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GOVERNANÇA CORPORATIVA 2º SEMESTRE de 2020 GOVERNANÇA CORPORATIVA: VISÃO GERAL Governança corporativa: síntese das principais funções Os ágios da governança corporativa ORIGENS E FUNDAMENTOS DA GOVERNANÇA CORPORATIVA Evolução da empresa capitalista e o surgimento da governança corporativa: Etapas de evolução da empresa capitalista O processo de dispersão do capital A separação propriedade-controle e a evolução da administração Os conflitos de agência Surgimento da governança corporativa Governança corporativa e requisitos das partes interessadas: Introdução Stakeholders: principais tipos, composição e interesses Orientação da governança corporativa: tendências Fundamentos da governança corporativa: Introdução Principíos da OCDE Novo cenário da governança corporativa / Lei Sarbanes-Oxley CÓDIGO IBGC DAS MELHORES PRÁTICAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA Propriedade Conselho de Administração Gestão O DESENVOLVIMENTO DAS CORPORAÇÕES E O DESPERTAR DA GOVERNANÇA CORPORATIVA: O sistema acionário possibilitou, de um lado, o expansionismo e o agigantamento do mundo corporativo, bem como a concentração do poder econômico das 500 maiores empresas das Auditoria Independente Conselho Fiscal Conduta e conflito de interesses Ao longo do processo histórico de formação do capitalismo, quatro aspectos relacionados a administração tornaram-se dia a dia mais nítidos: A) O gigantismo e o poder das corporações B) O processo de dispersão do controle das grandes corporações C) O divórcio entre propriedade e a gestão D) A ascensão da tecnoestrutura organizacional como novo fator de poder dentro das corporações economias nacionais. Mas, de outro lado, manifestou-se dentro dele um importante movimento, oposto ao da concentração: a dispersão do número de acionistas e a despersonalização da propriedade. Os acionistas tornaram-se, em grande e crescente número de empresas, proprietários passivos. O divórcio entre a propriedade e a gestão acarretou mudanças profundas nas companhias, onde: A propriedade desligou-se da administração; Os “capitães de indústria”, fundadores – proprietários, foram substituídos por executivos contratados; Os objetivos corporativos deixaram de se limitar à maximização dos lucros; e várias inadequações e conflitos de interesse passaram a ser observados no interior das corporações. Mas foram exatamente os conflitos de interesses não perfeitamente simétricos que levaram à reaproximação da propriedade e da gestão, pelo caminho da difusão e da adoção de boas práticas de governança corporativa A governança corporativa desenvolveu-se como reação aos oportunismos proporcionados pelo afastamento dos proprietários passivos. Entre acionistas e gestores passaram a ocorrer e a se aprofundar com o correr do tempo conflitos decorrentes da pulverização do capital e do divórcio propriedade-gestão. A teoria já consagrada de governança corporativa denomina-os de conflitos de agência. A governança corporativa surgiu para cuidar desses conflitos e de outros desalinhamentos nas companhias. Das reações de ativistas por boas práticas de governança resultam a criação de institutos leais e de marcos regulatórios protecionistas dos direitos e interesses dos acionistas. Resultam também mudanças interna nas corporações, com ênfase na constituição de conselhos eficazes e guardiões. Outras razões fundamentais também levaram ao despertar da governança corporativa. Entre elas, destacam-se pelo menos três razões adicionais externas e três internas. Entre as externas, destacam-se: as mudanças no macroambiente, como desfronteirização de mercados reais e financeiros, desengajamentos do Estado-empresários e ascensão de novos players globais; as mudanças no ambiente de negócios, como as reestruturações setoriais; e as revisões nas instituições do mercado de capitais, junto com posturas mais ativas dos investidores institucionais. Entre as internas, destacam-se: as mudanças societárias; os realinhamentos estratégicos; os reordenamentos organizacionais, que vão da profissionalização à implantação de controles preventivos contra ganância fraudes. O QUE É GOVERNANÇA CORPORATIVA? Governança Corporativa lida com o processo decisório na alta gerência e com os relacionamentos entre os principais personagens das organizações empresariais, notadamente executivos, conselheiros e acionistas. O tema pode ser definido como o conjunto de mecanismos que visam a fazer com que as decisões corporativas sejam sempre tomadas