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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC EURO ALBINO DE SOUZA Técnico em contabilidade ADRYAN HENRIQUE CARDOSO BRUNO HENRIQUE SABINO DA SILVA EVELYN SURICA FERREIRA GISELE FERNANDA CARDOSO KAIO ESTEVAM PEREIRA DIAS LILIANE VANESSA JANUÁRIO ESTUDO DE CASO: PERSPECTIVA DOS EMPRESÁRIOS CONTÁBEIS E CLIENTES SOBRE A APLICAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA NOS ESCRITÓRIOS DE CONTABILIDADE EM MOGI GUAÇU – SP MOGI GUAÇU – SP 2020 ADRYAN HENRIQUE CARDOSO BRUNO HENRIQUE SABINO DA SILVA EVELYN SURICA FERREIRA GISELE FERNANDA CARDOSO KAIO ESTEVAM PERREIRA DIAS LILIANE VANESSA JANUÁRIO ESTUDO DE CASO: PERSPECTIVA DOS EMPRESÁRIOS CONTÁBEIS E CLIENTES SOBRE A APLICAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA NOS ESCRITÓRIOS DE CONTABILIDADE EM MOGI GUAÇU – SP MOGI GUAÇU - SP 2020 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Etec Euro Albino de Souza, do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, como requisito para a obtenção do diploma de Técnico em Contabilidade sob a orientação do Professor Daniel Tarossi Dedicatória Primeiramente a Deus e à familia pelas oportunidades e por tornarem tangíveis os sucessos alcançados com o decorrer do curso. Este trabalho também é dedicado a instituição e aos colegas de turma, por tornarem a experiência profissionalizante mais leve e proveitosa. Agradecimento Primeiramente cabem os devidos agredecimentos às famílias e amigos por todo apoio e compreensão durante todo o desenvolvimento do projeto e a Deus por ser grande fonte de fé e motivação para continuar. Ao professor orientador Daniel Tarossi, por acompanhar, exigir e guiar todos os membros do grupo em busca da excelência. Ao auditor interno Danilo Pagani e ao membro do setor financeiro Leandro Leme, por contribuírem com o material e suas análises, imprescindíveis Epígrafe Audioria interna é igual a merthiolate raiz, arde mas cura. Caio Machado RESUMO A monografia tem como objetivo pesquisar sobre a aplicação da auditoria interna nos escritórios de contabilidade, a fim de entender a visão dos empresários contábeis e clientes sobre tal implantação. Para tanto, é preciso descrever os impactos que a auditoria interna teria ao ser aplicado no escritório, entender a visão dos clientes que utilizam dos respectivos serviços, compreender a visão dos escritórios de contabilidade sobre essa aplicação e a contribuição que a auditoria interna traria aos seus serviços. Realiza-se, então, uma pesquisa qualitativa com revisões bibliográficas e pesquisa de campo. Diante disso, verifica-se que os clientes optam por um escritório que tenha este departamento, que a auditoria interna traz credibilidade e qualidade aos serviços prestados pelos escritórios e sua aplicação só não se concretiza por falta de recursos financeiros e humanos, o que impõe a constatação de que essa aplicação fará sentido a ambos os lados. PALAVRAS-CHAVE: Auditoria Interna.Escrtório de contabilidade.Cliente. ABSTRACT The monograph aims to research the application of internal auditing in accounting offices, in order to understand the view of accounting entrepreneurs and clients on such implementation. For that, it is necessary to describe the impacts that the internal audit would have when applied in the office, understand the view of the clients who use the respective services, understand the view of the accounting offices on this application and the contribution that the internal audit would bring to its employees. services. Then, a qualitative research with bibliographic reviews and field research is carried out. In view of this, it appears that clients choose an office that has this department, that the internal audit brings credibility and quality to the services provided by the offices and its application only does not materialize due to the lack of financial and human resources, which imposes realization that this application will make sense to both sides. KEY WORDS: Internal Audit. Accounting Office. Customer. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Auditor Interno e o sistema de controle interno ........................................... 23 Figura 2 - Itens Contemplados da NBC TI 01 ................................................................ 35 Figura 3 - Itens Contemplados da NBC PI 01 ................................................................ 36 Figura 4 - Triângulo da fraude ......................................................................................... 37 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Classificação dos portes das empresas ...................................................... 17 Tabela 2 - Percepção da Estrutura de Controle Interno (PECI) ................................... 20 Tabela 3 - Papéis de Trabalho NBC TI 01...................................................................... 26 Tabela 4 – Diferença entre auditoria interna e auditoria externa ................................. 29 Tabela 5 - Procedimentos da Auditoria Interna NBC TI 01 ........................................... 32 Tabela 6 - Fraudes e Erros NBC TI 01 ........................................................................... 38 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Pergunta 1 Clientes........................................................................................ 46 Gráfico 2 - Pergunta 2 Clientes........................................................................................ 46 Gráfico 3 - Pergunta 3 Clientes........................................................................................ 47 Gráfico 4 - Pergunta 4 Clientes........................................................................................ 48 Gráfico 5 - Pergunta 5 Clientes........................................................................................ 48 Gráfico 6 - Pergunta 6 Clientes........................................................................................ 49 Gráfico 7 - Pergunta 7 Clientes........................................................................................ 50 Gráfico 8 - Pergunta 1 Escritório ..................................................................................... 51 Gráfico 9 - Pergunta 2 Escritório ..................................................................................... 51 Gráfico 10 - Pergunta 3 Escritório ................................................................................... 52 Gráfico 11 - Pergunta 4 Escritório ................................................................................... 53 Gráfico 12 - Pergunta 5 Escritório ................................................................................... 53 Gráfico 13 - Pergunta 6 Escritório ................................................................................... 54 Gráfico 14 - Pergunta 8 Escritório ................................................................................... 55 LISTA DE ABREVIATURAS CRC – Conselho Regional de Contabilidade IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil NBC – Normas brasileiras de Contabilidade SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14 1.1. Objetivos Gerais ........................................................................................... 141.2. Objetivos Específicos ................................................................................... 14 1.3. Metodologia .................................................................................................. 