Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Dosagem de Ferro – Importância de Proteínas Totais e Albumina Laboratório Práticas Funcionais O ferro é um componente essencial presente na heme da hemoglobina, na mioglobina, na transferrina, na ferritina e nas porfirinas contendo ferro, além de ocorrer nas enzimas como catalase, peroxidase e nos vários citocromos. Descreva como ocorre o processo de absorção, transporte e armazenamento de ferro no organismo. O ferro tem um papel fundamental na proliferação e sobrevivência celular. A homeostasia do ferro é fundamental já que um défice deste leva a uma deficiência no crescimento celular e apoptose, podendo resultar numa anemia. Um excesso de ferro provoca a formação de espécies reativas de oxigênio, agravando a inflamação. Algumas patologias estão associadas a desequilíbrios no metabolismo do ferro tais como a hemocromatose, a aceruloplasminemia e a atransferrinemia. Resumidamente o transporte, armazenamento e o metabolismo do ferro ocorrem quando o ferro é absorvido pelo intestino delgado, onde ele imediatamente se combina, no plasma sanguíneo, com a beta globulina apoptransferrina para formar transferrina, que é, em seguida, transportada pelo plasma. O ferro, na transferrina, está ligado frouxamente e, por conseguinte, pode ser liberado para qualquer célula, em qualquer ponto do corpo. O excesso de ferro no sangue é depositado, de modo especial, nos hepatócitos, e, em menor quantidade, nas células reticuloendoteliais da medula óssea. Absorção: A absorção do ferro ocorre no duodeno proximal, sendo a quantidade de ferro absorvida dependente da quantidade armazenada e da capacidade de armazenamento do organismo. Após a sua libertação no citoplasma, o ferro é conduzido para a membrana basolateral do enterócito, ou armazenado em ferritina. A ferritina desempenha um papel crucial na absorção de ferro. Outras proteínas desempenham um importante papel no metabolismo do ferro, tais como a transferrina (intervém no transporte de ferro) e a hepcidina que faz a regulação das concentrações plasmáticas de ferro. O ferro é absorvido em todas as porções do intestino delgado. O fígado secreta quantidades mode- radas de apotransferrina na bile, que flui pelo ducto biliar até o duodeno. No intestino delgado, a apotrans- ferrina se liga ao ferro livre e também a certos componentes férricos, como a hemoglobina e a mioglobina da carne, que constituem as duas fontes mais importantes de ferro da dieta. Essa combinação é dita como transferrina. Ela é atraída e se liga a receptores na membrana das células epiteliais intestinais. A seguir, pelo processo de pinocitose, a molécula de transferrina, com seu armazenamento de ferro, é absorvida pelas cé- lulas epiteliais e, posteriormente, liberada para os capilares sanguíneos situados abaixo dessas células, sob a forma de transferrina plasmática. A absorção de ferro no intestino é extremamente lenta, com máximo de apenas alguns miligramas por dia. Essa velocidade lenta de absorção significa que, mesmo quando grande quantidade de ferro está presente na dieta, somente pequena porção pode ser absorvida. O ferro na dieta é classificado como ferro heme ou não-heme. O ferro heme é abundante na carne, como um componente das hemoproteínas, hemoglobina e mioglobina. O baixo pH do estômago na presença de enzimas proteolíticas é responsável pela libertação do heme das hemoproteínas. A maioria do ferro não-heme da dieta encontra-se na forma livre insolúvel Fe3+ ou como ião ferroso não ligado a proteínas. O Fe2+ pode ser diretamente absorvido pelos enterócitos duodenais. Assim, parte do Fe3+ é reduzido a Fe2+ pelo baixo pH do estômago na presença de ácido ascórbico. O Fe 3+ restante é reduzido em Fe2+ pela enzima duodenal cytochrome B (Dcytb) residente na superfície luminal do enterócito ez duodenal, e depois transferido para o citosol pelo divalente metal transporter 1 (DMT1). Uma vez no enterócito, o heme é quebrado pela enzima heme oxigenase 1 (HO1) e o ferro é libertado no estado férrico. A ferritina da dieta é também absorvida pe- los enterócitos por endocitose mediada pelo adap- tor complex 2 (AP2). Uma vez libertado no citoplasma, o ferro é conduzido para a membrana basolateral do ente- rócito, ou armazenado em ferritina. A ferritina de- sempenha um papel crucial na absorção de ferro. A exportação de ferro do enterócito para a circulação é crucial para a entrada de ferro no organismo. O ferro não-heme está maioritariamente presente no organismo na sua forma oxidada Fe3+. A segunda maior porção de ferro no organismo está na forma não-heme armazenado em ferritina. Quando é necessário, pode ser libertado na forma de ferritina para preencher as necessidades de transporte de oxigênio e meta- bolismo energético. Este mecanismo limita o excesso de ferro livre que de outra forma ia gerar espécies reativas