com a finalidade de maximizar a perspectiva de geração de valor de longo prazo para o negócio. Existe em função de três potenciais problemas na cúpula das empresas: Conflitos de interesses, limitações técnicas e vieses cognitivos. OBJETIVO, CONCEPÇÕES E VALORES DA GOVERNANÇA CORPORATIVA Desde os anos 80, têm se modificado substancialmente as relações entre o mundo corporativo e a sociedade. Entre as consequências, observa-se pressões crescentes cobrando por responsabilidade corporativa e por maior amplitude dos objetivos corporativos, tendo em vista suas interfaces com as demandas e os direitos de outros constituintes organizacionais, definidos geneticamente como stakeholders. Entre os proprietários e os demais constituinte organizacional estabelece- se uma relação biunívoca de importância, que tem levado complexas discussões e as mudanças nos institutos legais dos países, todas elas gravitando em torno de uma questão essencial: os interesses aos quais a gestão das companhias deve atender. Há duas orientações básicas quanto a esta questão: A questão focada no objetivo de máximo retorno total dos investidores; e A questão voltada para a harmonização do retorno dos investidores com os demais grupos com interesses em jogo nas companhias. OS GRANDES MARCOS CONSTRUTIVOS DA GOVERNANÇA CORPORATIVA Dos marcos históricos, pilares da moderna governança, destacamos quatro, pela ordem de ocorrência: 1. O ativismo de Robert Monks, que a partir da segunda metade dos anos 80, mudou o curso de governança dos Estados Unidos; 2. O Relatório Cadbury, menos personalista que o ativismo de Monks, produzido de comitê constituído no Reino Unido em 1992, para definir responsabilidades de conselheiros e executivos, visando à prestação responsável de contas e transparência, em atenção aos interesses legítimos dos acionistas; e 3. Os Princípios da OCDE, definidos em 1998, voltados para o bom funcionamento das corporações e dos mercados de capitais e, por esta via, para o desenvolvimento das nações; e 4. A Lei Sarbanes –Oxley, aprovada em julho de 2002 pelo Congresso dos Estados Unidos. São notáveis as diferenças entre estes quatro marcos históricos: O primeiro marco foi iniciativa pioneira de Robert Monks, um franco atirador, ativista de resultados, inconformado com a passividade dos acionistas e com práticas oportunistas dos executivos das corporações dos EUA. O segundo, fiel à cultura britânica, foi a constituição de um comitê de alta representatividade, envolvendo corporações, mercado acionário e órgãos reguladores. O terceiro foi de maior abrangência institucional, resultando no interesse de uma organização multilateral pelo tema de governança. O quarto focaliza a importância da regulação e conformidade legal no processo de Governança. As motivações de Robert Monks foram os conflitos de agência, resultantes do divórcio entre proprietários e executivos, e o aperfeiçoamento necessário dos processos de governança nas Empresas. Os resultados imediatos que ele alcançou foram a revelação de desvios nas práticas corporativas, a mobilização de acionistas individuais e institucionais e o maior respeito pelos justos direitos dos proprietários. Como resultados duradouros destacam-se dois: A institucionalização das práticas de governança corporativa; As novas proposições normativas e a maior intervenção dos mercados. O Relatório Cadbury encorajou o papel mais ativo nas corporações por parte de investidores institucionais, o fortalecimento dos canais de comunicação entre acionistas, conselheiros e diretores executivos e o envolvimento maior do governo no mercado, junto com uma nova era de autorregulamentação. 8 PS DA GOVERNANÇA CORPORATIVA Propriedade; Princípios; Propósitos; Poder; Processos & (Papéis); Práticas; Perenidade; Pessoas Propriedade: Um dos principais atributos que diferenciam as razões de ser e as diretrizes da governança corporativa é a estrutura da propriedade nas companhias, bem como o regime legal de sua constituição. Atributo fundamental, diferenciador das companhias. Tipologias: Familiar, limitada, cooperativa, consorciada, estatal, Economia mista, anônima. Fechada, aberta. Concentrada, pulverizada. Estreitas relações com as razões de ser e com as diretrizes da governança. Princípios: Os princípios consistem na base ética da governança. Por sua universalidade, eles estão presentes nos códigos de boas práticas hoje editados em todas as partes do mundo. Veja quais são esses fundamentos éticos dos negócios e da gestão: Fairness - Senso de justiça e