15 2. CAPITULO 1 - REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................ 16 2.1. Conceito da Contabilidade ........................................................................... 16 2.2. Porte das Empresas ..................................................................................... 17 2.3. Controles Internos ........................................................................................ 17 2.3.1. Tipos de Controles Internos ................................................................... 19 2.3.2. Avaliação do sistema de Controles Internos .......................................... 19 2.4. Auditoria ....................................................................................................... 23 2.4.1. Profissional da Auditoria ........................................................................ 24 2.4.2. Papeis de Trabalho da auditoria ............................................................ 25 2.5. Tipos de Auditoria ........................................................................................ 26 2.6. Auditoria Externa X Auditoria Interna ........................................................... 28 2.7. Procedimentos da Auditoria Interna ............................................................. 30 2.8. Aspectos Legais da Auditoria Interna ........................................................... 33 2.9. Fraudes e Erros ............................................................................................ 36 2.10. Auditoria como Ferramenta de Gestão ..................................................... 38 2.11. Auditoria Interna X Escritórios de contabilidade ........................................ 40 2.12. Entrevista com um Auditor Interno ............................................................ 42 3. CAPITULO 2 – PESQUISA DE CAMPO ........................................................... 45 3.1. Clientes ........................................................................................................ 45 3.1.1. A atividade Contábil é importante para sua empresa? .......................... 45 3.1.2. Acredita ser importante a escolha de um escritório de contabilidade? .. 46 3.1.3. Você sabia o que era a auditoria interna antes da descrição fornecida no inicio do questionário? ........................................................................................ 47 3.1.4. Qual você acredita ser o objetivo da auditoria interna? ......................... 47 3.1.5. Você acredita que a avaliação dos auditores internos é importante para os administradores da empresa? ....................................................................... 48 3.1.6. Você pagaria mais pelo serviço de um escritório de contabilidade, porém sabendo que teria uma auditoria interna? .......................................................... 49 3.1.7. Na hipótese da escolha dos serviços entre dois escritórios de contabilidade, sendo um convencional e o outro tendo uma auditoria interna. Qual seria escolhido? (sem levar em conta o preço) ......................................... 49 3.2. Escritório de Contabilidade........................................................................... 50 3.2.1. Você sabia o que era a auditoria interna antes da descrição fornecida no início do questionário? ....................................................................................... 50 3.2.2. Em sua opinião a união da auditoria interna com os escritórios de contabilidade daria mais credibilidade aos serviços prestados? ........................ 51 3.2.3. Acredita que com o auditor nos escritórios os clientes darão mais importância às documentações que precisam ser enviadas? ............................ 52 3.2.5. Você acredita que a auditoria interna iria contribuir na qualidade dos serviços prestados pelo escritório? .................................................................... 53 3.2.6. Por qual motivo você não tem uma auditoria interna em seu escritório? …………………………………………………………………………………53 3.2.7. Visto a perspectiva dos clientes de escritórios de contabilidade na pesquisa disponibilizada, Você mudaria sua opinião sobre a aplicação da auditoria em seu escritório? ............................................................................... 54 4. CAPITULO 3 – ANÁLISES DE RESULTADOS ................................................ 56 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 59 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 61 14 1. INTRODUÇÃO A contabilidade é uma ciência social aplicada que estuda, registra e controla o patrimônio das entidades conseguindo, assim, auxiliar nas tomadas de decisões das empresas. Como todas as áreas, a contabilidade tem diversas ramificações, sendo uma delas a auditoria. No âmbito da auditoria, área que tem como principal objetivo a fiscalização dos procedimentos de controles internos, há aplicações internas e externas. A auditoria interna, por sua vez, apresenta-se como alternativa, não havendo obrigatoriedade. Sua característica mais atrativa é o auxilio dos administradores no gerenciamento da empresa. Os escritórios de contabilidade que são entidades externas e prestam serviços às empresas que não comportam um departamento contábil. Esses escritórios lidam com procedimentos e cronogramas os quais, muitas vezes não são cumpridos por falta de atenção podendo acarretar em erros e até perdas financeiras, afetando a qualidade de seus serviços e até mesmo perdendo seus clientes. Os clientes estão cada vez mais exigentes em relação a qualidade, tendo que os escritórios se adequarem a suas vontades, também se diferenciando no mercado e ganhando mais espaço. Em relação a aplicação da auditoria interna em escritórios de contabilidade é necessário entender a perspectiva de quem ira fazer á aplicação assim como a de quem utilizará desses serviços. 1.1. Objetivos Gerais Entender qual a perspectiva dos empresários contábeis e clientes que utilizam estes serviços, a respeito da auditoria interna aplicada aos escritórios de contabilidade na cidade de Mogi Guaçu-SP, tendo como principal objetivo analisar a ótica de ambos os lados sem atestar a viabilidade desta aplicação. 1.2. Objetivos Específicos Demonstrar a diferença entre Auditoria Interna e Auditoria Externa. Abordar conceitos importantes para a contabilidade e Auditoria Interna. Identificar normas e procedimentos da Auditoria Interna. 15 Apresentar a óptica de um auditor interno atuante. Descrever os impactos que a Auditoria Interna teria, ao ser aplicada ao escritório de contabilidade. Entender a visão dos clientes que utilizam dos serviços dos escritórios de contabilidade, passando por pontos importantes como o conhecimento sobre o assunto, alteração nos valores pagos por esses serviços. Entender a visão dos escritórios de contabilidade sobre essa aplicação, a contribuição que a auditoria interna traria aos seus serviços. Identificar motivos os quais os escritórios não possuem uma auditoria interna. 1.3. Metodologia O método utilizado será de caráter exploratório, feito através de uma abordagem qualitativa a fim de entender tais perspectivas. Para o desenvolvimento do trabalho foram utilizados técnicas de revisões bibliográficas e pesquisas de campo. A pesquisa foi feita de forma online, por conta da pandemia e isolamento social, sendo utilizando emails e outras plataformas digitais como o Google forms utilizado para o questionário. A análise será com base nasduas técnicas já citadas, fazendo um comparativo para entender se o referencial teórico condiz com os resultados da pesquisa de campo. 