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Sorocaba, 15 de outubro de 2020 Faculdade de Engenharia de Sorocaba EMGENHARIA MECÂNICA Estática e dinâmica dos movimentos 1 CINEMÁTICA DO MOVIMENTO CIRCULAR THIAGO DOMINGUES AFONSO RA:200899 1. Introdução Dizemos que um ponto material realiza um Movimento Circular Uniformemente Variado (MCUV), quando, em relação a um referencial, sua trajetória for uma circunferência e sua velocidade variar, tanto em módulo como em direção e em sentido. Assim, além de uma aceleração centrípeta, há uma aceleração tangencial, a qual indica a variação do módulo da velocidade linear. (1) De um modo geral define-se a aceleração angular de um corpo como sendo o quociente entre a variação da velocidade angular (Δω) e o intervalo de tempo em que ocorre essa variação de velocidade (Δt). Esta definição é válida quando o intervalo de tempo considerado é grande e está aceleração é designada mais corretamente por aceleração angular média. Se se considerar um intervalo de tempo pequeno do corpo em estudo, a aceleração angular passa a ser definida como a razão entre a derivada da velocidade angular e a derivada em ordem ao tempo. Esta aceleração denomina-se aceleração angular instantânea. A aceleração angular mede- se em radianos por segundo ao quadrado, cujo símbolo é rad/s2. 2 (2) A aceleração angular pode ter valores positivos ou negativos. Se a velocidade angular aumentar em módulo, o movimento será acelerado e a aceleração angular terá o sinal da velocidade angular. Se a velocidade angular diminuir em módulo, o movimento será retardado e a aceleração angular terá sinal oposto ao da velocidade angular. Se a aceleração angular tiver sempre o mesmo valor, o movimento circular será uniformemente variado. As variações do ângulo θ e da velocidade angular ω com o tempo têm então uma forma semelhante à variação da coordenada x e da velocidade v com o tempo num movimento retilíneo uniformemente variado: (3) A velocidade escalar v do movimento circular uniforme, por sua vez, é calculada pela razão entre o espaço percorrido (ΔS) e o intervalo de tempo (Δt), assim como mostramos a seguir: (4) Na fórmula acima, é possível separar as grandezas angulares das grandezas espaciais. Fazendo isso, obtém-se outra fórmula para a velocidade escalar. Tal fórmula mostra que o módulo da velocidade escalar em que a partícula se move pode ser calculado a partir do produto entre a velocidade angular (ω) e o raio da trajetória (R). (5) A velocidade angular comumente é chamada de frequência angular. Sua unidade de medida é o radiano por segundo (rad/s). Entretanto, uma vez que o radiano é uma medida de ângulo, e não uma grandeza física, a unidade de medida da velocidade angular, a rigor, é o s-1, que equivale ao hertz (Hz). A velocidade angular relaciona-se ainda com outras duas importantes grandezas para os movimentos circulares: frequência (f) e período (T). A frequência, cuja unidade de medida também é o Hz, indica a quantidade de rotações que uma partícula realiza a cada segundo, https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-grandeza.htm 3 enquanto o período indica o tempo necessário para essa partícula percorrer uma volta completa. Dessa maneira, frequência e período são grandezas inversamente proporcionais e relacionadas entre si. Para a realização dos cálculos do experimento iremos utilizar as seguintes fórmulas: 𝜃(𝑡) = 𝜃0 + 𝜔𝑡 + 𝛼𝑡2 2 (6) 𝑎(𝑡) = 𝛼(𝑡). 𝑅 (7) 2. Objetivos • Compreender a relação entre as grandezas lineares e angulares. • Determinar a aceleração angular de um corpo em movimento circular uniformemente acelerado. 3. Detalhes do Experimento Para a realização deste experimento, foram utilizados os seguintes materiais: • Eixo de rotação – Azeheb; • Conjunto de rotação – Azeheb; • Roldana; • Disco de rotação; • Eixo de rotação; • Suporte universal – Azeheb; • Sensor fotoelétrico – Azeheb; • Cronômetro – Azeheb; • Paquímetro – ZAAS; • Régua – Azeheb; • Massa aferida. Na execução do experimento utilizamos um paquímetro para medir o diâmetro do eixo de rotação, e então foi utilizado um corpo de massa, suspenso por uma linha passando pela roldana conectando-se ao eixo de rotação conforme descrito na figura 1. No instante em que o sistema é liberado a massa desce e o eixo de rotação gira. O disco de rotação possui regiões vazadas o que permite que o sensor fotoelétrico emita um sinal de luz de um lado e receba o sinal pelo 4 receptor no lado oposto, sempre que o disco girar ¼ de volta um sinal será detectado pelo sensor que está conectado a um cronômetro que marcara o tempo da passagem na região vazada. Figura 1: Montagem experimental Fonte: Diego Albuquerque Após a montagem do experimento utilizando os dados obtidos, com a ajuda do SciDAVis construimos o gráfico 𝜃(𝑡), para obtermos a aceleração angular do sistema e calcularmos a aceleração linear. E então utilizando o Tracker analisamos o movimento linear e comparamos as acelerações encontradas. Tabela I. Equipamentos do Experimento. 