de oxigênio. Quando o corpo fica saturado com ferro e todas as apoferrinas das áreas de reserva de ferro já estão combinadas ao ferro, a absorção de ferro adicional pelo trato intestinal diminui acentuadamente. Por outro lado, quando as reservas de ferro estão depletadas, a intensidade da sua absorção pode ser acelerada pro- vavelmente por cinco ou mais vezes o normal. Assim sendo, o ferro corporal total é regulado em grande parte pela variação da intensidade de sua absorção. Transporte: O ferro exportado será oxidado pela ceruloplasmina, presente no fígado. Assim, o Fe3+ é transportado pela transferrina até os locais onde este será reutilizado. A transferrina (Tf) trata-se de uma glicoproteína sintetizada e excretada pelo fígado, que possui dois sítios homólogos de alta afinidade pelo ferro oxidado. Ou seja, o ferro é transportado no plasma pela transferrina (Tf). Além de solubilizar o ferro, a Tf atenua sua reatividade e facilita a sua liberação para as células. Em condições normais, a Tf plasmática tem a capacidade de transportar até 12 mg de ferro, mas essa capacidade raramente é utilizada e, em geral, 3 mg de ferro circulam ligado à Tf, ou seja, 30% da Tf está saturada com o ferro. Quando a capacidade de ligação da transferrina está totalmente saturada, o ferro pode circular livre- mente pelo soro, na forma não ligada a transferrina. Deste modo, ele pode ser facilmente internalizado pelas células, provocando danos celulares. Armazenamento: O ferro fica estocado nas células reticuloendoteliais do fígado, baço e medula óssea na forma de ferritina e hemossiderina. A ferritina é uma apoferritina contendo um núcleo férrico, sendo esta a forma so- lúvel de armazenamento. Deste modo, a ferritina contém e mantém os átomos de ferro que poderiam formar agrega- dos de precipitados tóxicos. A hemos- siderina corresponde à forma degra- dada da ferritina, sendo esta a forma in- solúvel de armazenamento. Isto ocorre, quando a quantidade total de ferro no organismo é superior a que pode ser acomodada no reservatório de depó- sito de ferritina. O ferro livre é encon- trado ainda nas mitocôndrias. Armazenamento do ferro no intestino. ez Em relação a anemia, é possível observar um quadro de anemia fisiológica do recém-nas- cido? Ocorre o mesmo em neonatos pré-termo? A eritropoese inicia-se em torno de 14 dias de idade pós-concepcional, quando os eritrócitos primitivos do embrião começam a ser produzidos no saco vitelino. Ao redor de cinco semanas, o fí- gado passa a ser o principal órgão produtor de glóbulos vermelhos. Entre a nona e a décima pri- meira semana pós-concepção, já se evidencia eri- tropoese na medula óssea, porém ela permanece relativamente inativa até o termo. A mudança do sítio de produção dos eritrócitos para a medula ós- sea faz-se entre o final da gestação e as primeiras semanas de vida pós-natal. No feto, a eritropoetina pode ser encon- trada já na 19ª semana de idade gestacional. Na vida fetal, é produzida principalmente pelos ma- crófagos do parênquimahepático. A partir do ter- ceiro trimestre de gestação até algumas semanas após o nascimento, ocorre, de forma gradual, a troca do sítio de produção da eritropoetina para as células peritubulares, possivelmente fibroblastos do córtex renal. O ferro é transportado para o feto por via transplacentária, principalmente durante o terceiro trimestre de gestação. Esta transferência é inicial- mente realizada por uma endocitose, mediada por um receptor do complexo da transferrina sérica, no interior do sinciciotrofoblasto. Nas células placen- tárias, ocorre a liberação do ferro e o retorno da apoproteína para a circulação materna. A incorporação de ferro pelo feto é propor- cional ao seu peso corporal. Como o mais impor- tante aumento de peso fetal ocorre no último tri- mestre da vida intrauterina, a criança prematura e a que sofreu retardo de crescimento intrauterino, resultando num baixo peso ao nascer, acumularão menos ferro em comparação ao recém-nascido a termo e de peso adequado para a idade gestacio- nal. Na vida fetal, o acúmulo de ácido fólico, no fí- gado, ocorre no final do terceiro trimestre. Desta forma, os prematuros nascem com menores reser- vas e maior probabilidade de desenvolver sua de- ficiência. As causas de anemia neonatal são: hemor- ragia ou perda de sangue, destruição dos Glóbulos Vermelhos (GV) (processo que se denomina hemó- lise) ou diminuição da produção dos GV. Anemia fisiológica do recém-nascido: A partir do nascimento, o RN sofre impor- tantes modificações do quadro hematológico com a finalidade de se adaptar ao meio extrauterino. Observa-se nas primeiras semanas de vida uma queda acentuada, autolimitada, da taxa de hemo- globina, comum a todos os lactentes. Trata-se de uma queda fisiológica, cujo pico ocorre na oitava semana de vida. A administração de ferro nesta ocasião não impede