura empresarial e é utilizada nos tribunais para casos cíveis de uma forma geral, principalmente na área de família. A mediação familiar é obrigatória para a maior parte dos procedimentos de divórcio e para muitas questões entre pais e filhos.
Outros países
A Coreia desenvolveu a mediação para lidar com conflitos familiares e cíveis através de programas independentes e dos tribunais. A Tailândia, a Malásia e a Indonésia desenvolveram vários setores em que a mediação é usada. As Filipinas e o Sri Lanka estabeleceram programas de mediação comunitária para os conflitos cíveis e criminais de menor potencial ofensivo. Na Índia, os Tribunais Populares oferecem mediação e conciliação para conflitos matrimoniais e cíveis. O Nepal desenvolveu os processos de mediação para tratar de conflitos conjugais, financeiros e ambientais.
Austrália, Nova Zelândia e Melanésia
Agora, aterrissaremos na Oceania para conhecer a mediação nas seguintes regiões:
Austrália, Nova Zelândia e Melanésia
Agora, aterrissaremos na Oceania para conhecer a mediação nas seguintes regiões:
Austrália 
Nova Zelândia 
Melanésia 
Austrália
Na Austrália, a mediação em vários setores teve apoio financeiro de agências governamentais. Na maioria dos Estados, foram fundados Centros de mediação comunitária para as disputas cíveis e de vizinhança. Além disso, tem sido bem desenvolvida a mediação em disputas industriais e culturais dos povos aborígenes.
Nova Zelândia
Assim como a Austrália, a Nova Zelândia também teve desenvolvimento na mediação, muito semelhante aos Estados Unidos. Na Nova Zelândia, a mediação é utilizada em várias disputas como: comerciais, cíveis, crimes de menor potencial ofensivo, familiares, trabalhistas, habitacionais, agrárias e ambientais.
Melanésia
Na Melanésia, as aldeias têm um conselheiro e um comitê que se reúne para analisar as disputas. Esse processo é, ao mesmo tempo, um julgamento e um acordo por consenso.
Austrália 
Na Austrália, a mediação em vários setores teve apoio financeiro de agências governamentais. Na maioria dos Estados, foram fundados Centros de mediação comunitária para as disputas cíveis e de vizinhança. Além disso, tem sido bem desenvolvida a mediação em disputas industriais e culturais dos povos aborígenes.
Nova Zelândia 
Assim como a Austrália, a Nova Zelândia também teve desenvolvimento na mediação, muito semelhante aos Estados Unidos. Na Nova Zelândia, a mediação é utilizada em várias disputas como: comerciais, cíveis, crimes de menor potencial ofensivo, familiares, trabalhistas, habitacionais, agrárias e ambientais.
MelanésiaNa Melanésia, as aldeias têm um conselheiro e um comitê que se reúne para analisar as disputas. Esse processo é, ao mesmo tempo, um julgamento e um acordo por consenso.
Austrália
Na Austrália, a mediação em vários setores teve apoio financeiro de agências governamentais. Na maioria dos Estados, foram fundados Centros de mediação comunitária para as disputas cíveis e de vizinhança. Além disso, tem sido bem desenvolvida a mediação em disputas industriais e culturais dos povos aborígenes.
Nova Zelândia
Assim como a Austrália, a Nova Zelândia também teve desenvolvimento na mediação, muito semelhante aos Estados Unidos. Na Nova Zelândia, a mediação é utilizada em várias disputas como: comerciais, cíveis, crimes de menor potencial ofensivo, familiares, trabalhistas, habitacionais, agrárias e ambientais.
Melanésia
Na Melanésia, as aldeias têm um conselheiro e um comitê que se reúne para analisar as disputas. Esse processo é, ao mesmo tempo, um julgamento e um acordo por consenso.
África e Oriente Médio
Nossa viagem segue com uma rápida parada na África e no Oriente Médio.
Segundo Moore (1998), a mediação é usada tanto nas sociedades africanas tradicionais como nas sociedades modernas, variando de tribo para tribo e de região para região. No Quênia e na Somália, o trabalho de mediação tem sido realizado por um Comitê, por grupos religiosos e não religiosos locais para disputas entre clãs e disputas étnicas. A África do Sul tem apresentado o maior desenvolvimento, neste continente, no que diz respeito à mediação formal. Em 1968, foi fundado um Centro de Resolução de conflitos que foi importante, não apenas para a resolução de conflitos, mas também para a redução da violência, dos conflitos trabalhistas, raciais e políticos. Desde as eleições nacionais de 1994, a mediação mudou seu enfoque da violência para o desenvolvimento e reconciliação nesse país.
Há séculos, nas sociedades árabes, a mediação, em tribos e cidades, tem sido o método utilizado para resolver disputas e tem sido adaptado, atualmente, para questões políticas e militares internas e entre os Estados Árabes. O uso de intermediários no Oriente Médio para ajudar nas resoluções de disputas é muito comum hoje. A mediação tem papel importante nos conflitos diplomáticos e nas guerras.
África e Oriente Médio
Nossa viagem segue com uma rápida parada na África e no Oriente Médio.
Segundo Moore (1998), a mediação é usada tanto nas sociedades africanas tradicionais como nas sociedades modernas, variando de tribo para tribo e de região para região. No Quênia e na Somália, o trabalho de mediação tem sido realizado por um Comitê, por grupos religiosos e não religiosos locais para disputas entre clãs e disputas étnicas. A África do Sul tem apresentado o maior desenvolvimento, neste continente, no que diz respeito à mediação formal. Em 1968, foi fundado um Centro de Resolução de conflitos que foi importante, não apenas para a resolução de conflitos, mas também para a redução da violência, dos conflitos trabalhistas, raciais e políticos. Desde as eleições nacionais de 1994, a mediação mudou seu enfoque da violência para o desenvolvimento e reconciliação nesse país.
Há séculos, nas sociedades árabes, a mediação, em tribos e cidades, tem sido o método utilizado para resolver disputas e tem sido adaptado, atualmente, para questões políticas e militares internas e entre os Estados Árabes. O uso de intermediários no Oriente Médio para ajudar nas resoluções de disputas é muito comum hoje. A mediação tem papel importante nos conflitos diplomáticos e nas guerras.
Fonte: Itan1409, Vertes Edmond Mihai / Shutterstock
Fonte: Itan1409, Vertes Edmond Mihai / Shutterstock
África e Oriente Médio
Fonte da Imagem: Itan1409, Vertes Edmond Mihai / Shutterstock
Nossa viagem segue com uma rápida parada na África e no Oriente Médio.
Segundo Moore (1998), a mediação é usada tanto nas sociedades africanas tradicionais como nas sociedades modernas, variando de tribo para tribo e de região para região. No Quênia e na Somália, o trabalho de mediação tem sido realizado por um Comitê, por grupos religiosos e não religiosos locais para disputas entre clãs e disputas étnicas. A África do Sul tem apresentado o maior desenvolvimento, neste continente, no que diz respeito à mediação formal. Em 1968, foi fundado um Centro de Resolução de conflitos que foi importante, não apenas para a resolução de conflitos, mas também para a redução da violência, dos conflitos trabalhistas, raciais e políticos. Desde as eleições nacionais de 1994, a mediação mudou seu enfoque da violência para o desenvolvimento e reconciliação nesse país.
Há séculos, nas sociedades árabes, a mediação, em tribos e cidades, tem sido o método utilizado para resolver disputas e tem sido adaptado, atualmente, para questões políticas e militares internas e entre os Estados Árabes. O uso de intermediários no Oriente Médio para ajudar nas resoluções de disputas é muito comum hoje. A mediação tem papel importante nos conflitos diplomáticos e nas guerras.
Europa
Europa
Fonte: Lisa Kolbasa / Shutterstock
Chegou a hora de carimbarmos nosso passaporte no velho continente.
O movimento pela mediação na Europa teve início no fim da década de 90, seguindo a nova era que emergia nos EUA a partir da Pound Conference de 1976, em que nasceram conceitos como o multi-door courthouse. Apesar disso, muitos países já conheciam e utilizavam a mediação.
A Comunidade Europeia, em 1986, através do Conselho Europeu, encaminhou uma recomendação do Conselho de Ministros aos Estados Membros, sugerindo que fossem estudados mecanismos alternativos para o tratamento de conflitos, dando ênfase à mediação e reconhecendo a sobrecarga de processos dos tribunais europeus. As formas como as nações europeias se organizam, dependem dos seus fatores constitucionais culturais e políticos, no entanto, os mecanismos alternativos de resolução de conflitos têm sido amplamente utilizados. Em 1998, foram publicados os Princípios Europeus sobre Mediação Familiar, pelo Conselho Europeu, cujo texto foi elaborado pelos representantes dos quarenta Estados Membros desse Conselho.
Chegou a hora de carimbarmos nosso passaporte no velho continente.
O movimento pela mediação na Europa teve início no fim da década de 90, seguindo a nova era que emergia nos EUA a partir da Pound Conference de 1976, em que nasceram conceitos como o multi-door courthouse. Apesar disso, muitos países já conheciam e utilizavam a mediação.
A Comunidade Europeia, em 1986, através do Conselho Europeu, encaminhou uma recomendação do Conselho de Ministros aos Estados Membros, sugerindo que fossem estudados mecanismos alternativos para o tratamento de conflitos, dando ênfase à mediação e reconhecendo a sobrecarga de processos dos tribunais europeus. As formas como as nações europeias se organizam, dependem dos seus fatores constitucionais culturais e políticos, no entanto, os mecanismos alternativos de resolução de conflitos têm sido amplamente utilizados. Em 1998, foram publicados os Princípios Europeus sobre Mediação Familiar, pelo Conselho Europeu, cujo texto foi elaborado pelos representantes dos quarenta Estados Membros desse Conselho.
PDF
Para acessar esse documento, clique aqui. Recomendação n.º R (98) 1 do Comité de Ministros do Conselho da Europa aos Estados Membros sobre a Mediação Familiar (adoptada pelo Comité de Ministros, em 21 de Janeiro de 98) 
 