equidade de direitos. Disclosure - Transparência quanto aos resultados, oportunidades e riscos. Accountability - Prestação responsável de contas. Compliance - Conformidade com instituições legais e com marcos regulatórios. Principios da Companhia: Credos e valores internamente compartilhados. Externamente sancionáveis Propósitos: O propósito fundamental da governança corporativa é contribuir para o máximo retorno a longo prazo dos stakeholders. Direcionamento de médio-longo prazo consensado. Situações críticas: Desalinhamentos crescentes entre os controladores. Propósitos de médio-longo prazo divergentes Boas práticas: Coesão entre controladores. Relações respeitosas, serenas, pautadas pela racionalidade Alinhamento entre propósitos e expectativas dos proprietários. Clareza na definição de diretrizes de grande alcance: Propósito orientador (missão). Propósito empresarial (visão). Estratégia, consistente, motivadora, realizável. Foco em retornos: (a) Maximização do retorno total dos investimentos dos shareholders (RTS). (b) Harmonização do RTS com os interesses de outros stakeholders. (*) RTS – Normas Técnicas de Regulamentação Poder: As formas como se articulam as negociações e se estabelecem as relações entre os órgãos de governança definem a estrutura de poder no interior das corporações. Constituição da estrutura de poder: prerrogativa dos shareholders. Definição e separação de funções e responsabilidades: Conselhos corporativos; Direção executiva. Definição compartilhada de decisões de alto impacto. Planejamento das sucessões nos órgãos de governança. Processos (Papéis): Clareza na separação de papéis: Família, Sociedade, Empresa. Situações críticas: Desalinhamentos na definição das estratégias, no modelo de empresariamento e na velocidade de crescimento. Rumos estratégicos desconectados da evolução do ambiente de negócios em que a Organização opera Boas práticas: Visão de longo prazo alinhada, nos Conselhos de Sócios e de Administração e no âmbito da Diretoria Executiva. Estratégia clara, consistente e focada na criação de riqueza. Situações críticas: Fragmentação e acomodações na estrutura organizacional para atender a pessoas, não voltadas para o interesse das empresas do Grupo. Boas práticas: Definido, visível e aceito, nos órgãos da Administração: Empowerment e firme condução do Conselho. Liderança forte, produtora de bons resultados e admirada na Presidência Executiva. Alçadas e responsabilidades claramente definidas. Acionistas, Conselheiros, Gestores. Conselho de Administração e Diretoria Executiva. Chairman e CEO. Práticas: O foco das boas práticas de governança é a gestão de conflitos de agência, tanto os decorrentes de oportunismo de gestores, quanto de grupos majoritários de controle. Sistematização: do direcionamento da estratégia ao monitoramento de resultados. Práticas atribuíveis ao Conselho de Administração (estratégia de negócios e de gestão): Direcionamento; Homologação; Monitoramento. Empowerment dos órgãos de governança. Gestão de conflitos e de custos de agência. Construção de canais de comunicação, internos e externos. Práticas atribuíveis à Diretoria Executiva: Alinhamento aos valores corporativos; Operações alinhadas às estratégias; Foco em geração de resultados; Cumprimento do plano orçamentário. Perenidade: Salvo em casos excepcionais, objetivo último das organizações. Presente em todas as estruturas societárias, com maior visibilidade nas familiares sendo fortemente associável a: Harmonia de propósitos. Criação de valor para os shareholders. Conciliação dos interesses dos shareholders com os de outros stakeholders. Desenvolvimento de lideranças, em todos os níveis Estratégia focada em fatores-chave de sucesso. Tratamento de questões-chave. Situações críticas: Papéis não segregados, funções acumuladas. Decisões contraditórias. Linhas de competência e alçadas não definidas. By pass constantes, em todos os níveis. Boas práticas: Conselho de Sócios (AG), Conselho de Administração e Diretoria Executiva. Acionistas, Conselheiros, Gestores. Funções segregadas: Chairman e CEO. Situações críticas: Ausência de acordos, protocolos de entendimento e de regras formais. Práticas oportunistas, conflitos de interesse. Decisões colegiadas desconsideradas. Prevalência de modelos informais de gestão. Boas práticas: Ausência de conflitos de interesse. Transações com partes relacionadas amplamente justificadas. Práticas sistematizadas: do direcionamento da estratégia ao monitoramento de resultados.. Gestão eficaz de