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AULA 04 - TEORIA DA REGULACAO - EGSP

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Aula 04 - E.G.S.P. 
TEORIA DA REGULAÇÃO 
Origens da Teoria – Contexto Histórico 
 
Fase Concorrencial (1750 - 1880) – Revolução Francesa marca a queda do Absolutismo. 
– Novo período marcado pelo fim do poder do monarca e do poder 
religioso. 
 
 
 
 
 
 
Mudanças Produtivas Revolucionárias do período: 
• Mudança Organizacional: Da oficina do artesão para a FÁBRICA 
• Dois fenômenos tecnológicos: - Vapor e Energia Hidráulica (na fábrica e nos transportes); 
- Substituição da Madeira (Ferro e Aço); 
 
Importante: Com exceção das Leis Industriais e do Sistema de Seguro Social de Bismarck, os governos se contentavam 
em ajudar apenas quando solicitados. 
 
ANTECEDENTES DA INDÚSTRIA 
 
• Indústria Mecânica/Relojoeiros: 
- O relógio torna-se símbolo de disciplina nas fábricas; 
- A ideia de que a busca da verdade era incompleta, se não houvesse a verificação experimental tornou-se 
respeitável. 
- Melhoramentos nos métodos agrícolas. As terras de uso comunitário começaram a ser cercadas. 
• A fábrica 
- Expansão de seu uso; 
Por que concorrencial? 
• Grande Número de empresas/fábricas 
• Grande Número de Consumidores 
FASE DE CONCORRÊNCIA PERFEITA 
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Solução para a crise de 1873-1896? 
- Falência de pequenas e médias empresas 
(concentração de capital nas mãos de poucos 
industriais) 
- Busca de novos mercados consumidores 
(Neocolonianismo europeu) 
Antes da crise 1929 
– Estados Unidos são o país 
mais rico do mundo 
- O mundo invejando os EUA 
- Prosperidade “aparente” 
- Separação entre Patrão e Empregado (Diferenciação de Papéis/ Divisão do Trabalho); 
- Grande Expansão da Produtividade e da Produção; 
- Não existiu acumulação de grande volume de capital; 
- As condições de vida média não pioraram. As condições de vida nas fábricas eram muito ruins, mas as do 
campo também não eram melhores. 
- Local de Moradia # Local de Trabalho (Mobilidade). 
 
• Mudança Institucional 
- Invenção Tecnológica é mais importante do que as velhas crenças na esfera econômica; 
- Formação de mercados (fim das regulações medievais); 
- Liberdade Política (abrandamento do poder religioso); 
- Urbanização; 
- Surge a empresa/ o empresário inovador; 
 
ATÉ A PRIMEIRA CRISE SURGE (1873 – 1896) 
 
 Enriquecimento de alguns industriais; 
- Substituição da mão de obra pela máquina 
 Desemprego 
 Salários 
Com salários mais baixos, o consumo caiu e houve retração do mercado consumidor. 
 
ANTECEDENTES DO FORDISMO 
 
• Capitalismo clássico ou liberal 
• Pequena fábrica 
• Ausência de Intervenção do Estado 
• Mercados Autorregulados 
• Neocolonianismo 
• Imperialismo 
• IGM 
 
 
 
 
 
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• Mudanças do Período 
- Energia Elétrica/Automóvel 
- Aprimoramentos Indústria Siderúrgica, Petroquímica e de Eletrodomésticos. 
 
ATÉ A SEGUNDA CRISE (1929) 
Mas, eis os Fatores que causaram a crise: 
-Superprodução agrícola - trigo 
- Quebra da Bolsa de Valores (cada empresa fazia o que queria). 
- Livre Mercado 
- Diminuição do Consumo 
 
Surge o New Deal (Plano de Roosevelt) 
- O Estado passa a vigiar o mercado; 
- Disciplinando os empresários – correção dos investimentos arriscados e fiscalização das especulações nas Bolsas de 
Valores; 
- Programa de Obras Públicas - Keynes: 
 Leis sociais que protegiam trabalhadores e desempregados 
- Ajuda IIGM 
Fordismo 
 
- novo processo mediante uma revolução tecnológica e seu paradigma que se propagam por 
toda a economia, alterando a produção, a distribuição, a comunicação, o consumo, bem 
como a sociedade. 
Obs: Regime monopolista, pelo menos, no que diz respeito aos bens industriais, tão logo se concretizou a 
concentração da produção e do capital. 
• Anos Dourados – Auge do Fordismo 1940 – 1970 
Desemprego baixo; 
Salário real em alta; 
Sindicatos fortes; 
Proteção social se generaliza 
Trabalhador vira Consumidor 
Assalariamento significava inserção/identidade social 
 
Sucesso do Ponto de vista macroeconômico 
- Políticas de Sustentação de Demanda (Keynes) 
 
Sucesso do Ponto de vista microeconômico 
- Produção em massa de produtos padronizados (Paradigma Fordista/Taylorista) 
- Produção em série de produtos padronizados em grande escala 
- Produtividade crescente 
- Salários Reais em alta 
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- Generalização do Consumo 
- Economias de Escala 
- Controle Rígido do processo produtivo 
- Trabalho Fragmentado e Simplificado 
- Longas Horas de Trabalho Manual Rotinizado (Trabalho Intelectual # Trabalho Manual) 
- Forte Controle hierárquico do processo de trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATÉ A TERCEIRA CRISE (1970) 
 