1. O Comité de Ministros, atendendo ao artigo 15.º do Estatuto do Conselho da Europa, 2. Reconhecendo o número crescente de litígios familiares, particularmente daqueles que resultam de uma separação ou de um divórcio, e assinalando as consequências prejudiciais dos conflitos para as famílias e o elevado custo social e económico para os Estados; 3. Considerando a necessidade de assegurar a protecção dos interesses superiores da criança e do seu bem-estar, tal como consagrada nos instrumentos internacionais, tendo em conta, nomeadamente, os problemas causados, em matéria de guarda e de direito de visita, por uma separação ou um divórcio; 4. Tendo emconta o desenvolvimento de vias de regulação amigável dos litígios e o reconhecimento da necessidade que há em reduzir os conflitos no interesse de todos os membros da família; 5. Reconhecendo as características específicas dos litígios familiares, a saber: - - o facto dos litígios familiares envolverem pessoas que, por definição, são levadas a manter relações interdependentes que se vão prolongar no tempo; - o facto dos litígios familiares surgirem num contexto emocional penoso que os exacerba; - o facto da separação e o divórcio terem impactos sobre todos os membros da família, especialmente sobre as crianças; 6. Referindo-se à Convenção Europeia sobre o exercício dos direitos das crianças e, em particular, ao artigo 13.º desta Convenção, que trata da disponibilização da mediação ou de outros métodos de resolução de conflitos que digam respeito às crianças; 7. Tendo em conta os resultados da investigação, no que diz respeito ao uso da mediação e das experiências conduzidas neste domínio em vários países, que mostram que o recurso à mediação familiar pode, na circunstância: - - melhorar a comunicação entre os membros da família; - reduzir os conflitos entre as partes no litígio; - dar lugar a resoluções amigáveis; - assegurar a manutenção de relações pessoais entre os pais e os filhos; - reduzir os custos económicos e sociais da separação e do divórcio para as próprias partes e para os Estados; - reduzir o tempo de outra forma necessário à resolução dos conflitos; 8. Sublinhando a internacionalização crescente das relações familiares e os problemas absolutamente específicos associados a este fenómeno; 9. Consciente do facto de que um certo número de Estados planeia instituir a mediação familiar; 10. Convencido da necessidade de recorrer mais à mediação familiar, como um processo no qual um terceiro, o mediador, imparcial e neutro, apoia as próprias partes, na negociação das questões que são objecto do litígio, tendo em vista a obtenção de acordos comuns; 11. Recomenda aos Governos dos Estados membros: - i. que instituam ou promovam a mediação familiar ou, se for o caso, reforcem a medição familiar existente; 
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ii. que tomem ou reforcem todas as medidas que julguem necessárias, com vista a assegurar a aplicação dos seguintes princípios para a promoção e utilização da mediação familiar como meio apropriado de resolução dos litígios familiares. 
 
PRINCÍPIOS SOBRE MEDIAÇÃO FAMILIAR 
 
I) - Campo de aplicação da mediação 
 
a) - a mediação familiar trata do conjunto dos litígios que possam ocorrer entre os membros de uma mesma família, quer estejam ligados pelo sangue ou pelo casamento, e entre as pessoas que têm ou tiveram relações familiares, tal como definidas pela legislação nacional. b) - contudo, os estados são livres de determinar quais são as questões ou os casos abrangidos pela mediação familiar. 
 
II) - Organização da mediação 
 
a) - a mediação não deverá, em princípio, ser obrigatória. b) - os estados são livres de organizar e de instituir a mediação da maneira que considerem apropriada, quer por intermédio do sector público, quer por intermédio do sector privado. c) - sem prejuízo da maneira como a mediação for organizada e instituída, os estados deverão cuidar para haja mecanismos apropriados que assegurem a existência: - - de procedimentos para a selecção, formação e qualificação dos mediadores; - de normas de “boa prática”, que devem ser elaboradas e seguidas pelos mediadores. 
 
III) - Processo de mediação 
 
Os Estados deverão cuidar da existência de mecanismos apropriados, de modo a que o processo de mediação se desenrole em conformidade com os seguintes princípios: i. o mediador é imparcial nas suas relações com as partes; ii. o mediador é neutro quanto ao resultado do processo de mediação; iii. o mediador respeita os pontos de vista das partes e preserva a sua igualdade na negociação; iv. o mediador não tem o poder de impor uma solução às partes; v. as condições em que se desenrola a mediação familiar deverão garantir o respeito da vida privada; vi. as discussões que tiverem lugar durante a mediação são confidenciais e não podem ser posteriormente utilizadas, salvo com o acordo das partes ou nos casos permitidos pelo direito nacional; vii. o mediador deverá nos casos apropriados, informar as partes da possibilidade que elas têm de recorrer ao aconselhamento conjugal ou a outras formas de aconselhamento, enquanto formas de resolução dos problemas conjugais ou familiares; viii. o mediador deverá ter em mente, muito particularmente, o bem-estar e o interesse superior da criança, deverá encorajar os pais a concentrarem-se nas necessidades do filho e deverá recordar aos pais a sua responsabilidade primordial, tratando-se do bem-estar dos filhos, e a necessidade de os informarem e consultarem; ix. o mediador deverá dar uma atenção particular à questão de saber se houve violências entre as partes, ou se elas são susceptíveis de serem exercidas no futuro, e aos efeitos que elas poderão ter na situação das partes na negociação e examinar se, nessas circunstâncias o processo de mediação é apropriado; 
 3 
x. o mediador pode dar informações jurídicas mas não deverá dispensar assessoria jurídica. Ele deverá, nos casos apropriados, informar as partes da possibilidade que elas têm de consultar um advogado ou qualquer outro profissional competente. 
 