4. Resultados e Discussão Analisando os dados da tabela ll obtivemos os tempos (s) das medidas e o deslocamento angular 𝜃(𝑡) após ¼ de volta do disco de rotação ou seja 𝜋 2 Equipamento Unidade de Medida Sensibilidade Precisão Valor Máximo Suportado Paquímetro mm 0.05 0.025 X Cronômetro Segundos(s) 0,00001 0,00001 X 5 Tabela II: Análise de 𝜃(𝑡), cada medida registrada após ¼ de volta. Medida Tempo (s) θ(t) 1 0,13345 ± 0,00001 1,57080 2 0,20583±0,00001 3,14159 3 0,26286±0,00001 4,71239 4 0,31147±0,00001 6,28919 5 0,35446±0,00001 7,85398 6 0,39311±0,00001 9,42478 7 0,42891±0,00001 10,99557 8 0,46251±0,00001 12,56637 9 0,49426±0,00001 14,13717 10 0,52394±0,00001 15,70796 11 0,55232±0,00001 17,27876 12 0,57961±0,00001 18,84956 13 0,60589±0,00001 20,42035 14 0,6309±0,00001 21,99115 15 0,65521±0,00001 23,56194 16 0,67878±0,00001 25,13274 17 0,70172±0,00001 26,70354 18 0,72383±0,00001 28,27433 19 0,74548±0,00001 29,84513 20 0,76669±0,00001 31,41593 21 0,78741±0,00001 32,98672 22 0,80749±0,00001 34,55752 23 0,82710±0,00001 36,12832 24 0,84654±0,00001 37,69911 25 0,86564±0,00001 39,26991 26 0,88416±0,00001 40,84070 27 0,90231±0,00001 42,41150 28 0,92037±0,00001 43,98230 29 0,93826±0,00001 45,55309 30 0,95572±0,00001 47,12389 Utilizando esses dados construimos o gráfico 1 e obtivemos uma variável ao quadrado, observando a fórmula 𝜃(𝑡) = 𝜃0 + 𝜔𝑡 + 𝛼𝑡2 2 (6) é possível concluir que essa variável é a 6 aceleração angular. Visto que ela está ao quadrado, basta multiplica-la por dois para chegarmos no resultado esperado de 88,708 rad/s2. Gráfico 1: 𝜃(𝑡): Após encontrarmos a aceleração angular, utilizamos o diâmetro do eixo de rotação de 34,80 ± 0,05 mm, conforme podemos observar na figura 2 abaixo, para calcularmos a aceleração linear do sistema. Para isso convertemos o diâmetro de 34,80 mm para o SI ficando 0,03480 ± 0,00005 𝑚. Assim dividindo o diâmetro por dois achamos um raio de 0,0174 m, aplicando esses valores na fórmula (7) encontramos uma aceleração linear de 1,5435 m/s2. Figura 2: Diâmetro eixo de rotação: Fonte: Diego Albuquerque 7 Após calcularmos a aceleração linear do sistema comparamos a mesma com a aceleração linear encontrada através do software tracker, onde fomos capazes de obter os dados para a realização do gráfico 2 abaixo: Gráfico 2: Análise linear: Ao analisar o gráfico 2 é possível concluir que a aceleraçãolinear é o valor na equação que está ao quadrado como tínhamos visto anteriormente no gráfico 1. Então basta multiplicarmos o este valor por dois para encontrarmos a aceleração linear, realizando essa etapa obtivemos uma aceleração de 1,55898 m/s2, ao comparar com a do gráfico 1 de 1,5435 m/s2 encontramos um erro relativo de 0,99% que está dentro dos padrões. 5. Conclusões Após a realização do experimento podemos concluir que os objetivos iniciais foram atingidos com sucesso, visto que os dados que obtivemos através dos gráficos deram como o esperado, e os cálculos das acelerações obtidas foram praticamente iguais, com um pequeno erro de apenas 0,99%, causado provavelmente por algum instrumento experimental. Também foi possível observar que quando um corpo está realizando um movimento circular uniformemente variado (MCUV) sua velocidade escalar é variada e é dada pela aceleração centrípeta que aponta sempre para o centro da circunferência. 8 6. Referências HELERBROCK, Rafael. "Movimento circular uniforme (MCU)"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/movimento-circular-uniforme-mcu.htm. Acesso em 14 de outubro de 2020. Movimento circular uniformemente acelerado .Disponível em: https://www.notapositiva.com/old/pt/trbestbs/fisica/12_movimento_circular_unif_acelerado_d.ht m. Acesso em 14 de outubro de 2020.
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