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2 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 1. LEI 8.245/91 – LOCAÇÕES DE IMÓVEIS URBANOS 1.1 Locação urbana A locação urbana está tutelada pela Lei 8.245/91, que atualizou a antiga lei do inquilinato, compreendendo a locação de Imóveis residenciais, não residenciais e por temporada, mantendo-se a locação de coisas regrada pelo código civil, conforme art. 1º: Art. 1º A locação de imóvel urbano regula - se pelo disposto nesta lei: Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis especiais: a) as locações: 1. de imóveis de propriedade da União, dos Estados e dos Municípios, de suas autarquias e fundações públicas; 2. de vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento de veículos; 3. de espaços destinados à publicidade; 4. em apart- hotéis, hotéis - residência ou equiparados, assim considerados aqueles que prestam serviços regulares a seus usuários e como tais sejam autorizados a funcionar; b) o arrendamento mercantil, em qualquer de suas modalidades. É necessário ter em mente que a lei de locações possui espírito protetivo, ou seja, tem o condão de, no estabelecer normas vinculadoras ao contrato de locação, preservar o equilibro de relação entre locador e locatário, bem como proteger o locatário (tido como parte hipossuficiente). Não estão, contudo, albergadas pelo ‘espírito protetivo’, locações especiais, como as locações built to suit (art. 54-A) e a estipulação de contratos de shopping centers, cujas situações são de livre ajuste entre as partes. Segundo SERPA LOPES, locação “é o contrato pelo qual duas partes se obrigam reciprocamente, uma a conceder o uso e gozo de uma coisa, ou a executar uma obra, ou prestar um serviço; e a outra a pagar por esse uso, gozo, obra ou serviço, um preço determinado em dinheiro”.1 1 SERPA LOPES, idem ibidem. 01 3 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon a) Características O contrato de locação é contrato bilateral (sinalagmático), oneroso, consensual, comutativo, de duração (execução continuada) e impessoal. Como ditto alhures, a locação urbana se afasta da locação de coisas – regradas pelo CC – sendo que a locação de vagas de garagem, enquanto consideradas em si mesmas, também recebe o regramento do CC. Apenas se a vaga de garagem estiver como acessório de apartamento/sala terá a tutela da lei 8.245/91. Também é importante distinguir locação urbana de arrendamento rural, regrado pelo Dec. 59.566/66, cuja tutela recai sobre Imóveis destinados à exploração agrícola, pecuária ou silvícula, assim como bens Imóveis rústicos, e, assim, afastam a aplicação da lei 8.245/91. Da mesma forma a locação diverge do contrato de leasing (arrendamento mercantil), destinado estes ao arrendamento de bens passível de conversão em compra e venda. Quando há, por fim, comodato ou usufruto também se afasta da relação de locação, dado o fato de que no comodato há gratuidade (por mais que tenha algum encargo), e o usufruto é Direito real (não obrigacional). A locação é contrato que envolve vínculo obrigacional oneroso, sendo pessoal pelas caraterísticas essenciais das obrigações que personifica: vínculo jurídico transitório, unindo 2 ou mais pessoas, de caráter pecuniário, entre credor e devedor recíprocos. Percebe-se que a definição de aplicabilidade de norma se dará pela localização e pela destinação econômica. b) Posse direta e indireta A partir do contrato de locação percebemos que o locatário adquire a posse direta do bem, mas, concomitantemente, a posse indireta permanecerá com o locador. 4 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon c) Obrigações do locador São obrigações do locador – art. 22: a) Entrega da coisa e acessórios ao locatário; b) Conservar objeto locado; c) Assegurar a posse da coisa locada (si + terceiro); d) Responsabilidade por vícios redibitórios; e) Receber e quitar aluguel ajustado; f) Receber a restituição da coisa. Art. 22. O locador é obrigado a: I - entregar ao locatário o imóvel alugado em estado de servir ao uso a que se destina; II - garantir, durante o tempo da locação, o uso pacífico do imóvel locado; III - manter, durante a locação, a forma e o destino do imóvel; IV - responder pelos vícios ou defeitos anteriores à locação; V - fornecer ao locatário, caso este solicite, descrição minuciosa do estado do imóvel, quando de sua entrega, com expressa referência aos eventuais defeitos existentes; VI - fornecer ao locatário recibo discriminado das importâncias por este pagas, vedada a quitação genérica; VII - pagar as taxas de administração imobiliária, se houver, e de intermediações, nestas compreendidas as despesas necessárias à aferição da idoneidade do pretendente ou de seu fiador; VIII - pagar os impostos e taxas, e ainda o prêmio de seguro complementar contra fogo, que incidam ou venham a incidir sobre o imóvel, salvo disposição expressa em contrário no contrato; IX - exibir ao locatário, quando solicitado, os comprovantes relativos às parcelas que estejam sendo exigidas; X - pagar as despesas extraordinárias de condomínio. Parágrafo único. Por despesas extraordinárias de condomínio se entendem aquelas que não se refiram aos gastos rotineiros de manutenção do edifício, especialmente: a) obras de reformas ou acréscimos que interessem à estrutura integral do imóvel; b) pintura das fachadas, empenas, poços de aeração e iluminação, bem como das esquadrias externas; c) obras destinadas a repor as condições de habitabilidade do edifício; d) indenizações trabalhistas e previdenciárias pela dispensa de empregados, ocorridas em data anterior ao início da locação; e) instalação de equipamento de segurança e de incêndio, de telefonia, de intercomunicação, de esporte e de lazer; f) despesas de decoração e paisagismo nas partes de uso comum; g) constituição de fundo de reserva. 5 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon d) Obrigações do locatário São obrigações do locatário – art. 23: a) Servir da coisa de acordo com uso presumido ou ajustado; b) Pagamento aluguel no prazo e condições ajustadas; c) Dar ciência ao locador de turbações de terceiros; d) Permitir reparos urgentes; e) Restituir a coisa no estado que recebida; f) A entrega será de acordo com laudo de vistoria de imóvel; g) Deterioração natural não é indenizável; h) benfeitorias úteis, necessárias voluptuárias indenizadas na forma da lei geral. Art. 23. O locatário é obrigado a: I - pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação, legal ou contratualmente exigíveis, no prazo estipulado ou, em sua falta, até o sexto dia útil do mês seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando outro local não tiver sido indicado no contrato; II - servir - se do imóvel para o uso convencionado ou presumido, compatível com a natureza deste e com o fim a que se destina, devendo tratá - lo com o mesmo cuidado como se fosse seu; III - restituir o imóvel, finda a locação, no estado em que o recebeu, salvo as deteriorações decorrentes do seu uso normal; IV - levar imediatamente ao conhecimento do locador o surgimento de qualquer dano ou defeito cuja reparação a este incumba, bem como as eventuais turbações de terceiros; V - realizar a imediata reparação dos danos verificados no imóvel, ou nas suas instalações, provocadas por si, seus dependentes, familiares, visitantes ou prepostos; VI - não modificar a forma interna ou externa do imóvel sem o consentimento prévio e por escrito do locador; VII - entregar imediatamente ao locador os documentos de cobrança de tributos e encargos condominiais, bem como qualquer intimação, multa ou exigência de autoridade pública, ainda que dirigida a ele, locatário; VIII - pagar as despesas de telefone e de consumode força, luz e gás, água e esgoto; IX - permitir a vistoria do imóvel pelo locador ou por seu mandatário, mediante combinação prévia de dia e hora, bem como admitir que seja o mesmo visitado e examinado por terceiros, na hipótese prevista no art. 27; X - cumprir integralmente a convenção de condomínio e os regulamentos internos; XI - pagar o prêmio do seguro de fiança; XII - pagar as despesas ordinárias de condomínio. 1º Por despesas ordinárias de condomínio se entendem as necessárias à administração respectiva, especialmente: a) salários, encargos trabalhistas, contribuições previdenciárias e sociais dos empregados do condomínio; b) consumo de água e esgoto, gás, luz e força das áreas de uso comum; c) limpeza, conservação e pintura das instalações e dependências de uso comum; 6 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon d) manutenção e conservação das instalações e equipamentos hidráulicos, elétricos, mecânicos e de segurança, de uso comum; e) manutenção e conservação das instalações e equipamentos de uso comum destinados à prática de esportes e lazer; f) manutenção e conservação de elevadores, porteiro eletrônico e antenas coletivas; g) pequenos reparos nas dependências e instalações elétricas e hidráulicas de uso comum; h) rateios de saldo devedor, salvo se referentes a período anterior ao início da locação; i) reposição do fundo de reserva, total ou parcialmente utilizado no custeio ou complementação das despesas referidas nas alíneas anteriores, salvo se referentes a período anterior ao início da locação. 