Buscar

A COAÇÃO NO DIREITO CIVIL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A COAÇÃO NO DIREITO CIVIL
INTRODUÇÃO
A coação é um dos vícios de consentimento considerado, pela doutrina jurídica, dos mais graves. A coação pode ser física ou moral, e o Código Civil de 2002 dispõe apenas sobre esta última, por essa razão o enfoque do trabalho será a ela direcionado. Sob seu efeito, a vontade do declarante não emana de forma livre, pois ele agirá sob ameaça de outrem, de forma que a sua vontade interna não corresponde com a vontade manifestada.
	Além dos desdobramentos acarretados no campo do direito, é também inegável o efeito danoso da coação na psique de quem a sofre, acarretando, por diversas vezes, problemas individuais que vão além daqueles abarcados e solucionados pelo âmbito jurídico.
Nesse sentido, coação é um vício do negócio jurídico que funciona como uma forte violência (física ou moral) aplicada para que alguém seja forçado a realizar determinado ato contrário a sua vontade. O código Civil Brasileiro de 2.002 define tal vício como: “A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens”. Desse modo, para a doutrina, "Coação é toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre um indivíduo para forçá-lo, contra a sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio. O que a caracteriza é o emprego da violência psicológica para viciar a vontade. Não é coação, em si, um vício da vontade, mas sim o temor que ela inspira, tornando defeituosa a manifestação de querer do agente. (GONÇALVEZ, 2006, p. 383)."
DOS REQUISITOS PARA SE CARACTERIZAR A COAÇÃO
A coação depende de condições extremamente pessoais e circunstanciais. Muitas vezes, determinada ameaçada pode viciar a vontade de alguém e a mesma ameaça feita a outra pessoa pode não surtir efeito algum. Como exemplo, temos a seguinte situação: Maria quer comprar a casa de José, porém José não tem intenção de vendê-la. Para pressioná-lo, Maria o ameaça, dizendo que quebrará sua perna se a venda não for realizada. Considerando que José é uma pessoa forte, isso não será considerado coação. Já se a mesma ameaça fosse feita a uma senhora idosa, a situação deveria ser analisada de outra forma.
Para que se configure a coação, deve-se conter os seguintes elementos: a ameaça deve ser a causa determinante do ato, deve ser grave, injusta, atual ou iminente, que traga justo receio de grave prejuízo e que o prejuízo recaia sobre a pessoa, seus bens, a pessoa de sua família ou aos bens desta. Na falta de qualquer um destes requisitos não é caracterizada a coação, pois eles precisam ser concomitantes. Nesse sentido:
1. O primeiro requisito é a existência de nexo causal entre a violência e o ato extorquido. Se uma pessoa dá anuência independentemente da ameaça que vem sofrendo, não se configura coação, é necessária a relação de causalidade entre a violência e a manifestação da vontade da vítima. Exemplo – um indivíduo faz uma ‘’doação’’ contra sua vontade para outro indivíduo sob grave ameaça de morte.
2. Grave – uma ameaça que capaz de causar grave dano à pessoa, seus bens, familiares. Ameaçar ou submeter a pessoa a situações de sequestro, morte, prisão etc. Ela deve envolver fatores ilícitos e de temor considerável, utilização da violência para a concretização do ato. Para aferir a gravidade da coação segue-se o do caso concreto, avaliando, de acordo com o Art. 152, ‘’o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na situação. ’’ As pessoas podem reagir de forma divergente a uma ameaça, levando-as ou não, a fundado temor de dano. Exemplo: uma ameaça contra uma idosa, que sofre de certa enfermidade, e que vive sozinha pode ser diferente de outra pessoa que vive em uma situação completamente diferente. De acordo com o Art. 153 não é considerado coação o simples temor reverencial, é o receio de desgostar um superior hierárquico, ou alguém por quem se tenha respeito ou admiração. O temor reverencial é realizado para dar apoio a uma ação, sem infringir as leis. Exemplo – Um filho doa para uma instituição um valor X, para não deixar seu pai magoado por um erro cometido.
3. Se a ameaça não é injusta, não há coação – Para ser coação necessariamente precisa ser injusta. Do contrário poderá ser um exercício normal de um direito, com fundamento legal, por isso não pode ser caracterizado como coação. Exemplo, uma cobrança devida, na qual o locatário avisa o locador que irá ajuizar uma ação contra o indivíduo caso este não o pague. Considerar-se-á também coação, quando a ameaça for a prática de ato lícito, porém com resultado injusto ou ilícito, ou seja, a injustiça poderá ser encontrada tanto na ilicitude da ameaça quanto na ilicitude do fim desejado. Há também o exercício irregular de um direito que é a ameaça ilícita em busca de um fim lícito.