IV) - O estatuto dos acordos de mediação 
 
Os Estados devem facilitar a aprovação de acordos de mediação por parte da autoridade judiciária ou por uma outra autoridade competente, quando as partes o solicitem, e criar mecanismos de execução destes acordos, de acordo a legislação nacional. 
 
V) - Relação entre a mediação e os processos a cargo da autoridade judicial ou de uma outra autoridade competente 
 
a) - os Estados deverão reconhecer a autonomia da mediação e possibilidade de esta ter lugar antes, durante ou depois de um processo judicial; b) - os Estados devem estabelecer mecanismos tendo em vista: i. permitir a interrupção do processo judicial pendente, a fim de instaurar a mediação; ii. assegurar que nesse caso, a autoridade judiciária ou uma outra autoridade competente conserve o poder de tomar decisões urgentes relativas à protecção das partes ou dos seus filhos ou do seu património; iii. informar a autoridade judiciária ou uma outra autoridade competente se as partes seguiram ou não a mediação e se as partes chegaram ou não a um acordo. 
 
VI) - Promoção da mediação e acesso à mediação 
 
a) - os Estados deverão promover o desenvolvimento da mediação familiar, nomeadamente por meio de programas de informação facultados ao público, para permitir uma melhor compreensão desta forma de resolução amigável dos litígios familiares. b) - os Estados são livres de definir os métodos, nos casos particulares, para facultar informações pertinentes sobre a mediação enquanto modo alternativo de resolução de litígios familiares (por exemplo, atribuindo às partes a obrigação de terem encontros com um mediador), permitindo, assim às partes averiguar se lhes é possível e apropriado instaurar uma mediação sobre as questões que são objecto do litígio. c) - os Estados deverão, igualmente, esforçar-se para tomar as medidas necessárias para facultar às partes o acesso à mediação familiar, incluindo a mediação internacional, a fim de contribuir para o desenvolvimento deste modo de resolução amigável dos litígios familiares. 
 
VII) - Outras formas de resolução dos litígios 
 
Os Estados podem ponderar a oportunidade de aplicar, de modo apropriado, os princípios relativos à mediação, tal como consagrados na presente Recomendação, às outras formas de resolução de litígios. 
 
VIII) - Questões internacionais 
 
a) - Os Estados deverão, quando tal for apropriado, prever a oportunidade de instituir mecanismos de mediação para casos que apresentem um elemento de conexão com o estrangeiro, nomeadamente para todas as questões relativas às crianças e, em 
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particular, aquelas relativas à guarda e ao direito de visita, quando os pais vivam ou tencionemviver em Estados diferentes. b) - A mediação internacional deverá ser considerada como um processo apropriado, de modo a permitir aos pais organizar ou reorganizar a guarda e o direito de visita ou regular diferendos em consequência de decisões sobre essas questões. Contudo, no caso de uma deslocação ilícita ou de uma retenção da criança, a mediação internacional não deverá ser utilizada se puder vir a atrasar o rápido regresso da criança. c) - Todos os princípios supramencionados são aplicáveis à mediação internacional. 
Diferentes modelos se desenvolveram na Europa, alguns países regulamentaram a mediação e tornou-se comum a existência de programas de mediação para resolver conflitos envolvendo direitos dos consumidores. O Parlamento Europeu desenvolveu, em 2004, um projeto para uma Diretiva relativa à mediação, culminando com sua publicação em 2008. Em 21 de maio de 2008, foi publicada a Diretiva nº 52 pelo Parlamento Europeu, oriunda da recomendação fundamental lançada em 1998 (98/257/CE) e em 2001 (2001/310/CE) (PINHO e PAUMGARTTEN, 2013).
Nessa Diretiva, de acordo com Pinho e Paumgartten (2013), os Estados-membros europeus seriam livres, quando da transposição aos seus ordenamentos internos, para disporem sobre os métodos que seriam adotados na instalação de programas de mediação.
Diferentes modelos se desenvolveram na Europa, alguns países regulamentaram a mediação e tornou-se comum a existência de programas de mediação para resolver conflitos envolvendo direitos dos consumidores. O Parlamento Europeu desenvolveu, em 2004, um projeto para uma Diretiva relativa à mediação, culminando com sua publicação em 2008. Em 21 de maio de 2008, foi publicada a Diretiva nº 52 pelo Parlamento Europeu, oriunda da recomendação fundamental lançada em 1998 (98/257/CE) e em 2001 (2001/310/CE) (PINHO e PAUMGARTTEN, 2013).
Nessa Diretiva, de acordo com Pinho e Paumgartten (2013), os Estados-membros europeus seriam livres, quando da transposição aos seus ordenamentos internos, para disporem sobre os métodos que seriam adotados na instalação de programas de mediação.
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Antes de seguirmos viagem, conheça aqui como funciona a mediação em alguns países europeus especificamente. Mediação nos países europeus 
 
Na Grã-Bretanha, a mediação é conhecida e utilizada pela população. Iniciou-se no fim da década de 1970 e, na época, era aplicada por advogados independentes. Na França, a mediação começou entre os órgãos governamentais e a população. Muito rápido, estendeuse para o Direito Privado. 
 
Em 1995, foi estabelecida como obrigatória, antes de qualquer processo judicial. Segundo Nazareth (2009), na esfera cível, os avanços foram pequenos, no entanto, na área criminal, houve grande desenvolvimento. Além de Institutos e Centros de Mediação, esse país apresenta legislação específica sobre o tema. 
 
Outro país que aplica a mediação, com grande sucesso, é Portugal. A partir de 1993, um grupo composto por psicólogos, terapeutas familiares e juristas fundou o Instituto Português de Mediação Familiar. Em 2001, foram instituídos legalmente os Julgados de Paz com o objetivo de descongestionar a Justiça. 
 
O governo português estabeleceu uma regulamentação a respeito da mediação e da capacitação dos mediadores e do seu trabalho nos Julgados de Paz. Em 2013, foi redigido um documento legal que consagra os princípios gerais aplicáveis à mediação nesse país, independente da natureza do litígio. O documento inaugura o regime jurídico das mediações cíveis e comerciais e regulamenta os sistemas públicos de mediação. 
 
Na Alemanha, o poder judiciário, também abarrotado de processos, resolveu convidar um dos seus mais proeminentes processualistas, Fritz Bauer, para modernizar essa Instituição. O renomado estudioso estabeleceu seis pontos principais para que essa modificação tivesse sucesso: informalidade em favor da verdade, oralidade, especialização, simplificação, utilização de formulários e do correio, e valorização dos auxiliares dos juízes. A mediação na Alemanha tem sido utilizada, de forma efetiva, assim como a conciliação e a arbitragem. 
 
Na Holanda, no início dos anos 90, a mediação se caracterizou, essencialmente, por consistir numa sistematização de técnicas baseada, sobretudo, em pesquisas americanas e numa maior profissionalização do procedimento (CEBRAME, 2011). 
 
No ano de 1992, foi criado o Instituto de Mediação Holandês (The Netherlands Medation Institute — NMI), sinalizando a institucionalização do procedimento da mediação no País; o Instituto estabeleceu o código disciplinar para os mediadores e o caráter confidencial da mediação. Além disso, regulamentou-a quanto aos pressupostos de voluntariedade dos envolvidos e neutralidade do mediador (CEBRAME, 2011). 
 
A institucionalização da mediação na Espanha se opera dentro de um nível de transição legal, respeitando a autonomia da vontade das partes envolvidas num litígio, sem afastar, contudo, a possibilidade do Tribunal sugerir a mediação às partes, se assim entender cabível ao caso. Consagra coerentemente a técnica da mediação, respeitando a natureza do instituto, sem a adoção de medidas processuais autoritárias (PINHO e PAUMGARTTEN, 2013). 
 