2º O locatário fica obrigado ao pagamento das despesas referidas no parágrafo anterior, desde que comprovadas a previsão orçamentária e o rateio mensal, podendo exigir a qualquer tempo a comprovação das mesmas. 3º No edifício constituído por unidades imobiliárias autônomas, de propriedade da mesma pessoa, os locatários ficam obrigados ao pagamento das despesas referidas no § 1º deste artigo, desde que comprovadas. d.1 – IPTU – QUESTÃO ESPECIAL Necessário trazer questão especial, relativamente à obrigação de pagamento do IPTU, onde tal encargo é do locador podendo, pelo contrato, ser transferido ao locatário. Recentemente o STJ editou súmula acerca da possibilidade do locatário, em razão dessa obrigação contratual, discutir judicialmente, com o credor, a legitimidade e valor de tais encargos, porém afastando a pretensão de locatários: SÚMULA 614 - O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito desses tributos. (Súmula 614, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/05/2018, DJe 14/05/2018) Há que se ter o cuidado, portanto, acerca da legitimidade ativa em tais situações, pois cabe ao locador a proposição, mesmo que os tributos e taxas tenham sido liquidados pelo locatário. e) Benfeitorias As benfeitorias realizadas pelo locatário poderão ser indenizadas, quando se tratar de benfeitorias necessárias, assim como úteis autorizadas, além de poder http://www.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27614%27).sub.#TIT1TEMA0 http://www.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27614%27).sub.#TIT1TEMA0 http://www.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27614%27).sub.#TIT1TEMA0 http://www.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27614%27).sub.#TIT1TEMA0 7 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon levantar as voluptuárias. Em qualquer caso, haverá direito de retenção se não pactuada a sua exclusão ou postura de má-fé. Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis e permitem o exercício do direito de retenção. Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser levantadas pelo locatário, finda a locação, desde que sua retirada não afete a estrutura e a substância do imóvel. IMPORTANTE: Lembrar o disposto no art. 571 do Código Civil, sobre indenização por resolução antecipada: Parágrafo único. O locatário gozará do direito de retenção, enquanto não for ressarcido. Também é importante lembrar da possibilidade de renúncia ao direito de retenção por benfeitorias, o que deve estar expresso em contrato, conforme súmula 335 STJ: BENFEITORIAS NECESSÁRIAS Imprescindíveis à manutenção do bem; Geram direito de retenção e indenização; Se posse de má-fé, geram apenas indenização. BENFEITORIAS ÚTEIS Agregam utilidade ao bem; Geram direito de retenção e indenização, se autorizadas; BENFEITORIAS VOLUPTUÁRIAS De mero deleite ou adornos; Geram direito de retirada se não prejudicial ao imóvel e se a posse for de boa-fé. 8 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon Súmula 335 STJ: Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de retenção As benfeitorias voluptuárias poderão ser objeto de indenização se estipulado em contrato. Possibilidade de reparos no imóvel pelo locador – art. 26; direito de abatimento do respectivo preço ou resilição do contrato - § único. f) Sanções no contrato de locação Orlando Gomes aponta como sanções existentes nos contratos de locação: A) resolução do contrato B) execução compulsória C) perdas e danos D) suspensão do pagamento de aluguéis E) redução proporcional dos aluguéis F) despejo do locatário G) realização das garantias, caução, fiança, etc. g) Tempo da locação A locação poderá ser entabulada por tempo determinado ou indeterminado. Quando pactuada por tempo determinado, este deve ser cumprido entre as partes. Contudo, tratando-se de locação de imóvel residencial, há duas peculiaridades: PODEMOS DIZER QUE: Resolução de contrato: encerramento no estado em que se encontra; Rescisão do contrato: reconhecimento de nulidade – retorno ao status quo ante. Resilição bilateral do contrato: distrato – art. 472 do Código Civil. Resilição unilateral: denúncia unilateral motivada ou imotivada – art. 473 do Código Civil. 9 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon Se o contrato de locação residencial tiver prazo inicial inferior à 30 meses, a renovação por prazo indeterminado importará em renovação pelo prazo mínimo de 5 anos, conforme art. 47: Art. 47. Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo inferior a trinta meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga - se automaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser retomado o imóvel: I - Nos casos do art. 9º; II - em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação do imóvel pelo locatário relacionada com o seu emprego; III - se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou para uso residencial de ascendente ou descendente que não disponha, assim como seu cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial próprio; IV - se for pedido para demolição e edificação licenciada ou para a realização de obras aprovadas pelo Poder Público, que aumentem a área construída, em, no mínimo, vinte por cento ou, se o imóvel for destinado a exploração de hotel ou pensão, em cinqüenta por cento; V - se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos. § 1º Na hipótese do inciso III, a necessidade deverá ser judicialmente demonstrada, se: a) O retomante, alegando necessidade de usar o imóvel, estiver ocupando, com a mesma finalidade, outro de sua propriedade situado nas mesma localidade ou, residindo ou utilizando imóvel alheio, já tiver retomado o imóvel anteriormente; b) o ascendente ou descendente, beneficiárioda retomada, residir em imóvel próprio. § 2º Nas hipóteses dos incisos III e IV, o retomante deverá comprovar ser proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, em caráter irrevogável, com imissão na posse do imóvel e título registrado junto à matrícula do mesmo. Quando, porém, a locação residencial urbana for pactuada com prazo igual ou superior a 30 meses, poderá o contrato ser solvido a qualquer tempo, mediante notificação preliminar de 30 dias. Possibilidades de resolução quando renovado por prazo indeterminado (5 anos): I - Nos casos do art. 9º; II - Em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação do imóvel pelo locatário relacionada com o seu emprego; III - se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou para uso residencial de ascendente ou descendente que não disponha, assim como seu cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial próprio; IV - Se for pedido para demolição e edificação licenciada ou para a realização de obras aprovadas pelo Poder Público, que aumentem a área construída, em, no mínimo, vinte por cento ou, se o imóvel for destinado a exploração de hotel ou pensão, em cinqüenta por cento; V - Se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos. 10 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon Nas locações por temporada ou comerciais o prazo será o ajustado e a renovação poderá ser expressa ou tácita, por prazo determinado ou indeterminado conforme o caso. Prazo locação + 10 anos: necessária vênia conjugal. Contudo: Locação pelo Código Civil é possível prazo superior sem outorga uxória. Locação built to suit – também é possível prazo superior (art. 54-A) Observar ainda o art. 4º: Art. 4o Durante o prazo estipulado para a duração do contrato, não poderá o locador reaver o imóvel alugado. Com exceção ao que estipula o § 2o do art. 54- A, o locatário, todavia, poderá devolvê-lo, pagando a multa pactuada, proporcional ao período de cumprimento do contrato, ou, na sua falta, a que for judicialmente estipulada. (Redação dada pela Lei nº 12.744, de 2012) O prazo da locação não residencial será por livre ajuste: Art. 56. Nos demais casos de locação não residencial, o contrato por prazo determinado cessa, de pleno direito, findo o prazo estipulado, independentemente de notificação ou aviso. Parágrafo único. Findo o prazo estipulado, se o locatário permanecer no imóvel por mais de trinta dias sem oposição do locador, presumir - se - á prorrogada a locação nas condições ajustadas, mas sem prazo determinado. Denúncia vazia a qualquer tempo quando por prazo indeterminado. Art. 57. O contrato de locação por prazo indeterminado pode ser denunciado por escrito, pelo locador, concedidos ao locatário trinta dias para a desocupação. h) Riscos da coisa Relativamente aos riscos da coisa, envolvendo perda ou deterioração, deverá ser apurada eventual culpa do locatário, de modo que, se não houver culpa, o contrato resolve-se; se houver culpa, o contrato resolve-se, acrescendo-se perdas e danos, conforme art. 567 do CC: Art. 567. Se, durante a locação, se deteriorar a coisa alugada, sem culpa do locatário, a este caberá pedir redução proporcional do aluguel, ou resolver o contrato, caso já não sirva a coisa para o fim a que se destinava. 