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1/19 Atuadores Os atuadores lineares são conhecidos como cilindros ou cilindros pistões. Um bom exemplo de pistão seria uma seringa de injeção, aquelas mesmas vendidas em farmácia. A seringa de injeção funciona aplicando-se uma força mecânica na haste do êmbolo que se desloca segundo um movimento linear guiada pelas paredes do tubo da seringa, fazendo com que o líquido saia sob pressão pela agulha. Ou seja, está ocorrendo uma transformação de energia mecânica em energia de pressão do fluido. Agora vamos inverter o funcionamento da seringa. Se injetarmos um fluido (água, por exemplo) pelo ponto onde a agulha é acoplada ao corpo da seringa, o êmbolo irá se deslocar segundo um movimento linear. Estaremos, então, transformando energia de pressão do fluido em energia mecânica. Desta maneira teremos um atuador linear. Cilindros hidráulicos e pneumáticos têm construção muito mais complexa do que simples seringas de injeção, pois as pressões dos fluidos e os esforços mecânicos são muito maiores. Como esses cilindros realizam operações repetitivas, deslocando- se ora num sentido ora em outro, devem ser projetados e construídos de forma cuidadosa, para minimizar o desgaste de componentes e evitar vazamento de fluidos, aumentando, assim, sua vida útil. Apresentação Situação Prática Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas Atuadores 2/19 Os cilindros compõem-se normalmente de um tubo cuja superfície interna é polida, um pistão (ou êmbolo) fixado a uma haste e duas tampas montadas nas extremidades do tubo. Em cada uma das tampas há um orifício por onde o fluido sob pressão entra no cilindro e faz com que o pistão seja empurrado para um lado ou para outro dentro do tubo. Apresentação Situação Prática Atuadores Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas 3/19 Entre as várias peças (fixas ou móveis) que compõem o conjunto, existem vedações de borracha ou outro material sintético para evitar vazamentos de fluido e entrada de impurezas e sujeira no cilindro. Essas vedações recebem nomes diferentes de acordo com seu formato, localização e função no conjunto. Assim, temos retentores, anéis raspadores e anéis “O”, entre outros. Alguns atuadores utilizam amortecedores de fim de curso. Durante o movimento do êmbolo para a direita, e antes que o pistão atinja a tampa, um êmbolo menor penetra num orifício e reduz a passagem que o fluido atravessa. A velocidade do pistão diminui e, com isso, o choque entre o pistão e a tampa do cilindro é menos violento. Os cilindros pneumáticos e hidráulicos encontram grande campo de aplicação em máquinas industriais, automáticas ou não, e outros tipos de equipamentos, como os utilizados em construção civil e transportes (guindastes, escavadeiras, caminhões basculantes). Apresentação Situação Prática Atuadores Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas 4/19 Tipos de Atuadores Lineares Pneumáticos Atuador de Simples Ação Utiliza ar comprimido para conduzir trabalho em um único sentido de movimento, seja para avanço ou para retorno. Este tipo de cilindro possui somente um orifício por onde o ar entra e sai do seu interior, comandado por uma válvula. Na extremidade oposta à de entrada, é dotado de um pequeno orifício que serve de respiro, visando impedir a formação de contrapressão internamente, causada pelo ar residual de montagem. O retorno, em geral, é efetuado por ação de mola e força externa. Quando o ar é exaurido, o pistão (haste + êmbolo) volta para a posição inicial. Simbologia Atuador de Dupla Ação Utiliza ar comprimido para produzir trabalho em ambos os sentidos de movimento (avanço e retorno), diz-se que é um cilindro de Dupla Ação, o tipo mais comum de utilização. Sua característica principal, pela definição, é o fato de se poder utilizar tanto o avanço quanto o retorno para desenvolvimento de trabalho. Existe, porém, Apresentação Situação Prática Atuadores Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas 5/19 uma diferença quanto ao esforço desenvolvido: as áreas efetivas