16 2. CAPITULO 1 - REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. Conceito da Contabilidade De acordo com Oliveira (2009), a contabilidade é uma ciência social que estuda e controla os fatos que pertença à parte financeira, econômica e patrimonial de uma entidade. De acordo com Ribeiro (2009) um dos atributos da contabilidade é auxiliar com as operações do patrimônio da empresa, as movimentações são registradas conforme acontecem os fatos, com isso a contabilidade consegue fornecer informações com facilidade de acordo com o que foi solicitado. Acrescenta Oliveira (2009) que a contabilidade é bastante ampla, onde abrange pessoas físicas, pessoas jurídicas do direito privado e publico e que também que possuam um patrimônio. Oliveira (2009) mostra que as pessoas que utilizam da contabilidade procuram informações úteis e que façam sentido, sempre com o interesse na situação patrimonial e esperando uma avaliação sobre a mesma, para que com isso ajude-os nas tomada de decisões, baseando-se em dados passados e também nos presentes. Desse modo, visando a atender a todos, a contabilidade deverá estar em condições de gerar e fornecer informações claras e simples aos vários grupos de pessoas, cujos interesses nem sempre são coincidentes, embora não sejam conflitantes. Para isso, além de otimizar seu tempo, deve estar inserida no processo decisório da entidade, assumindo as funções de observador, divulgador, interpretador, e planejador dos fatos que afetaram ou que podem vir a afetar sua situação patrimonial, econômica e financeira. (OLIVEIRA, 2009) Passos (2010) Demonstra a importância que a contabilidade tem para o gerenciamento das empresas, onde não é apenas responsável pelo fornecimento das informações tributárias, mas também passando a ser considerada como instrumento gerencial que auxilia os administradores na tomada de decisão, gestão, planejamento, execução e controle. Enfatiza então o mesmo autor que esses profissionais da contabilidade se tornam imprescidiveis nas empresas, pois suas analises e fornecimentos de informações fazem com que o administrador da empresa tenha mais base e torne sua gestão empresarial mais efiente e eficaz. 17 2.2. Porte das Empresas De acordo com o BNDES (2018), a classificação dos portes empresariais é dada de acordo com a receita operacional bruta ou renda anual, assim como é descrito na tabela abaixo: Tabela 1 – Classificação dos portes das empresas Fonte:www.bndes.gov.br O BNDES (2018) cita que algumas das micros e pequenas empresas necessitam de um apoio governamental, o qual é dado mediante a lei geral da micro e pequena empresa. Acrescentam que esse apoio facilita a concessão de crédito para essas empresas. De acordo com Guimarães (2014) Esta lei complementar regulamentada pela constituição Federal, veio em beneficio para o micro e pequenas empresas, onde têm um tratamento diferenciado como na apuração dos impostos de forma unificada, acesso a crédito, etc. Já na questão das médias e grandes empresas, Lobo (2019) mostra que a classificação irá de acordo com o número de funcionários, assim como o BNDES o qual já foi citado Entendendo sobre como funciona os portes IBRACON (2015) mostra que a legislação obriga a ter uma auditoria independente em sua empresa as quais tenham capital aberto, atividades reguladas, faturamento anual acima de R$ 300 milhões ou seu ativo maior que R$ 240 milhões. 2.3. Controles Internos http://www.bndes.gov.br 18 Attie (2000) mostra que a palavra controle faz lembrar algo que se tem uma boa administração, direção, liderança, gestão. Cita também que o controle interno é extremamente importante para as organizações, pois de nada adianta planejamentos e metas se não tem a certeza de que o que foi planejado está realmente sendo seguido. Rezende e Favero (2004) citam em seu artigo a Instrução Normativa nº 16, de 20.12.91, do Departamento de Tesouro Nacional, onde declara que Controle Interno faz-se de um conjunto de procedimentos e políticas que buscam auxiliar as empresas a atingirem seus objetivos, de forma confiável e concreta, sempre de acordo com as legislações vigentes. Acrescentam ainda as Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis – Resolução820 de 17/12/97, item 11.2.5.1, diz que: O sistema contábil e de controles internos compreende o plano de organização e o conjunto integrado de método e procedimentos adotados pela entidade na proteção do seu patrimônio, promoção da confiabilidade e tempestividade dos seus registros e demonstrações contábeis, e da sua eficácia operacional. Se posicionam sobre a legislação que é possível entender que os controles internos são implantados na empresa de modo que todos os setores sejam envolvidos, a fim de proteger o patrimônio, além disso impossibilitando devidas falhas, fraudes e a resolução delas, fazendo com que toda a sua finalidade seja obtida com afinco. Attie (1998) mostra quatro objetivos dos controles internos: a) a salvaguarda dos interesses da empresa; b) precisão e a confiabilidade dos informes e relatórios contábeis, financeiros e operacionais; c) estímulo à eficiência operacional; d) aderência às políticas existentes. Enfatiza o autor que os controles internos é um grande instrumento de gestão já que auxilia a prevenção contra fraudes e erros e assim que detectados poderão ser evitados que aconteçam novamente. Cita também que é uma ferramenta que todos os setores de uma companhia utilizam se tornando o principal instrumento da auditoria. 19 Castro (2008) relaciona os controles internos e a auditoria interna, onde salienta a importância dessa área para os gestores e auditores. O autor ainda coloca a auditoria em segundo plano, quando diz que o papel da auditoria é a fiscalização dos controles internos. Franco (1992) demonstra em seus estudos que com o crescimento da globalização o que tem também aumenta o desenvolvimento dos negócios, as empresas acabam aumentando as possibilidades de erros, com isso se faz necessário o auxilio de um auditor podendo ser interno ou externo que ira auxiliar a empresa através de relatórios e opinião para possíveis melhorias. O autor ainda recomenda que as sugestões dos auditores sejam pontuais assim ajudando a empresa a entender mais rápido e solucionar os problemas com eficiência e eficácia. Dado isto Almeida (2009) acrescenta que não adianta ter o melhor sistema de controles internos se a execução e fiscalização não são periódicas. 2.3.1. Tipos de Controles Internos De acordo com Almeida (2003) existem dois tipos de controles internos, os controles contábeis e controles administrativos. Dado o exposto Attie (1985) define esses dois controles, sendo: Controles contábeis: São os procedimentos relacionados com a salvaguarda do patrimônio, registros e demonstrações financeiras. Controles administrativos: São os procedimentos e políticas relacionados com as operações e negócio, este é indiretamente ligado os registros e demonstrações financeiras. Segundo CRC-SP (1998 apud TRISCIUZZI, 2009) O sistema de controle interno deve ter politicas e procedimentos que previnam edtectem fraudes e erros. Enfatiza ainda que se deve ter controles preventivos e detectivos. Migliavacca (2004 apud TRISCIUZZI, 2009) os classifica como controles Preventivos, como o nome já os diz previnem que os erros aconteçam e que terá gastos para reverter os danos desses erros, os detectivos tem como finalidade detectar fraudes e erros no processo. 