11 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon i) Extinção do contrato A extinção do contrato dá-se, ordinariamente: A) expiração do prazo; B) distrato; C) inadimplemento contratual ou de norma; Ver: Falta, insubsistência ou perecimento de garantias D) direito de retomada; E) morte do locatário sem sucessores; F) alienação do imóvel G) desapropriação por utilidade pública H) resilição unilateral do contrato I) perecimento da coisa Expiração prazo Fixação de prazo determinado Extinção em caso de prazo indeterminado Prazo de 30 meses. Prazo 5 anos. Prazo de 3, 5 e 7 anos no agrícola Se o contrato for por prazo indeterminado, será necessária a notificação para caracterização da mora (ex persona). Extinção do contrato por alienação Regra geral – denúncia do contrato por alienante ou adquirente: Art. 8º Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel. § 1º Idêntico direito terá o promissário comprador e o promissário cessionário, em caráter irrevogável, com imissão na posse do imóvel e título registrado junto à matrícula do mesmo. § 2º A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa dias contados do registro da venda ou do compromisso, presumindo - se, após esse prazo, a concordância na manutenção da locação. 12 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon Distrato e resolução e rescisão Distrato: Resolução do contrato, com retorno ao status quo ante. Resolução: termo do contrato ao presente estado. Rescisão: extinção por vício (nulidade) do contrato. Resilição: extinção uni ou bilateral Art. 571. Havendo prazo estipulado à duração do contrato, antes do vencimento não poderá o locador reaver a coisa alugada, senão ressarcindo ao locatário as perdas e danos resultantes, nem o locatário devolvê-la ao locador, senão pagando, proporcionalmente, a multa prevista no contrato. Parágrafo único. O locatário gozará do direito de retenção, enquanto não for ressarcido. Art. 572. Se a obrigação de pagar o aluguel pelo tempo que faltar constituir indenização excessiva, será facultado ao juiz fixá-la em bases razoáveis. Inadimplemento de obrigações locatícias: Ocorre por motivações diversas: Falta pagamento; Sublocação, cessão ou empréstimo não autorizados; Mudança destinação; Danos à coisa pelo locatário; Desapropriação Fato do príncipe; Extinção imediata; Morte locador ou locatário Morte do locador gera cessão dos direitos aos sucessores. Morte do locatário: extingue o contrato apenas se inexistente companheiro DICA CONTRATO DE ARRENDAMENTO RURAL: Obrigação cumprida na medida. Art. 30 do decreto-lei nº 59.566/66: No caso de desapropriação parcial do imóvel rural, fica assegurado ao arrendatário o direito à redução proporcional da renda ou de rescindir o contrato. Obrigação do poder público às perdas e danos. 13 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon ou dependente2. Fiador permanece – necessário notificação. Locação se prorroga, se locador permitir sem garantia, mas com despejo compulsório. No arrendamento rural: cumprimento do contrato por qualquer das partes. Extinção de usufruto ou fideicomisso – art. 7º Prazo de 30 dias para desocupação. Prazo de até 90 dias para denúncia. Alienação do imóvel – art. 8º Prazo de 90 dias; Prazo de 90 dias para desocupação; Contagem DO REGISTRO da escritura ou compromisso. j) Cessão do contrato de locação A cessão corresponde à transferência do contrato à terceiros. Quando locador transferir, deve cientificar locatário acerca da alteração; quando locatário ceder será imprescindível concordância do locador, salvo hipóteses previstas em lei. 2 LOCAÇÃO RESIDENCIAL. SEPARAÇÃO DO CASAL. SUBROGAÇÃO CONTRATUAL. COBRANÇA DE ALUGUÉIS E DANOS HAVIDOS NO IMÓVEL. ILEGITIMIDADE DO CÔNJUGE RETIRANTE. INSUBSISTÊNCIA DA FIANÇA. INTELIGÊNCIA DO ART. 12, DA LEI DO INQUILINATO. MULTA CONTRATUAL. INAPLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ NÃO CARACTERIZADA. 1. Comunicada ao locador a separação do casal, o cônjuge que permanecer no imóvel local subrogar-se-á em todos direitos e deveres do contrato de locação, não podendo o ex- maridoser demandado por quaisquer débitos posteriores. 2. A subrogação do contrato de locação em proveito do cônjuge que não pactuou com o locador e que, portanto, não foi afiançado, por importar em novação subjetiva, acarreta a insubsistência da fiança e, por conseguinte, a ilegitimidade passiva dos fiadores por débitos gerados a partir da subrogação oportunamente comunicada ao senhorio. 3. A relação ex locato não se submete à incidência do Código de Defesa do Consumidor em ordem a se lhe impor a limitação nele prevista para a multa contratual. 4. O fato de propor ação contra quem vem a ser dado como parte ilegítima não é motivo para a imposição de pena por litigância de má fé, notadamente quando o autor expôs as razões, ainda que equivocadas, que orientaram sua opção. (TJSC, Apelação Cível n. 2005.030885-3, de Blumenau, rel. Des. Newton Janke, j. 10-04-2008). 14 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon k) Sublocação A sublocação é espécie de cessão, total ou parcial de contrato de locação, pelo locatário. No caso, é necessária concordância do credor ou estipulação prévia em contrato: Art. 13. A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel, total ou parcialmente, dependem do consentimento prévio e escrito do locador. Não sendo respeitado o dispositivo, será hipótese de extinção do contrato se realizada à revelia de negativa do locador. Responsabilidades na sublocação Locador: se concordar, cumprimento do contrato, respeitar a sublocação; não precisa respeitar direito de retenção de benfeitorias do sublocatário. Locatário: manter a sublocação como se locação fosse + dever de indenizar benfeitorias. Sublocatário: dever de respeitar locação. Sem direito de retenção por benfeitorias pois o direito de indenização das benfeitorias será em face do locatário. Responsabilidade solidária entre ambos. l) Solidariedade entre os contratantes Conforme estabelece o art. 2º da lei de locações, haverá responsabilidade solidária entre locatário e sublocatário, o que, portanto, é determinado por lei (como regra geral): Art. 2º Havendo mais de um locador ou mais de um locatário, entende - se que são solidários se o contrário não se estipulou. Solidariedade ativa. Solidariedade passiva. Solidariedade com sublocatários. Não haverá, em regra, solidariedade com comodatários e familiares. Haverá, porém, solidariedade na Cessão da locação como regra, conforme espécie de cessão. 15 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon Também haverá solidariedade na sub rogação da locação. m) Responsabilidade por danos O locatário tem responsabilidade por danos que sua utilização causar à terceiros, ressalvadas depreciações ou danos decorrentes de fatos alheios à sua vontade. Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante. n) Fixação valor do aluguel A fixação do valor do aluguel será livre, desde que respeite adequação ao valor de mercado para o respectivo bem. É possível ajuste bilateral de modo permanente – art. 18; bem como ajuste judicial do valor após 3 anos – art. 19. É vedado, contudo, a sua fixação em salário mínimo ou moeda estrangeira – art. 17. O reajuste deverá ser com periodicidade mínima anual, de acordo com variação inflacionária. Sendo locação comercial, possibilidade de ajuste de acordo com mercado, especialmente através de ação de revisão de aluguel (Ajuste após 05 anos de CONTRATO e desde que ESCRITO). É vedado o pagamento adiantado de aluguel: Art. 20. Salvo as hipóteses do art. 42 e da locação para temporada, o locador não poderá exigir o pagamento antecipado do aluguel. Art. 42. Não estando a locação garantida por qualquer das modalidades, o locador poderá exigir do locatário o pagamento do aluguel e encargos até o sexto dia útil do mês vincendo. O valor aluguel da sublocação está limitado ao valor da locação, exceto quanto à imóvel coletivo, onde será possível (o somatório) alcançar até o dobro do valor pago ao locador. 