nem atenua essa queda. Em torno da oitava e décima segunda semana de vida ocorre a retomada de produção da eritropo- ese e o ferro armazenado será reutilizado, sendo mínimo o requerimento de ferro exógeno. A velocidade de crescimento nos primeiros meses, porém, poderá provocar esgotamento dos estoques de ferro em torno do quarto ao sexto mês de vida para o RN a termo e com peso ade- quado para a idade gestacional. Após esse perí- odo, o ferro exógeno tem importância fundamen- tal na prevenção da anemia. É nessa época que a suplementação com ferro eleva a concentração de hemoglobina. Nos recém-nascidos de termo, o aumento da oxigenação que ocorre com a respiração nor- mal após o nascimento causa elevação abrupta do nível de oxigênio nos tecidos, resultando em retroação negativa sobre a produção de eritropo- etina e eritropoese. Essa redução na eritropoese, assim como o tempo de vida mais curto dos eri- trócitos neonatais (90 dias versus 120 dias em adultos), faz a concentração de Hb cair nos pri- meiros 2 a 3 meses de vida. Anemia do Pré-Termo Logo após o parto verifica-se um aumento dos níveis séricos de hemoglobina e hematócrito, em virtude da redistribuição dos fluidos corporais, com saída de líquido do compartimento intravas- cular para o extravascular. Após esta elevação, ocorre queda gradativa da hemoglobina e do he- matócrito. No recém-nascido pré-termo (RNPT), esta queda é mais precoce, ao redor da sexta à oi- tava semana de idade pós-natal; além disso, o seu nadir é mais acentuado. No recém-nascido de pré-termo verifica-se uma anemia precoce e uma tardia, sendo esta a verdadeira anemia da prematuridade. A 1ª ocorre nas 1ªs 2 semanas de vida e relaciona-se com per- das sanguíneas verificadas ao nascer ou perdas ia- trogénicas que, particularmente em recém- ez nascidos prematuros de muito baixo peso, doen- tes, podem atingir 5 a 10% da volemia. A anemia tardia instala-se lenta e progressivamente após a 2ª semana de vida e resulta principalmente da falta de estimulação medular eritrocitária. As razões para a ocorrência da anemia no prematuro são múltiplas. Na sala de parto, pode- mos citar como fator determinante do hematócrito no recém-nascido o tempo que se leva para fazer a ligadura do cordão umbilical. O retardo do clam- peamento do cordão umbilical ocasiona um au- mento do volume sanguíneo logo após o nasci- mento e, após 48 horas, nota-se um hematócrito mais elevado nesses recém-nascidos, além de pro- moverem estoques de ferro mais alto. Ao nascimento, as taxas de hemoglobina do sangue do cordão umbilical giram ao redor de 17,5 ± 1,6 g/dL. No primeiro e segundo dias de vida, há um aumento da concentração da hemo- globina, decorrente da hemoconcentração transi- tória, resultante da baixa oferta hídrica e da redis- tribuição do volume plasmático. A partir da pri- meira semana de vida, ocorre uma diminuição pro- gressiva da hemoglobina. Durante o período neonatal ocorre tam- bém maior destruição dos glóbulos vermelhos, pois a meia vida dos eritrócitos, nesta faixa etária, é menor que setenta dias. Além disso, existe uma grande expansão do volume sanguíneo, secundá- ria ao rápido crescimento somático do prematuro, levando à hemodiluição. A queda na concentração de hemoglobina, no entanto, principia-se com a diminuição da massa eritroide circulante. Esta queda na concentração de hemoglo- bina ocorre por diminuição da eritropoese conse- quente ao maior aporte de oxigênio (O2), após o nascimento, o que facilita a oxigenação tecidual, ocasionando diminuição da eritropoetina. A eritro- poetina apresenta um grande aumento entre qua- tro e seis semanas de idade pós-natal, demons- trando a sua capacidade de estimular a eritropoese diante de certo grau de anemia. Este aumento da atividade eritropoética é evidenciado pela reticulo- citose. Ao redor de cinco meses de idade pós-na- tal, o valor médio da hemoglobina equivale ao do recém-nascido a termo. Quais as consequências para os neonatos em relação a carência nutricional de ferro? A anemia, diminuição anormal na concen- tração de hemoglobina no sangue, é considerada a principal consequência da deficiência de ferro. Em sua fase mais avançada, está associada a sinto- mas clínicos como fraqueza, diminuição da capaci- dade respiratória e tontura. A anemia ferropriva é a forma mais grave da deficiência de ferro, ela ocorre após um longo período da carência desse elemento, quando os estoques já foram depletados e depois da diminui- ção do ferro bioquímico. Em geral, quando ocor- rem as primeiras manifestações, a anemia já é mo- derada. Os sintomas mais frequentes relatados são irritabilidade, apatia, anorexia, fadiga, diminuição da capacidade física e cefaleia. Alguns estudos re- latam diminuição da função imunológica, com au- mento da frequência e duração das infecções. Uma vez que o ferro está envolvido em diversas