4. Dano atual e iminente – A ameaça não pode ser de danos num futuro distante, o que daria ao coagido chance e tempo de reagir, deve ser atual e iminente. Exemplo – Um homem com uma arma que ameaça a outro indivíduo de lhe tirar a vida caso não saque uma quantia X.
5. Justo receio de prejuízo, igual, pelo menos, ao decorrente do dano extorquido - O dano advindo da concretização da ameaça de coação deve ser igual ou maior do que se a pessoa não cumprir o que lhe é exigido (Art. 152).
6. Ameaça que deve recair sobre pessoa ou bens do paciente, ou pessoas de sua família – Art. 151 – Parágrafo único - Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
COAÇÃO ABSOLUTA OU COAÇÃO FÍSICA
	A coação pode ser física ou moral. A coação física trata-se de evento quase inimaginável no direito. Para concebê-la, imagina-se uma pessoa totalmente amarrada, inerte, sendo forçada a assinar; a celebrar um negócio jurídico do qual não lhe cabe nenhuma possibilidade de escolha de realizá-lo ou não. Implica uma ausência total de consentimento, como define Maria Helena Diniz. É também chamada de vis absoluta. Este tipo de coação não é vício de vontade, já que não há, de fato, vontade. Acarreta, no direito brasileiro, inexistência do negócio jurídico, já que o Código Civil de 2002 dispõe, como requisitos para configuração de anulabilidade do negócio jurídico, fatos acerca da coação moral.
COAÇÃO RELATIVA OU COAÇÃO MORAL
	Coação Relativa ou Moral é aquela capaz de viciar o negócio jurídico, pois foi realizado contra a vontade do indivíduo, seja por medo, ameaça ou dano, passível de anulação- Art. 171 do CC. Exemplo: uma pessoa é constrangida a fazer uma doação porque foi ameaçada de morte: a manifestação de sua vontade foi moldada pela coação externa
	A coação moral, também chamada de vis compulsiva, prevista no atual Código Civil, tem como características qualquer pressão ou ameaça exercidas contra uma pessoa, seus bens, sua honra e dignidade, e pode também ser exercida contra pessoas da família da vítima ou bastante próximas a ela. A coação não é, em si, um vício de consentimento. Ela resulta nele pelo temor que causa no contratante, que efetuou o negócio jurídico sem que sua vontade fosse livre. Acarreta anulabilidade no negócio jurídico, tendo o coagido 4 anos, a contar da cessão da coação, para requerer a anulabilidade do negócio.
DO CÓDIGO CIVIL E DA DOUTRINA
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
Doutrina
· “Vis compulsiva” e seus requisitos: Para que haja coação moral, suscetível de anular ato negocial, será preciso que:
a) Seja causa determinante do negócio jurídico, pois deverá haver um nexo causal entre o meio intimidativo e o ato realizado pela vítima;
b) Incuta à vitima um temor justificado, por submetê-la a um processo que lhe produza ou venha a produzirdor (morte, cárcere privado, desonra, mutilação, escândalo etc.), fazendo-a recear a continuação ou o agravamento do mal se não manifestar sua vontade no sentido que se lhe exige;
c) O temor diga respeito a um dano iminente, suscetível de atingir a pessoa da vítima, sua família ou seus bens. E se o ato coativo disser respeito a pessoa não pertencente a família da vítima, o órgão judicante, com equidade e com base nas circunstâncias, decidirá se houve, ou não, coação;
d) O dano seja considerável ou grave, podendo ser moral, se a ameaça se dirigir contra a vida, liberdade, honra da vítima ou da pessoa de sua família, ou patrimonial, se a coação disser respeito aos seus bens. O dano ameaçado deverá ser efetivo ou potencial a um bem pessoal ou patrimonial. E necessário, portanto, que a ameaça se refira a prejuízo que influencie a vontade do coacto a ponto de alterar suas determinações, embora não possa, no momento, verificar, com justeza, se será inferior ou superior ao resultante do ato extorquido.
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
Doutrina
· Abandono do critério abstrato de “person of ordinary firmness” como “legal standard of resistance”: Ao apreciar a gravidade da vis compulsiva, o magistrado deverá, em cada caso concreto, ater-se aos meios empregados pelo coator, verificando se produzem constrangimento moral, sem olvidar o sexo, a idade, a condição social, a saúde e o temperamento da vítima. Deverá, portanto, averiguar quaisquer circunstâncias, sejam elas pessoais ou sociais, que concorram ou influam sobre o estado moral do coagido, levando-o a executar ato negocial que se lhe é exigido. Isto é assim porque a lei, ao pressupor que todos somos dotados de certa energia ou grau de resistência, não desconhece que sexo, idade, saúde, condição social, temperamento podem tornar decisiva a coação, que, exercida em certas circunstâncias, pode pressionar e influir mais poderosamente.