riscos. Pessoas: São com as pessoas que militam no interior das empresas os mais delicados e complexos embates para se estruturarem ambientes profícuos de governança corporativa. É a partir de relações interpessoais íntegras, movidas por regras morais e harmoniosas, que se mitigam riscos das mais variadas origens e se torna um fator-chave da boa governança, presente em todos os “Ps”. Postura ética, requisito fundamental na condução de: Questões societárias; Negócios; Operações internas ou gestão. Harmonização de interesses: Coesão; Convergências, alinhamentos Base dos legados, das condutas e das competências que conduzem à perenidade. ESTRUTURA DE PODER EMPRESARIAL Proprietários: Assembleia Geral e Conselho Fiscal Administradores: Conselho de Administração; Comitê de Auditoria; Auditoria Independente; Direção Executiva; Auditoria Interna. Boas práticas: Gestão eficaz de riscos corporativos. Desenvolvimento de novas lideranças: sucessões bem conduzidas. Criação sustentável de valor para os shareholders. Conciliação de interesses dos shareholders com os de outros stakeholders Situações criticas: Desinteresse pela sociedade e pelos negócios por herdeiros distantes e inativos. Riscos crescentes, resultados decrescentes. Interesses legítimos não satisfeitos. Boas práticas: Alinhamento aos valores corporativos. Gestão estratégica de RH. Clima organizacional com altos índices de favorabilidade. Meritocracia e PPR justo e bem gerido. Situações criticas: Deficiências crônicas e crescentes na área de RH. Desconsideração pelas condições vigentes e pelas tendências do clima organizacional. Ausências de legados: organização “despersonalizada” Assembleia Geral: Órgão máximo de poder; Delibera s/ prestação contas administradores; Destinação dos resultados; Estrutura de capital; Reforma dos estatutos; Elege os administradores; Elege o conselho fiscal. Conselho Fiscal: Fiscaliza os administradores; Opina sobre o relatório anual da administração; Opina sobre a aprovação das Demonstrações Financeiras; Acompanha o trabalho dos Auditores Independentes; Denuncia Irregularidades e fraudes. Conselho de Administração: Guardião dos interesses dos proprietários; Elege a diretoria executiva; Define as estratégias e políticas de negócios; Escolhe e contrata a Auditoria Independente; Define a constituição do comitê de auditoria; Passivo; Certificador; Envolvido; Dá opiniões; Possui Know-how setorial Interventor; Envolve-se na tomada de decisões; Convoca reuniões; Operador; Compensa eventual falta de experiência da equipe executiva. Comitê de Auditoria: Acompanha e avalia o sistema de controles internos; Auditoria externa; Auditoria Interna; Avalia os riscos relevantes da firma; Supervisiona a elaboração dos relatórios financeiros; Acompanha e avalia o sistema de controles; Adequação dos recursos; Qualidade dos relatórios; Trabalho dos auditores independentes; Qualificação, experiência e recursos; Materialidade e conteúdo trabalhos; Coordenação com a auditoria interna; Trabalhos especiais; Estrutura os programas de avaliação de riscos; Acompanha e avalia o sistema de riscos; Define os riscos aceitáveis; Avalia o Sistema de avaliação de riscos (Estratégicos ou de mercado/Legais e regulatórios); Contratuais; Tecnologia da Informação; Financeiros; Ambientais; Segurança Patrimonial e pessoal; Estrutura os programas de avaliação de riscos; Supervisiona a elaboração dos relatórios financeiros; Cronograma; Práticas contábeis; Orientações técnicas. Auditoria Independente: Transparência; Confiabilidade do sistema contábil; Correção das demonstrações financeiras exigências; Independência; Profissional; Financeira; Rotatividade; Capacitação; Atualização. Direção Executiva: Executa as diretrizes do Conselho de Administração; Define e executa os planos operacionais. Auditoria Interna: Organiza o sistema de controle interno; Organiza o sistema de avaliação de riscos; Implanta e controle Sistemas de Controle (SC) Internos e Sistemas de Controle (SC) Riscos; Elabora relatórios internos; Controla o patrimônio. ATUAÇÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E DA GOVERNANÇA CORPORATIVA CONCEITO: Razão de ser do Conselho de Administração. FINALIDADE: Indicar “a quem” e “como” o Conselho de Administração deve atender às expectativas Responsabilidades do Conselho de Administração: Orientação geral dos negócios Fiscalização da gestão da empresa Eleição dos diretores e estabelecimento das atribuições Escolha dos auditores externos Conselho de Administração: – TAMANHO Ideal: 7a15conselheiros Média brasileira: 7(intervalode5a9conselheiros) Média francesa: 13 Média norte-americana: 14 Alterações ou reconduções: cada 3 anos Tecnicas de Reunião – ETAPAS Definição dos assuntos a serem debatidos Seleção dos participantes Definição dos PAPÉIS Organização formal da equipe Exposição do tema Rodada de esclarecimentos Rodada de contribuições e de propostas de soluções Capacitação do Conselheiro 1. Estabelecimento da especialidade, conhecimentos gerais, forma e abrangência de atuação. 