reações metabólicas e oxidativas do organismo, além de ser essencial para replicação celular, na deficiência desse metal outros sinais e sintomas podem estar presentes, como alterações gastrointestinais, me- nor tolerância aos exercícios em indivíduos adultos e alterações no crescimento e desenvolvimento. Desde o período pré-natal, a anemia ferro- priva tem repercussões importantes e deletérias de longo prazo no desenvolvimento de habilidades cognitivas, comportamentais, linguagem e capaci- dades motoras das crianças, sendo que o possível impacto negativo permanece mesmo após o trata- mento precoce por décadas, especialmente em cri- anças pouco estimuladas ou de baixo nível social e econômico A carência de ferro na infância também predispõe a cáries dentárias, menor discriminação e identificação de odores em comparação aos gru- pos controle, alterações na imunidade não especí- fica, paladar e apetite; resposta alterada ao es- tresse metabólico e desenvolvimento audiovisual. ez Em um quadro de anemia do prematuro quais são os principaissinais e sintomas observa- dos? As manifestações clínicas da anemia do prematuro são inespecíficas. Os principais sinais e sintomas são: hipoatividade, apneia, respiração pe- riódica, bradicardia/taquicardia, taquipneia, baixo ganho ponderal, abertura de canal arterial, além de poderem apresentar palidez ou icterícia e cansar- se de mamar. Descreva sobre o tratamento e profilaxia da anemia em prematuro. Tratamento: o Transfusão de concentrado de hemácias o A indicação terapêutica da correção da anemia com concentrado de hemácias de- pende das repercussões clínicas que o pre- maturo apresenta, secundárias aos baixos níveis séricos de hemoglobina e hemató- crito. o O tratamento clássico da anemia da prema- turidade sintomática é a transfusão de con- centrado de glóbulos vermelhos, em pe- quenos volumes. o Eritropoetina recombinante humana (rHu- EPO): O papel da eritropoetina é diminuir o número de transfusões sanguíneas e o nú- mero de prematuros transfundidos dentro da unidade de terapia intensiva neonatal. A eritropoetina, quando indicada, deve ser utilizada após o sétimo dia de idade pós- natal, quando o hematócrito atingir valor inferior a 40%. Não existe uma dose preco- nizada, mas doses entre 500 a 1.200 UI ob- tiveram bons resultados e se mostraram se- guras. Profilaxia: o A profilaxia primária da anemia da deficiên- cia de ferro no prematuro e no RN de baixo peso é evidentemente a prevenção do tra- balho de parto prematuro e das doenças clínicas maternas que levam ao baixo peso do RN ao nascer, como, por exemplo, a hi- pertensão arterial. o A profilaxia secundária já se inicia com a in- trodução da dieta. Neste momento, a dieta preferencial é o leite materno, mas devido à baixa concentração de ferro no leite e a alta necessidade deste elemento pelo pre- maturo, utilizamos substâncias suplemen- tares, chamadas de aditivos do leite ma- terno. Vinte mililitros (mL) de leite materno contêm 0,012 mg de ferro e 1 µg de ácido fólico; após a adição de 1 g deste aditivo passamos a ter 0,29 mg de ferro e 11 µg de ácido fólico. o Na impossibilidade de alimentarmos o RN com leite materno, utilizamos as fórmulas específicas para prematuros existentes no mercado. Em relação a anemia associada com a produ- ção deficiente de hemácias, descreva sobre: Anemia Ferropriva; Anemia causada pela diminuição dos esto- ques de ferro a níveis que comprometem a síntese de hemoglobina e a eritropoese. Anemia secundá- ria à redução dos estoques de ferro corpóreos, com eritropoese microcitica e hipocromica. A anemia ferropriva em geral se desenvolve lentamente porque pode levar diversos meses até as reservas de ferro do corpo serem esgotadas. À medida que as reservas de ferro vão diminuindo, a medula óssea gradualmente produz menos glóbu- los vermelhos. Quando as reservas se esgotam, os glóbulos vermelhos não estão apenas reduzidos em número, mas são também anormalmente pe- quenos. Os sintomas da anemia ferropriva tendem a se desenvolver gradualmente e são similares aos sintomas produzidos por outros tipos de anemia, tais como fadiga, fraqueza e palidez. O tratamento da anemia ferropriva consiste da orientação nutricional, administração por via oral ou parenteral de compostos com ferro e, eventualmente, transfusão de hemácias. ez Anemia Aplásica; Trata-se de uma doença autoimune que causa queda na contagem das células sanguíneas. Ela pode se desenvolver por conta de um erro do sistema imunológico que passa a atacar a medula óssea ou ainda por questões hereditárias. Seu tra- tamento tem como principal objetivo melhorar o quadro do paciente. A medula óssea é responsável por fabricar as células sanguíneas, ou seja, é ela que produz os leucócitos, plaquetas e hemoglobinas. A anemia aplásica acontece quando a medula óssea passa a não mais realizar suas funções