- Tendência decrescente da taxa de lucro, decorrente do excesso de produção 
- Desvalorização do Dólar (falência do acordo de Bretton Woods) 
- Crise do Welfare State 
- Intensificação das lutas sociais 
- Crise do Petróleo 
 Reestabelecer o que se sabia sobre o padrão de acumulação – Processo de Reestruturação de Capital 
 
- Crescimento do Déficit Público; 
-  Taxa de Juros; 
-  Dívida Pública; estagflação = situação de recessão. 
-  Produtividade; 
-  Crescimento Econômico 
 Crise Teórica sem precedentes 
 
Teoria da Regulação 
 
- Surge como uma alternativa teórica de compreensão das transformações capitalistas, após a III crise do capitalismo 
(1973); 
- Tem como principal característica a rejeição do paradigma neoclássico de independência entre o econômico e o 
social; 
- Tem suas origens no estruturalismo marxista 
• Origens da Teoria da Regulação ou Escola Francesa da Regulação 
Tripé Fordista: 
- Produção em Massa; 
- Emprego em Massa; 
- Consumo em Massa. 
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- Proposição alternativa de compreensão do sistema capitalista, suas crises, sua evolução e suas condições de 
estabilidade e de crescimento. 
- As explicações existentes para a crise foram insuficientes; 
• A liberal por crer exclusivamente na exogeneidade da crise, sendo oriunda do choque da oferta de petróleo, 
e aceitava que o principal fator de propagação da crise seria a rigidez dos mercados, dado o exagero de 
intervenção estatal que impedia a acomodação da economia à nova realidade pós-choque. 
• A marxista por incorrer no determinismo e no fatalismo de que as contradições internas do capitalismo levam 
à tendência de LP da queda da taxa de lucro, o que impede a identificação das diferenças existentes entre as 
crises de 1973, 1929 e 1873. 
 
• Conceitos Importantes: 
Regime de acumulação: pressupõe um padrão de organização da atividade produtiva adequado ao padrão de 
consumo, isto é, um nível de atividade econômica compatível com a demanda efetiva (oferta agregada = demanda 
agregada). 
Modo de regulação: conjunto de leis, valores e hábitos, que mediam a relação com o regime de acumulação e mantêm 
a coesão social. Os elementos que constituem um modo de regulação são as chamadas formas estruturais. 
A abordagem regulacionista destaca cinco importantes formas estruturais na sua análise: 
1. Forma de adesão ao sistema internacional: estabelece a forma de inserção no comércio internacional, que 
pode ser na forma de livre-circulação (Divisão Internacional do Trabalho) ou através de acordos comerciais 
regulados pelos órgãos competentes (GATT, OMC). 
2. Padrão monetário: estabelece um padrão de pagamentos internacional, como, por exemplo, o padrão ouro-
libra e o padrão ouro-dólar. 
3. Forma de concorrência: estabelece a relação entre as empresas. Pode ser livre-concorrencial ou monopolista 
(concorrência administrada). 
4. Forma de Estado: estabelece a forma de intervenção estatal, que pode ser regulatória (Estado liberal) ou 
direta (Estado intervencionista). 
5. Relação salarial: estabelece a forma de organização do trabalho. Pode ser concorrencial, taylorista, fordista 
ou toyotista. 
 
Da relação harmônica entre o conjunto das formas estruturais e o regime de acumulação capitalista na 
sociedade resulta um modo de desenvolvimento. 
 
• Quatro pilares fundamentais da estrutura teórica da Regulação:1. Integração social entre economia e política, via articulação da história, da sociologia e da ciência política; 
2. A delimitação precisa de espaço e do período sobre os quais é legitima a postulação de certos conceitos; 
3. A fundamentação histórica da realidade econômica; 
4. A ambição de explicar a esfera econômica capitalistas do fim do século XX, com uma articulação 
macrossociológica e institucional. 
 
• As sete questões da Teoria da Regulação são: 
 
1. Quais são as instituições básicas, necessárias e suficientes para o estabelecimento de uma economia 
capitalista? 
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2. Em quais condições uma configuração destas instituições gera/cria um processo de ajuste econômico dotado 
de certa estabilidade dinâmica? 
3. Como explicar que as crises se renovem no próprio âmago de crescimento que anteriormente tinham 
encontrado sucesso? 
4. Sob o impacto de quais forças, as instituições do capitalismo se transformam: pela seleção, pela eficiência, 
como pressupõe a maior parte das teorias econômicas, ou por obra do papel determinante da esfera 
econômica? 
5. Por que as crises do capitalismo se sucedem sem, entretanto, se a repetição idêntica das mesmas sucessões 
de crises? 
 
6. Dispomos de instrumentos capazes de examinar a viabilidade e a verossimilhança de diferentes formas do 
capitalismo? 
7. Podemos analisar simultaneamente um modo de regulação e suas formas de crises? 
 
Assim, pode-se dizer que a regulação é necessária para proteger tanto os usuários quanto os investidores. 
Contudo, implica custos diretos como administração e observância da lei; e indiretos, como a assimetria de 
informações (as empresas reguladas têm sempre mais informações que os órgãos regulatórios) e a captura 
regulatória. 
Segundo a percepção atual de boa parte dos especialistas, a regulação deve ser repensada: a necessidade de 
regular, sempre que for possível, deverá ser substituída por soluções competitivas. Para isso, entretanto, é 
fundamental que se leve em conta a estrutura do mercado que está sendo regulado; as barreiras ao ingresso; o 
número de concorrentes reais e potenciais (estrutura horizontal); e vinculações verticais que afetam o poder de 
mercado (estrutura vertical).

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