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PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Dorwin Cartwright fez à teoria de campo de Lewin na coletânea publicada após da sua morte (Teoria do campo nas ciências sociais – LEWIN, 1952): Todo comportamento é concebido como uma mudança, de alguma forma, de um campo num determinado tempo. Ao tratar da Psicologia Individual o campo dentro do qual o cientista tem que trabalhar é o espaço de vida do indivíduo, respeitando a subjetividade daquele ser. O espaço de vida consiste da pessoa e o ambiente psicológico que existe para ele. Ao lidar com a Psicologia de Grupo, uma formulação similar é proposta. Nós podemos falar do campo dentro do qual o grupo ou a instituição existe com exatamente este mesmo sentido, o espaço de vida do grupo consiste do grupo e o seu ambiente como existe para o grupo. KURT LEWIN Gestalt terapia - Figura fundo Teoria de campo e a ideia de grupos - Necessidades; Atitudes; Sentimentos e Expectativas. Campos sociais - seriam ambientes e as forças sociais seriam a subjetividade de cada um ao modo de ver e de perceber aquele local ou situação qual está vivenciando. Teoria do campo seria: 1. A soma dos fatos ocorridos e coexistentes naquela situação; 2. Que os fatos são dinâmicos, existe a influência dos outros e do todo. Ambiente psicológico daquela pessoa que é como ela compreende seu ambiente externo e a relação entre ele e suas necessidades. Devemos perceber que o comportamento é regulado pelo meio, mas não um meio geográfico (onde se está), e sim um meio comportamental (onde se pensa que está). O meio comportamental é uma ligação, um meio termo, entre o meio geográfico e o comportamento. Atualmente esta teoria também é aplicada no trabalho com grupos e na psicologia social. As principais características de sua teoria são: o comportamento é uma função do campo que existe no momento em que ocorre o comportamento; a análise começa com a situação como um todo, a partir do qual as partes componentes são diferenciadas; a pessoa concreta em uma situação concreta , ou seja, a pessoa é sempre vista dentro de um espaço maior que ela. SUBJETIVIDADE Interações humanas como fundamento para a constituição e a transformação do mundo social e do sujeito. Ser biopsicossocial Reconhecimento das contradições, das instabilidades e das descontinuidades existentes nas práticas sociais, no decorrer do tempo. Fenômenos humanos da vida diária e produção de sentidos Pesquisa de campo Para a Psicologia Social, deve se ir a campo, pesquisas devem ser feitas nos lugares da vida cotidiana, fora do laboratório ou da sala de entrevista. O pesquisador ou pesquisadora vai ao campo para coletar dados que serão depois analisados utilizando uma variedade de métodos tanto para a coleta quanto para a análise. Noção de campo fisicamente determinada Ian Hacking sobre “matriz”, Kurt Lewin sobre o campo como totalidade de fatos psicológicos. Ser “cidadão” ou ser “psicólogo” não se refere apenas a um título, mas ao acesso a uma rede sociotécnica correspondente - Possibilidade, modos de ser. Pesquisa de campo O foco da teoria de campo de Kurt Lewin permite estudar o comportamento com uma perspectiva de totalidade, sem ficarmos em uma análise das partes separadas. O comportamento, em sua opinião, não depende nem do passado nem do futuro, e sim dos fatos e acontecimentos atuais e de como o sujeito os percebe. Kurt Lewin estabeleceu duas condições básicas para sua teoria de campo. A primeira é que o comportamento tem que ser deduzido de uma totalidade de fatos coexistentes (Fernández, 1993). A segunda diz que estes fatos coexistentes têm o caráter de um “campo dinâmico”, o estado de cada uma das partes do campo depende de todas as outras. Quando alguém nos golpeia, reagimos nos protegendo para desviar do ataque ou para evitar outro. PESQUISA DENTRO DA ÁREA DA PSICOLOGIA SOCIAL? É perceber as intersecções entre as estruturas sociais, os grupos sociais, a cultura, a história e as relações que as pessoas constroem e passam a ser construídas por elas. O QUE É UMA PESQUISA DE CAMPO? É o tipo de estudo onde se observa, faz a coleta de dados, analisa e interpreta os resultados referentes ao seu objeto de estudo, diretamente do seu ambiente natural ou da realidade onde ele ocorre. ROBERT PARK Escola de Chicago da década de 1930 Pesquisa de campo se referia à observação e à interação com as pessoas “no seu habitat natural”. KURT LEWIN (1952) Sobre o campo como a totalidade de fatos”. PIERRE BORDIEU O “campo” começou a ser visto não como lugar específico, mas como a situação atual de um assunto; não é o campo que tem o assunto, mas – seguindo Bourdieu(ORTIZ, 1983) - é o assunto que tem um campo. Nós contamos histórias e nós nos tornamos as histórias que nós contamos. Contam sobre valores, sobre heróis, heroínas, sobre o passado e sobre o presente. Para que possamos vir a ser as histórias que são contadas. BONECA CONTADORA DE HISTÓRIAS Rose Brown dos Pueblos, Novo México MAS QUEM SOMOS NÓS? CONTADORES DE HISTÓRIAS? Quem é você, o que quê você tem a ver com isto?; O que quê você pensa?; Olha você tem que falar o que pensa, você está implicado também, isto é parte de sua vida, queira ou não. o que é que nós estamos fazendo, como e aonde? O que temos a ver com o campo-tema; O que