16 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon Situação especial: Art. 24. Nos imóveis utilizados como habitação coletiva multifamiliar, os locatários ou sublocatários poderão depositar judicialmente o aluguel e encargos se a construção for considerada em condições precárias pelo Poder Público. Possibilidade de uso do valor para os reparos. Possibilidade de ajuste de pagamento de tributos e outros encargos pelo locatário. Art. 25. Atribuída ao locatário a responsabilidade pelo pagamento dos tributos, encargos e despesas ordinárias de condomínio, o locador poderá cobrar tais verbas juntamente com o aluguel do mês a que se refiram. o) Direito de preferência O direito de preferência corresponde à possibilidade do locatário concorrer, tanto por tanto, para compra do imóvel locado. Deve, contudo, atender aos requisitos específicos do art. 27: Art. 27. No caso de venda, promessa de venda, cessão ou promessa de cessão de direitos ou dação em pagamento, o locatário tem preferência para adquirir o imóvel locado, em igualdade de condições com terceiros, devendo o locador dar - lhe conhecimento do negócio mediante notificação judicial, extrajudicial ou outro meio de ciência inequívoca. Oferta deve ser nas mesmas condições - § único. Prazo de 30 dias para manifestação de aceitação pelo locatário– art. 28. Sublocação total – preferencia sublocatário – 30. Vários locatários ou sublocatários – preferência de todos, mas para locatário mais antigo e, depois mais idoso – art. 30, § único. Prevalência da preferência do condômino sobre locatário – art. 34. Não haverá preferência quando: Art. 32. O direito de preferência não alcança os casos de perda da propriedade ou venda por decisão judicial, permuta, doação, integralização de capital, cisão, fusão e incorporação. Requisito essencial para oposição à terceiros: averbação do contrato; averbação prévia de 30 dias; averbação de qualquer das vias do contrato (com duas testemunhas). Art. 33. O locatário preterido no seu direito de preferência poderá reclamar do alienante as perdas e danos ou, depositando o preço e demais despesas 17 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon do ato de transferência, haver para si o imóvel locado, se o requerer no prazo de seis meses, a contar do registro do ato no cartório de imóveis, desde que o contrato de locação esteja averbado pelo menos trinta dias antes da alienação junto à matrícula do imóvel. Parágrafo único. A averbação far - se - á à vista de qualquer das vias do contrato de locação desde que subscrito também por duas testemunhas. Forma de exercício da preferência: Quando da notificação dos 30 dias; Quando da verificação após registro; Qual valor? – Valor do negócio. Não aplicação da preferência: casos de constituição de renda e de propriedade fiduciária em caso de perda do bem: Art. 32, Parágrafo único. Nos contratos firmados a partir de 1o de outubro de 2001, o direito de preferência de que trata este artigo não alcançará também os casos de constituição da propriedade fiduciária e de perda da propriedade ou venda por quaisquer formas de realização de garantia, inclusive mediante leilão extrajudicial, devendo essa condição constar expressamente em cláusula contratual específica, destacando-se das demais por sua apresentação gráfica. (Incluído pela Lei nº 10.931, de 2004) IMPORTANTE Denúncia do contrato por alienação: prazo de 90 dias! http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.931.htm#art6118 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon QUESTÃO OAB – XXVI EXAME – 2ª Fase José Carlos é locatário de um apartamento situado no Condomínio Morar Feliz, situado na cidade do Rio de Janeiro. O imóvel pertence a André Luiz. O contrato de locação possui vigência de 01/05/2015 a 01/05/2019 e contém cláusula de vigência. O referido contrato se encontra averbado à matrícula do imóvel no Registro Geral de Imóveis da respectiva circunscrição desde 07/06/2015. Em 15/05/2018, José Carlos recebe uma notificação de João Pedro, informando-o de que adquiriu o imóvel de André Luiz através de contrato de compra e venda, a qual foi registrada em 30/01/2018 e averbada à matrícula do imóvel no mesmo dia, e solicitando a desocupação do imóvel no prazo de noventa dias. José Carlos não fora informado por André Luiz a respeito da alienação do apartamento. Em 05/06/2018, ao se dirigir até o local pactuado contratualmente para o pagamento dos alugueres, José Carlos é informado por João Pedro que não irá receber o pagamento de nenhum valor a título de aluguel, solicitando novamente a desocupação do imóvel. Diante do cenário descrito, responda aos itens a seguir. A) Qual(is) argumento(s) de defesa José Carlos poderá arguir em face da pretensão de João Pedro em desocupar o imóvel? (Valor: 0,80) Gabarito comentado A) José Carlos poderá sustentar que a locação possui prazo determinado, cláusula de vigência e se encontra averbada junto à matrícula do imóvel. Desta forma, João Pedro não pode, validamente, denunciar o contrato de locação, na forma do Art. 8º, caput, da Lei nº 8.245/91. Além disso, a denúncia foi exercida após o prazo de noventa dias a contar do registro da compra e venda, o que atrai a incidência do Art. 8º, § 2º, da Lei nº 8.245/91, que prevê tal prazo decadencial. Por fim, houve desrespeito ao direito de preferência assegurado pelo Art. 27 da mesma Lei. B) Diante da recusa de João Pedro em receber os alugueres, de que(quais) instrumento(s) o locatário dispõe para adimplir sua prestação e se exonerar dos efeitos da mora? (Valor: 0,45) Gabarito comentado B) A recusa do credor em receber o pagamento permite o uso da consignação em pagamento, de forma a exonerar o devedor da ocorrência de mora. No caso, João Pedro poderá, alternativamente, ajuizar ação de consignação em pagamento, observando o disposto no Art. 67 da Lei nº 8.245/91 e no Art. 534 do CPC, ou realizar consignação extrajudicial em pagamento, por se tratar de obrigação em dinheiro, na forma do Art. 539, § 1º, do CPC. 19 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon p) Garantias locatícias As garantias locatícias dão amparo/segurança ao contrato de locação, sendo previstas no art. 37 da Lei 8.245/91: Art. 37. No contrato de locação, pode o locador exigir do locatário as seguintes modalidades de garantia: I - caução; II - fiança; III - seguro de fiança locatícia. IV - cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) Parágrafo único. É vedada, sob pena de nulidade, mais de uma das modalidades de garantia num mesmo contrato de locação. Contudo, como visto, não é admitida a estipulação de mais de uma garantia para o mesmo contrato. Garantias permanecem até a devolução efetiva do imóvel – art. 39. Caução: Pode ser bens móveis ou imóveis – art. 38. Registro da caução em tabelionato ou CRI - §1º. Caução em dinheiro - §2º: Limite de até 3 aluguéis; Depósito em caderneta de poupança – a favor do locatário; Fiança: Responsabilidade subsidiária (regra); Pode ser pactuada responsabilidade solidária. Substituição fiador – art. 40: I - morte do fiador; II – ausência, interdição, recuperação judicial, falência ou insolvência do fiador, declaradas judicialmente; (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) III - alienação ou gravação de todos os bens imóveis do fiador ou sua mudança de residência sem comunicação ao locador; IV - exoneração do fiador; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 20 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon V - prorrogação da locação por prazo indeterminado, sendo a fiança ajustada por prazo certo; VI - desaparecimento dos bens móveis; VII - desapropriação ou alienação do imóvel. VIII - exoneração de garantia constituída por quotas de fundo de investimento; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) IX - liquidação ou encerramento do fundo de investimento de que trata o inciso IV do art. 37 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) X – prorrogação da locação por prazo indeterminado uma vez notificado o locador pelo fiador de sua intenção de desoneração, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante 120 (cento e vinte) dias após a notificação ao locador. (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009) Exoneração: notificação do fiador – prazo 120 dias – art. 12, §2º + art. 40, X; Notificação do locador ou locatário para substituição – 30 dias. Com assentimento do locador, sem fiador, contrato vige sem garantia mas com possibilidade de despejo compulsório. Seguro Fiança: Valor total das obrigações do locatário – art. 41. Contrato sem garantia: Há possibilidade de manutenção mediante pagamento de locação até 6º dia útil do mês de referência – art. 41. q) Contravenção penal Art. 43. Constitui contravenção penal, punível com prisão simples de cinco dias a seis meses ou multa de três a doze meses do valor do último aluguel atualizado, revertida em favor do locatário: I - exigir, por motivo de locação ou sublocação, quantia ou valor além do aluguel e encargos permitidos; II - exigir, por motivo de locação ou sublocação, mais de uma modalidade de garantia num mesmo contrato de locação; III - cobrar antecipadamente o aluguel, salvo a hipótese do art. 42 e da locação para temporada. r) Nulidades Há situações de nulidade do contrato, conforme afrontar a lei: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11196.htm#art89 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11196.htm#art89 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11196.htm#art89 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 21 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon Art. 45. São nulas de pleno direito as cláusulas do contrato de locação que visem a elidir os objetivos da presente lei, notadamente as que proíbam a prorrogação prevista no art. 47, ou que afastem o direito à renovação, na hipótese do art. 51, ou que imponham obrigações pecuniárias para tanto. Art. 47. Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo inferior a trinta meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga - se automaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser retomado o imóvel: Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: 22 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 1.2 Locação residencial São características da locação residencial: a) locação de imóveis residenciais; b) cumprimento no prazo avençado; c) Se inferior a 30 meses, sem oposição em 30 dias, prorrogação automática – prazo de 05 anos – art. 47, V, Lei de Locações; d) Retomada na locação em prazo inferior a 30 meses. 23 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 1.3 Locação por temporada Conceito: Art. 48. Considera - se locação para temporada aquela destinadaà residência temporária do locatário, para prática de lazer, realização de cursos, tratamento de saúde, feitura de obras em seu imóvel, e outros fatos que decorrem tão-somente de determinado tempo, e contratada por prazo não superior a noventa dias, esteja ou não mobiliado o imóvel. Aqui há possibilidade de cobrança antecipada de aluguéis. Art. 49. O locador poderá receber de uma só vez e antecipadamente os aluguéis e encargos, bem como exigir qualquer das modalidades de garantia previstas no art. 37 para atender as demais obrigações do contrato. Prorrogação automática por 30 meses: Art. 50. Findo o prazo ajustado, se o locatário permanecer no imóvel sem oposição do locador por mais de trinta dias, presumir - se - á prorrogada a locação por tempo indeterminado, não mais sendo exigível o pagamento antecipado do aluguel e dos encargos. Parágrafo único. Ocorrendo a prorrogação, o locador somente poderá denunciar o contrato após trinta meses de seu início ou nas hipóteses do art. 47. 24 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 1.4 Locação não residencial Locação destinada a finalidades não residenciais, independentemente do prazo. Direito especial à renovação de aluguel: Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. Pode ser exercido por cessionários e sucessores – art. 51, §1º. Cessão, empréstimo e sublocação devem ser autorizados!!!! Renovação do aluguel por empresa em que locatário é sócio: Art. 51, § 2º: Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel para as atividades de sociedade de que faça parte e que a esta passe a pertencer o fundo de comércio, o direito a renovação poderá ser exercido pelo locatário ou pela sociedade. DECADÊNCIA DA AÇÃO RENOVATÓRIA – 1 ANO A 6 MESES Art. 51, § 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor. Hipóteses de exclusão da possibilidade de renovação: Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade; II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. 25 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon Condições de não renovação: art. 52, §1º e §2º: 1º Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences. 2º Nas locações de espaço em shopping centers , o locador não poderá recusar a renovação do contrato com fundamento no inciso II deste artigo. Hipótese legal de indenização por fundo de comércio – art. 52 §3º: 3º O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros cessantes que tiver que arcar com mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em razão de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o locador, no prazo de três meses da entrega do imóvel, não der o destino alegado ou não iniciar as obras determinadas pelo Poder Público ou que declarou pretender realizar. 26 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 1.5 Situações especiais de resolução de contrato Locação não residencial – hospitais, escolas, entidades religiosas – rescisão restrita do contrato, tem tratamento especial, dada a natureza de sua atividade: Art. 53 - Nas locações de imóveis utilizados por hospitais, unidades sanitárias oficiais, asilos, estabelecimentos de saúde e de ensino autorizados e fiscalizados pelo Poder Público, bem como por entidades religiosas devidamente registradas, o contrato somente poderá ser rescindido. (Redação dada pela Lei nº 9.256, de 9.1.1996) I - nas hipóteses do art. 9º; II - se o proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, em caráter irrevogável e imitido na posse, com título registrado, que haja quitado o preço da promessa ou que, não o tendo feito, seja autorizado pelo proprietário, pedir o imóvel para demolição, edificação, licenciada ou reforma que venha a resultar em aumento mínimo de cinqüenta por cento da área útil. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9256.htm 27 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 1.6 Locação de shopping centers São locações especiais e, em razão disso, a lei permite o livre ajuste, com pequenas ressalvas: Art. 54. Nas relações entre lojistas e empreendedores de shopping center , prevalecerão as condições livremente pactuadas nos contratos de locação respectivos e as disposições procedimentais previstas nesta lei. 1º O empreendedor não poderá cobrar do locatário em shopping center : a) as despesas referidas nas alíneas a , b e d do parágrafo único do art. 22; e b) as despesas com obras ou substituições de equipamentos, que impliquem modificar o projeto ou o memorial descritivo da data do habite - se e obras de paisagismo nas partes de uso comum. 2º As despesas cobradas do locatário devem ser previstas em orçamento, salvo casos de urgência ou força maior, devidamente demonstradas, podendo o locatário, a cada sessenta dias, por si ou entidade de classe exigir a comprovação das mesmas. 28 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 1.7 Locação não residencial – Built to suit Locação realizada a partir da construção de imóvel à contento do locatário + multa diferenciada por resolução antecipada: Art. 54-A. Na locação não residencial de imóvel urbano na qual o locador procede à prévia aquisição, construção ou substancial reforma, por si mesmo ou por terceiros, do imóvel então especificado pelo pretendente à locação, a fim de que seja a este locado por prazo determinado, prevalecerão as condições livremente pactuadas no contrato respectivo e as disposições procedimentais previstas nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.744, de 2012) § 1º Poderá ser convencionada a renúncia ao direito de revisão do valor dos aluguéis durante o prazo de vigência do contrato de locação. (Incluído pela Lei nº 12.744, de 2012) § 2º Em caso de denúncia antecipada do vínculo locatício pelo locatário, compromete-se este a cumprir a multa convencionada, que não excederá, porém, a soma dos valores dos aluguéis a receber até o termo final da locação. (Incluído pela Lei nº 12.744, de 2012) 29 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 1.8 Procedimentos judiciais Competência – local do imóvel ou foro eleição? Art. 58. II - é competente para conhecer e julgar tais ações o foro do lugar da situação do imóvel, salvo se outro houver sido eleito no contrato. Valor da causa: 12 locativos Art. 58 (..) III - o valor da causa corresponderáa doze meses de aluguel, ou, na hipótese do inciso II do art. 47, a três salários vigentes por ocasião do ajuizamento; Recursos com efeito meramente devolutivo V - Os recursos interpostos contra as sentenças terão efeito somente devolutivo. 30 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 1.8.1 Ação despejo A ação de despejo é a ‘grande’ ação das demandas locatícias, pois sua utilização é adequada para retomada do imóvel por diversos motivos, envolvendo, justamente por isso, o maior número de ações, conforme enumera o art. 5º da Lei 8.245/91: Art. 5º Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação do locador para reaver o imóvel é a de despejo. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica se a locação termina em decorrência de desapropriação, com a imissão do expropriante na posse do imóvel. Seu objetivo é viabilizar a retomada do bem, pelo locador, em razão de falta de pagamento, descumprimento de cláusulas e condições contratuais, morte do locador e inexistência de sucessores, etc., podendo, ainda, ser cumulada com o pedido de cobrança dos valores relativos a pendências locativas do locatário para com o locador. A ação de despejo é ação especial, inerente a matéria de locações, estando prevista no art. 59 e ss. da Lei 8.245/91, mas regrada também pelo CPC de modo subsidiário. Relativamente aos procedimentos das ações locativas, prevê, o art. 58 orientações gerais, em especial quanto ao valor da causa: Art. 58. Ressalvados os casos previstos no parágrafo único do art. 1º, nas ações de despejo, consignação em pagamento de aluguel e acessório da locação, revisionais de aluguel e renovatórias de locação, observar - se - á o seguinte: I - os processos tramitam durante as férias forenses e não se suspendem pela superveniência delas; II - é competente para conhecer e julgar tais ações o foro do lugar da situação do imóvel, salvo se outro houver sido eleito no contrato; III - o valor da causa corresponderá a doze meses de aluguel, ou, na hipótese do inciso II do art. 47, a três salários vigentes por ocasião do ajuizamento; IV - desde que autorizado no contrato, a citação, intimação ou notificação far - se - á mediante correspondência com aviso de recebimento, ou, tratando - se de pessoa jurídica ou firma individual, também mediante telex ou fac-símile, ou, ainda, sendo necessário, pelas demais formas previstas no Código de Processo Civil; V - os recursos interpostos contra as sentenças terão efeito somente devolutivo. 