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O PEQUENO HOMEM GALO

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O pequeno homem galo
Bandi foi descrito por Ferenczi no texto “O pequeno homem galo”, e lá foi chamado de Árpad. Uma de suas preocupações, era em saber como se deu ou se tem uma justificativa lógica para esse complexo de castração.
 Se Bandi foi bicado no pênis antes de ter sofrido uma ameaça de castração, a hipótese de Ferenczi é que a ameaça se tornou válida e adquiriu força porque a criança tivera uma experiência prévia na qual a integridade de seu pênis foi ameaçada. Falando de outra forma, a ameaça de castração no “ano de latência” (A fase ou período de latência está localizado entre as fases fálica e genital, ou ainda entre a organização sexual infantil e adulta, e compreende uma diminuição do que se pode chamar de atividade sexual. Cronologicamente, esse período localiza-se aproximadamente entre os seis e dez anos de idade.), ganhara força e plausibilidade devido ao episódio assustador que a precedeu. Na segunda possibilidade aventada por Ferenczi, Bandi sofreu uma ameaça de castração antes do incidente no galinheiro, antes de completar dois anos e meio de forma que, com a bicada, tal ameaça teria enfim se tornado, psiquicamente, real. A volta da criança ao galinheiro um ano depois e seus efeitos, neste cenário, seriam consequências de um aumento da libido devido à excitação no “ano de latência”.
Existe ainda outra possibilidade que Ferenczi ignorou. A bicada, que envolveu uma aterrorizante ameaça à integridade do pênis de Bandi, teria sido traumática em si mesma noutras palavras, o episódio, o choque devido à agressão sofrida, foi traumático, porém como ele era muito pequeno não soube lidar com essa situação, somente tempos depois esse complexo de castração veio a ser aflorado e manifesto.
Para o pai da psicanalise Freud esse menino passou por quatro fases:
A premissa inicial. O menino descobre que ele tem um pênis e elabora a ideia de que “todas as pessoas têm um pênis”.
Segundo momento: a ameaça. Em virtude do complexo de Édipo, a criança deseja substituir o pai em relação à mãe. Tem comportamentos que comprovam esse desejo, ao mesmo tempo em que apresenta manifestações de autoerotismo. Por isso, recebe ameaças e proibições e constrói a ideia de que a castração é o castigo que o aguarda, caso persista nos seus desejos e comportamentos.
Terceiro momento: a descoberta da ausência. O menino descobre que a anatomia feminina é diferente: as mulheres não têm pênis. Eles não percebem que as meninas têm “vagina”, mas que são desprovidas de pênis. Associa essa realidade às ameaças imaginadas: acredita que a ausência de um pênis é uma castração.
Quarto momento: a angústia. O menino descobre que a sua mãe é mulher e, portanto, não tem pênis. Surge então a ansiedade da castração, que é experimentada inconscientemente.
Uma vez que o menino passou por estas quatro etapas, acontece uma última fase que é a de resolução, tanto do complexo de castração quanto do complexo de Édipo. Ocorre quando o menino não quer mais assumir o lugar do pai em relação à mãe. Em outras palavras, renuncia à mãe e aceita a lei paterna. Ele faz isso para resolver a sua angústia de castração. Ele assume, sempre inconscientemente, que se ele persistir, ficará sem o seu pênis.

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