2.3.2. Avaliação do sistema de Controles Internos 20 Para Almeida (2009) a avaliação do sistema dos controles internos é necessária para uma análise de défcit que poderiam acontecer; entender o tempo que o sistema atual levaria para detectar erros;um balanço dos valores previstos e os que realmente aconteceram. Salienta ainda o mesmo autor, que a implantação de um sistema de controle interno que tenha boa qualidade melhora a segurança da empresa em relação a fraudes e erros. Oliveira e Linhares (2007) mostram o que é necessário para se ter um sistema de controle interno de qualidade, que são: “um ambiente de controle e postura exemplar da alta direção, processos de avaliação de riscos, atividades de controle, processo de informação e comunicação e um monitoramento de funções e processos”. Segundo Imoniana e Nohara (2004) com apenas três bases é possível analisar os controles internos, sendo “dimensões do ambiente de controle; procedimentos de controles e sistema de informação e comunicação”. Tabela 2 - Percepção da Estrutura de Controle Interno (PECI) Fonte: Imoniana e Nohara (2004) Para as mesmas autoras por mais que essa forma de avaliação tenha sua eficiência é possível ocorrer algumas variações de acordo com cada organização. Deloitte Touche Tohmatsu (2004) mostra então um modelo de avaliação mais detalhado, também sendo considerado como recomendações onde perpassa por quatro estágios, que são: 21 1°) Não Confiável. Características: Controle, políticas e procedimentos relacionados não foram adotados nem documentados; não há um processo de criação para a divulgação; os empregados não têm consciência de suas responsabilidades sobre as atividades de controle; a eficácia operativa das atividades de controle não é avaliada em uma base regular; as deficiências dos controles não são identificadas. Implicações: documentação insuficiente para suportar a certificação e a garantia da administração; nível de esforço para documentar, testar e corrigir controles é significativo; 2°) Insuficiente. Características: Controles, políticas e procedimentos relacionados foram adotados, mas não estão completamente documentados; há um processo de criação para a divulgação, mas não está totalmente documentado; é possível que os empregados não tenham consciência de suas responsabilidades sobre as atividades de controle; a eficácia operacional das atividades de controle não é adequadamente avaliada em uma base regular e o processo não está totalmente documentado; é possível identificar as deficiências dos controles, mas elas não são prontamente corrigidas. 62 Implicações: documentação insuficiente para suportar a certificação e a garantia da administração; o nível de esforço para documentar, testar e corrigir controles é significativo; 3°) Confiável. Características: Controles, políticas e procedimentos relacionados foram adotados e estão completamente documentados; há um processo de criação para a divulgação que está documentada de forma apropriada; os empregados têm consciência de suas responsabilidades sobre as atividades de controle; a eficácia operacional das atividades de controle é avaliada em uma base periódica e o processo está documentado de forma apropriada; as deficiências de controle são identificadas e oportunamente corrigidas. 22 Implicações: documentação suficiente para suportar a certificação e a garantia da administração; o nível de esforço para documentar, testar e corrigir controles pode ser significativo dependendo das circunstâncias da empresa; 4°) Excelente. Características: Apresenta todas as características do modelo confiável; existe um programa de gerenciamento de riscos e controles, de modo que os controles e procedimentos são documentados e continuamente reavaliados para refletir um processo maior ou mudanças organizacionais; utiliza um processo de auto-avaliação para avaliar o desenho e a eficácia dos controles; a tecnologia é avançada para documentar processos, objetivos de controle, atividades, identificar falhas e avaliar a eficácia dos controles. Implicações: Implicações do modelo confiável; tomada de decisão aperfeiçoada em virtude de informações pontuais e de alta qualidade; utilização eficiente dos recursos internos e monitoramento em tempo real. Andrade (1999) salienta que é importante a empresa se manter informada sobre os acontecimentos na organização onde alguns ficam as margens dos controles, políticas e procedimentos estabelecidos pelo controle interno. A auditoria interna auxilia os controles internos nesse quesito, onde utiliza dos procedimentos dos controles internos para examinar e avaliar a organização, assim sempre observando possíveis desvios dos departamentos. (ANDRADE, 1999) Acrescenta Rezende e Favero (2004) que com as avaliações feitas pelo auditor é mais fácil entender se a empresa segue os objetivos dos controles internos. Cita também que a auditoria interna auxilia o controle interno a identificar falhas no sistema de controle interno e com isso ajuda com sugestões de melhorias. 23 Figura 1 – Auditor Interno e o sistema de controle interno Fonte: Rezende e Favero (2004) 2.4. Auditoria Segundo Ribeiro e Coelho (2010), a Auditoria é uma técnica contábil que veio para certificar a veracidade das informações, envolvendo a realização de métodos designados para aquisição de evidências dos valores e das informações apresentados nas demonstrações contábeis, é usado também para garantir a segurança dos controles internos das organizações. Conforme Santos (2011), Auditoria é uma técnica contábil que verifica os registros contábeis a fim de advertir se são pertinentes e confiáveis, analisando documentos, livros, registros, estabelecendo fiscalizações para alcançar dados e comprovações internas e externas, adotando métodos específicos, com a finalidade de obter segurança que julgará se os registros contábeis estão sendo feitos de acordo com os seus princípios. Para Cordeiro (2012), a Auditoria emprega mecanismos essenciais e exclusivos, utilizados na análise de documentos, registros e pesquisas para alcance de dados e evidencias, determinando situações para o domínio do patrimônio das entidades. Essas condições se provam por informações comparados nos princípios 24 e diretrizes da contabilidade, que representam se as demonstrações contábeis estão apropriadas a situação econômica financeira do patrimônio. 2.4.1. Profissional da Auditoria Segundo Ferreira (1999 apud TRISCIUZZI, 2009) e Uhl e Fernandes (1974 apud OLIVEIRA et al., 2012) a auditoria é vista como uma ferramenta de gestão que promove credibilidade à empresa. Para resoluções e benfeitorias, mas para que ela seja feita corretamente faz-se necessário um profissional qualificado que conheça normas e princípios. Attie (2011) mostra que a origem da palavra auditor que em latim significa ouvir ou ouvinte, na verdade vem da palavra inglesa toaudit que significa examinar, ajustar, corrigir ou certificar. Crepaldi (2007) relata que as normas auxiliam o profissional de auditoria sobre as obrigações e limitações de seus serviços, logo esse profissional tem um direcionamento para executar seus trabalhos. Acrescenta Mautz (1980 apud OLIVEIRA, 2012) que profissional capacitado retém uma grande responsabilidade, pois irá inspecionar controles e atividades, ou seja, trabalho de outras pessoas emitirá relatórios. Sempre com visão para o futuro, deverá seguir normas e ter Ética sobre os dados confidenciais da empresa. E deve estar sempre atualizado com o mercado e normas, sendo as normas seguidas pelos auditores para seus comportamentos sendo a NBC PI 03. Hoog e Carlin (2008 apud Oliveira 2012) mostram alguns princípios importantes para estes profissionais: • Integridade: qualidade de quem é honesto e imparcial; • Ação: agir de forma escrupulosamente clara e precisa; • Posicionamento: manter-se nos limites de seu labor; • Objetividade: facilidade de transmitir somente aquilo que interessa; • Independência: liberdade para emitir uma opinião imparcial sobre assunto que envolve dois ou mais interessados;• Confidencialidade: sigilo das informações dos clientes auditados; • Competência profissional: elevado grau de conhecimento técnico; 25 • Atendimento as normas técnicas tanto aquelas que regulam a profissão, quanto as que regulam determinados tipos de clientes, conforme sua atividade; • Zelo; dedicação e cuidados especiais nos trabalhos; • Orientação e assistência: prestar todos os esclarecimentos no tocante ao resultado de seus trabalhos, em qualquer época; • Comportamento ético; forma de se conduzir e agir, procurando por princípio sempre servir de exemplo profissional. Concluem os autores que o profissional necessita de que tenha um bom relacionamento e comunicação com todos da empresa, pois o seu trabalho é com base no trabalho de outras pessoas, o que irá desmistificar de que o auditor está somente na organização para apontar erros e fraudes, mas sim para oferecer toda a assistência para a organização. 2.4.2. Papeis de Trabalho da auditoria De acordo com Matos (2012) os papéis de trabalho é o registro de todo o processo feito pelo auditor, onde irá registrar pontos importantes que irão auxiliar no seu relatório final. Sá (2007) salienta a importância que esses papéis têm para os auditores, mostrando que é um pré - relatório, por isso é necessário ser rigoroso ao preencher o papel de trabalho. Santos (2006) conceitua os papeis de trabalho como documentos que possuem as descrições dos trabalhos executados pelo auditor, também tendo que estar arquivados e organizados. A NBC TI 01 cita em seu item 12.1.2. que trata sobre os papeis de trabalho: 26 Tabela 3 - Papéis de Trabalho NBC TI 01 Fonte: Autoria Própria (2020) De acordo com Matos (2012) esse processos de registros também podem ser feitos em outros meios não somente em uma folha, um exemplo seria as mídias eletrônicas. Enfatiza ainda que independente do meio a serem utilizados os objetivos deve ser cumprido. O mesmo autor ainda nos mostra os objetivos desses documentos: Ajudar no planejamento e execução da auditoria; Facilitar a revisão do trabalho de auditoria por outros; e Registrar todas as evidências do trabalho executado. Tem como objetivo adicional fundamentar a opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis, objeto da auditoria. De acordo com Franco e Reis [2000] Antes do preenchimento dos papéis de trabalho é preciso ter os seguintes itens: Revisão final de todo o conteúdo; Confronto entre Planejado e realizado; Alcance dos objetivos predeterminados e feedback pessoal. Para o mesmo autor é muito importante que o auditor antes de transcrever tudo, análise a relevância do que será transcrito. Sá (2007) salienta que o preenchimento deve ter uma linguagem clara e seguro, para os interssados queiram ler ou caso outro auditor venha a verificar esse documento não encontre dificuldades. Acrescenta ainda o autor que não ter atenção com esse documento pode acarretar em problemas para o profissional de auditoria, pois é o responsável pelas atividades que ocorreram. 2.5. Tipos de Auditoria 27 De acordo com Amaral e Bertegani (2018) existem apenas dois tipos de auditoria contábil/financeira: Auditoria Externa: é realizada por profissionais que não tem nenhum vinculo com a empresa, com o objetivo principal de da uma opinião independente, sobre adequações e não sobre as demonstrações contábeis apenas. (ARAÚJO, 2008 apud AMARAL BETEGANI, 2018) Auditoria Interna: também é uma avaliação independente, porém é realizada por profissionais que são funcionários da empresa auditada, tem como objetivo principal a revisão dos controles. São considerados como um controle gerencial executando análises e avaliações de da eficiência e eficácia dos controles internos. (CREPALDI, 2009 apud AMARAL; BETEGANI, 2018) Ribeiro e Ribeiro (2013) classificam em mais tipos de auditorias, considerando de vários aspectos e olhando para suas finalidades, mas não disconsiderando a auditoria interna e externa, sendo elas: Auditoria das demonstrações contábeis: tem como propósito expressar a opinião sobre a veracidade das informações contidas nas demonstrações contábeis. Auditoria de gestão: tem por finalidade expressar a opinião sobre a eficiência da gestão das operações e sobre a sua consistência com os planos e metas que foram alcançados Auditoria de sistemas: tem por fim expressar a opinião sobre a qualidade do sistema de processamento eletrônico de dados e dos controles existentes no ambiente de tecnologia de informação. Auditoria fiscal e tributária: tem por objetivo expressar a opinião sobre a eficiência e eficácia dos procedimentos adotados para o controle, apuraçao e recolhimento de tributos. Santos (2011) acrescenta alguns outros tipos de auditoria, mas também concorda com a citação de Osni e Juliana no parágrafo anterior, só classifica de uma forma mais dividida, sendo elas: Auditoria na área contábil: tem por objetivo analisar a qualidade dos controlesm internos, registros e sempre observando as normas e princípios contábeis. Suas 28 avaliações são diretamente ligadas ás demonstrações contábeis as quais devem ser seguras em suas informações. Auditoria Operacional: é a verificação das operações da empresa, onde o auditor irá avaliar os funcionários, funções, departamentos, programas. Aqui é possível ver a visão dos colaboradore sobre problemas que a alta administração não os conhece. Auditoria dos sistemas de informação: esses sistemas são muito utilizados nas empresas para a interação entre os departamentos e outras organizações. Logo existe momentos em que os auditores verificam esses sistemas para testar sua eficiência e eficácia. Auditoria de Qualidade: ela pode ser um grande beneficio para as empresas, pois é utilizado do conhecimento do auditor que é uma pessoa paralela aquelas atividades, para que verifiquem os procedimentos os quais a empresa planejou para trazer qualidade a seus produtos e ganhar mercado, assim o auditor irá entender se os gastos valem a pena ou se o fornecedor que está sendo comprado é melhor que outros e se a empresa segue as legislações nesse processo. Auditoria Ambiental: é a analise de provaiveis impactos que a empresa pode causar ao meio ambiente. O papel do auditor é avaliar os riscos que terá, pois se tem vários fatores, onde se pode sujar a imagem da empresa, ou os custos que a empresa terá, assim pesando podendo a empresa após suas avaliações assumir o risco. 2.6. Auditoria Externa X Auditoria Interna Para Portal de Auditoria (2017) esse dois tipos são parecidos, pois utilizam das mesmas técnicas e estão voltados aos controles internos das empresas, analisando a eficiência de tais controles. Por mais que tenham alguma relação, Schragle (2003) demonstra a diferença entre elas, onde enfatiza que por mais que utilize das mesmas técnicas sua forma de trabalho se diferenciam. Schragle (2003) mostra diferenças, onde a auditoria interna trabalha como controle gerencial, avaliando mais detalhadamente a eficiência dos controles, 29 podendo assim ser possível aconselhar e sugerir com mais freqüência. Cita também que a auditoria externa faz uma revisão geral, não se tendo tantos detalhes. Portal de Auditoria (2017) mostra as principais diferenças entre a auditoria interna e externa. Tabela 4 – Diferença entre auditoria interna e auditoria externa Fonte: Portal de Auditoria (2017) Mesmo com diferenças Schragle (2013) salienta que a utilização da auditoria Independente não anula as necessidades da auditoria interna. Conforme Silva e Inácio (2013) a auditoria interna pode ser muito útil para auditoria externa, utilizando dos trabalhos feitos durante o ano pelo auditor interno. Schragle (2013) enfatiza embasada nas normas brasileiras de contabilidade, mais precisamente as normas que tratam do profissional de auditoria, citando que mesmo que o auditor externoutilize dos trabalhos e provas do auditor interno, ainda sendo uma contribuição de grande importancia, o auditor independente não perde de suas responsabilidades. 