 
 
 
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Na Itália, a mediação é obrigatória, o que parece uma medida para desafogar o seu Judiciário, tornando-a um instrumento de diminuição da carga de trabalho dos juízes e redução do número de processos.
América Latina
Nos últimos cinco anos, tem aumentado, na América Latina, o uso das resoluções alternativas de disputas aplicadas ao Direito Objetivo e à administração da Justiça. Vejamos como os países seguintes utilizam a mediação na resolução de suas disputas.
América Latina
Nos últimos cinco anos, tem aumentado, na América Latina, o uso das resoluções alternativas de disputas aplicadas ao Direito Objetivo e à administração da Justiça. Vejamos como os países seguintes utilizam a mediação na resolução de suas disputas.
Fonte: Itan1409, Vertes Edmond Mihai / Shutterstock
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América Latina
Fonte da Imagem: Itan1409, Vertes Edmond Mihai / Shutterstock
Nos últimos cinco anos, tem aumentado, na América Latina, o uso das resoluções alternativas de disputas aplicadas ao Direito Objetivo e à administração da Justiça. Vejamos como os países seguintes utilizam a mediação na resolução de suas disputas.
Colombia 
Peru 
Bolívia 
Equador 
Guatemala 
Nicarágua 
Argentina 
Colombia
Na América Latina, a Colômbia é um dos países que tem maior experiência na mediação. A prática iniciou por volta do ano de 1983, sendo muito avançada no setor privado da arbitragem comercial. A Colômbia foi a pioneira no uso da mediação entre os países da América Latina. Optou-se por um modelo descentralizado e desjuridicializado de solução de conflitos, judicial e extrajudicial. Serviços prestados por centros de conciliação e arbitragem, conectados aos tribunais e utilizados como monitores do sistema no Ministério da Justiça. O decreto nº 2.651 fazia referência direta ao método, embora dispositivos legais editados anos antes já fizessem menção à mediação como forma de aliviar a carga de trabalho das varas judiciais. Atualmente, o país possui um dos mais avançados trabalhos com mediação no setor privado. (NAZARETH, 2009, p. 26).
A experiência da Colômbia em conciliação extrajudicial foi importante, sobretudo porque influenciou vários países vizinhos, como por exemplo, o Peru.
Peru
No Peru, a lei institucionalizou a conciliação extrajudicial e criou um requisito de procedibilidade da ação judicial. Este modelo tem a vantagem de haver regulado a prestação dos serviços por intermédio de centros supervisionados pelo Ministério da Justiça, não somente no que diz respeito ao cumprimento dos requisitos legais, mas também em relação à qualidade dos serviços e cumprimento de normas éticas.
Bolívia
A Bolívia institucionalizou a arbitragem, conciliação e mediação, por meio de Centros de Conciliação, sob a égide do Ministério da Justiça, seu controlador; tais centros são utilizados como canais não formaisde acesso à justiça.
Equador
Organizado em Centros de mediação e arbitragem, o sistema do Equador, permite balancear adequadamente a atividade de resolução de alternativa de conflitos de interesses no setor público e no privado. É considerado um modelo adequado para o desenvolvimento adequado da mediação, sendo acessível, inclusive, às comunidades indígenas.
Guatemala
Na Guatemala desenvolveu-se um sistema denominado bifrontal: por um lado, anexo aos tribunais onde se atendem casos advindos dos juízes ou a requerimento de pessoas individuais, instituições públicas ou privadas. Quando se tratar de mediação penal será necessária a homologação judicial para sua validade. Possibilitou-se, também, o desenvolvimento de centros privados ou públicos, além de centros comunitários que atendem com mediação os conflitos dos povos indígenas.
Nicarágua
Na Nicarágua, a mediação foi adotada, em matéria de conflitos de terra, como procedimento obrigatório, uma vez integrada a lide; ou o uso da arbitragem quando solicitado pelos sujeitos. A mediação prévia obrigatória é, muitas vezes, descartada para economia do tempo do juiz, salvo quando se tratar de medidas penais ou de ordem pública.
Argentina
Na Argentina, especificamente, desde 1991 existe a RADs (“Resolução Alternativa de Disputas”), quando foi desenvolvida a arbitragem e iniciada a mediação por meio da criação de uma comissão de juízes e advogados. Posteriormente, foi aprovada a Lei Nacional de Mediação e Conciliação, a qual teve vigência a partir de 1996. O país teve por base inicial as regras do Instituto de Justiça Estatal do Centro para Resolução de Conflitos, com sede em Washington, DC, bem como do Instituto de Administração Judicial, com sede em Nova York (HIGHTON;ALVAREZ,2008).
Colômbia 
Na América Latina, a Colômbia é um dos países que tem maior experiência na mediação. A prática iniciou por volta do ano de 1983, sendo muito avançada no setor privado da arbitragem comercial. A Colômbia foi a pioneira no uso da mediação entre os países da América Latina. Optou-se por um modelo descentralizado e desjuridicializado de solução de conflitos, judicial e extrajudicial. Serviços prestados por centros de conciliação e arbitragem, conectados aos tribunais e utilizados como monitores do sistema no Ministério da Justiça. O decreto nº 2.651 fazia referência direta ao método, embora dispositivos legais editados anos antes já fizessem menção à mediação como forma de aliviar a carga de trabalho das varas judiciais. Atualmente, o país possui um dos mais avançados trabalhos com mediação no setor privado. (NAZARETH, 2009, p. 26).
A experiência da Colômbia em conciliação extrajudicial foi importante, sobretudo porque influenciou vários países vizinhos, como por exemplo, o Peru.
Peru 
No Peru, a lei institucionalizou a conciliação extrajudicial e criou um requisito de procedibilidade da ação judicial. Este modelo tem a vantagem de haver regulado a prestação dos serviços por intermédio de centros supervisionados pelo Ministério da Justiça, não somente no que diz respeito ao cumprimento dos requisitos legais, mas também em relação à qualidade dos serviços e cumprimento de normas éticas.
Bolívia 
A Bolívia institucionalizou a arbitragem, conciliação e mediação, por meio de Centros de Conciliação, sob a égide do Ministério da Justiça, seu controlador; tais centros são utilizados como canais não formais de acesso à justiça.
Equador 
Organizado em Centros de mediação e arbitragem, o sistema do Equador, permite balancear adequadamente a atividade de resolução de alternativa de conflitos de interesses no setor público e no privado. É considerado um modelo adequado para o desenvolvimento adequado da mediação, sendo acessível, inclusive, às comunidades indígenas.
Guatemala 
Na Guatemala desenvolveu-se um sistema denominado bifrontal: por um lado, anexo aos tribunais onde se atendem casos advindos dos juízes ou a requerimento de pessoas individuais, instituições públicas ou privadas. Quando se tratar de mediação penal será necessária a homologação judicial para sua validade. Possibilitou-se, também, o desenvolvimento de centros privados ou públicos, além de centros comunitários que atendem com mediação os conflitos dos povos indígenas.
Nicarágua 
Na Nicarágua, a mediação foi adotada, em matéria de conflitos de terra, como procedimento obrigatório, uma vez integrada a lide; ou o uso da arbitragem quando solicitado pelos sujeitos. A mediação prévia obrigatória é, muitas vezes, descartada para economia do tempo do juiz, salvo quando se tratar de medidas penais ou de ordem pública.
Argentina 
Na Argentina, especificamente, desde 1991 existe a RADs (“Resolução Alternativa de Disputas”), quando foi desenvolvida a arbitragem e iniciada a mediação por meio da criação de uma comissão de juízes e advogados. Posteriormente, foi aprovada a Lei Nacional de Mediação e Conciliação, a qual teve vigência a partir de 1996. O país teve por base inicial as regras do Instituto de Justiça Estatal do Centro para Resolução de Conflitos, com sede em Washington, DC, bem como do Instituto de Administração Judicial, com sede em Nova York (HIGHTON;ALVAREZ,2008).