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial.
Doutrina
· Excludentes da coação: Não se considerará coação, portanto, vício de consentimento suscetível de anular negócio, a ameaça de exercício normal de um direito e o simples temor reverencial. Assim, se algum negócio for levado a efeito por um dos contratantes nas circunstâncias enumeradas acima, não se justificará a anulabilidade do ato, que permanecerá válido, uma vez que não se trata de coação.
· Ameaça do exercício normal de um direito: A ameaça do exercício normal de um direito exclui a coação, porque se exige que a violência seja injusta. Desse modo, se um credor e de dívida vencida e não paga ameaça o devedor de protestar o título e requer falência, não se configurará a coação por ser ameaça justa que se prende ao exercício normal de um direito; logo o devedor não poderá reclamar a anulação do protesto.
· Simples temor reverencial: O simples temor reverencial vem a ser o receio de desgostar ascendente ou pessoa a quem se deve obediência e respeito, que não poderá anular o negócio, desde que não esteja acompanhado de ameaças ou violências irresistíveis.
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos.
Doutrina
· Coação exercida por terceiro: A coação exercida por terceiro vicia o negócio jurídico, causando sua anulabilidade, se dela teve ou devesse ter conhecimento o contratante que dela se aproveitar.
· Responsabilidade pela coação exercida por terceiro: Havendo coação exercida por terceiro, urge averiguar, para apurar a responsabilidade civil, se a parte a quem aproveite teve prévio conhecimento dela, pois esta responderá solidariamente com o coator por todas as perdas e danos causados ao coacto. Logo, além da anulação do ato negocial pelo vício de consentimento, a vítima terá direito de ser indenizada pelos prejuízos sofridos, ficando solidariamente obrigados a isso o autor da vis compulsiva e o outro que dela teve ciência e dela auferiu vantagens.
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.
Doutrina
· Desconhecimento da coação exercida por terceiro: O negócio jurídico terá validade se a coação decorrer de terceiro, sem que o contratante, com ela beneficiado, tivesse ou devesse ter dela conhecimento. No entanto, o autor da coação terá responsabilidade pelas perdas e danos sofridos pelo coagido.
Nesse sentido, a coação realizada por terceiros, reguladas pelos artigos 154 e 155 do CC, são duas hipóteses, na primeira o sujeito A assina contrato com B sob coação de C, mas B não sabe da coação = Subsiste o contrato devido à boa-fé apresentada por B e cobram-se perdas e danos de C, o responsável pela coação. Na segunda hipótese, sujeito A assina contrato com B sob coação de C e B sabe da coação = Abre-se a possibilidade de anulação do negócio e se cobra indenização por perdas e danos de ambos B e C.
DA DOUTRINA
A Doutrina conceitua coação da seguinte maneira:
"Coação é toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre um indivíduo para forçá-lo, contra a sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio. O que a caracteriza é o emprego da violência psicológica para viciar a vontade. Não é coação, em si, um vício da vontade, mas sim o temor que ela inspira, tornando defeituosa a manifestação de querer do agente. (GONÇALVEZ, 2006, p. 383)."
Já para Francisco Amaral, “a coação é a ameaça com que se constrange alguém à prática de um ato jurídico. É sinônimo de violência, tanto que o Código Civil usa indistintamente os dois termos (CC, arts. 171, II, 1.814, III).”
Da jurisprudência
EMENTA: DIREITO DAS LOCAÇÕES. BENEFÍCIO DE ORDEM NO CONTRATO DE LOCAÇÃO AUSÊNCIA. EMPREGADO COMO FIADOR DO EMPREGADOR. AUSÊNCIA DE COAÇÃO POR TEMOR REVERENCIAL. ART. 153 DO CÓDIGO CIVIL. CLÁUSULA DE RESPONSABILIDADE ATÉ A ENTREGA DAS CHAVES. VALIDADE. LICITUDE DA MULTA MORATÓRIA DE DEZ POR CENTO. PROVA DAS DESPESAS COM OUTROS ENCARGOS DA LOCAÇÃO INADIMPLIDOS PELO LOCADOR. 
Não há prova de que a locatária seja esposa do outro fiado, bem como mesmo que fosse não se estabeleceu qualquer benefício de ordem no contrato de locação. 