31 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon É necessário atender, quanto ao valor da causa que se houver pedidos de despejo e cobrança de valores, cumulativamente, segundo posicionamento atual do STJ, o valor ainda deve corresponder ao valor de doze alugueres. Lembrar, ainda, conforme art. 47, II, da Lei 8.245/91, que neste caso o valor da causa será de 03 salários e não o padrão de 12 meses. Quando se tratar de despejo para reparos, alienação do bem, etc., necessário apresentar prova da propriedade do imóvel, conforme art. 60: Nas ações de despejo fundadas no inciso IV do art. 9º, inciso IV do art. 47 e inciso II do art. 53, a petição inicial deverá ser instruída com prova da propriedade do imóvel ou do compromisso registrado. Quanto ao despejo por falta de pagamento, há alguns detalhes especiais, pois nesta modalidade é possível a cumulação do despejo com a cobrança de valores (e onde, por isso, locatários e fiadores são citados do despejo e cobrança), a possibilidade de purga da mora com o depósito integral dos valores devidos (acrescidos de custas e honorários), conforme art. 62 da Lei 8.245/91: Art. 62. Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação, de aluguel provisório, de diferenças de aluguéis, ou somente de quaisquer dos acessórios da locação, observar-se-á o seguinte: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) I – o pedido de rescisão da locação poderá ser cumulado com o pedido de cobrança dos aluguéis e acessórios da locação; nesta hipótese, citar-se-á o locatário para responder ao pedido de rescisão e o locatário e os fiadores para responderem ao pedido de cobrança, devendo ser apresentado, com a inicial, cálculo discriminado do valor do débito; (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) II – o locatário e o fiador poderão evitar a rescisão da locação efetuando, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da citação, o pagamento do débito atualizado, independentemente de cálculo e mediante depósito judicial, incluídos: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) a) os aluguéis e acessórios da locação que vencerem até a sua efetivação; b) as multas ou penalidades contratuais, quando exigíveis; c) os juros de mora; d) as custas e os honorários do advogado do locador, fixados em dez por cento sobre o montante devido, se do contrato não constar disposição diversa; III – efetuada a purga da mora, se o locador alegar que a oferta não é integral, justificando a diferença, o locatário poderá complementar o depósito no prazo de 10 (dez) dias, contado da intimação, que poderá ser dirigida ao locatário ou diretamente ao patrono deste, por carta ou publicação no órgão oficial, a requerimento do locador; (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) 32 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon IV – não sendo integralmente complementado o depósito, o pedido de rescisão prosseguirá pela diferença, podendo o locador levantar a quantia depositada; (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) V - os aluguéis que forem vencendo até a sentença deverão ser depositados à disposição do juízo, nos respectivos vencimentos, podendo o locador levantá - los desde que incontroversos; VI - havendo cumulação dos pedidos de rescisão da locação e cobrança dos aluguéis, a execução desta pode ter início antes da desocupação do imóvel, caso ambos tenham sido acolhidos. Parágrafo único. Não se admitirá a emenda da mora se o locatário já houver utilizado essa faculdade nos 24 (vinte e quatro) meses imediatamente anteriores à propositura da ação. (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) Eventualmente, é possível o pedido de liminar, para realização do despejo compulsório. Tais hipóteses estão expressas no art. 59, §1º: Art. 59. (...) § 1º Conceder - se - á liminar para desocupação em quinze dias, independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento exclusivo: I - o descumprimento do mútuo acordo (art. 9º, inciso I), celebrado por escrito e assinado pelas partes e por duas testemunhas, no qual tenha sido ajustado o prazo mínimo de seis meses para desocupação, contado da assinatura do instrumento; II - o disposto no inciso II do art. 47, havendo prova escrita da rescisão do contrato de trabalho ou sendo ela demonstrada em audiência prévia; III - o término do prazo da locação para temporada, tendo sido proposta a ação de despejo em até trinta dias após o vencimento do contrato; IV - a morte do locatário sem deixar sucessor legítimo na locação, de acordo com o referido no inciso I do art. 11, permanecendo no imóvel pessoas não autorizadas por lei; V - a permanência do sublocatário no imóvel, extinta a locação, celebrada com o locatário. VI – o disposto no inciso IV do art. 9o, havendo a necessidade de se produzir reparações urgentes no imóvel, determinadas pelo poder público, que não possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário, ou, podendo, ele se recuse a consenti-las; (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009) VII – o término do prazo notificatório previsto no parágrafo único do art. 40, sem apresentação de nova garantia apta a manter a segurança inaugural docontrato; (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009) VIII – o término do prazo da locação não residencial, tendo sido proposta a ação em até 30 (trinta) dias do termo ou do cumprimento de notificação comunicando o intento de retomada; (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009) IX – a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no vencimento, estando o contrato desprovido de qualquer das garantias previstas no art. 37, por não ter sido contratada ou em caso de extinção ou pedido de exoneração dela, independentemente de motivo. (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009) 33 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon É necessário atentar-se para o fato de que a liminar demanda apresentação de caução, fixada no equivalente a 03 meses para as hipóteses previstas no parágrafo 1º acima citado. Não confundir a liminar acima referida com a execução provisória, prevista no art. 64, a qual, para ser realizada, demanda caução fixada no equivalente entre 6 e 12 meses de aluguel: Art. 64. Salvo nas hipóteses das ações fundadas no art. 9o, a execução provisória do despejo dependerá de caução não inferior a 6 (seis) meses nem superior a 12 (doze) meses do aluguel, atualizado até a data da prestação da caução. (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009). Lembre-se, por fim, que se o contrato de locação não estiver garantido, ou seja, não tiver qualquer garantia, será possível o despejo compulsório; nas demais hipóteses de falta de pagamento, via de regra, não será possível a liminar (art. 59, IX). Considerando os requisitos para a ação, vamos à elaboração da peça processual. Lembrem-se que cada caso deve adaptado ao enunciado fornecido pela FGV. Inicial: demonstração do inadimplemento. Contestação: defesa e/ou purga da mora (se inadimplemento for financeiro do principal ou encargos). Possibilidade de liminar: mediante caução (ver possibilidade de antecipação de tutela sem caução – art. 300 e ss CPC). Ciência da ação aos sublocatários – art. 59, § 2º Qualquer que seja o fundamento da ação dar - se - á ciência do pedido aos sublocatários, que poderão intervir no processo como assistentes. Possibilidade de liminar – art. 59: SÚMULA 268 DO STJ: O fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo não responde pela execução do julgado. 