Colombia
Na América Latina, a Colômbia é um dos países que tem maior experiência na mediação. A prática iniciou por volta do ano de 1983, sendo muito avançada no setor privado da arbitragem comercial. A Colômbia foi a pioneira no uso da mediação entre os países da América Latina. Optou-se por um modelo descentralizado e desjuridicializado de solução de conflitos, judicial e extrajudicial. Serviços prestados por centros de conciliação e arbitragem, conectados aos tribunais e utilizados como monitores do sistema no Ministério da Justiça. O decreto nº 2.651 fazia referência direta ao método, embora dispositivos legais editados anos antes já fizessem menção à mediação como forma de aliviar a carga de trabalho das varas judiciais. Atualmente, o país possui um dos mais avançados trabalhos com mediação no setor privado. (NAZARETH, 2009, p. 26).
A experiência da Colômbia em conciliação extrajudicial foi importante, sobretudo porque influenciou vários países vizinhos, como por exemplo, o Peru.
Peru
No Peru, a lei institucionalizou a conciliação extrajudicial e criou um requisito de procedibilidade da ação judicial. Este modelo tem a vantagem de haver regulado a prestação dos serviços por intermédio de centros supervisionados pelo Ministério da Justiça, não somente no que diz respeito ao cumprimento dos requisitos legais, mas também em relação à qualidade dos serviços e cumprimento de normas éticas.
Bolívia
A Bolívia institucionalizou a arbitragem, conciliação e mediação, por meio de Centros de Conciliação, sob a égide do Ministério da Justiça, seu controlador; tais centros são utilizados como canais não formais de acesso à justiça.
Equador
Organizado em Centros de mediação e arbitragem, o sistema do Equador, permite balancear adequadamente a atividade de resolução de alternativa de conflitos de interesses no setor público e no privado. É considerado um modelo adequado para o desenvolvimento adequado da mediação, sendo acessível, inclusive, às comunidades indígenas.
Guatemala
Na Guatemala desenvolveu-se um sistema denominado bifrontal: por um lado, anexo aos tribunais onde se atendem casos advindos dos juízes ou a requerimento de pessoas individuais, instituições públicas ou privadas. Quando se tratar de mediação penal será necessária a homologação judicial para sua validade. Possibilitou-se, também, o desenvolvimento de centros privados ou públicos, além de centros comunitários que atendem com mediação os conflitos dos povos indígenas.
Nicarágua
Na Nicarágua, a mediação foi adotada, em matéria de conflitos de terra, como procedimento obrigatório, uma vez integrada a lide; ou o uso da arbitragem quando solicitado pelos sujeitos. A mediação prévia obrigatória é, muitas vezes, descartada para economia do tempo do juiz, salvo quando se tratar de medidas penais ou de ordem pública.
Argentina
Na Argentina, especificamente, desde 1991 existe a RADs (“Resolução Alternativade Disputas”), quando foi desenvolvida a arbitragem e iniciada a mediação por meio da criação de uma comissão de juízes e advogados. Posteriormente, foi aprovada a Lei Nacional de Mediação e Conciliação, a qual teve vigência a partir de 1996. O país teve por base inicial as regras do Instituto de Justiça Estatal do Centro para Resolução de Conflitos, com sede em Washington, DC, bem como do Instituto de Administração Judicial, com sede em Nova York (HIGHTON;ALVAREZ,2008).
Mediação no Brasil
Finalmente, chegamos ao nosso destino final: o Brasil.
Mediação no Brasil
Finalmente, chegamos ao nosso destino final: o Brasil.
Fonte: e X p o s e / Shutterstock
Fonte: e X p o s e / Shutterstock
Mediação no Brasil
Fonte da Imagem: e X p o s e / Shutterstock
Finalmente, chegamos ao nosso destino final: o Brasil.
1988 
2003-2006 
2010 
2013 
2015 
1988
No Brasil, a partir da Constituição de 1988, quando se redemocratizou o país, o Judiciário começou a ser demandado pela maioria da população brasileira. Essa explosão de demandas judiciais, ligada à busca da cidadania, teve reflexo imediato: a crise do Poder Judiciário.
Por um lado, nunca o Judiciário teve tanta visibilidade para a população; por outro, a qualidade dos serviços prestados decaiu, especialmente por falta de estrutura material ou de pessoal, além de uma legislação processual inadequada aos novos desafios institucionais. Surge, a partir desse momento, o fenômeno da judicialização das relações políticas e sociais e o tema da democratização do acesso à justiça.
O acesso à justiça, porém, não se limita ao ajuizamento de uma ação perante o Poder Judiciário, mas à garantia de entrada a um processo justo, sem impedimentos e demora, e adequado à solução do conflito. Dessa forma, percebeu-se que facilitar a comunicação entre os litigantes e garantir mais liberdade na discussão de suas desavenças contribui para a construção de uma solução consensual, com a vantagem de tornar as partes mais propensas em cumprir voluntariamente o acordo, bem como prevenir novos desentendimentos.
Por força dessas vantagens, a mediação veio sendo difundida paulatinamente em nosso País. Curiosamente, com o advento da lei de Arbitragem (9.307/96), observou-se um número crescente de câmaras arbitrais também especializadas em mediação. A primeira tentativa de encaminhar uma lei versando especificamente sobre a mediação foi apresentada em 1998 (PL 4.827/98), oriunda de uma proposta da Deputada Zulaiê Cobra, definindo o instituto.
A proposta teve por objetivo fixar as diretrizes fundamentais do procedimento, mas sem regulamentar todos os detalhes. Aprovado o projeto na Câmara dos Deputados, a proposição seguiu para o Senado Federal (PLC 94/2002). Por outro lado, o Instituto Brasileiro de Direito Processual – IBDP e a Associação de Magistrados Brasileiros – AMB, através de uma equipe de juristas, elaboraram um anteprojeto de lei sobre mediação, demonstrando que o debate sobre o tema também se fez presente no meio jurídico-acadêmico.
2003-2006
Na verdade, diante da variedade de propostas legislativas e da diversidade de abordagem da questão, houve audiência pública promovida pelo Ministério da Justiça, em 17 de setembro de 2003, e que resultou numa “versão única”.
Encaminhada essa versão ao senador Pedro Simon, relator do projeto de lei então aprovado na Câmara dos Deputados, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal – CCJ/SF, em junho de 2006, acolheu as sugestões apresentadas na forma de um substitutivo, o qual também prestigiou algumas modificações.
Esse projeto não conseguiu avançar na Câmara dos Deputados, assim como outras propostas legislativas referentes à utilização da mediação, notadamente para a solução de conflitos familiares, como são exemplos os seguintes Projetos de Lei na Câmara dos Deputados: 5.696/2001, 599/2003, 1.415/2003, 505/2007, 507/2007, 1.690/2007, 428/2011 e 5.664/2013. (SALOMÃO, 2015).
No Senado Federal, outro projeto de lei apresentado para regulamentar a mediação – o PLS 517, de 2011, de autoria do Senador Ricardo Ferraço –, permaneceu à espera de debate por mais de dois anos.
2010
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) editou a Resolução n. 125, de 29 de novembro de 2010, indicando a mediação como meio de resolução de conflitos inserido na Política Judiciária Nacional de tratamento adequado de conflitos, a ser desenvolvida pelo próprio Conselho e pelos Tribunais do país, em parceria com outros órgãos e instituições.
2013
O Senado Federal, por iniciativa do Presidente Renan Calheiros, instalou, em 3 de abril de 2013, uma comissão de juristas, com a finalidade de elaborar um anteprojeto de lei de arbitragem e mediação. Após seis meses de trabalho intenso – em que foi garantida ampla participação ao público interessado –, foram apresentados dois anteprojetos de lei: um que propunha alterações na atual Lei de Arbitragem (PLS 406/2013) e outro sobre mediação extrajudicial (PLS 405/2013).