2. Identificação e análise dos possíveis candidatos. 3. Auto - avaliação e avaliação pelos outros conselheiros Prazo de Mandato Ideal: 3 anos (Participa de um ciclo evolutivo da empresa) Alternativas: 1 ou 2anos (Melhor para avaliar o conselheiro) Reeleição: Após avaliação formal de desempenho Limite de Idade Brasil: idade média de 55 anos Limite de Idade: 70 anos Documentação das Reuniões Agenda da reunião Ata da reunião Acompanhamento das ações Entender os acionistas Saber perguntar Saber avaliar Analisar planos de negócio Saber discordar Ter informações Ter independência Saber cobrar Ter elevados conhecimentos Ter questionamentos estratégicos Ter atuação de resultados Consolidar equilíbrio de interesses Consolidar tratamento objetivo e imparcial dos assuntos Ideal: Ter processo estruturado de avaliação de desempenho do conselheiro, independentemente da idade. Mudança de Ocupação Principal O conselheiro deve ter foco de atuação Atividades heterogêneas e dispersas provocam sérios problemas Remuneração Para equiparar conselheiro profissional x presidente executivo: atuação em 7 ª 9 conselhos (empresas grandes) e atuação em 3 conselhos (empresas médias). Para o Brasil: Média de R$100 mil anuais Máximo: R$400 mil anuais Remuneração fixa: 83% das empresas Variáveis de remuneração: Carga horária de trabalho; Competências necessárias; Contatos requeridos; Risco do tipo de empresa Estabelecimento: Assembleia Geral Consultas Externas: Apoio técnico-profissional Consultorias pagas pela empresa Pareceres independentes Conselheiro Independente (caracteristicas) Não deve ter interesses diretos ou indiretos nos negócios da empresa Se já foi executivo ou consultor da empresa, negociar com cuidado Sua escolha não deve ser por relacionamento pessoal Conselheiro Interno e Externo (características) Conselheiro Interno: Ocupa outro cargo ou função na empresa Conselheiro Externo: Não ocupa outro cargo ou função na empresa Obs.: tem independência básica de atuação Presidente do Conselho e da Diretoria Executiva Esses cargos não devem ser ocupados pela mesma pessoa Máximo permitido: Presidente executivo ser um conselheiro, mas nunca o Presidente ou Vice-presidente do Conselho Alternativa: Liderança independente do conselheiro Liderança Independente do Conselheiro: Liderança é o processo em que uma pessoa é capaz, por suas características individuais,. De aprender as necessidades dos executivos profissionais da empresa ou negócio, bem como exprimi-las de forma válida eficiente, obtendo engajamento e a participação de todos no desenvolvimento e implantação dos trabalhos necessários ao alcance das metas e objetivos estabelecidos. Ameniza a atuação do presidente único (conselheiro e Diretoria) Deverá ter apoio dos conselheiros Foco de atuação: Questões estratégicas Conselheiro Profissional: É o que possui sustentação, capacitação em um ou mais assuntos de interesse da alta administração da empresa, bem como, preferencialmente, atua de forma independente quanto as suas ideias e proposições. Stakeholders: Shareholders; Grupos internos; Grupos externos; Entorno Shareholders: Proprietários Investidores: Regime legal (Acionistas & Cotistas); Participação (majoritária ou minoritária); Controle (controlador ou investidos); Classe de ações (com ou sem direito de voto) Grupos internos: São os grupos ligados aos órgãos de governança e aos grupos ligados aos empregados Direção executiva Conselho de Administração Conselho fiscal Auditores Internos Auditores Externos Grupos externos - Partes interessadas Fornecedores Clientes Consumidores Introdução de Novos Conselheiros (premissas) Explicação do processo de debate de ideias Cópias dos documentos dos últimos anos Planos para os próximos anos Trabalhos em equipes multidisciplinares Apresentação aos executivos e funcionários Explicação das áreas e das atividades da empresa Planejamento da Sucessão (premissas) Atividades definidas, entendidas e incorporadas Atividades planejadas Capacitações analisadas Plano de novas capacitações