estamos fazendo ali? Qual é a nossa contribuição, a nossa parte neste processo? Construção de sentidos e argumentação nos campo- temas “estou trabalhando com os múltiplos sentidos da criança presente no Estatuto da Criança e o Adolescente”, você está propondo a relevância de um campo-tema e também anunciando seu posicionamento neste campo-tema. A identificação do campo Investigar é uma forma de relatar o mundo e a pesquisa social é tanto um produto social para relatar quanto um produtor de relatos; uma maneira de contar – e produzir - o mundo. A pesquisa nasce da curiosidade e da experiência tomados como processos sociais e intersubjetivos de fazer uma experiência ou refletir sobre uma experiência. Curiosidade e ciência O campo de “meninos e meninas de rua”, o campo das “estereotipias raciais” ou dos “portadores de deficiência” ou do “desenvolvimento comunitário”, da “redução da pobreza”, da “globalização” ou da “exclusão digital”. Campo-temas NOSSA RESPONSABILIDADE? Ajudar os saberes e conhecimentos presentes para que outros possam conecta- los com outras ideias e possibilidades dentro do processo de coletivização. Ajudar os saberes e conhecimentos presentes a viajar para que outros possam conecta-los com outras ideias e possibilidades dentro do processo de coletivização. Pode ser também a contribuição de trazer outras vozes para o debate, de mostrar outras posições e outros argumentos. A contribuição que nós temos pra oferecer é provavelmente diferente em casos diferentes e dificilmente os seus limites e alcances estarão claro para nós. Tornar algo psicologicamente relevante não é um processo simples e muito menos sem problemas. Trata-se de uma escolha ética que precisamos fazer entre possessão ou contribuição; propriedade ou utilidade; de ser um agrupamentode interesses privados ou ser parte da coletividade social. O CAMPO-TEMA, É COMO UM COMPLEXO DE REDES DE SENTIDOS QUE SE INTERCONECTAM, É UM ESPAÇO CRIADO Se o campo não é um lugar específico, delineado, separado e distante, segue que estamos sempre potencialmente em múltiplos campos. O movimento do pesquisador ou pesquisadora, ou de qualquer pessoa como parte do campo, que mostra não somente as possibilidades, mas também as restrições de acesso aos espaços chaves de argumentação e debate. Campo-tema, não é um universo “distante”, “separado”, “não relacionado”, “um universo empírico” ou um “lugar para fazer observações” e sim de compreensão aos fenômenos que alí surgem O campo-tema, é como um complexo de redes de sentidos que se interconectam, é um espaço criado. O argumento está presente, parte de um campo-tema de conflitos sobre saberes e de opções, mas haverá muitas outras. EXEMPLO DA ALDEIA DE PESCA Entramos nesses lugaresquando entramos no debate sobre o conflito de saberes e sobre opções de desenvolvimento e não quando entramos na aldeia; a aldeia é somente uma parte da territorialidade do campo-tema. Algumas conversas acontecem em filas de ônibus, no balcão da padaria, nos corredores das universidades; outras são mediadas por jornais, revistas, radio e televisão e outras por meio de achados, de documentos de arquivo e de artefatos, partes das conversas do tempo longo presentes nas histórias das idéias. Nada acontece num vácuo; todas as conversas, todos os eventos, mediados ou não, acontecem em lugares, em espaços e tempos, e alguns podem ser mais centrais ao campo-tema de que outros, mais accessíveis de que outros ou mais conhecidos de que outros. O campo para a Psicologia Social, para repetir, começa quando nós nos vinculamos à temática...o resto é a trajetória que segue esta opção inicial; os argumentos que a tornam disciplinarmente válida e os acontecimentos que podem alterar a trajetória e re-posicionar o campo- tema. CAMPO TEMA Processos que podem ser iniciados em qualquer momento e por qualquer parte, pessoa ou acontecimento. Muitos de nós tivemos a experiência de iniciar uma investigação no ponto A e terminar no ponto J, com uma questão diferente ou um outro ângulo que foi sugerido de alguma maneira por aquilo que aconteceu durante a investigação. Para a Psicologia Social, o passado está sempre no presente por de sua contribuição constante aos textos múltiplos do polissêmico dia-a-dia. Não há dúvidas de que os produtos materializados de nossos debates e argumentos doem e matam, mas nós não podemos culpar mais ninguém por sua presença. Às vezes foram os próprios acontecimentos; às vezes foram os horizontes que abriram e fecharam; às vezes terminamos porque é um bom momento, porque não é possível avançar muito mais ou porque os caminhos estão fechados. A teoria actor-network (rede-ator) foi elaborada inicialmente a partir dos trabalhos de Latour & Woolgar sobre o fazer da ciência, sobre a produção e disseminação de conhecimento e os processos em que pedaços diferentes do social, do técnico, do conceitual e do textual são juntados e convertidos em produtos científicos. Posteriormente a noção central de uma multiplicidade de pessoas, maquinas, animais, textos, em interação foi aplicado a outras instituições e redes de sentidos como as organizações, famílias e a economia, utilizando o argumento construcionista de que afinal ciência nada mais é de que um outro processo social. A discussão da simultaneidade de construção da socialidade e materialidade se aproxima, em parte, à teoria de estruturação de Giddens (1979).