de atuação da pressão são diferentes; a área da câmara traseira é maior que a da câmara dianteira, pois nesta há que se levar em conta o diâmetro da haste, que impede a ação do ar sobre toda a área. O ar comprimido é admitido e liberado alternadamente por dois orifícios existentes nos cabeçotes, um no traseiro e outro no dianteiro que, agindo sobre o êmbolo, provocam os movimentos de avanço e retorno. Quando uma câmara está admitindo ar, a outra está em comunicação com a atmosfera. Esta operação é mantida até o momento de inversão da válvula de comando. Ao alternar a admissão do ar nas câmaras, o pistão se desloca em sentido contrário. Simbologia Atuador com Amortecimento Foi projetado para controlar movimentos de grandes massas e desacelerar o pistão nos fins de curso; tem a sua vida útil prolongada em relação aos tipos sem amortecimento. Este amortecimento tem a finalidade de evitar as cargas de choque, transmitidas aos cabeçotes e ao pistão, no final de cada curso, absorvendo-as. Em cilindros de diâmetro muito pequeno, este recurso não é aplicável, pois utiliza Apresentação Situação Prática Atuadores Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas 6/19 espaços não disponíveis nos cabeçotes, e nem haveria necessidade, porque o esforço desenvolvido é pequeno e não chega a adquirir muita inércia. O amortecimento é criado pelo aprisionamento de certa quantidade de ar no final do curso. Isso é feito quando um colar que envolve a haste começa a ser encaixado numa guarnição, vedando a saída principal do ar e forçando-o por uma restrição fixa ou regulável, através da qual escoará com vazão menor. Isso causa uma desaceleração gradativa na velocidade do pistão e absorve o choque. Simbologia Atuador de Haste Dupla Este tipo de cilindro (D.A.) de haste dupla vem encontrando grandes aplicações na indústria. Possui duas hastes unidas ao mesmo êmbolo. Enquanto uma das hastes realiza trabalho, a outra pode ser utilizada no comando de fins de curso ou dispositivos que não possam ser posicionados ao longo da oposta. Apresentam ainda a possibilidade de variação do curso de avanço, o que é bastante favorável, principalmente em operações de usinagem. Apresentação Situação Prática Atuadores Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas 7/19 Apresentação Situação Prática Atuadores Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas As duas faces do êmbolo possuem geralmente a mesma área, o que possibilita transmitir forças iguais em ambos os sentidos de movimentação. Apresenta dois mancais de guia, um em cada cabeçote, oferecendo mais resistência a cargas laterais, que podem ser causadas pela aplicação, bem como melhor alinhamento. De acordo com o dispositivo em que for adaptado, este cilindro pode apresentar uma série de outras aplicações. Pode ser fixado pelas extremidades das hastes, deixando o corpo livre, ou fixado pelo corpo, permitindo que as hastes se desloquem. Como exemplo típico, considera-se o caso da automação de mesas de máquinas operatrizes e máquinas de injeção. Simbologia Atuador sem Haste Os atuadores sem haste aplicam-se em numerosos setores de atividade, sempre que o espaço de implantação está limitado ou nos deslocamentos lineares de grandes cursos: manutenção, avanços de peças/componentes, posicionamento na área da robótica, deslocamentos laterais em transportadores de rodízios, abertura de portas, ascensor para subida de peças, deslocamento de pistolas de pintura ou ferramentas, entre outras aplicações. 