elaborado Perfil de conhecimento e capacitação aplicado Critérios e parâmetros de avaliação estruturados Quadro funcional habilitado Entorno Restrito: Comunidade local Abrangente: Governos e ONGs AUDITORIA INTERNA & GOVERNANÇA CORPORATIVA Diferenças: Campo de trabalho Externa (empresário): Responsabilidade ilimitada e não há transferência de direitos aos sucessores Interna (funcionário da empresa) Função Emitir um parecer – mercado Controle patrimonial - relatórios Independência Externa – é independente Interna – não é independente Amplitude do trabalho Externo – limitada e por amostragem Interno – ampla Foco do trabalho Externa – exatidão das dem. financeiras Interna – controles internos Papel do auditor perante Fraudes Externo SHAREHOLDERS – pontos positivos Sistema de gestão centrado na geração de valor Medidas Objetivas de desempenho Robustez teórica – Ciência da Administração e da Economia Objetivo claramente equacionável Escolhas pouco conflituosas operacionalmente Evidência os conflitos de agência Comprovação pela Economia SHAREHOLDERS – pontos negativos: Levada ao extremo apresenta falhas graves como: Desemprego Desequilíbrios de mercado Problemas ambientais Problemas sociais Pouca atenção a fatores não econômicos STAKEHOLDERS – pontos positivos: Têm como base uma abordagem sociológica do mundo corporativo. Busca conciliar múltiplos objetivos (legítimos). Foca Diretrizes estratégicas e os relacionamentos que dão sustentação as empresas no longo prazo. Vê o administrador como um agente do conjunto dos stakeholders e não só do proprietário A prestação de contas não se limita aos balanços e demonstrações financeiras STAKEHOLDERS – pontos negativos: Dificuldades em estabelecer critérios para ponderar as contribuições dos diversos grupos de interesse Dificulta a avaliação dos gestores – múltiplos objetivos. Incorpora argumentos de grupos externos ao mundo corporativo e que muitas vezes negam o direito de propriedade. Pressões podem inviabilizar a firma. Brasil – nenhuma USA - deve realizar trabalhos de certificação Interno – ampla Controles Internos: É o plano de organização, métodos e medidas adotadas por uma empresa para salvaguardar seus ativos, seu patrimônio e verificar a exatidão e a fidelidade dos dados econômicos, financeiros e contábeis da empresa. Administrativos: Manuais de normas e procedimentos Sistema de autorizações: Delegação de função (deveres) Política de negócios: Vendas financiadas Política de recursos humanos: Critérios de contratação Controle de qualidade Controle Orçamentário Contrato Social Política de Informática: Controle de acesso aos dados e informações Controle de contratos Guarda de documentos Controles Internos Contabeis Plano de Contas Sistema de registros contábeis: Livros obrigatórios; Livros facultativos; Livros fiscais Sistema de custos Controle de Estoque: Livros de entrada e saída de mercadorias Controle de patrimônio: Imobilizado; Depreciação Livro Caixa Controle movimento bancário Sistema de Auditoria Interna Sistema de Informações: Equipamentos; Programas; Recursos Humanos Controles Internos X Auditoria Externa Define a amplitude e extensão dos trabalhos. É a base para o planejamento dos trabalhos de auditoria. É a base para a estimativa de horas de trabalho. Ajuda a definir o custo do serviço de auditoria. Trabalho Aplicação de questionários: Tipo sim/não; Tipo dissertativo Visitas técnicas Entrevistas Outros dados Indicador de Desempenho: Parâmetro e critério de avaliação previamente estabelecidos que permitem a verificação da realização, bem como da evolução da atividade ou do processo na empresa ou negócio. Perspectiva do Mercado e dos Clientes: Participação no mercado; Fidelidade; Conquista de novos clientes; Insatisfação; Satisfação; Informação; Imagem; Conhecimento; Valor relativo do produto ou serviço; Manifestações dos clientes; Relacionamento. Perspectiva Financeira: Rentabilidade; Valor econômico agregado; Liquidez corrente; Crescimento da receita; Margem bruta; Geração de caixa; Custo unitário do produto ou serviço; Vendas. Perspectivas dos Processos: Conformidade do produto em relação ao padrão; Conformidade do serviço em relação ao padrão; Produtividade; Eficiência operacional; Conformidade do processo crítico; Desperdício; Qualidade do planejamento; Flexibilidade; Análise do processo de inovação; Análise do processo de operações; Análise do serviço pós-venda. Perspectiva de Aprendizado, Inovação e Crescimento: Tempo para recuperar o investimento; Receita de novos produtos ou