corretamente. Essa insuficiência da medula óssea acon- tece, predominantemente, devido a uma alteração do sistema imunológico, que começa a atacar as células-tronco. Elas também são conhecidas como células-mãe, pois dão origem a todas as ou- tras células do corpo, inclusive as do sangue. Con- forme elas são atacadas, a quantidade de células- mãe diminui e consequentemente há uma redução no número dos leucócitos, hemoglobinas e pla- quetas. Como as plaquetas são responsáveis pela coagulação do sangue, é comum que o paciente tenha quadros de sangramento. Dessa forma, ele pode apresentar roxos pelo corpo e/ou sangra- mento na gengiva, olho e, às vezes, nas fezes. A hemoglobina faz o transporte do oxigê- nio do pulmão para todas as outras partes do corpo, juntamente com o ferro. Com a diminuição da sua contagem, a pessoa desenvolve um quadro de anemia e sente fraqueza, desânimo, can- saço e falta de ar. Já os leucócitos são responsáveis pela de- fesa do corpo humano. Então, com a queda da quantidade dessa célula, a pessoa fica mais susce- tível às infecções e, consequentemente, febre. O grande diferencial da anemia aplásica é que não cai a contagem de um ou outro tipo de célula sanguínea. A quantidade de todas as células vai cair ao mesmo tempo. Dessa forma, o paciente pode apresentar to- dos os sinto- mas juntos. Síndromes Talassêmicas; As síndromes talassêmicas constituem um grupo heterogêneo de distúrbios genéticos cujas manifestações clínicas resultam da deficiência total ou parcial na produção das cadeias de globina que formam as hemoglobinas. Segundo a cadeia cuja síntese é defeituosa, as síndromes talassêmicas são classificadas em a-talassemias, b-talasse- mias. A hemoglobina (Hb) normal do adulto é primariamente a hemoglobina A (HbA1), que re- presenta aproximadamente 98% da hemoglobina circulante; é formada a partir de um tetrâmero – duas cadeias α e duas β. A α-talassemia caracteriza-se por síntese deficiente da cadeia α, em geral decorrente da de- leção do gene para a globina α a partir do genoma. O RNA para o gene desta cadeia não é encontrado. Há uma produção excessiva de cadeias β nos adul- tos e crianças, e de cadeias gama nos recém-nas- cidos. A expressão clínica da α-talassemia está re- lacionada com a intensidade do bloqueio ou dele- ção do gene que sintetiza a hemoglobina α. Por- tanto, podem ser observados quatro tipos de ma- nifestações clínicas da α-talassemia: o α-talassemia silenciosa (deleção de apenas um gene) – paciente assintomático e Hb acima de 13 g/dL; o α-talassemia minor (deleção de dois genes) – a Hb total situa-se entre 11 e 13 g/dL.; o Doença da HbH: um tetrâmero β4 (α talas- semia com defeito de três genes) – o paci- ente é sintomático e a Hb total é baixa, com valores entre 9 e 10,5 g/dL; o Hidropisia fetal por Hb Bart’s: um tetrâmero γ4 – quando ocorre deleção total dos qua- tro genes α, caracterizado pela ausência da globina α, o portador geralmente é abor- tado ou quando nasce não vive além de al- gumas horas. As β-talassemias não se caracterizam por deleções nos genes que produzem as cadeias β, porém por mutações que ocorrem num único par de genes. Essas mutações levam à produção de RNA mensageiro defeituoso, o que ocasiona a di- minuição da síntese das cadeias β e produção ex- cessiva de cadeias α. Os genes podem ser: β0 (não sintetiza cadeia β); β+ (síntese parcial da cadeia β) e β (normal). As combinações destes genes resul- tam em três apresentações clínicas diferentes de β- talassemia. ez o A β-talassemia major ou anemia de Cooley é uma anemia hemolítica grave, sintomá- tica, que se manifesta na infância e depen- dente de transfusão. Se não forem contro- ladas de forma efetiva, a anemia grave e a expansão da medula óssea, típicas da talas- semia major inadequadamente tratada, po- dem acarretar no paciente: Crescimento inadequado Deformidades ósseas (inclu-sive faciais) Ossos frágeis e fraturas ós- seas Fígado e baço aumentados (organomegalia) Atividades físicas normais prejudicadas o Os pacientes com β-talassemia minor (ta- lassemia heterozigótica) apresentam uma anemia discreta, não dependem de trans- fusão e podem levar uma vida totalmente normal, ou seja, são assintomáticos. o E um terceiro tipo, a β-talassemia intermé- dia, que se apresenta com anemia e esple- nomegalia, menos intensas que na talasse- mia major e que esporadicamente necessi- tam de transfusão. As talassemias são anemias microcíticas e hipocrômicas porque o organismo em hipóxia faz com que a medula óssea, que está preservada, pro- duza eritrócitos com quantidades deficientes de hemoglobina, o que altera seu volume corpuscular médio (VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM) e concentração de hemoglobina corpuscu- lar média (CHCM). Anemias Megaloblásticas (deficiência de ferro e de vitamina B12): São anemias causadas por uma série de