30 Silva e Inácio (2013) concluem que se ouver uma cooperação entre esses dois tipos de auditoria, pode melhorar os processos, melhorando as verificações e análises, porém tal cooperação irá depender da confiança do auditor externo para com os auditores internos. Salientam ainda que uma má concordância entre os dois possa piorar as análises e verificações e também aumentar o numero de défcit nos trabalhos dos mesmos. 2.7. Procedimentos da Auditoria Interna De acordo com Silva e Vieira (2015) as técnicas utilizadas pela auditoria é uma forma de ajudar nos exames feitos por eles nas demonstrações, onde com isso conseguem ter veracidade nas informações fornecidas tanto pelo controle interno quanto por outros departamentos. Conforme mostra Freitas (2014) as técnicas utilizadas pela auditoria interna incluem: Exame Físico: Neste é possível verificar a existência do que será examinado pelo auditor, tendo assim que ter as seguintes características. Identificação: O qual terá que ser visto; Existência física: feito através de mensuração visual; Autenticidade: Entender se tal objeto é confiável; Quantidade: Conferir se a quantidade apurada existe realmente; Qualidade: Certificar que o objeto ainda está em uso. Exemplos: Contagem de caixa Contagem de imobilizado Confirmação: É feito com pessoas que não fazem parte da empresa onde é confirmado as informações que foram passadas pela empresa. Exemplos: Circularização de bancos Circularização de fornecedores Circularização de clientes a receber Exame dos documentos originais: Análise dos documentos de transações e operações efetuados pela empresa. O auditor sempre deve seguir alguns princípios para estas análises, como: Autenticidade: Se os documentos têm veracidade 31 Normalidade: Se os documentos apresentados têm relação com a atividade a fim da empresa. Aprovação: atestar se os documentos foram aprovados por pessoas autorizadas; Registro: Certificar que os registros foram alocados nas contas apropriadas. Exemplos: Documentos de compras Conferencia dos cálculos: nesta técnica o auditor pode refazer cálculos que ele julgue necessário, com isso é possível evitar erros. Exemplos: Soma dos razões Soma dos relatórios Exame de escrituração: Aqui é possível confirmar os fatos. Exemplos: Análise de contas á receber; Análise de PDD (Provisão para devedores duvidosos); Análise de despesas com viagem. Investigação Minuciosa: Essa técnica é onde o auditor se aprofunda mais em seus exames e análises. Exemplos: Exame minucioso da possibilidade de ganhos nas causas trabalhistas Exame minucioso nas despesas com viagem Exame minucioso das comissões a pagar Inquérito: Este processo é parecido com a técnica de confirmação, porém é com colaboradores da própria empresa. O auditor utiliza de questionamentos para entender algumas etapas e continuar com seu trabalho. Exemplos: Inquérito sobre aumento de gastos Inquérito sobre diminuição ou aumento de salários Exames de registros auxiliares: Neste o auditor irá analisar documentos que auxiliam os registros Exemplos: Auxiliar de registros de contas à pagar 32 Registro auxiliar de imobilizado Correlação das informações obtidas: Entender a relação entre registros e analisar o impacto que pode se ter em outro departamento Exemplos: recebimento de contas a receber que afeta o disponível Venda do ativo imobilizado que afeta o resultado e o caixa Observação: Aqui o auditor consegue encontrar erros ou até mesmo fraudes, logo nota –se a importância dessa técnica. Exemplos: Identificar despesas que são consideradas como disponível; Observação de itens obsoletos na contagem de estoque; Observação de inobservância de princípios contábeis ou éticos. A NBC TI 01 cita em seu item 12.2.3. que se trata dos procedimentos da auditoria interna: Tabela 5 - Procedimentos da Auditoria Interna NBC TI 01 Item Descrição 12.2.3.1 Os procedimentos da Auditoria Interna constituem exames e investigações, incluindo testes de observância e testes substantivos, que permitem ao auditor interno obter subsídios suficientes para fundamentar suas conclusões e recomendações à administração da entidade. 12.2.3.2 Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os controles internos estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento, inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionários e administradores da entidade. Na sua aplicação, devem ser considerados os seguintes procedimentos: a) inspeção – verificação de registros, documentos e ativos tangíveis; b) observação – acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução; e c) investigação e confirmação – obtenção de informações perante pessoas físicas ou jurídicas conhecedoras das transações e das operações, dentro ou fora da entidade 12.2.3.3 Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas de informação da entidade. 33 12.2.3.4 As informações que fundamentam os resultados da Auditoria Interna são denominadas de “evidências”, que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e úteis, de modo a fornecer base sólida para as conclusões e recomendações à administração da entidade. 12.2.3.5 O processo de obtenção e avaliação das informações compreende: I – a obtenção de informações sobre os assuntos relacionados aos objetivos e ao alcance da Auditoria Interna, devendo ser observado que: a) a informação suficiente é aquela que é factual e convincente, de tal forma que uma pessoa prudente e informada possa entendê-la da mesma forma que o auditor interno; b) a informação adequada é aquela que, sendo confiável, propicia a melhor evidência alcançável, por meio do uso apropriado das técnicas de Auditoria Interna; c) a informação relevante é a que dá suporte às conclusões e às recomendações da Auditoria Interna; d) a informação útil é a que auxilia a entidade a atingir suas metas. II – a avaliação da efetividade das informações obtidas, mediante a aplicação de procedimentos da Auditoria Interna, incluindo testes substantivos, se as circunstâncias assim o exigirem. 12.2.3.6 O processo deve ser supervisionado para alcançar razoável segurança de que o objetivo do trabalho da Auditoria Interna está sendo atingido. 12.2.3.7 Devem ser adotados procedimentos adequados para assegurar que as contingências ativas e passivas relevantes - decorrentes de processos judiciais e extrajudiciais, reivindicações e reclamações, bem como de lançamentos de tributos e de contribuições em disputa, - foram identificadas e são do conhecimento da administração da entidade. 