8/19 Apresentação Situação Prática Atuadores Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas Simbologia Atuador com Haste Telescópica Apresenta curso longo e dimensões reduzidas de comprimento, porém um diâmetro grande face à força gerada. É aplicado em máquinas que precisam de um longo curso e comprimento reduzido. Simbologia9/19 Apresentação Situação Prática Atuadores Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas Músculo Pneumático Este dispositivo também chamado de atuador de membrana, quando submetido à pressão, comporta-se exatamente como um músculo humano, retrai-se e produz força. A construção estrutural do músculo é uma trama geométrica de fibras sintéticas e sua aparência é semelhante à de um tubo, o qual, ao receber pressão em seu interior, reage contraindo as fibras. Isso diminui o comprimento do atuador e produz força de tração. Uma das grandes vantagens proporcionadas pelo músculo é a sua alta velocidade, que alcança 2.000 mm por segundo e faz dele um grande aliado quando se deseja respostas muito rápidas. Graças a essa característica, o produto substitui com vantagens elementos mecânicos convencionais, que entrariam em fadiga quando submetidos a esforços repetitivos, e abre a possibilidade de aumentar a velocidade dos movimentos nos dispositivos e máquinas. Simbologia 10/19 Apresentação Situação Prática Atuadores Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas Garras Pneumáticas As garras pneumáticas são responsáveis pelo pinçamento robusto em uma máquina- ferramenta até um micro-pinçamento em produtos eletrônicos. Elas podem ser de pinças angulares, paralelas, radial e com três garras. Paralela Radial 3 Pontos Angular Assista agora à videoaula sobre Atuadores Lineares. 11/19 Apresentação Situação Prática Atuadores Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas Cálculo de Cilindros Pneumáticos É possível calcular a Força de Avanço e Retorno de Cilindros Pneumáticos. Para isto, é preciso saber a área do êmbolo e depois aplicar na fórmula da Força, quando a pressão de trabalho é conhecida. Observe as fórmulas abaixo para um cilindro de simples ação: Fa Fa Fa Fa p Fm Simples ação D A = área do êmbolo A = P = pressão de trabalho (bar) Fm = força da mola (kgf) Fa = força de atrito (kgf) D = diâmetro do cilindro (cm) d = diâmetro da haste (cm) A = área do êmbolo (cm2) a = área de haste (cm2) Ft = força teórica (kgf) Ftav = P . A Frealav = Ftav . Fa - Fm 4 π d2 π = 3,1416 Para um cilindro de dupla ação, não é considerada a força da mola para o avanço, uma vez que não existe mola neste modelo, porém a área da haste no retorno deve ser considerada. Veja as fórmulas para o cálculo: 12/19 Apresentação Situação Prática Atuadores Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas Fa Fa Fa Fa p Dupla ação D A = área do êmbolo A = Ftav = P . A Frealav = Ftav . Fa - Fm 4 π d2 d p a = área do êmbolo a = Ftret = p . (A - a) Frealret = Ftret - Fa 4 π d2 Assista agora à videoaula sobre: Cálculos de Cilindros Pneumáticos. Atuador Hidráulico Cilindros hidráulicos transformam trabalho hidráulico em energia mecânica linear, a qual é aplicada a um objeto resistivo para realizar trabalho. Um cilindro consiste em uma camisa de cilindro, em um pistão móvel e em uma haste ligada ao pistão. Os cabeçotes são presos ao cilindro por meio de roscas, prendedores, tirantes ou solda (a maioria dos cilindros industriais usa tirantes). Conforme a haste se move para dentro ou para fora, ela é guiada por embuchamentos removíveis chamados de guarnições. O lado para o qual a haste opera é chamado de lado dianteiro ou "cabeça do cilindro". O lado oposto sem haste é o lado traseiro. Os orifícios de entrada e saída estão localizados nos lados dianteiro e traseiro. 13/19 Apresentação Situação Prática Atuadores Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas A distância através da qual a energia de trabalho é aplicada determina quanto trabalho será realizado. Essa distância é o curso do cilindro. Um cilindro pode ser usado para multiplicar uma força pela ação da pressão hidráulica agindo sobre a área do pistão. Quando se multiplica uma força, hidraulicamente tem-se a impressão de que se está recebendo alguma coisa de graça. Parece que uma pequena força pode gerar uma força grande sob as circunstâncias certas, e que nada foi sacrificado. Isto é relativamente válido em um sistema estático. Mas, se a força deve ser multiplicada e deslocada ao mesmo tempo, alguma coisa deve ser sacrificada – a distância. Cada cilindro tem um volume (deslocamento), que é calculado multiplicando-se o curso do pistão, em centímetros (cm), pela área do pistão. O