distúrbios provocados pela síntese comprometida do DNA. A divisão celular é lenta, porém o desen- volvimento citoplasmático progride normalmente, de modo que células megaloblásticas tendem a ser grandes, com uma proporção aumentada de RNA em relação ao DNA. Estas alterações levarão às anormalidades hematológicas tanto na medula ós- sea como no sangue periférico. O termo megaloblástico define uma anor- malidade morfológica dos núcleos celulares dos precursores eritroides facilmente reconhecíveis, mas difíceis de descrever. Aparecem grandes nú- cleos, com cromatina rendilhada. A anemia perni- ciosa, também denominada de Anemia de Addi- son, é a causa mais comum de deficiência de vita- mina B12, com predominância do sexo feminino e a mediana de idade é de 60 anos. As causas mais comuns são a deficiência de folato e a vitamina B12 e são totalmente corrigíveis com a terapia apropriada. O distúrbio provoca ainda anormalidades neurológicas e psiquiátricas que podem ser revertidas se tratadas no início do processo. As hemácias crescem de modo excessivo, assumindo formas anômalas, sendo denominadas megaloblastos. Por conseguinte, a atrofia da mu- cosa gástrica, como a que ocorre na anemia perni- ciosa, ou a perda do estômago após gastrectomia total podem acarretar desenvolvimento de anemia megaloblástica. Como os eritroblastos não conse- guem se proliferar, de forma suficientemente rá- pida para formar o número normal de hemácias, as células vermelhas produzidas são, em sua maioria, grandes, com formas bizarras e membranas frá- geis. Essas células se rompem com facilidade, de modo que a pessoa precisa com urgência de quan- tidades adequadas de hemácias. Anemia das Doenças Crônicas: Anemia multifatorial associada a anormali- dades da homeostase do ferro e produção de cito- cinas. É usualmente definida como a anemia que ocorre em distúrbios infecciosos crônicos, inflama- tórios ou doenças neoplásicas, e é uma das síndro- mes clínicas mais comuns na prática clínica. Carac- teristicamente, ADC corresponde à anemia normo- crômica/ normocítica, leve a moderada, e caracte- riza-se por hipoferremia na presença de estoques adequados de ferro. Dos vários mecanismos envolvidos na etio- patogenia da ADC, os três principais são: diminui- ção da sobrevida das hemácias, resposta medular inadequada frente à anemia e distúrbio do meta- bolismo do ferro. A ADC compreende uma das al- terações de um complexo de respostas metabóli- cas frente à estimulação do sistema imunológico celular. Esta resposta inicia-se com a ativação dos macrófagos e a elaboração e secreção de citocinas. Tem sido cada vez mais evidente a participação central dos monócitos e macrófagos na patogê- nese da ADC. Está comumente associada às doen- ças inflamatórias crônicas como artrite reumatóide, às infecções crônicas como tuberculose ou infec- ções fúngicas sistêmicas, e à neoplasia. ez A anemia pode ser causada também pela perda de eritrócitos ou hemorrágicas, explique como ocorre. Quando se perde sangue, o corpo absorve rapidamente água dos tecidos para a corrente san- guínea, em uma tentativa de manter os vasos san- guíneos preenchidos. Consequentemente, o san- gue fica diluído e o hematócrito (porcentagem de glóbulos vermelhos presentes na quantidade total do sangue, ou volume de sangue) é reduzido. Por fim, elevação da produção de glóbulos vermelhos pela medula óssea pode corrigir a anemia. Com o passar do tempo, contudo, a hemorragia reduz a quantidade de ferro no corpo, de maneira que a medula óssea não consegue aumentar a produção de novos glóbulos vermelhos para substituir os perdidos. A anemia devido à hemorragia excessiva surge quando a perda de glóbulos vermelhos ex- cede a produção de glóbulos vermelhos novos. Após a hemorragia rápida, o corpo repõe a porção líquida do plasma em 1 a 3 dias, mas essa resposta leva à diminuição da concentração de cé- lulas vermelhas da linhagem sanguínea. Se outra hemorragia não ocorrer, a concentração de hemá- cias, em geral, se normaliza em 3 a 6 semanas. Quando ocorrem perdas crônicas de sangue, a pessoa, com frequência, não consegue absorver ferro suficientemente no intestino para formar he- moglobina na mesma velocidade em que ela é per- dida. As células vermelhas produzidas são, então, muito menores que as normais, contendo menor quantidade de hemoglobina e dando origem à anemia microcítica hipocrômica. A Transferrina (TRF) é a principal proteína transportadora de ferro. Sua concentração está correlacionada com a capacidade total de li- gação de ferro, sendo útil no diagnóstico dife- rencial de alguns tipos de anemias. Quais as patologias associadas quando seus valores es- tão aumentados? E em caso de valores dimi- nuídos, existe alguma enfermidade associada? A dosagem de transferrina é importante na avaliação das anemias. Na anemia ferropriva, o ní- vel de transferrina