12.2.3.8 No trabalho da Auditoria Interna, quando aplicável, deve ser examinada a observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, das Normas Brasileiras de Contabilidade e da legislação tributária, trabalhista e societária, bem como o cumprimento das normas reguladoras a que estiver sujeita a entidade. Fonte: Autoria Própria (2020) 2.8. Aspectos Legais da Auditoria Interna De acordo com Oliveira et al. (2012) “No Brasil, o desenvolvimento da auditoria surgiu quando o BACEN (Banco Central) criou normas oficiais de auditoria em 1972, para o controle do sistema financeiro.” Porém, sua obrigatoriedade só foi exigida a partir de 1976, com a lei n° 6.404/76, conhecida como Lei das Sociedades Anônimas. 34 Apesar desta determinação legiferante, não são todas as empresas que detêm essa obrigação. O IBRACON (2012), de acordo com as diretrizes legais, esclarece que: “A legislação determina a obrigatoriedade da auditoria externa para empresas que têm capitalaberto, atividades reguladas ou faturamento acima de R$ 300 milhões ou patrimônio maior que R$ 240 milhões”. Dessa forma, fica evidente que a obrigatoriedade da auditoria restringe-se às empresas de capital aberto e às classificadas de acordo com alguns órgãos reguladores como “grandes empresas”. Dentro de uma entidade o ato da auditoria, por se tratar de uma área de atuação da contábil, é disciplinado e conduzido pelas Normas Brasileiras de Contabilidade. Júlio (2017) as menciona da seguinte forma: “As NBCs constituem-se num conjunto de regras e procedimentos de conduta que devem ser observados como requisitos para o exercício da profissão contábil”. E completa dizendo que a NBC direcionada à auditoria interna trata-se da NBC TI 01. Para Attie (1998) As normas de auditoria diferem dos procedimentos de auditoria, uma vez que eles se relacionam com ações a serem praticadas, conquanto as normas tratam das medidas de qualidade na execução destas ações e dos objetivos a serem alcançados através dos procedimentos. As normas dizem respeito não apenas às qualidades profissionais do auditor, mas também a sua avaliação pessoal pelo exame efetuado e do relatório emitido. Segundo o entendimento de Franco e Marra (2007) a respeito da norma: “A opinião final do auditor, exarada no relatório, deve ser baseada em fatos concretos, devidamente comprováveis através dos papéis de trabalho, em judicioso julgamento desses fatos, com total imparcialidade e independência”. O referido relatório deverá então, ser elaborado embasado nos fatos observados na empresa, de forma concreta, coesa, objetiva e sem erros gramaticais, tornando o relatório de fácil compreensão para os integrantes da administração. Segundo os autores Oliveira, Gomes e Porto (2012) “Cabe frisar que o auditor interno deve acompanhar, para se certificar, se as recomendações do seu relatório foram tomadas por parte da administração”. De acordo com estes mesmos autores, caso estas medidas não tenham sido tomadas, a administração da entidade passa a assumir o risco de não ter tomado as devidas providências no momento exato. 35 Acrescenta que ao fim do processo, o relatório desenvolvido deverá ser apresentado a alguém autorizado, e que preserve a confidencialidade do conteúdo, assim como a seção 12.2.3 da NBC TI 01 ordena. Dado o exposto existem dois tipos de normas da auditoria interna, sendo normas técnicas (se designam ao trabalho do auditor) que utilizam da sigla NBC TI 01 e as profissionais (direcionadas ao profissional da auditoria) utilizando da sigla NBC PI 01. Figura 2 - Itens Contemplados da NBC TI 01 Fonte: Autoria Própria A NBC PI 01 contempla os seguintes itens: NBC TI 01 12.1. Conceituação e dispositivos gerais 12.1.1.Conceituação e Objetivos da auditoria Interna 12.1.2.Papéis de Trabalho 12.1.3. Fraude e Erro 12.2. Normas de execução de trabalho 12.2.1.Planejamento da Auditoria Interna 12.2.2. Riscos da Auditoria Interna 12.2.3.Procedimentos da Auditoria Interna 12.2.4.Amostragem 12.2.5.Processamento eletrônico - PED 12.3.Normas Relativas ao relatório da Auditoria Interna 36 Figura 3 - Itens Contemplados da NBC PI 01 Fonte: Autoria Própria (2020) 2.9. Fraudes e Erros Lunelli (2013) cita a NBC TA 240 quando ela classifica as fraudes e os erros no acontecimento da ação intencional ou não intencional, onde tal ação acarreta em modificações nas demonstrações financeiras. Para o Instituto dos IBRACON (2015), compreende de forma empírica que: “O erro é involuntário e deixa pegadas que a auditoria independente frequentemente rastreia no processo de julgar a fidelidade das demonstrações contábeis. Cita também que as fraudes têm a mesma perspectiva, como intencional ou não intencional, sendo que a administração que tenta ações intencionais, partem do princípio que nunca serão descobertos. Já para Zanna (2015) “A fraude resulta da aplicação de inteligência (planejamento, organização, administração e execução) para cometer ato ilícito, reprovado pelas leis, pela moral e pela ética”. Em meio a sua conceituação de 37 fraude, a mesma autora ainda infere que “não podem ser consideradas fraudes as atividades que, apesar de se assemelharem a elas são uma opção consciente do participante passivo”. Acrescenta ainda que os fraudadores tenham como finalidade obter vantagens para si e/ou para seus pares, prejudicando e levando entidades (neste caso) ao erro. Figura 4 - Triângulo da fraude Fonte: Raposo e Clayton (2010) Zanna (2015) classifica os erros, diferente das fraudes, como involuntários, cometidos a partir de uma interpretação equivocada da realidade, e sem a intenção de causar mal ou prejuízo; dessa forma, o agente só poderá ter cometido-a por negligência, imprudência, imperícia ou omissão. Após a exposição das características que diferenciam os erros das fraudes, é de suma importância mencionar a tipicidade delas, de forma que estas sejam classificadas de acordo com circunstâncias singulares. Da mesma forma, Hoog (2018) categoriza: que existe várias formas para a classificação das fraudes, como seus atos delinqüentes praticados. Segundo Attie (2007) a fraude tem varias modalidades, como: Não encobertas: o autor da fraude não mascara a fraude porque os controles internos são fracos; Encobertos temporariamente: não afetam os registros contábeis; 38 Encobertas permanentemente: as informações dos registros e outros arquivos são alterados a fim de esconder a fraude. Já no âmbito do jurídico Hassing et al. (2008) categorizam as penalidades para fraudes e erros de formas divergentes, onde tanto o agente que comete fraude, quanto o agente que comete erros serão punidos. Um de acordo com as diretrizes dolosas, que é quanto tem-se a intenção de cometer o delito, e o outro de forma culposa, quando o agente não tem o propósito de cometer a infração. A NBC TI 01 – da auditoria interna cita em seu item 12.1.3. que trata das fraudes e erros: Tabela 6 - Fraudes e Erros NBC TI 01 Item Descrição 12.1.3.1 A Auditoria Interna deve assessorar a administração da entidade no trabalho de prevenção de fraudes e erros, obrigando-se a informá-la, sempre por escrito, de maneira reservada, sobre quaisquer indícios ou confirmações de irregularidades detectadas no decorrer de seu trabalho. 12.1.3.2 O termo “fraude” aplica-se a ato intencional de omissão e/ou manipulação de transações e operações, adulteração de documentos, registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários. 