34 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo terão o rito ordinário. § 1º Conceder - se - á liminar para desocupação em quinze dias, independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento exclusivo: I - o descumprimento do mútuo acordo (art. 9º, inciso I), celebrado por escrito e assinado pelas partes e por duas testemunhas, no qual tenha sido ajustado o prazo mínimo de seis meses para desocupação, contado da assinatura do instrumento; II - o disposto no inciso II do art. 47, havendo prova escrita da rescisão do contrato de trabalho ou sendo ela demonstrada em audiência prévia; III - o término do prazo da locação para temporada, tendo sido proposta a ação de despejo em até trinta dias após o vencimento do contrato; IV - a morte do locatário sem deixar sucessor legítimo na locação, de acordo com o referido no inciso I do art. 11, permanecendo no imóvel pessoas não autorizadas por lei; V - a permanência do sublocatário no imóvel, extinta a locação, celebrada com o locatário. VI – o disposto no inciso IV do art. 9o, havendo a necessidade de se produzir reparações urgentes no imóvel, determinadas pelo poder público, que não possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário, ou, podendo, ele se recuse a consenti-las; (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009) VII – o término do prazo notificatório previsto no parágrafo único do art. 40, sem apresentação de nova garantia apta a manter a segurança inaugural do contrato; (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009) VIII – o término do prazo da locação não residencial, tendo sido proposta a ação em até 30 (trinta) dias do termo ou do cumprimento de notificação comunicando o intento de retomada; (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009) IX – a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no vencimento, estando o contrato desprovido de qualquer das garantias previstas no art. 37, por não ter sido contratada ou em caso de extinção ou pedido de exoneração dela, independentemente de motivo. (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009). Despejo por falta de pagamento – purga da mora § 3o No caso do inciso IX do § 1o deste artigo, poderá o locatário evitar a rescisão da locação e elidir a liminar de desocupação se, dentro dos 15 (quinze) dias concedidos para a desocupação do imóvel e independentemente de cálculo, efetuar depósito judicial que contemple a totalidade dos valores devidos, na forma prevista no inciso II do art. 62. (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009) Prazo 15 dias; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 35 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon Depósito integral do devido; Necessidade de indicação na inicial do valor pelo autor; Possibilidade de cumulação de cobrança com o despejo. Requisitos para depósito: Art. 62 (...) II – o locatário e o fiador poderão evitar a rescisão da locação efetuando, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da citação, o pagamento do débito atualizado, independentemente de cálculo e mediante depósito judicial, incluídos: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) a) os aluguéis e acessórios da locação que vencerem até a sua efetivação; b) as multas ou penalidades contratuais, quando exigíveis; c) os juros de mora; d) as custas e os honorários do advogado do locador, fixados em dez por cento sobre o montante devido, se do contrato não constar disposição diversa; Possibilidade de notificação para complementação do depósito: Art. 62 (...) III – efetuada a purga da mora, se o locador alegar que a oferta não é integral, justificando a diferença, o locatário poderá complementar o depósito no prazo de 10 (dez) dias, contado da intimação, que poderá ser dirigida ao locatário ou diretamente ao patrono deste, por carta ou publicação no órgão oficial, a requerimento do locador; (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) Se incompleto o valor – prosseguimento da ação – despejo. Art. 62, IV. Vedação da emenda da mora utilizada nos últimos 24 meses. Art. 62,§ único Prazo para desocupação – 30 dias (art. 63); Prazo especial de 15 dias: Art. 63. Julgada procedente a ação de despejo, o juiz determinará a expedição de mandado de despejo, que conterá o prazo de 30 (trinta) dias para a desocupação voluntária, ressalvado o disposto nos parágrafos seguintes. (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) § 1º O prazo será de quinze dias se: a) entre a citação e a sentença de primeira instância houverem decorrido mais de quatro meses; ou b) o despejo houver sido decretado com fundamento nos incisos II e III do art. 9° ou no § 2° do art. 46. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 36 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon b) o despejo houver sido decretado com fundamento no art. 9o ou no § 2o do art. 46. (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) § 2° Tratando-se de estabelecimento de ensino autorizado e fiscalizado pelo Poder Público, respeitado o prazo mínimo de seis meses e o máximo de um ano, o juiz disporá de modo que a desocupação coincidacom o período de férias escolares. Prazo especial: 01 ano ou 6 meses: § 3º Tratando-se de hospitais, repartições públicas, unidades sanitárias oficiais, asilos, estabelecimentos de saúde e de ensino autorizados e fiscalizados pelo Poder Público, bem como por entidades religiosas devidamente registradas, e o despejo for decretado com fundamento no inciso IV do art. 9º ou no inciso II do art. 53, o prazo será de um ano, exceto no caso em que entre a citação e a sentença de primeira instância houver decorrido mais de um ano, hipótese em que o prazo será de seis meses. (Redação dada pela Lei nº 9.256, de 9.1.1996) Concessão especial de prazo para desocupação: Art. 61. Nas ações fundadas no § 2º do art. 46 e nos incisos III e IV do art. 47, se o locatário, no prazo da contestação, manifestar sua concordância com a desocupação do imóvel, o juiz acolherá o pedido fixando prazo de seis meses para a desocupação, contados da citação, impondo ao vencido a responsabilidade pelas custas e honorários advocatícios de vinte por cento sobre o valor dado à causa. Se a desocupação ocorrer dentro do prazo fixado, o réu ficará isento dessa responsabilidade; caso contrário, será expedido mandado de despejo. Prazo de 30 dias em caso de óbito de familiar: Art. 65. 2° O despejo não poderá ser executado até o trigésimo dia seguinte ao do falecimento do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão de qualquer das pessoas que habitem o imóvel. Apresentação de caução para despejo: valor de 6 a 12 meses Art. 64. Salvo nas hipóteses das ações fundadas no art. 9o, a execução provisória do despejo dependerá de caução não inferior a 6 (seis) meses nem superior a 12 (doze) meses do aluguel, atualizado até a data da prestação da caução. § 1° A caução poderá ser real ou fidejussória e será prestada nos autos da execução provisória. Caução do locador – uso para reparação de danos § 2° Ocorrendo a reforma da sentença ou da decisão que concedeu liminarmente o despejo, o valor da caução reverterá em favor do réu, como indenização mínima das perdas e danos, podendo este reclamar, em ação própria, a diferença pelo que a exceder. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9256.htm#art63%C3%82%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9256.htm#art63%C3%82%C2%A73 37 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon Despejo compulsório – 15 dias O despejo compulsório poderá ser realizado em situações especiais, mediante cumprimento de requisitos estabelecidos no próprio art. 59, §1º da lei 8245: Art. 59 (...) § 1º Conceder - se - á liminar para desocupação em quinze dias, independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento exclusivo: (...) IX – a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no vencimento, estando o contrato desprovido de qualquer das garantias previstas no art. 37, por não ter sido contratada ou em caso de extinção ou pedido de exoneração dela, independentemente de motivo. (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009) Depósito dos bens como locatário ou depositário: Art. 65. Findo o prazo assinado para a desocupação, contado da data da notificação, será efetuado o despejo, se necessário com emprego de força, inclusive arrombamento. 1° Os móveis e utensílios serão entregues à guarda de depositário, se não os quiser retirar o despejado. CASO BASE: TICIO locou para CAIO, locatário, através de contrato de locação formalizado com 30 meses, e onde MÉVIO assumiu a condição de fiador e responsável solidário pelo adimplemento dos encargos do contrato. No 20º mês do contrato, após vários atrasos, apurava-se já a quantia de R$4.000,00 de aluguéis em atraso (relativos à 4 meses), que, com juros e encargos moratórios, alcançava a monta de R$4.555,00. Tício está passando por dificuldades financeiras e não tem condições de suportar as custas de um processo. TÍCIO procura um advogado pretendendo a retomada do imóvel e a satisfação do crédito. Elabore a ação judicial cabível. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 38 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 39 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 40 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 41 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 42 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 43 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 44 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon CASO BASE: TICIO locou para CAIO, locatário, através de contrato de locação formalizado com 30 meses, e onde MÉVIO assumiu a condição de fiador e responsável solidário pelo adimplemento dos encargos do contrato. Passados 03 meses, o fiador Mevio notificou o locador e locatário de que não queria mais ser fiador, na forma do art. 12,§ 2º da lei 8245. Vencidos os 120 dias, não havia nenhuma pendência, bem como o contrato permaneceu sem qualquer outra garantia. Já no 20º mês do contrato, após vários atrasos, apurava-se já a quantia de R$4.000,00 de aluguéis em atraso (relativos à 4 meses), que, com juros e encargos moratórios, alcançava a monta de R$4.555,00. TÍCIO procura um advogado pretendendo a retomada do imóvel e a satisfação do crédito. Elabore a ação judicial cabível. 45 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 46 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 47 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 48 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 1.8.2 Ação de consignação de aluguéis A ação de consignação de locativos e encargos seguirá a mesma lógica da consignação civil ordinária, porém com pequenos detalhes referidos no art. 67 e ss, bem como quanto ao fundamento que será a da lei especial. De modo específico, necessário atender a disposições do art. 319 do CPC, bem como inserir a determinação do art. 67, I da Lei 8.245/91: Art. 67. Na ação que objetivar o pagamento dos aluguéis e acessórios da locação mediante consignação, será observado o seguinte: I - a petição inicial, além dos requisitos exigidos pelo art. 282 do Código de Processo Civil, deverá especificar os aluguéis e acessórios da locação com indicação dos respectivos valores; Ainda, devemos observar que a pretensão da ação é a quitação de parcelas, bem como que o prazo para depósito será diferente, qual seja de 24 horas a partirda ordem de citação do requerido: II - determinada a citação do réu, o autor será intimado a, no prazo de vinte e quatro horas, efetuar o depósito judicial da importância indicada na petição inicial, sob pena de ser extinto o processo; III - o pedido envolverá a quitação das obrigações que vencerem durante a tramitação do feito e até ser prolatada a sentença de primeira instância, devendo o autor promover os depósitos nos respectivos vencimentos; O valor da causa será o somatório de 12 meses de aluguel, conforme art. 58 e súmula 449 STF. No mais, a ação deverá atender ao regramento ordinário, e quanto aos procedimentos de defesa, o disposto no próprio art. 67. As matérias que podem ser alegadas em sede de contestação na ação de consignação de aluguéis e encargos estão previstas no art. 67, V e alíneas, quais sejam: V - a contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, ficará adstrita, quanto à matéria de fato, a: a) não ter havido recusa ou mora em receber a quantia devida; SÚMULA 449 DO STF: o valor da causa na consignatória de aluguel corresponde a uma anuidade. 49 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon b) ter sido justa a recusa; c) não ter sido efetuado o depósito no prazo ou no lugar do pagamento; d) não ter sido o depósito integral; Neste caso, é preciso verificar o art. 67, VIII, que dispõe: Art. 67. Na ação que objetivar o pagamento dos aluguéis e acessórios da locação mediante consignação, será observado o seguinte: I - a petição inicial, além dos requisitos exigidos pelo art. 282 do Código de Processo Civil, deverá especificar os aluguéis e acessórios da locação com indicação dos respectivos valores; II - determinada a citação do réu, o autor será intimado a, no prazo de vinte e quatro horas, efetuar o depósito judicial da importância indicada na petição inicial, sob pena de ser extinto o processo; III - o pedido envolverá a quitação das obrigações que vencerem durante a tramitação do feito e até ser prolatada a sentença de primeira instância, devendo o autor promover os depósitos nos respectivos vencimentos; IV - não sendo oferecida a contestação, ou se o locador receber os valores depositados, o juiz acolherá o pedido, declarando quitadas as obrigações, condenando o réu ao pagamento das custas e honorários de vinte por cento do valor dos depósitos; V - a contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, ficará adstrita, quanto à matéria de fato, a: a) não ter havido recusa ou mora em receber a quantia devida; b) ter sido justa a recusa; c) não ter sido efetuado o depósito no prazo ou no lugar do pagamento; d) não ter sido o depósito integral; VI - além de contestar, o réu poderá, em reconvenção, pedir o despejo e a cobrança dos valores objeto da consignatória ou da diferença do depósito inicial, na hipótese de ter sido alegado não ser o mesmo integral; VII - o autor poderá complementar o depósito inicial, no prazo de cinco dias contados da ciência do oferecimento da resposta, com acréscimo de dez por cento sobre o valor da diferença. Se tal ocorrer, o juiz declarará quitadas as obrigações, elidindo a rescisão da locação, mas imporá ao autor- reconvindo a responsabilidade pelas custas e honorários advocatícios de vinte por cento sobre o valor dos depósitos; VIII - havendo, na reconvenção, cumulação dos pedidos de rescisão da locação e cobrança dos valores objeto da consignatória, a execução desta somente poderá ter início após obtida a desocupação do imóvel, caso ambos tenham sido acolhidos. Ademais, a lei de locações prevê a possibilidade de Autor complementar o valor consignado inicialmente, no prazo de cinco dias contados da ciência do oferecimento da resposta, com acréscimo de 10% sobre o valor da diferença. Ocorrendo a hipótese mencionada, o magistrado declarará quitada a obrigação, elidindo a rescisão da locação, ocasião em que o autor-reconvindo deverá arcar com as custas e honorários advocatícios de 20% sobre o valor de depósito, consoante art. 67, VII, da Lei de Locações. 50 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon CASO BASE: TÍCIO é locatário de um imóvel pertencente à CAIO, de uso estritamente comercial, onde desenvolve atividade de comércio de roupas e acessórios. Após 5 anos de contrato, recentemente renovados por mais 5 anos, CAIO percebe que TÍCIO aufere bons lucros com sua loja, pelo que pretende, ele próprio, estabelecer o negócio. Assim, de modo ardiloso, deixa de ir buscar os valores dos aluguéis, com o objetivo de gerar a inadimplência do pagamento e, com isso, propor ação de despejo – visando a retomada do bem. TÍCIO lhe procura como advogado, relatando o caso e pedindo o encaminhamento jurídico necessário para quitar as obrigações, evitando-se multa, mora e o despejo. Lembre-se que cada peça é única e devem ser sempre adaptados conforme o enunciado fornecido pela FGV. 51 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 52 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 53 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 54 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 55 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 56 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 57 Curso Preparatório para OAB 2ª Fase – Área Civil Prof. Diogo Durigon 1.8.3 Ação revisional de aluguel A ação revisional de aluguel pretende a revisão do valor estabelecido entre as partes a título de locação, notadamente após 03 anos sem alteração do valor. Vale lembrar que a aplicação de correção monetária não representa alteração de valor, senão apenas recomposição do poder de compra da moeda. Prevista no art. 68 e ss. da Lei 8.245/91, poderá ser proposta por qualquer das partes contratantes, visando o aumento ou redução do valor. Quanto à petição inicial, a mesma atenderá aos mesmos requisitos do art. 319 do CPC, com atenção à necessidade especial de indicação do valor do aluguel que se pretende fixar (novo valor), justificando a sua sugestão (adequação ao valor de mercado): Art. 68. Na ação revisional de aluguel, que terá o rito sumário, observar-se- á o seguinte: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) I - além dos requisitos exigidos pelos arts. 276 e 282 do Código de Processo Civil, a petição inicial deverá indicar o valor do aluguel cuja fixação é pretendida; Um detalhe especial é que se postulará a fixação do novo aluguel, que será estabelecido na sentença e com efeito retroativo à data do ajuizamento, poderá ter fixação provisória, limitada até 80% do valor pretendido/vigente (conforme parte postulante), conforme art. 68, II da Lei 8.245/91: II – ao designar a audiência de conciliação, o juiz, se houver pedido e com base nos elementos fornecidos tanto pelo locador como pelo locatário, ou nos que indicar, fixará aluguel provisório, que será devido desde a citação, nos seguintes moldes: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) a) em ação proposta pelo locador, o aluguel provisório não poderá ser excedente a 80% (oitenta
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