está elevado, mas seu percen- tual de saturação é baixo. Na anemia das doenças crônicas, a transferrina apresenta-se normal, e o percentual de saturação está aumentado. Níveis elevados também podem ser encontrados nos es- tágios iniciais de hepatites agudas, na gravidez e no uso de estrogênios. A diminuição dos níveis de transferrina pode ser observada nas doenças hepáticas e em situações clínicas com perdas proteicas, como cer- tas enteropatias, síndrome nefrótica e desnutrição, além de ser um bom marcador de desnutrição em pacientes hospitalizados. Níveis baixos podem ser encontrados em uma variedade de estados infla- matórios agudos e crônicos e na malignidade. A transferrina apresenta-se aumentada na deficiência crônica de ferro não-complicada, alte- rando-se simultaneamente ou por vezes um pouco antes das alterações dos níveis séricos do ferro. En- tretanto, sua correlação clínica não é inteiramente satisfatória, visto que, em cerca de 30 a 40% dos pacientes com anemia ferropriva crônica, podem ser encontrados valores dentro dos limites da nor- malidade. A transferrina não é uma das proteínas de fase aguda. Portanto, apresenta-se diminuída mesmo nos casos de doenças agudas ou crônicas graves, que podem cursar com deficiência de ferro sérico. Justamente por isso, trata-se de um bom parâmetro para acompanhamento. Qual a correlação entre a icterícia neonatal e as concentrações séricas de albumina no recém- nascido? A icterícia neonatal pode ser resultante da diminuição da capacidade de ligação e transporte da bilirrubina, pelo fato das concentrações séricas de albumina nos recém-nascidos serem mais bai- xas. A icterícia fisiológica pode ser decorrente da diminuição da capacidade de ligação da albu- mina à bilirrubina e transporte menos eficaz, uma vez que recém-nascidos têm níveis de albumina plasmática baixas. A albumina representa cerca de 60% das pro- teínas presentesno plasma humano. É sinteti- zada, fundamentalmente pelas células do pa- rênquima hepático e exerce funções importantes ao metabolismo, descreva sobre essas funções. A albumina é uma proteína de alto valor bi- ológico presente na clara do ovo, no leite e no san- gue. Normalmente é a proteína mais abundante no plasma, sua função principal é a manutenção da ez pressão coloidosmótica. É sintetizada pelas células do parênquima hepático. No sangue é a sua principal proteína, que se encontra em grande abundância no plasma, onde é sintetizada no fígado. Funções da albumina: o Manutenção da pressão osmótica. o Transporte de hormônios tireoides. o Transporte de hormônios lipossolúveis. o Transporte de ácidos graxos livres. o Transporte de bilirrubina não conjugada. o Transporte de fármacos e drogas. o União competitiva com íons de cálcio. o Controle do pH. Seu excesso ocasiona diversas doenças, como pro- blemas renais e hepáticos. Além disso, o consumo excessivo de albumina provoca ganho de peso, sendo que um aumento em massa muscular sem acúmulo de gorduras e também é responsável pelo fator anti-catabólico, ou seja, bloqueia a perda de músculos. Em relação a alteração nas concentrações séri- cas de albumina, podemos encontrar quadros de Hiperalbuminemia e Hipoalbuminemia. Descreva o que ocorre nessas duas alterações e quais as consequências para o organismo. Hiperalbuminemia: É rara acontecer mas pode ocorrer na desi- dratação aguda, isso pode ocorrer devido à inges- tão inadequada de água ou à perda de líquidos de- vido a vômitos ou diarreia graves. Assim, os níveis séricos de albumina podem aumentar em indiví- duos afetados por doenças que causam desidrata- ção. Embora a desidratação não aumente real- mente os níveis de proteínas, a perda de água faz com que o sangue engrosse, o que, por sua vez, faz com que os componentes do sangue se con- centrem. o Mieloma múltiplo: Uma condição na qual as células do mieloma (células plasmáticas presentes na medula óssea que produzem anticorpos) se tornam cancerígenas e se multiplicam. Isso aumenta o número de cé- lulas plasmáticas que se manifestam como altos níveis de albumina no sangue. Hipoalbuminemia: o Dano hepático crônico: níveis de albumina diminuídos com níveis de ureia normais ou elevados acompanhados de níveis de enzi- mas altos são indicadores de falha hepá- tica; o Déficit alimentar de fontes proteicas: para a detecção de mudanças significativas na concentração de albumina sérica é neces- sário um período de pelo menos um mês, devido à baixa velocidade de síntese e de degradação; o Parasitismos, devido a saída de proteínas pelo intestino; o Doença renal (síndrome nefrótico, glome- rulonefrite crônica, diabetes mellitus); o Síndrome de mal absorção; o Catabolismo aumentado da albumina como consequência de déficit energético, o que estimula a mobilização de reservas de aminoácidos para entrarem na via da glico- neogenese; o Inflamação: a albumina é uma