resultado dará o volume em centímetros cúbicos (cm3): Volume do Cilindro = Área do Pistão x Curso cm3 cm2 cm A velocidade da haste de um cilindro é determinada pela velocidade com que um dado volume de líquido pode ser introduzido na camisa, para empurrar o pistão. A expressão que descreve a velocidade da haste do pistão é: 14/19 Apresentação Situação Prática Atuadores Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas Velocidade da Haste = Vazão (l/min) x 1.000 cm/min Área do Pistão cm2 Atuadores Rotativos Os atuadores rotativos podem ser angulares ou contínuos. Os atuadores rotativos angulares são mais conhecidos como cilindros rotativos. Nos atuadores lineares, como você viu, o movimento do pistão é de translação. Muitas vezes, no entanto, o movimento a ser feito pela máquina acionada requer do atuador um movimento de rotação. Basicamente, esses atuadores podem ser de dois tipos: de cremalheira e de aleta rotativa. O primeiro tipo constitui-se da união de um cilindro pneumático com um sistema mecânico. Na haste do pistão de um atuador linear é usinada uma cremalheira. A cremalheira aciona uma engrenagem, fazendo girar o eixo acoplado a ela. Simbologia Simbologia para oscilador hidráulico (cremalheira) Simbologia 15/19 Apresentação Situação Prática Atuadores Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas No cilindro de aleta rotativa, uma pá ou aleta pode girar de um determinado ângulo ao redor do centro da câmara do cilindro. A aleta, impulsionada pelo fluido sob pressão, faz girar o eixo preso a ela num ângulo que raramente ultrapassa 300°. Os atuadores rotativos contínuos são mais conhecidos como motores pneumáticos ou hidráulicos, conforme o fluido que os acione, seja ar comprimido ou óleo. Um motor hidráulico ou pneumático consta de um rotor ao qual é fixado um eixo. Ao longo da periferia do rotor existem ranhuras radiais, onde deslizam pequenas placas de metal denominadas palhetas. As palhetas são mantidas em contato com a parte interna do corpo do motor por meio de molas denominadas balancins ou pela ação da força centrífuga que age sobre elas quando o rotor gira. Na carcaça do motor existem dois orifícios, respectivamente para entrada e saída do fluido sob pressão. Ao entrar na câmara em que se encontra o rotor, o fluido sob pressão empurra as palhetas do rotor. O rotor gira e, com isto, o eixo preso a ele também. Esse movimento de rotação é então utilizado para acionar uma outra máquina. Simbologia Simbologia Simbologia 16/19 Apresentação Situação Prática Atuadores Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas Atuadores Oscilantes Convertem energia pneumática em energia mecânica, através de momento torsor limitado por um determinado número de graus. Simbologia Assista agora à videoaula sobre Atuadores Hidráulicos e Atuadores Rotativos. 17/19 Situação Prática para Exercitar Em um comércio local, uma determinada loja de roupas deseja automatizar sua porta de entrada. Para tanto, eles estão substituindo a porta atual por uma porta deslizante pneumática. Eles vão acrescentar ao sistema um sensor de presença que, à medida que os clientes se aproximarem, a porta se abrirá automaticamente: Funcionamento automá�co 18/19 Visto que o deslocamento linear é de grande curso e que não se deseja colocar sistemas com engrenagens, o atuador mais indicado pararesolver a situação é: ( ) a) ( ) b) ( ) c) ( ) d) ( ) e) Assista agora à videoaula sobre Atuadores – Situação Prática. 19/19 Referências Bibliográficas Se você desejar saber mais sobre Atuadores, consulte: BONACORSO, Nelson G. NOLL, Valdir. Automação Eletropneumática. 12.ed. São Paulo: Érica, 2014 CAMARGO, V. L. A. Elementos de Automação. 1.ed. São Paulo: Érica, 2014 CIMIRRO, Bruno Fraga. Atuadores Rotativos. Youtube, 2016. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=zJ0QzOHwKKc. Acesso em: 02 maio 2018. MARQUES, Carlos. Hidráulica - Atuadores Hidrálicos. Youtube, 2014. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fnsAaR627Co. Acesso em: 02 maio 2018.
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