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EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ABCD Engenharia, com sede na Rua..., número..., bairro..., CEP..., Cidade..., Estado..., por seu advogado e bastante procurador que esta subscreve, instrumento de mandato incluso (Doc 1), com escritório profissional situado na Rua..., número..., bairro..., Cep..., Cidade..., Estado..., vem, respeitosamente a presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 5º, inciso LXIX da Constituição Federal e do artigo 105, I, b, da CRFB/88, impetrar o presente MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR. Em face do ato do ministro da cultura vinculado à União, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: I - DOS FATOS O Ministério da Cultura publicou, na imprensa oficial, edital de licitação que veio assinado pelo próprio Ministro da Cultura, na modalidade de tomada de preços, para a elaboração do projeto básico, do projeto executivo e da execução de obras de reforma de uma biblioteca localizada em Brasília. O custo da obra está estimado em R$ 2.950.000,00 (dois milhões novecentos e cinquenta mil reais). O prazo de execução é de 16 (dezesseis) meses, e, de acordo com o cronograma divulgado, a abertura dos envelopes se dará em 45 (quarenta e cinco) dias e a assinatura do contrato está prevista para 90 (noventa) dias. Do edital constam duas cláusulas que, em tese, afastariam do certame a empresa ABCD Engenharia. A primeira diz respeito a um dos requisitos de habilitação, pois se exige dos licitantes, para demonstração de qualificação técnica, experiência anterior em contratos de obra pública com a União (requisito não atendido pela empresa, que já realizou obras públicas do mesmo porte que a apontada no edital para diversos entes da Federação, mas não para a União). A segunda diz respeito à exigência de os licitantes estarem sediados em Brasília, sede do Ministério da Cultura, local onde se dará a execução das obras (requisito não atendido pela empresa, sediada no Município de Bugalhadas). III - DA MEDIDA LIMINAR A Constituição Federal, bem como a Lei 1.533/51 garantem a todos a proteção ao direito líquido e certo quando lesados ou na iminência de lesão por ato de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. Dessa forma, ficam demonstrados os fundamentos jurídicos, ou seja , "fumus boni iuris", pela clara vedação ao artigo 150, inciso VI, letras "b", tanto quanto, pela vedação do artigo 9º, inciso IV, alíneas "b". Presente também o "periculum in mora", pois a violação às disposições constantes da Lei federal nº 8.666/1993 fundado receio de ineficácia da medida, caso concedida a segurança apenas ao final do processo (uma vez que o contrato poderá já ter sido assinado e iniciada a sua execução).. Assim, a petição do mandado de Segurança deve ser recebida nos termos do inciso II, do artigo 7º da Lei 1.533/51. IV- DO DIREITO A – DA IMPOSSIBILIDADE DE LICITAR A OBRA SEM A PRÉVIA EXISTÊNCIA DE PROJETO BÁSICO O Ministério da Cultura publicou, na imprensa oficial, edital de licitação que veio assinado pelo próprio Ministro da Cultura, na modalidade de tomada de preços, para a elaboração do projeto básico. Todavia, para que possa haver a licitação de tal obra é necessário antes a realização de um projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório, nos termos do do Art. 7º, § 2º, I da Lei nº 8.666/1993. Logo, tal licitação é nula por não cumprir os requisitos exigidos por lei. B - DA IMPOSSIBILIDADE DE ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO E DE EXECUÇÃO DA OBRA PELA MESMA PESSOA O Ministério da Cultura publicou, na imprensa oficial, edital de licitação que veio assinado pelo próprio Ministro da Cultura, na modalidade de tomada de preços, para a elaboração do projeto básico, do projeto executivo e da execução de obras de reforma de uma biblioteca localizada em Brasília. Todavia, é vedada a elaboração de projeto básico e execução da obra pela mesma pessoa, nos termos do Art. 9º, I, da Lei nº 8.666/1993. Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários, o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica. Assim, tal disposição do edital é claramente contrária ao disposto na Lei de Licitações. C – DA VIOLAÇÃO AO LIMITE DE VALOR PARA A TOMADA DE PREÇOS O Ministério da Cultura publicou, na imprensa oficial, edital de licitação que veio assinado pelo próprio Ministro da Cultura, na modalidade de tomada de preços, O custo da obra está estimado em R$ 2.950.000,00 (dois milhões novecentos e cinquenta mil reais). Todavia, a modalidade Tomada de Preços não é a modalidade correta para a realização de uma obra com este valor, nos termos do Art. 23, I, b, da Lei nº8.666/1993, no qual o valor é até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). Logo, está caracterizado uma violação ao limite de valor para a tomada de preços. D - A EXIGÊNCIA DE EXPERIÊNCIA DE CONTRATAÇÃO ANTERIOR COM A UNIÃO É INVÁLIDA Do edital constam duas cláusulas que, em tese, afastariam do certame a empresa ABCD Engenharia. A primeira diz respeito a um dos requisitos de habilitação, pois se exige dos licitantes, para demonstração de qualificação técnica, experiência anterior em contratos de obra pública com a União (requisito não atendido pela empresa, que já realizou obras públicas do mesmo porte que a apontada no edital para diversos entes da Federação, mas não para a União). Todavia, tal exigência de experiência de contratação anterior com a União é inválida, conforme o Art. 30, II, da Lei nº 8.666/1993. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á: comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos. Por fim, não é possível que a União exija experiência de contratação anterior em edital. E - VEDAÇÃO DA CLÁUSULA QUE ESTABELECE PREFERÊNCIA OU DISTINÇÃO EM RAZÃO DA SEDE DA EMPRESA Do edital constam duas cláusulas que, em tese, afastariam do certame a empresa ABCD Engenharia. A segunda diz respeito à exigência de os licitantes estarem sediados em Brasília, sede do Ministério da Cultura, local onde se dará a execução das obras (requisito não atendido pela empresa, sediada no Município de Bugalhadas). Todavia, é vedada a cláusula que estabelece preferência ou distinção em razão da sede da empresa, na forma do Art. 3º, §1º, I, da Lei nº 8.666/1993 e violação ao Art.20, parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993. É vedado aos agentes públicos, admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991. Logo, referida cláusula prevista no edital é ilegal. V - DO PEDIDO Diante de todo o exposto requer: a) seja concedida medida liminar, para suspender a licitação até decisão final, de mérito, e de procedência do pedido, ao final, para determinar a anulação daquele procedimento, viciado pelo edital contrário à legislação. b) Requer que a autoridade coatora, ora ministro da cultura,seja notificada para que preste informações no prazo de 10(Dez) dias, bem como a oitiva da Advocacia Geral da União. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ xxxxx (Valor) para todos os efeitos legais. Nestes Termos Pede deferimento Local..., data... Advogado... OAB...
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