proteína de fase aguda negativa e pode haver diminui- ção em situações inflamatórias; o Extravasamento do sistema vascular (he- morragias). ~ EUDIANE ZANCHET ~ ez Extra sobre a Primeira Questão: Fontes Alimentares: O ferro é encontrado em vários alimentos, tanto de origem animal (carnes de todos os tipos, leite e ovos), como vegetal (verduras de coloração verde escura, feijão, soja, entre outros). Entretanto, o que precisa ser evidenciado é a capacidade do organismo em aproveitar este ferro oferecido para exercer as suas mais diversas funções, o que deter- mina a sua biodisponibilidade. Absorção e Transporte: A absorção do ferro no duodeno é depen- dente da natureza do complexo de ferro presente no lúmen intestinal, assim como da presença de fa- tores facilitadores ou inibidores na dieta, e de suas reservas orgânicas. Sabe-se que são duas as vias de absorção do ferro: uma heme e outra não heme. O ferro ligado ao heme é proveniente de fontes de alimentos de origem animal (hemoglobina, mio- globina e outras heme proteínas). Além de ser bem absorvido, devido a sua alta biodisponibilidade, melhora a absorção do pool de ferro não heme. O ferro não heme está presente em alimen- tos de origem vegetal, encontrando-se sob a forma de complexo férrico, que durante a digestão é parcialmente reduzido para a forma ferrosa, de mais fácil absorção, sob a ação do ácido clorídrico, bile e suco pancreático. Após o processo de digestão, a maior parte do ferro forma um depósito intraluminal, sendo, portanto, sua absorção determinada por fatores facilitadores (ácido ascórbico, carnes em geral, aminoácidos como lisina, cisteína e histidina, áci- dos cítrico e succínico, açúcares, como a frutose) ou inibidores (fitatos, presentes nos cereais; com- postos fenólicos como flavanóides, ácidos fenóli- cos, polifenois e taninos, encontrados nos chás preto e mate, café e certos refrigerantes; sais de cálcio e fósforo, encontrados em fontes proteicas lácteas; as fibras e a proteína do ovo). Dessa forma, sempre deve ser levado em consideração que existem alimentos de alto teor em ferro como o feijão que, pela presença de fita- tos e fibras, apresenta baixa biodisponibilidade. Em contrapartida, as carnes apresentam teores bem menores de ferro, porém de alta biodisponibili- dade. O leite também é outro interessante exem- plo de biodisponibilidade, pois o materno e o de vaca apresentam-se com praticamente o mesmo teor de ferro, porém o materno mostra-se com alta absorção e o de vaca, em função dos teores de sais de cálcio e fósforo, com baixa biodisponibilidade. O ferro absorvido pode ser armazenado no citoplasma do enterócito de várias formas: conju- gado à ferritina, a ligantes protéicos (mobilferrina) ou ligantes não protéicos (AMP, ADP, aminoáci- dos), responsáveis também pelo transporte do ferro do interior do enterócito até a membrana ba- solateral. Parte do ferro assim armazenado pode retornar ao lúmen intestinal pelo processo de des- camação. Na circulação, o ferro é transportado pela transferrina, sendo que cada molécula de transfer- rina liga-se a dois íons Fe+++. Dessa forma, a me- dida da saturação da transferrina sérica é conside- rada importante indicador do status de ferro no or- ganismo. Para que ocorra o aproveitamento do ferro pelo organismo, há necessidade de receptores es- pecíficos existentes em grandes quantidades em tecidos que mais necessitam do ferro (medula, fí- gado, placenta). Normalmente, cerca de 70% a 90% do ferro é captado pela medula óssea, para ser utilizado na produção da hemoglobina. No fígado, baço e medula, o ferro pode ser depo- sitado, ligado à ferritina e hemossiderina, até vinte vezes acima de sua quantidade normal. Para o recém-nascido, as reservas de ferro formadas durante a gestação são particularmente importantes, pois constituirão importante fonte de ferro endógeno que, juntamente com a fonte exó- gena proveniente do leite materno, garantirão as necessidades de ferro até os 4-6 meses de vida. Dessa forma, a dosagem de ferritina sérica é im- portante indicador dos estoques de ferro do orga- nismo, pois é diretamente proporcional à quanti- dade dos níveis de ferro corporal. A maior parte do ferro utilizado no orga- nismo humano é proveniente do próprio sistema de reciclagem de hemácias, e uma pequena parte proveniente da dieta, advindo de fontes vegetais ou inorgânicas (ferro não hemínico), e da carne e ovos (ferro hemínico ou orgânico). Diferente do ferro não heme, que sofre intensa influência de fa- tores antinutricionais no seu processo absortivo, o ferro heme tem regulagem própria e independente de ação de mecanismos inibidores ou facilitadores A secreção gástrica de ácidoclorídrico (necessária para a solubilização dos sais de ferro e para a ma- nutenção do ferro na forma ferrosa Fe2+) também é importante para a absorção do mineral. ez
Compartilhar