A teor do art. 153 do Código Civil, o temor reverencial não caracteriza o defeito do negócio jurídico denominado coação, ou seja, a simples relação de obediência existente entre empregador e empregado não é sua causa de anulabilidade, exigindo-se para tanto o "fundado temor de dano iminente e considerável" (Art. 151 do Código Civil). A simples relação de subordinação empregatícia não é capaz de impor o fundando temor de dano iminente e considerável capaz de impor a ocorrência da coação apta a anular o negócio jurídico. 
Diante da existência de cláusula expressa no contrato de aluguel de que a responsabilidade do fiador perdurará até a entrega das chaves, não há que se cogitar de sua desobrigação em razão do término do prazo originalmente pactuado. 
Em contrato de locação é lícita a cobrança de multa moratória na razão de 10%. 
Em relação aos outros encargos, sabe-se que "o ordenamento jurídico brasileiro, com amparo no art. 131 do CPC, adota o princípio do livre convencimento motivado, com base no qual o juiz pode apreciar, com liberdade, as provas colacionadas". Apesar de haver impugnado as despesas com a reforma do imóvel, fornecimento de energia elétrica e tributos encontram-se devidamente comprovadas, não adimplindo o réu com seu ônus do art. 333, II, CPC. 
O valor exposto pelo autor na planilha de cálculos já inclui a incidência da correção monetária e dos juros moratórios a pa rtir do vencimento de cada parcela, devendo tal valor ser atualizado desde a propositura da ação e acrescido de juros de moraa partir da citação.  (TJMG -  Apelação Cível  1.0105.10.027790-1/001, Relator(a): Des.(a) Cabral da Silva , 10ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 29/10/2013, publicação da súmula em 08/11/2013)
Segunda jurisprudência
EMENTA: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL - APELAÇÃO - EMBARGOS À EXECUÇÃO - VÍCIO DE PRODUTO E SERVIÇOS - DECADÊNCIA - COMPROVAÇÃO DO VÍCIO - INEXISTÊNCIA - COAÇÃO - NÃO VERIFICAÇÃO - EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO - EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO - NÃO APLICAÇÃO - RECURSO NÃO PROVIDO. 
-Não tendo a embargante reclamado dos alegados vícios de produto e serviço no prazo de noventa dias, nos termos do art. 26, II do CDC, houve a decadência do eventual direito. 
-O ônus da prova dos alegados vícios de produto e serviço incumbe à embargante nos termos do art. 333, I do CPC. 
-A coação só é apta a viciar o negócio jurídico quando acarreta o temor de dano eminente ao coagido, sua família ou aos seus bens nos termos do art. 151 caput do CC/02. 
-O exercício regular de um direito não caracteriza coação. 
-Não se aplica a teoria da exceção do contrato não cumprido se a exequente já cumpriu a obrigação contratualmente ajustada. 
-Recurso não provido.  (TJMG -  Apelação Cível  1.0040.08.069073-4/001, Relator(a): Des.(a) Márcia De Paoli Balbino , 17ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 28/02/2013, publicação da súmula em 12/03/2013)
DA NULIDADE
As regras de nulidade seguem expostas no código civil, nesse sentido, os seguintes artigos regulam essa questão:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.
Art. 849. A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa.
Art. 1.558. É anulável o casamento em virtude de coação, quando o consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares.
Art. 1.559. Somente o cônjuge que incidiu em erro, ou sofreu coação, pode demandar a anulação do casamento; mas a coabitação, havendo ciência do vício, valida o ato, ressalvadas as hipóteses dos incisos III e IV do art. 1.557. (Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; IV - a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado.)
Art. 1.909. São anuláveis as disposições testamentárias inquinadas de erro, dolo ou coação.
Art. 2.027. A partilha, uma vez feita e julgada, só é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, em geral, os negócios jurídicos.
Parágrafo único. Extingue-se em um ano o direito de anular a partilha.
CONCLUSÃO
	Portanto, a coação física é aquela exercida por meio da força bruta e a coação moral é aquela exercida por meio de grave e injusta ameaça atual ou iminente, nesse contexto, o juiz avaliará o caso concreto e julgará se houve circunstâncias que tenham implicado na realização de um negócio jurídico sob coação.
Nesse sentido, a coação pode gerar um vício do negócio jurídico, acarretando nulidade, ou seja, o negócio jurídico será desfeito.
Referências
https://aaronhwg.jusbrasil.com.br/artigos/399439639/a-coacao-como-especie-de-vicio-do-negocio-juridico
https://www.cpt.com.br/codigo-civil/defeitos-do-negocio-juridico-coacao
https://juridicocerto.com/p/paulobyron/artigos/dos-defeitos-do-negocio-juridico-da-coacao-artigos-151-a-155-codigo-civil-4043

Continue navegando