O Ministério da Justiça, concomitantemente, sob orientação do Secretário da Reforma do Judiciário, Flávio Crocce Caetano, instituiu uma comissão de juristas com o objetivo de formular proposta que subsidiasse a adoção de formas adequadas à solução célere de conflitos. E o resultado foi a elaboração de anteprojeto de lei de mediação que também passou a tramitar no Senado Federal (PLS 434/2013).
2015
Analisando conjuntamente esses 3 projetos de lei (PLS 517/2011, 405/2013 e 434/2013), a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, sob a Relatoria do Senador Vital do Rego, apresentou substitutivo. Encaminhado o projeto de lei à Câmara dos Deputados(PL7.169/2014), foi elaborado substitutivo pelo Deputado Sergio Zveiter. Remetido novamente ao Senado, o projeto foi finalmente aprovado no dia 02 de junho de 2015, esforço conjunto envolvendo os 3 Poderes e todos que participaram de sua elaboração, e foi sancionado em 26 de junho de 2015, pela Presidenta Dilma Roussef, como Lei 13.140.
A aprovação e posterior promulgação do marco legal da mediação é mais um passo na direção de um moderno sistema de resolução de conflitos no país e na construção de uma cultura que privilegie o diálogo, o consenso e a paz. A Lei prevê, em suas disposições finais, que a mediação seja amplamente utilizada no país, podendo ser aplicada em diferentes tipos de conflito. A intenção do legislador é de incentivar o desenvolvimento de novas modalidades de mediação, abrindo espaço, dessa forma, para ampliação de sua aplicação a diversos tipos de conflitos.
1988 
No Brasil, a partir da Constituição de 1988, quando se redemocratizou o país, o Judiciário começou a ser demandado pela maioria da população brasileira. Essa explosão de demandas judiciais, ligada à busca da cidadania, teve reflexo imediato: a crise do Poder Judiciário.
Por um lado, nunca o Judiciário teve tanta visibilidade para a população; por outro, a qualidade dos serviços prestados decaiu, especialmente por falta de estrutura material ou de pessoal, além de uma legislação processual inadequada aos novos desafios institucionais. Surge, a partir desse momento, o fenômeno da judicialização das relações políticas e sociais e o tema da democratização do acesso à justiça.
O acesso à justiça, porém, não se limita ao ajuizamento de uma ação perante o Poder Judiciário, mas à garantia de entrada a um processo justo, sem impedimentos e demora, e adequado à solução do conflito. Dessa forma, percebeu-se que facilitar a comunicação entre os litigantes e garantir mais liberdade na discussão de suas desavenças contribui para a construção de uma solução consensual, com a vantagem de tornar as partes mais propensas em cumprir voluntariamente o acordo, bem como prevenir novos desentendimentos.
Por força dessas vantagens, a mediação veio sendo difundida paulatinamente em nosso País. Curiosamente, com o advento da lei de Arbitragem (9.307/96), observou-se um número crescente de câmaras arbitrais também especializadas em mediação. A primeira tentativa de encaminhar uma lei versando especificamente sobre a mediação foi apresentada em 1998 (PL 4.827/98), oriundade uma proposta da Deputada Zulaiê Cobra, definindo o instituto.
A proposta teve por objetivo fixar as diretrizes fundamentais do procedimento, mas sem regulamentar todos os detalhes. Aprovado o projeto na Câmara dos Deputados, a proposição seguiu para o Senado Federal (PLC 94/2002). Por outro lado, o Instituto Brasileiro de Direito Processual – IBDP e a Associação de Magistrados Brasileiros – AMB, através de uma equipe de juristas, elaboraram um anteprojeto de lei sobre mediação, demonstrando que o debate sobre o tema também se fez presente no meio jurídico-acadêmico.
2003-2006 
Na verdade, diante da variedade de propostas legislativas e da diversidade de abordagem da questão, houve audiência pública promovida pelo Ministério da Justiça, em 17 de setembro de 2003, e que resultou numa “versão única”.
Encaminhada essa versão ao senador Pedro Simon, relator do projeto de lei então aprovado na Câmara dos Deputados, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal – CCJ/SF, em junho de 2006, acolheu as sugestões apresentadas na forma de um substitutivo, o qual também prestigiou algumas modificações.
Esse projeto não conseguiu avançar na Câmara dos Deputados, assim como outras propostas legislativas referentes à utilização da mediação, notadamente para a solução de conflitos familiares, como são exemplos os seguintes Projetos de Lei na Câmara dos Deputados: 5.696/2001, 599/2003, 1.415/2003, 505/2007, 507/2007, 1.690/2007, 428/2011 e 5.664/2013. (SALOMÃO, 2015).
No Senado Federal, outro projeto de lei apresentado para regulamentar a mediação – o PLS 517, de 2011, de autoria do Senador Ricardo Ferraço –, permaneceu à espera de debate por mais de dois anos.
2010 
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) editou a Resolução n. 125, de 29 de novembro de 2010, indicando a mediação como meio de resolução de conflitos inserido na Política Judiciária Nacional de tratamento adequado de conflitos, a ser desenvolvida pelo próprio Conselho e pelos Tribunais do país, em parceria com outros órgãos e instituições.
2013 
O Senado Federal, por iniciativa do Presidente Renan Calheiros, instalou, em 3 de abril de 2013, uma comissão de juristas, com a finalidade de elaborar um anteprojeto de lei de arbitragem e mediação. Após seis meses de trabalho intenso – em que foi garantida ampla participação ao público interessado –, foram apresentados dois anteprojetos de lei: um que propunha alterações na atual Lei de Arbitragem (PLS 406/2013) e outro sobre mediação extrajudicial (PLS 405/2013).
O Ministério da Justiça, concomitantemente, sob orientação do Secretário da Reforma do Judiciário, Flávio Crocce Caetano, instituiu uma comissão de juristas com o objetivo de formular proposta que subsidiasse a adoção de formas adequadas à solução célere de conflitos. E o resultado foi a elaboração de anteprojeto de lei de mediação que também passou a tramitar no Senado Federal (PLS 434/2013).
2015 
Analisando conjuntamente esses 3 projetos de lei (PLS 517/2011, 405/2013 e 434/2013), a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, sob a Relatoria do Senador Vital do Rego, apresentou substitutivo. Encaminhado o projeto de lei à Câmara dos Deputados(PL7.169/2014), foi elaborado substitutivo pelo Deputado Sergio Zveiter. Remetido novamente ao Senado, o projeto foi finalmente aprovado no dia 02 de junho de 2015, esforço conjunto envolvendo os 3 Poderes e todos que participaram de sua elaboração, e foi sancionado em 26 de junho de 2015, pela Presidenta Dilma Roussef, como Lei 13.140.
A aprovação e posterior promulgação do marco legal da mediação é mais um passo na direção de um moderno sistema de resolução de conflitos no país e na construção de uma cultura que privilegie o diálogo, o consenso e a paz. A Lei prevê, em suas disposições finais, que a mediação seja amplamente utilizada no país, podendo ser aplicada em diferentes tipos de conflito. A intenção do legislador é de incentivar o desenvolvimento de novas modalidades de mediação, abrindo espaço, dessa forma, para ampliação de sua aplicação a diversos tipos de conflitos.
1988
No Brasil, a partir da Constituição de 1988, quando se redemocratizou o país, o Judiciário começou a ser demandado pela maioria da população brasileira. Essa explosão de demandas judiciais, ligada à busca da cidadania, teve reflexo imediato: a crise do Poder Judiciário.
Por um lado, nunca o Judiciário teve tanta visibilidade para a população; por outro, a qualidade dos serviços prestados decaiu, especialmente por falta de estrutura material ou de pessoal, além de uma legislação processual inadequada aos novos desafios institucionais. Surge, a partir desse momento, o fenômeno da judicialização das relações políticas e sociais e o tema da democratização do acesso à justiça.