(Ver: LATOUR B. & WOOLGAR, S. 1979, LATOUR, B. 1987 E LAW, J. & HASSARD J. 1999.) CAMPO TEMA O passado está no presente pelas muitas falas e em tempos diferentes. Essas não são homogêneas, mas heterogêneas; às vezes são consensuais às vezes conflitivas. As idéias não existem no vácuo, habitam situações sociais. Vamos chamar isto a matriz dentro na qual uma idéia ou conceito é criado. A noção de matriz chama a atenção para o lugar como sendo constitutivo de falas e conversas, incluindo a conversa em sua materialidade. As pessoas não são iguais e onde elas falam, como elas falam e quando elas falam são partes mutuamente constitutivas Temos que conceber a vida do grupo como o resultado de constelações específicas de forças dentro da conjuntura (setting) mais ampla.... o campo como um todo, incluindo seus componentes psicológicos e não psicológicos (LEWIN, 1952 p .174) PSICOLOGIA SOCIAL Opções metodológicas nos estudos das representações sociais: Abordagens qualitativas e quantitativas. Enquanto método da Psicologia Social: Objetividade, controle, interpretação e explicação. Enquanto método da Psicologia Social: Objetividade, controle, interpretação e explicação. Numa segunda parte, a atenção é dada à utilização do material textual (escrito ou proveniente de fala) enquanto indicador empírico das representações sociais. Então se descute o material textual e a análise do discurso. A conclusão sobre a pertinência das opções metodológicas consideradas atreladas ao nível de conhecimento sobre a temática estudada, à questão da pesquisa e o modelo teórico utilizado. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Observar e registrar fenômenos da vida cotidiana e compreender as implicações na constituição das subjetividades contemporâneas. Desenvolver uma percepção acurada e uma escuta atenta à diversidade das interações humanas que permitam uma apreensão da dialética existente entre a experiência coletiva e a experiência individual. Buscar referenciais teóricos para a compreensão dos fenômenos humanos observados. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Elaborar texto que apresente a experiência vivida, o fenômeno humano observado e a compreensão adquirida, a partir de um referencial teórico Compreender o referencial teórico como uma produção humana histórica e culturalmente determinada. O cotidiano – reconhecimento da densidade e da complexidade dos acontecimentos do dia a dia na constituição dos sujeitos e da vida coletiva. Levantar informação bibliográfica em indexadores, periódicos, livros, manuais técnicos e outras fontes especializadas através de meios convencionais e eletrônicos. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE • RAÇA, ETNIA E RELIGIÃO. • GERAÇÃO E IDADE. • GÊNERO E ORIENTAÇÃO SEXUAL. • DIFERENCIAÇÃO SOCIAL, CULTURAL E EXCLUSÃO SOCIAL. • SITUAÇÕES: TRABALHO, SAÚDE, EDUCAÇÃO, LAZER, CULTURA. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Discurso da modernidade Os tempos modernos encontraram os sólidos pré- modernos em estado avançado de desintegração; e um dos motivos mais fortes por trás da urgência em derretê-los Modernidade só se percebe como uma época histórica quando, ignorando o modelo das épocas exemplares do passado, adquire consciência da necessidade de extrair de si mesma suas normas. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Os primeiros sólidos a derreter e os primeiros sagrados a profanar eram as lealdades tradicionais, os direitos costumeiros e as obrigações que atavam pés e mãos, impediam os movimentos e restringiam as iniciativas. Para poder construir seriamente uma nova ordem (verdadeiramente sólida!) era necessário primeiro livrar- se do entulho com que a velha ordem sobrecarregava os construtores.. Estruturas políticas. Estruturas sociais. Estruturas econômicas. Relações sociais PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Como é considerada uma família? PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Como iremos construir os novos sólidos? Iluminismo, Revolução Francesa. Derreteu os sólidos em questão em prol da sociedade. Liberdade, igualdade e fraternidade Toda modernidade é liquida e toda modernidade derrete os sólidos. Refazer de um modo diferente. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE A tendência de procurar um companheiro na internet resulta a tendência para a compra pela internet. Se você procura um relacionamento, o site de namoro mostra um catálogo. O modelo da relação entre cliente e mercadoria se tornou o modelo da relação entre as pessoas. BAUMAN Liquidez do relacionamento Relacionamento online Operações de mercado servem de modelo para as relações entre as pessoas Tempo na modernidade líquida. cultura imediatista, curto prazo. Tudo na hora Cultura do consumo e a percepção do tempo . Cada momento é único e não se relaciona com os que vieram antes e nem depois. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Caracteriza as liquidez das relações. Mundo offline? Risco e desconforto muito grande. Facilidade de DESCONECTAR. BAUMAN - Mesmo as relações afetivas entre as pessoas parece ganhar um caráter de consumo em sociedade individualizada. Pessoas descartáveis, amizades descartadas. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Na VI tese, Marx (1845/1998, p. 101) afirma que " essência humana não é uma abstração inerente ao indivíduosingular. Em realidade, é o conjunto das relações sociais". Natureza social, provém de sua vida em sociedade, no seio da cultura. O ser do homem, a sua existência, não é dada pela natureza, mas é produzida pelos próprios homens" A subjetividade coloca a definição da psique num nível histórico-cultura dividido em subjetividade social e subjetividade individual. Subjetividade Uma propriedade do sujeito ativo. Um fator que torna o sujeito único, singular. Uma subjetividade constituída com base na realidade material, na relação entre os homens. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE O termo individualidade, assim como subjetividade, refere-se ao indivíduo. A constituição desse indivíduo ocorre por meio de elementos da filo e da ontogênese, da integração e do desenvolvimento de características herdadas geneticamente e adquiridas socialmente desde os primeiros dias de vida. A forma como indivíduo percebe e representa a realidade possibilita a construção e a atribuição de significado às suas apropriações e objetivações, produzindo, a partir das relações sociais, sentidos de maneira única; é a sua singularidade, que é construída pela mediação do particular entre o singular e o universal. A singularidade é o que distingue um homem de outros, é produto da história das condições sociais e materiais do homem, a forma como ele se relaciona com a natureza e com outros homens. É por isso que o homem só se individualiza, por meio da subjetividade, na relação com outros homens. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE O termo individualidade, assim como subjetividade, refere-se ao indivíduo. A constituição desse indivíduo ocorre por meio de elementos da filo e da ontogênese, da integração e do desenvolvimento de características herdadas geneticamente e adquiridas socialmente desde os primeiros dias de vida. A forma como indivíduo percebe e representa a realidade possibilita a construção e a atribuição de significado às suas apropriações e objetivações, produzindo, a partir das relações sociais, sentidos de maneira única; é a sua singularidade, que é construída pela mediação do particular entre o singular e o universal. Características naturais (herdadas biologicamente) como constituição física, modo de funcionamento do sistema nervoso, emoções, a dinâmica das necessidades biológicas, pertencem ao indivíduo e vão se singularizando e diferenciando-se de outros ao longo de seu desenvolvimento PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Identidade é metamorfose, um processo de constituição a partir das condições sociais e de vida que o indivíduo está inserido, os papéis que o indivíduo assume ao longo de sua vida fazem parte de sua construção, partindo de uma identidade pressupostaa vivida e a que será vivida enquanto projeto de vida. A personalidade é um processo resultante de relações entre as condições objetivas e subjetivas do indivíduo, que, inserido numa sociedade (e essa é a condição fundamental), singulariza-se e diferencia-se ao ponto de ser único. Personalidade se dá por meio da socialização e da formação de uma endocultura, através da aquisição de hábitos, atitudes e formas de utilização de instrumentos. A personalidade é um produto da atividade social e suas formas poderão ser explicadas somente nestes termos PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Sua produção histórica- social. Essência 1. aquilo que é o mais básico, o mais central, a mais importante característica de um ser ou de algo. 2. ideia central, argumento principal; espírito."a e. de uma religião" Consciência 1.sentimento ou conhecimento que permite ao ser humano vivenciar, experimentar ou compreender aspectos ou a totalidade de seu mundo interior. 2.sentido ou percepção que o ser humano possui do que é moralmente certo ou errado em atos e motivos individuais."agiu conforme sua c." PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE produção de verdades ? PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE ASSOCIAÇÃO DE PRÁTICAS SOCIAIS COM O CONCEITO DE SUBJETIVIDADE? PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Ambivalência para Bauman Deve-se esperar até o fim da história para captar o assunto na sua precisa totalidade Wilhelm Dilthey O agudo desconforto que sentimos quando somos incapazes de ler adequadamente a situação e optar entre ações alternativas? PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Classificar significa separar, segregar. Significa primeiro postular que o mundo consiste em entidades discretas e distintas. Classificar, em outras palavras, é dar ao mundo uma estrutura: manipular suas probabilidades, tornar alguns eventos mais prováveis que outros, comportar-se como se os eventos não fossem casuais ou limitar ou eliminar sua casualidade. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Temos um profundo interesse em manter a ordem do mundo, Por meio da nossa capacidade de aprender/memorizar. A ambivalência confunde o cálculo dos eventos e a relevância dos padrões de ação memorizados. Classificar consiste nos atos de incluir e excluir. Certas entidades podem ser incluídas numa classe — tornar-se uma classe — apenas na medida em que outras entidades são excluídas, deixadas de fora. Ordem e caos são gêmeos modernos. Foram concebidos em meio à ruptura e colapso do mundo ordenado de modo divino, que não conhecia a necessidade nem o acaso, um mundo que apenas era, sem pensar jamais em como ser. Tentamos captá-lo sobretudo com o recurso a negações: dizemos a nós mesmos o que aquele mundo não era, o que não continha, o que não sabia, o que não percebia. Esse mundo dificilmente poderia se reconhecer nas nossas descrições. Ele não compreenderia do que estamos falando. Não teria sobrevivido a tal compreensão. O momento da compreensão seria o sinal de sua morte iminente. E foi. Historicamente, essa compreensão foi o último suspiro do mundo agonizante e o primeiro grito da recém-nascida modernidade. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Podemos pensar a modernidade como um tempo em que se reflete a ordem — a ordem do mundo, do habitat humano, do eu humano e da conexão entre os três: um objeto de pensamento, de preocupação, de uma prática ciente de si mesma. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Para fazer esse mundo falar a nós, devemos, por assim dizer, tornar audíveis os seus silêncios: explicar o que aquele mundo não percebia. Temos que cometer um ato de violência, forçar aquele mundo a tomar posição sobre questões às quais estava desatento e assim dispersar ou superar a desatenção que fazia dele aquele mundo, um mundo tão diferente e tão incomunicável com o nosso. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE A intolerância é, portanto, a inclinação natural da prática moderna. A construção da ordem coloca os limites à incorporação e à admissão. Ela exige a negação dos direitos e das razões de tudo que não pode ser assimilado — a deslegitimação do outro. Na medida em que a ânsia de pôr termo à ambivalência comanda a ação coletiva e individual, o que resultará é intolerância — mesmo que se esconda, com vergonha, sob a máscara da tolerância (o que muitas vezes significa: você é abominável, mas eu sou generoso e o deixarei viver). PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE O Estado moderno nasceu como uma força missionária, proselitista, de cruzada, empenhado em submeter as populações dominadas a um exame completo de modo a transformá-las numa sociedade ordeira, afinada com os preceitos da razão. A sociedade racionalmente planejada era a causa finalis declarada do Estado moderno. O Estado moderno era um Estado jardineiro. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Ele deslegitimou a condição presente (selvagem, inculta) da população e desmantelou os mecanismos existentes de reprodução e auto equilíbrio. Suprema e inquestionável autoridade da Razão, fornecia os critérios para avaliar a realidade do dia presente. Esses critérios dividiam a população em plantas úteis a serem estimuladas e cuidadosamente cultivadas e ervas daninhas a serem removidas ou arrancadas. 1. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Satisfaziam as necessidades das plantas úteis (segundo o projeto do jardineiro) enão proviam as daquelas consideradas ervas daninhas. Consideravam as duas categorias como objetos de ação e negavam a ambas os direitos de agentes com autodeterminação. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE "que o conhecimento que diz respeito a todos os homens transcenda o senso comum". A teoria social procura questionar por que os seres humanos habitam o mundo como eles fazem e como isso aconteceu, olhando as relações de poder e as estruturas e normas sociais. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Conceito de Modernidade - é um período de tempo que se caracteriza pela realidade social, cultural e econômica vigente no mundo. O sujeito contemporâneo é influenciado pelas transformações do mundo moderno e como se constitui através delas? PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Suscitar debates sobre a sociedade contemporânea como geradora do mal-estar na civilização e sua contribuição em situações, potencialmente, de risco nos contextos individual, social, profissional e familiar, bem como debater os efeitos da modernidade sobre o sujeito contemporâneo, como este é afetado por situações que muitas vezes desconhece, mas que são consequências do tempo no qual existe. Tempo agressivo e impiedoso, que somente dá passagem para os que podem consumir e os que se encontram em situações ditas "normais" e "legais". PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Acreditou-se que esse homem, fruto de lutas históricas e sociais, seria um novo ser, livre, emancipado das amarras religiosas, econômicas, ideológicas, sociais, familiares, capaz de se autogerir, tornando-se o condutor de sua história. Não se eliminou a dominação do homem por outro homem, tampouco se eliminou o caráter predatório na sociedade capitalista. Também o comunismo, nesse sentido, não deu conta de promover a emancipação humana, pois suas tentativas falharam e apenas conduziram a Estados burocráticos e com imensos abismos sociais. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Que liberdade é essa que não livrou o sujeito moderno de antigas amarras, anteriormente abominadas? Vive-se, como ele denomina, uma espécie de modernidade líquida, fluida, desapegada de promessas ideológicas, compromissos sociais e políticos e com um consumismo exacerbado. O que importa é consumir sem pensar nas consequências das compulsões estimuladas pelo mundo moderno. Essas compulsões levam cada vez mais à individualidade e ao isolamento afetivo como formas de proteção. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Estamos entregues a essa grande compulsão que se instala de maneira globalizante, estamos cegos para olhar a nós mesmos e ao outro, substituindo relações por vícios, trabalho desenfreado e cacarecos pós-modernos, aumentando a sensação de impaciência em relação ao outro. (CARVALHO Campos, 2010, p. 4). PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE No pós-modernismo vive-se a era dos excessos, das celebridades instantâneas e momentâneas, dos "quinze minutos de fama" e de uma urgência implacável, causadora de grandes sofrimentos psíquicos. Tudo ocorre com muito imediatismo, a vida caminha a galopes fazendo com que o novo pareça ter uma eternidade, se comparado ao novíssimo. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE A máxima da sociedade moderna é promover o consumo, isso afeta a formação psicossocial dos sujeitos, gerando novas modalidades de sensibilidades, novas necessidades, novos desejos, novas formas de sentir e perceber o mundo no qual vivem. As noções de felicidade na esfera do moderno estão intimamente relacionadas à satisfação imediata de suas, fictícias, necessidades. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Vivemos a era das transformações, da desconstrução de valores consolidados, da transformação da cultura e do fracasso de certas ideologias clássicas da sociedade, a era em que certezas supostamente inabaláveis estão sendo derrubadas. Para Bauman "a sociedade de consumo não é nada além de uma sociedade do excesso e da fartura – e, portanto da redundância e do lixo farto" (BAUMAN, 2007, p. 111). É o excesso que gera o vazio existencial, aumenta as incertezas pela liberdade de escolhas e não é nunca suficientemente excessivo. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Em se tratando de liberdade, Bauman dizia que "os homens e as mulheres pós-modernos trocaram um quinhão de suas possibilidades de segurança por um quinhão de felicidade". Diverso do que pensava Freud (1997), que partiu de uma análise da crise da civilização moderna, que, pela falta do exercício da liberdade, porém com segurança, via-se tolhida da felicidade individual. Bauman se serve de uma ideia contrária, mas que cabe melhor nessa noção de uma modernidade líquida, diversa da modernidade sólida à qual Freud se referia. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Para Bauman, a sociedade de consumo tenta satisfazer os desejos humanos; no entanto, essa promessa só se manterá sedutora enquanto o desejo continuar irrealizado. Outra forma eficaz de manter o consumo é a satisfação de toda necessidade e a provocação de novas necessidades, desejos e vontades. Ou seja, o que começa como necessidade deve ser a tal ponto estimulado até que se transforme em compulsão ou vício.. (BAUMAN, 2007 p. 106). PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Com efeito, a modernidade é globalizante e suas consequências são desestabilizadoras. O modo de vida do sujeito moderno, em tempos líquidos, não somente é afetado por grandes transformações, como também permeia a formação e a construção de identidades, de relações sociais e vínculos afetivos. As relações de intimidade pessoal também são afetadas. Os sistemas abstratos associados à modernidade transformam a natureza de relações afetivas. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Os relacionamentos são laços baseados em confiança, nos quais a confiança não é pré-constituída, mas trabalhada e o trabalho torna-se um processo mútuo de autorrevelação. A modernidade e os seus sistemas são capazes de alterar e/ou abalar e/ou destruir relações sociais, afetivas, emocionais, sem as quais os indivíduos se veem cerceados de sentir e perceber o mundo com maior clareza e concretude. Essas transformações modificam a maneira das pessoas sentirem ou percebem com lucidez a realidade na qual estão inseridas, tornando-as vulneráveis às mazelas e aos defeitos do projeto moderno. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Apesar de todas as transformações ocorridas nos últimos séculos, o homem contemporâneo continua conectado a um modelo tradicional e conservador, que determina padrões de comportamento com relação aos modos de produção e consumo. Moreno (1987) afirmava que o homem, por medo do novo, aceita os comportamentos limitados e ditados pela sociedade que desumaniza as relações interpessoais tornando- as automatizadas e direcionadas. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE O homem aprendeu a aceitar as ideias preconcebidas e, apesar de viver a era das transformações, da desconstrução de valores, da transformação da cultura e do fracasso de certas ideologias clássicas da sociedade, ainda assim, vive em conformidade com elas. Moreno se renova ao constatarmos em Fonseca (1980, p. 13), que no mundo moderno, cada vez menos se dá chance ao indivíduo para responder livre e adequadamente a novos estímulos. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Independentemente de seu poder aquisitivo, o sujeito contemporâneo é levado a sentir desejo e necessidade de possuir bens de consumo, de ter status, de usar roupas da moda, ver um bom filme, comer boa comida, dormir bem, enfim, necessita ter e ser tudo aquilo que é vendido pela mídia para se sentir feliz – "Vem ser Feliz" como veicula um comercial, ou "Aqui é lugar de gente Feliz" como veicula outro. E assim, em um eterno desejo/necessidade quer tudo aquilo que vê em outros sujeitos, mesmo que para isso, utilize-se de meios transgressores. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Na atual conjuntura, é fundamental entender como o ilícito e o ilegal se enraízam no setor informal para comandar um exército de empregados e sócios menores. O tráfico de drogas traz questões como assaltos e roubos de automóveis,de cargas de caminhão, de joias, de dólares, de quadros e sequestros. Esses objetos entram na circulação de mercadorias, características do mundo capitalista e, apesar de seguirem canais clandestinos, vistos como em oposição ao sistema, servem ao mesmo fim que é o da acumulação e da obtenção de lucros desmesurados. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Essa situação fica clara nas imagens apresentadas pela mídia, nas quais aparecem meninos/garotos, subindo os morros e as favelas, com armas de última geração, nas mãos, representando um símbolo de poder. Esses garotos completam sua imagem com um boné, importado, inspirado no movimento negro da América do Norte, ouvem música black ou rap americanos, cheiram cocaína trazida da Colômbia, roubam ou compram, através do furto, um tênis Nike americano, último tipo. Quando filmados ou fotografados mostram dólares e armas importadas (ALBA ZALUAR, 1999). PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Sujeitos infratores, imperfeitos, desviantes de um caminho tido como único e correto, são marginais: vivem às margens de uma sociedade que é implacável com seus indivíduos não enquadrados em um perfil considerado exemplar. Infração, aqui entendida como a fuga de um padrão próprio: o que infringe padrões de beleza e peso, os que infringem leis e condutas, os que se utilizam de drogas e outros bálsamos ilegais são todos sujeitos marginais, que por não serem considerados perfeitos, também não são pacificamente aceitos pelos grupos sociais. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE A imagem do jovem bom, por assim dizer, é a daquele que estuda, usa e tem bens de consumo, não se droga, não é obeso e/ou doente e não possui nenhum tipo de deficiência. Tudo o que fugir desse estereótipo não merece ser modelo para a formação e a construção de uma identidade.A vertiginosa globalização da sociedade torna-se, também, um fator adicional a esses conflitos de identidade. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Estar em movimento é nunca estar satisfeito. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Pois, o movimento, a transitoriedade fala sobre a inquietude, a rapidez em que é devorada e descartada a mercadoria, a volatilidade do produto e a necessidade de adquirir novos e estar sempre na crista da onda. E o estar satisfeito, para a nossa sociedade consumista, é um algo apavorante, já que a satisfação se refere à estagnação, o fim do ato de consumir, coisa que a sociedade teme e abre mão desse conceito. Ela, a satisfação, pode vir mascarada em uma experiência momentânea, mas nunca duradoura. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE A transformação dos indivíduos em mercadorias, ou seja, na busca desenfreada e sempre muito bem estimulada pela mídia, pela moda, pelos grupos sociais, de sempre se estar à frente do tempo, de ser notado, seguido, valorizado, e porque não cultuado. Qual impacto que tudo isso acarreta na vida dos indivíduos? PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE “Numa sociedade de consumidores, tornar-se uma mercadoria desejável e desejada é a matéria de que são feitos os sonhos e os contos de fadas” (BAUMAN, 2008, p.22). “Tempo pontilhista’, “comodificação dos consumidores” ou “fetichismo da subjetividade” PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Bauman traz, no seu livro Vida para Consumo uma situação no mínimo instigante, que é o conceito de tempo pontilhista. O tempo pontilhista descarta a fluidez a partir do momento em que ele é único. Nem presente, nem passado, apenas uma exigência social e uma busca instantânea de sucesso e de inclusão. Nesse tempo pontilhista, a vida não passa de uma sucessão de presentes, aqui, o vislumbre do futuro não existe, o que conta são as experiências vividas no momento de agora, um tempo de possibilidades, o viver eternamente no instante do presente. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE “Comodificação dos consumidores” - elevar a condição dos consumidores à de mercadorias vendáveis. É nessa afirmação que se dá o consumo de si próprio aquilo que a sociedade espera que você, enquanto membro, faça. Na sociedade de consumidores, primeiramente é preciso se tornar uma mercadoria vendável para que você, enquanto aspirador a uma vaga, possa exercer os direitos e cumprir com os deveres de um consumidor. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Consumismo versus consumo, o autor versa sobre dois modelos da fase da modernidade: a fase sólido-moderna e a fase líquido-moderna. Sólido-moderna - Nessa fase, o que se buscava era uma concentração de bens para que, num futuro próximo, houvesse uma tranquilidade do proprietário, pois o grande valor a ser assegurado nessa fase era a segurança e quanto mais bens imóveis mais seguros os proprietários estariam. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Líquido-moderna - caracteriza-se por ser uma sociedade em que a instabilidade dos desejos, o instantâneo, o efêmero ditam as regras. Estamos agora na fase dos consumidores, do ambiente líquido-moderno, onde tal ambiente é contrário ao planejamento, ao armazenamento em longo prazo, ou seja, aqui não aplica mais o status de segurança, o que importa é a satisfação dos desejos ou a tentativa de satisfazê-los no agora, o que nos leva a pensar no uso imediato e na rápida substituição das mercadorias. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE “Numa sociedade de consumidores, todo mundo precisa ser, deve ser e tem que ser um consumidor por vocação (ou seja, ver e tratar o consumo como vocação). Nessa sociedade, o consumo visto e tratado como vocação é ao mesmo tempo um direito e um dever humano universal que não conhece exceção” (idem, p. 73). PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Consumir na sociedade de consumidores é investir em si próprio, na sua capacidade de demonstrar que existe uma demanda e que ela precisa ser sempre ampliada ou reciclada, caso contrário, o “valor social” do indivíduo decai assim como sua auto-estima. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE A capacidade de trabalho não pode ser comprada e nem vendida separado dos seus portadores. De maneira distinta de outras mercadorias, os compradores não podem levar sua compra para casa. o que eles compraram não se torna sua propriedade exclusiva e incondicional. Mercadoria - força de trabalho é inseparável da pessoa, pois é ligada a personalidade, as expectativas e aos sonhos das pessoas. O empresário compra uma força de trabalho de alguém por um determinado preço, o que se chama de? E o Currículo? PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Outro ponto importante no texto de Bauman é o conceito de processo civilizador explicado por Norbert Elias em que fala do nascimento do “eu moderno” (a consciência da sua verdade interior juntamente com sua autoconfiança) pela internalização das restrições externas e suas pressões, tais pressões seriam a coerção e a doutrinação. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Cultura consumista - “estar e permanecer à frente”, ou seja, ser grupo de referência para estar sempre no sucesso. “Marcas de pertença”, marcas estas que precisam ser consumidas, pois são elas que geram o estilo de vida na sociedade de consumidores líquido-moderna. Permanecer no mesmo lugar é sinal de atraso e atraso é morte social na sociedade consumista líquido-moderna. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE O que é importante na sociedade de consumo é que você faça a sua escolha e ter que fazer uma escolha no meio de tantas outras pode ser frustrante, já que é lei na sociedade de consumo o excesso e a extravagância. Então, a vida dos indivíduos tende a ser sucessivas tentativas de acertos e erros. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Baixas colaterais do consumismo, o autor nos fala a respeito das baixas colaterais. Mas, e o que seriam essas baixas? Baixas é uma diminuição do contingente, aqui no caso, são consumidores que não se enquadram ao modelo consumista da sociedade pós-moderna, ou seja, uma “subclasse” que por definição seria: PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE “Subclasse evoca a imagem de um agregado de pessoas que foram declaradas fora dos limites em relação a todas as classes e à própria hierarquia de classes, com poucas chances eu nenhumanecessidade de readmissão: são pessoas sem um papel, que não dão contribuição útil às vidas dos demais, e em princípio além da redenção. (idem, p.156). PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE Essa subclasse em que homens e mulheres são reunidos e vistos como inúteis, uma verdadeira escória na sociedade consumista. Esta mesma sociedade que avalia e julga as pessoas por serem mercadorias rentáveis. Ela, a subclasse, é formada por pessoas sem valor de mercado, são seres humanos não comodificados, melhor dizendo, são consumidores falhos, consumidores decadentes que deixaram de cumprir seus deveres dentro da sociedade consumista. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE De acordo com Bauman, os pobres são “não-consumidores”, e não “desempregados”. São, como já citamos acima, consumidores falhos, pois não são consumidores ativos, são apenas um aborrecimento para a sociedade que, decentemente, pode consumir com regularidade. PRÁTICAS SOCIAIS E SUBJETIVIDADE As pessoas "são aliciadas, estimuladas ou forçadas a promover uma mercadoria atraente e desejável. Para tanto, fazem o máximo possível usam os melhores recursos que têm a disposição para aumentar o valor do mercado dos produtos que estão vendendo. E os produtos que são encorajadas a colocar no mercado, promover a vender são elas mesmas. A lógica da mercadoria se expande para a formação da identidade e da personalidade.
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