serviços; Conformidade do projeto; Geração de ideias; Aceitação de novos produtos e serviços; Conformidade do processo. Perspectiva de Responsabilidade Social: Conformidade social; Imagem pública; Conformidade ambiental; Custo ambiental; Benefícios dos processos; Investimento em responsabilidade social; Investimento em gestão ambiental; Divulgação; Risco ambiental; Passivo ambiental. Perspectiva das Pessoas: Retenção de pessoas – chave; Conhecimento e habilidade; Satisfação; Comprometimento; Competência; Melhoria contínua e produtividade; Eficácia do treinamento; Volume de treinamento; Avanço na carreira; Eqüidade de remuneração; Bem- estar; Segurança; Participação. Perspectiva de Aquisição e dos Fornecedores: Qualidade dos produtos e serviços adquiridos; Produtividade de aquisição; Eficácia da garantia da qualidade; Relacionamento. Perspectiva do Ambiente Organizacional: Satisfação com a liderança; Capital intelectual; Habilidade dos líderes; Qualidade do sistema de informações. A GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL: A governança corporativa no Brasil é influenciada por amplo conjunto de forças externas e internas. Estas forças vão das condições do macro ambiente global até as mais próximas que se encontram no macro ambiente nacional e no sistema corporativo do país. O ambiente corporativo do Brasil foi fortemente impactado pelas altas mudanças globais que se iniciaram nos anos 80 até década de 90 mais profundamente. As mais impactantes agrupam-se em três dimensões: Concepções político-ideológicas; Ordem geopolítica; Ordem econômica. O Brasil alinhou-se às grandes mudanças globais até os anos 90, a orientação era nacionalista, básica para a doutrina então vigente de soberania e segurança, bem como para o protecionismo, para a imposição de reservas de mercado, a estatização em áreas chave e para a concessão de incentivos subsidiados ao setor privado nacional. A partir dos anos 90, os rumos estratégicos mudaram. Os impactos da reorientação estratégica no mundo corporativo do país foram profundos. Os principais movimentos foram: Inserção global; Integração regional; Abertura econômica, com o fim das reservas de mercado; Privatizações; Novos marcos regulatórios, de direção liberalizante; Desmonopolização, estendendo-se a competição a todos os mercados. Com as privatizações ( que alcançaram US$ 98,3 bilhões), grupos privados e fundos de pensão em consórcios passaram a controlar grandes empresas em áreas –chave. Grande entrada de competidores externos em todos os negócios. Um número sem precedentes de fusões e aquisições: 8.268 transações (1990-2011), com média anual de 393. E a participação estrangeira nesse movimento foi de 46,3%. No âmbito mais específico da governança, reconfigurou-se o mercado de capitais: a abertura não se limitou ao setor real. A entrada de capitais estrangeiros na bolsa avolumou-se: chegou a US$35,8 bilhões em 1997; 24,9% do valor de mercado das empresas listadas. De 1998-2002, por razões internas e externas (crise nos mercados emergentes, maior aversão global ao risco e encaminhamento da transição políticano país), as aplicações recuaram: US$ 15,5 bilhões em média anual. Conselhos de Administração mais eficazes foram exigidos , com admissão de insiders com experiência e presença internacionais. No período 2003-2011, os investimentos estrangeiros na bolsa voltaram, e em 2008, antes da crise financeira, ultrapassaram o patamar de US$ 210 bilhões. Com a crise, recuaram para US$ 71,4 bilhões em 90 dias. Mas recuperaram-se em 2009-2011, voltando a níveis superiores a US$ 220 bilhões. Em síntese, em 2011, as condições vigentes no sistema corporativo brasileiro foram: Em comparação com os padrões mundiais, o tamanho das empresas é pequeno, poucas têm expressão mundial e só há 7 entre as 500 maiores do mundo; Presença expressiva de empresas de origem externa entre as 500 maiores do setor real e as 50 maiores do setor financeiro; Entre as sociedades anônimas, preponderância das de capital fechado; Entre as empresas de capital privado nacional, forte presença de grupos familiares e alta concentração de propriedade. O ambiente externo da governança corporativa no Brasil está sob crescentes pressões por melhores práticas. Em 2001 foi reformada a Lei das S/As e em 2002 o Código Civil, com novas formalidades que alcançaram as sociedades de responsabilidade limitada. Entre essas duas reformas em institutos legais, a Comissão de Valores Mobiliários, em 2002 , editou sua “cartilha” de governança. As direções dos