O acesso à justiça, porém, não se limita ao ajuizamento de uma ação perante o Poder Judiciário, mas à garantia de entrada a um processo justo, sem impedimentos e demora, e adequado à solução do conflito. Dessa forma, percebeu-se que facilitar a comunicação entre os litigantes e garantir mais liberdade na discussão de suas desavenças contribui para a construção de uma solução consensual, com a vantagem de tornar as partes mais propensas em cumprir voluntariamente o acordo, bem como prevenir novos desentendimentos.
Por força dessas vantagens, a mediação veio sendo difundida paulatinamente em nosso País. Curiosamente, com o advento da lei de Arbitragem (9.307/96), observou-se um número crescente de câmaras arbitrais também especializadas em mediação. A primeira tentativa de encaminhar uma lei versando especificamente sobre a mediação foi apresentada em 1998 (PL 4.827/98), oriunda de uma proposta da Deputada Zulaiê Cobra, definindo o instituto.
A proposta teve por objetivo fixar as diretrizes fundamentais do procedimento, mas sem regulamentar todos os detalhes. Aprovado o projeto na Câmara dos Deputados, a proposição seguiu para o Senado Federal (PLC 94/2002). Por outro lado, o Instituto Brasileiro de Direito Processual – IBDP e a Associação de Magistrados Brasileiros – AMB, através de uma equipe de juristas, elaboraram um anteprojeto de lei sobre mediação, demonstrando que o debate sobre o tema também se fez presente no meio jurídico-acadêmico.
2003-2006
Na verdade, diante da variedade de propostas legislativas e da diversidade de abordagem da questão, houve audiência pública promovida pelo Ministério da Justiça, em 17 de setembro de 2003, e que resultou numa “versão única”.
Encaminhada essa versão ao senador Pedro Simon, relator do projeto de lei então aprovado na Câmara dos Deputados, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal – CCJ/SF, em junho de 2006, acolheu as sugestões apresentadas na forma de um substitutivo, o qual também prestigiou algumas modificações.
Esse projeto não conseguiu avançar na Câmara dos Deputados, assim como outras propostas legislativas referentes à utilização da mediação, notadamente para a solução de conflitos familiares, como são exemplos os seguintes Projetos de Lei na Câmara dos Deputados: 5.696/2001, 599/2003, 1.415/2003, 505/2007, 507/2007, 1.690/2007, 428/2011 e 5.664/2013. (SALOMÃO, 2015).
No Senado Federal, outro projeto de lei apresentado para regulamentar a mediação – o PLS 517, de 2011, de autoria do Senador Ricardo Ferraço –, permaneceu à espera de debate por mais de dois anos.
2010
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) editou a Resolução n. 125, de 29 de novembro de 2010, indicando a mediação como meio de resolução de conflitos inserido na Política Judiciária Nacional de tratamento adequado de conflitos, a ser desenvolvida pelo próprio Conselho e pelos Tribunais do país, em parceria com outros órgãos e instituições.
2013
O Senado Federal, por iniciativa do Presidente Renan Calheiros, instalou, em 3 de abril de 2013, uma comissão de juristas, com a finalidade de elaborar um anteprojeto de lei de arbitragem e mediação. Após seis meses de trabalho intenso – em que foi garantida ampla participação ao público interessado –, foram apresentados dois anteprojetos de lei: um que propunha alterações na atualLei de Arbitragem (PLS 406/2013) e outro sobre mediação extrajudicial (PLS 405/2013).
O Ministério da Justiça, concomitantemente, sob orientação do Secretário da Reforma do Judiciário, Flávio Crocce Caetano, instituiu uma comissão de juristas com o objetivo de formular proposta que subsidiasse a adoção de formas adequadas à solução célere de conflitos. E o resultado foi a elaboração de anteprojeto de lei de mediação que também passou a tramitar no Senado Federal (PLS 434/2013).
2015
Analisando conjuntamente esses 3 projetos de lei (PLS 517/2011, 405/2013 e 434/2013), a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, sob a Relatoria do Senador Vital do Rego, apresentou substitutivo. Encaminhado o projeto de lei à Câmara dos Deputados(PL7.169/2014), foi elaborado substitutivo pelo Deputado Sergio Zveiter. Remetido novamente ao Senado, o projeto foi finalmente aprovado no dia 02 de junho de 2015, esforço conjunto envolvendo os 3 Poderes e todos que participaram de sua elaboração, e foi sancionado em 26 de junho de 2015, pela Presidenta Dilma Roussef, como Lei 13.140.
A aprovação e posterior promulgação do marco legal da mediação é mais um passo na direção de um moderno sistema de resolução de conflitos no país e na construção de uma cultura que privilegie o diálogo, o consenso e a paz. A Lei prevê, em suas disposições finais, que a mediação seja amplamente utilizada no país, podendo ser aplicada em diferentes tipos de conflito. A intenção do legislador é de incentivar o desenvolvimento de novas modalidades de mediação, abrindo espaço, dessa forma, para ampliação de sua aplicação a diversos tipos de conflitos.
Atenção
É importante que você leia com atenção a Lei da mediação e estude suas principais características. Um texto importante para esclarecer alguns aspectos positivos e negativos da Lei, você encontrará no trabalho de ORTIZ (2015). Igualmente fundamental, para você que está iniciando seus estudos sobre esse tema, é ficar ciente das boas práticas de mediação no Brasil. O que pode ser feito através do acompanhamento de um estudo qualitativo realizado numa parceria entre a Secretaria de Reforma do Judiciário e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, que promove pesquisas sobre temas relevantes para a compreensão do Sistema de Justiça no Brasil. O objetivo dessas investigações é o de fomentar a discussão sobre práticas de ampliação do acesso à Justiça e de fortalecimento da cidadania.
Nesse trabalho, você irá perceber que os meios alternativos de resolução de disputas não são modelos fechados, havendo diversidade de práticas de acordo com o contexto social, político e econômico de cada Estado em nosso país.
Atividade
Agora, vamos praticar com uma atividade!
A Comunidade Europeia vêm recomendando as RAD’s (Resoluções Alternativas de Disputas) em seus estados-membros. Podemos enfatizar nesse sentido:
O acesso para países latino-americanos e africanos participarem das mediações internacionais, respeitando a soberania local.
A criação de um tribunal internacional de arbitragem para composição de litígios judiciais na Europa.
A padronização dos procedimentos de mediação familiar para todos os estados-membros, alterando a legislação interna deles.
A publicação dos princípios europeus sobre a mediação familiar cujo texto foi elaborado pelos representantes dos estados-membros.
A possibilidade de mediação empresarial nas diferentes empresas em diferentes países.
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Agora, vamos praticar com uma atividade!
A Comunidade Europeia vêm recomendando as RAD’s (Resoluções Alternativas de Disputas) em seus estados-membros. Podemos enfatizar nesse sentido:
O acesso para países latino-americanos e africanos participarem das mediações internacionais, respeitando a soberania local.
A criação de um tribunal internacional de arbitragem para composição de litígios judiciais na Europa.
A padronização dos procedimentos de mediação familiar para todos os estados-membros, alterando a legislação interna deles.
A publicação dos princípios europeus sobre a mediação familiar cujo texto foi elaborado pelos representantes dos estados-membros.
A possibilidade de mediação empresarial nas diferentes empresas em diferentes países.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
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Nesta aula, você:
En esta clase, estudiamos:
Avaliou a importância da mediação, desde seus primórdios até os dias de hoje;
Observou que a mediação é um procedimento bastante utilizado em vários países;
Relacionou os Projetos de Lei que fizeram parte da história da mediação no Brasil;
Reconheceu a Lei da Mediação em nosso país.
Referências desta aula
Referencias de esta clase
BRASIL. Lei 13.140 de 26 de junho de 2015. Brasília: Presidência da República, 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13140.htm. Acesso em: 27 nov. 2015.
CENTRO Brasileiro de Mediação (CEBRAME). Manual 2011. Disponível em: http://www.centrobrasileirodemediacao.com.br/umpou.html. Acesso em: 27 nov. 2015.
GRINOVER, A. P.; SADEKE, M. T.; WATANABE, K.; GABBAY, D. M.; CUNHA L. G.; BRAGA NETO, A. (Coords.) Estudo qualitativo sobre boas práticas em mediação no Brasil. Brasília: Ministério da Justiça, Secretaria de Reforma do Judiciário, 2014.
HIGHTON, E. I.; ÁLVAREZ, G. S. Mediación para resolver conflictos. 2. ed. Buenos Aires: Ad-Hoc, 2008.
MOORE, C. W. O processo de mediação: estratégias práticas para a resolução de conflitos. Porto Alegre: Artmed, 1998.
NAZARETH, E. R. Mediação: o conflito e a solução. São Paulo: Artepau Brasil, 2009.
PINHO, H. B. D. de ; PAUMGARTTEN, M. P. A institucionalização da mediação é a panacea para a crise do acesso à justiça? Disponível em: http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=0fd4b8a8354a77a3. Acesso em: 27 nov. 2015.
SALOMÃO, L. F. O marco regulatório da mediação. Consultor Jurídico. 21 de junho de 2015. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2015-jun-21/entrevista-luis-felipe-salomao-ministro-superior-tribunal-justiça. Acesso em: 27 nov. 2015.
UNIÃO EUROPEIA. Diretiva 2008/52/CE, de 21 de maio de 2008. Jornal Oficial da União Europeia, Parlamento Europeu e do Conselho, Bruxelas, 24 maio 2008, p. 3-8.
Na próxima aula, você estudará:
En la próxima clase, vamos a estudiar:
As bases teóricas e os princípios da mediação.
Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, sugerimos:
Para saber más respecto a lo que hemos estudiado en esta clase:
Artigos:
- A evolução histórica da busca por alternativas eficazes de resolução de litígios no Brasil, por Frederico Antônio Azevedo Ludwig.
- MENDONÇA, Ângela Hara Buonomo. A reinvenção da tradição do uso da mediação. Revista de Arbitragem e Mediação, coord. de Arnoldo Wald, São Paulo: RT, Ano 1, n. 03, p. 142 a 153, set./dez. 2004.
- Nova Lei de Mediação: papel do advogado é fundamental, por Débora Pinho.
- RODRIGUES JUNIOR, Walsir Edson. A prática de mediação e o acesso à justiça. Belo Horizonte: Del Rey, 2006, p. 153-193.
- RUIZ, Ivan Aparecido; BEDÊ, Judith Aparecida de Souza. Revisitando novos caminhos para o acesso à justiça: a mediação. Trabalho publicado nos Anais do XVII Congresso Nacional do CONPEDI, realizado em Brasília – DF nos dias 20, 21 e 22 de novembro de 2008.
Acesse:
- Boas práticas de mediação no Brasil.
- Resolução 125 do CNJ de 2010.
- Emenda 1 da Resolução 125 do CNJ de 2010.
- Princípios europeus sobre mediação familiar.
Assista ao filme A história de Qiu Ju.
O filme ilustra a prática da mediação institucional na China, com suas dificuldades e vantagens. O diretor retrata a utilização da mediação numa comunidade rural chinesa, durante a ditadura de Mao Tse Tung.
Glossário
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Segundo Nazareth (2009)
NAZARETH, Eliana Riberti. Mediação: o conflito e a solução. São Paulo: Artepau Brasil, 2009.
Segundo Nazareth (2009)
NAZARETH, Eliana Riberti. Mediação: o conflito e a solução. São Paulo: Artepau Brasil, 2009.
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Pound Conference de 1976
Foi uma reunião histórica de juristaspara discutir formas de lidar com a insatisfação popular com o sistema legal americano e reformar a administração e a prestação da justiça.
Pound Conference de 1976
Foi uma reunião histórica de juristas para discutir formas de lidar com a insatisfação popular com o sistema legal americano e reformar a administração e a prestação da justiça.
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Multi-door courthouse 
Tribunal com portas abertas para uma ampla gama de processos de resolução de litígios, em que as disputas podem ser eficientemente resolvidas através do mecanismo mais adequado para as partes e as questões envolvidas.
Multi-door courthouse 
Tribunal com portas abertas para uma ampla gama de processos de resolução de litígios, em que as disputas podem ser eficientemente resolvidas através do mecanismo mais adequado para as partes e as questões envolvidas.
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PL 4.827/98
“a atividade técnica exercida por terceira pessoa, que, escolhida ou aceita pelas partes interessadas, as escuta e orienta com o propósito de lhes permitir que, de modo consensual, previnam ou solucionem conflitos” (art. 1º, caput), passível de ser utilizado antes ou no curso do processo judicial (art. 3º). O texto traz a possibilidade de homologação judicial do acordo obtido (art. 5º), a interrupção da prescrição e o impeço à decadência nas hipóteses em que o interessado requerer ao juízo a intimação da parte contrária para comparecer em audiência (art. 6º).
PL 4.827/98
“a atividade técnica exercida por terceira pessoa, que, escolhida ou aceita pelas partes interessadas, as escuta e orienta com o propósito de lhes permitir que, de modo consensual, previnam ou solucionem conflitos” (art. 1º, caput), passível de ser utilizado antes ou no curso do processo judicial (art. 3º). O texto traz a possibilidade de homologação judicial do acordo obtido (art. 5º), a interrupção da prescrição e o impeço à decadência nas hipóteses em que o interessado requerer ao juízo a intimação da parte contrária para comparecer em audiência (art. 6º).
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Substitutivo
O substitutivo aprovado pelo Senado Federal em 2006 descreve a mediação prévia ou incidental, judicial ou extrajudicial (art. 3º), aceitando-a “em toda a matéria que admita conciliação, reconciliação, transação ou acordo” (art. 4º). Ressalta que o procedimento será sigiloso, em regra (art. 6º), e que o acordo obtido constitui título executivo extrajudicial e, homologado pelo juiz, terá eficácia de título judicial (arts. 7º e 8º). Consigna que os mediadores poderão ser judiciais e extrajudiciais, devidamente inscritos em registro de mediadores a ser mantido pelos Tribunais de Justiça locais (arts. 11 e 12), que também exercerão a fiscalização das atividades dos mediadores extrajudiciais (art. 18), ao passo que a fiscalização dos mediadores judiciais competirá às seccionais da OAB. Aponta as causas de impedimento dos mediadores (arts. 21 e 23), o que é considerado como conduta inadequada, bem como causas de exclusão do registro de mediadores (arts. 24 e 25). Regula a interrupção da prescrição (arts. 29, parág. único, e 35, caput) e a obrigatoriedade da mediação incidental, salvo exceções que estabelece (art. 34), bem como prevê a dispensa do recolhimento de honorários aos beneficiários de assistência judiciária gratuita.
Substitutivo
O substitutivo aprovado pelo Senado Federal em 2006 descreve a mediação prévia ou incidental, judicial ou extrajudicial (art. 3º), aceitando-a “em toda a matéria que admita conciliação, reconciliação, transação ou acordo” (art. 4º). Ressalta que o procedimento será sigiloso, em regra (art. 6º), e que o acordo obtido constitui título executivo extrajudicial e, homologado pelo juiz, terá eficácia de título judicial (arts. 7º e 8º). Consigna que os mediadores poderão ser judiciais e extrajudiciais, devidamente inscritos em registro de mediadores a ser mantido pelos Tribunais de Justiça locais (arts. 11 e 12), que também exercerão a fiscalização das atividades dos mediadores extrajudiciais (art. 18), ao passo que a fiscalização dos mediadores judiciais competirá às seccionais da OAB. Aponta as causas de impedimento dos mediadores (arts. 21 e 23), o que é considerado como conduta inadequada, bem como causas de exclusão do registro de mediadores (arts. 24 e 25). Regula a interrupção da prescrição (arts. 29, parág. único, e 35, caput) e a obrigatoriedade da mediação incidental, salvo exceções que estabelece (art. 34), bem como prevê a dispensa do recolhimento de honorários aos beneficiários de assistência judiciária gratuita.

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