novos marcos legais e das recomendações da CVM são: Redução do limite de emissão de ações preferenciais; Maior segurança aos detentores de ações sem direito a voto; Reafirmação das disposições sobre conselhos fiscais e de administração, mantendo-se a obrigatoriedade deste último para as companhias abertas; Reconhecimento legal dos acordos de acionistas, incorporando o poder de controle como objetivo, mas com transparência de suas cláusulas; Consagração do tag along (proteção aos acionistas minoritários), com regras que alcançam todas as ações ordinárias, mas ainda com exclusão das preferenciais, a não ser em condições peculiares; Estimulação câmaras de arbitragem para solução de conflitos de agência e de interesse. Outra força externa de pressão por melhores práticas vem da Bolsa de Valores de São Paulo, que definiu critérios para listagens diferenciadas das companhias, segundo os padrões de governança praticados. Tentando superar o que, no entendimento do mercado, são ainda inadequações da lei, foram estabelecidos, na realidade quatro mercados: O tradicional, com regras de listagens definidas em lei; O Nível 1 de Governança Corporativa; O Nível 2; O Novo Mercado. Estes três últimos com requisitos que vão além das exigências regulatórias oficiais. No Brasil, os investidores institucionais têm também exercido pressões por melhores práticas de governança. Eles se colocam na interface das forças externas e internas. Pela suas participações, têm assento nos Conselhos de Administração e participação ativa em Assembleias Gerais. Com objetivos de rentabilizar suas carteiras de renda variável, pressionados por suas crescentes responsabilidades atuariais, eles têm editado código de melhores práticas , incorporando princípios que se universalizam. Ao ativismo das bolsas e dos fundos e às pressões por melhores práticas dos investidores estrangeiros, soma-se a ampla difusão dos princípios da governança pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Criado em 1995, foi do IBGC o primeiro código de governança proposto no Brasil. Editado em 1999, foi revisado em 2001 e 2004. As recomendações para os acionistas, os Conselhos Fiscal e de Administração, a gestão e a Auditoria Independente são amarradas a quatro princípios básicos: Transparência; Equidade; Prestação de contas (accountability); Responsabilidade Corporativa. O ambiente interno da Governança corporativa no Brasil é fortemente determinado pela estrutura predominante da propriedade acionária, sofrendo, porém crescentes pressões de forças externas – tanto mundiais, quanto do país. As condições internas que prevalecem são: Alta sobreposição propriedade–direção; Conselhos de Administração de baixa efetividade; Em grupos familiares, papéis dos acionistas, dos conselhos e da direção não bem definidos; Pouca clareza quanto à relação benefícios/custos da boa governança. Quanto à estrutura de controle, a que prevalece é a alta concentração. Levantamentos amostrais significativos revelam que o controle é predominantemente familiar (47,0% das empresas). As ações ordinárias nas mãos do controlador (ou grupo de controle) são superiores a 75% das ações ordinárias emitidas. A estrutura padrão é assim disposta: o maior acionista tem 72% , com 51% do capital total emitido; os três maiores têm 87% do capital votante e 63% do emitido. Observa-se ainda que 27% das empresas têm acordos de acionistas e 82% operam com estruturas piramidais de controle. As relações das empresas com acionistas minoritários são conflituosas, os conflitos revelam-se mais fortemente e se tornam por ocasião de transferências do controle. Abrem-se as distâncias entre o valor de mercado das ações ordinárias e o das preferenciais, em prejuízo destas. E é reduzido o número de companhias que consideram explícita e sistematicamente os interesses dos minoritários. Em síntese, são estas as características predominantes de governança corporativa efetivamente praticada no Brasil: Debt (dívida), não equity (Capital Próprio), como fonte de financiamento; Alta concentração da propriedade acionária; Sobreposição propriedade-gestão; Conflitos de agência entre majoritários e minoritários; Fraca proteção legal a minoritários; Eficácia ainda baixa dos Conselhos de Administração; Liquidez da participação acionária baixa; Prevalência de forças internas de controle; Governança corporativa em evolução para modelos mais conformados às melhores práticas; Modelo predominante shareholders oriented.
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