12.1.3.3 O termo “erro” aplica-se a ato não-intencional de omissão, desatenção, desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros, informações e demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da entidade, tanto em termos físicos quanto monetários. Fonte: Autoria Própria (2020) 2.10. Auditoria como Ferramenta de Gestão De acordo com Hoog e Carlin (2008 apud OLIVEIRA, 2012) para que uma empresa permaneça no mercado em constante evolução, torna-se necessário uma administração a fim de analisar melhor a empresa, e a auditoria Interna surgiu com esta finalidade, mesmo sendo obrigatória para algumas empresas, ela se torna um instrumento de gestão, capaz de promover credibilidade e autenticidade aos dados 39 contábeis, por esta razão a auditoria deixou de ser um custo para empresários, mas sim algo que possa auxiliar a empresa. Cita também que além disto a auditoria tem a possibilidade de verificar as futuras ameaças que a empresa poderia enfrentar e seus desperdícios. Paula (1999 apud RODRIGUES, 2013) mostra a importância da auditoria e o porque é uma ferramenta de gestão: • É parte essencial do sistema global do controle interno; •Leva ao conhecimento da alta administração o retrato fiel do desempenho da empresa, seus problemas, pontos críticose necessidades de providências, sugerindo soluções; •Mostra os desvios organizacionais existentes no processo decisório e no planejamento; • É uma atividade abrangente, cobrindo todas as áreas da empresa; •É medida pelos resultados alcançados na assessoria à alta administração e à estrutura organizacional, quanto ao cumprimento das políticas traçadas, da legislação aplicável e dos normativos internos; • Apresenta sugestões para melhoria dos controles implantados ou em estudos de viabilização; • Recomenda redução de custos, eliminação de desperdícios, melhoria da qualidade e aumento da produtividade; • Assegura que os controles e as rotinas estejam sendo corretamente executados, que os dados contábeis merecem confiança e refletem a realidade da organização e que as diretrizes traçadas estão sendo observadas; • Estimula o funcionamento regular do sistema de custos, controle interno e o cumprimento da legislação; • Coordena o relacionamento com os órgãos de controle governamental; • Avalia, de forma independente, as atividades desenvolvidas pelos diversos órgãos da companhia e por empresas controladas e coligadas; • Ajuda a administração na busca de eficiência e do melhor desempenho, nas 40 funções operacionais e na gestão dos negócios da companhia. Rodrigues (2013) enfatiza que as organizações estão sujeitas a enfrentarem desafios diariamente, sejam pelos seus controles complexos ou o mercado cada dia mais rigoroso, para que haja uma boa administração é necessário que o auditor tenha um bom convívio com os funcionários da empresa já que seus trabalhos será a fonte de informação para o auditor. Conforme PAULA (1999 apud AMARAL; BERTEGANI, 2018) o gestor da empresa deve olhar para o auditor como um parceiro, o qual tem um grande conhecimento da empresa, assim pode promover melhorias e auxiliando na tomada de decisões 2.11. Auditoria Interna X Escritórios de contabilidade Martins e Sousa (2015) definem os escritórios de contabilidade como um lugar o qual realiza serviços de acordo com o que seu cliente necessita. Os mesmos autores ainda mostram os departamentos os quais os escritórios possuem como: departamento fiscal, departamento contábil, departamento pessoal e o departamento o qual é responsável por cuidar das legislações. Fernandes (2020) acrescenta que os escritórios de contabilidade são mais do que pagadores de impostos ou responsáveis por tirar os empreendedores e empresários da burocracia. De acordo com Martins e Sousa (2015) o contador é responsável dentro do escritório a auxiliar seus clientes, sobre pagamentos e também deixar os mesmos em dia com as legislações. Acrescenta ainda que todos os profissionais que trabalham no escritório devem prestar atenção nos prazos para que não ocorram erros. Martins e Sousa (2015) aconselham aos escritórios que tenham um controle interno, para uma padronização e também ter garantias que os prazos e atividades sejam cumpridos. De acordo com Nibo (2015) os escritórios de contabilidade tem grandes dificuldades com seus clientes, sendo por uma má comunicação, falta de documentação ou até atrasos na entrega dos documentos, sem contar que ainda culpam os escritórios por esses problemas. Contábeis (2017) acrescenta a essas barreiras enfrentadas a falta de ferramentas digitais e ainda bate na tecla da demora por parte dos clientes para entrega dos documentos. 41 Silva (2020) mostra que a escolha de um escritório de contabilidade deve ser um processo de estudo aprofundado, pois os escritórios podem trazer beneficios significativos, sendo assim um aliado das finanças da empresa. Tais (2018) acrescenta ainda a este conceito que uma má contratação pode acarretar em problemas para a empresa, como perdas financeiras por atrasos ou até mesmo acusações de evasão fiscal, por isso é preciso este estudo para que a empresa colha frutos de uma parceria estratégica e proveitosa. Conforme Shigunov (2003) a qualidade é um fator decisivo na escolha de um escritório de contabilidade. Cita também que a competitividade vem aumentando entre esses escritórios, onde vai ganhar espaço os mais qualificados tendo assim que atender as necessidades de seus clientes prestando serviços com custos baixos, bom atendimento e inovação. Shigunov (2003) reforça que “a qualidade é de grande importância e tem ampla relação com os serviços prestados”, com isso a satisfação dos clientes atuais pode acarretar em possíveis indicações de novos clientes. Acrescenta ainda o mesmo autor que é preciso um equilíbrio para a satisfação dos clientes e a geração de informações confiáveis e com credibilidade. A melhoria continua é essencial para qualquer empresa, então os serviços contábeis também seguem a essa premissa, onde ao trazer qualidade aos serviços contábeis terá uma satisfação máxima dos interessados dos serviços contábeis. Martini et al.(2015) enfatiza que a aplicação da auditoria trará mais veracidade e credibilidade, podendo assim dar recomendações e sugestões valorizando ainda mais os serviços prestados pelo escritório. Acrescenta o autor que infelizmente poucos escritórios têm esse departamento tendo apenas parcerias com escritórios de advocacia, tudo isso porque preferem resolver o problema que já aconteceu do que prevenir esses problemas. Como se sabe os escritórios de contabilidade presta serviços a pequenas e médias empresas. Dito isto a Revista Científica Amazônia (2016) mostra a importância que a auditoria interna terá nestas empresas, pois vários fatores como a globalização e exigências, fazem com que precisem de mais controles. Flozino e Silvério (2014) reforçam que a auditoria interna contribui para o controle e “melhorias para o desenvolvimento dos negócios empresariais”. Salienta Revista Científica Amazônia (2016) que as ferramentas de avaliação e controle da auditoria interna trás mais confiança e credibilidade para os empresários. 42 Acrescenta Martini et al. (2015) que a aplicação da auditoria interna nos escritórios irá trazer confiança nas demonstrações contábeis de seus clientes bem como a melhora de seu empreendimento, resultando em auxilios saudaveis para tomadas de decisão da empresa. Cita também que caso a aplicação seja feita será necessário a contratação de profissionais qualificados ou treintamento dos profissionais que já trabalham junto a empresa, isso faz com que os escritórios se afastem desta implantação, pois necessitam de recursos operacionais e financeiros. Martini et al. (2015), em um estudo feito com o intuito de avaliar a aplicação de um departamento de auditoria em escritórios de contabilidade, notara que apesar de 72% dos escritórios saberem o que é o processo de auditoria, 76% nunca passaram por um processo de auditoria contábil. E este índice sobe para 100% quando a pergunta é: “O escritório possui um departamento de auditoria?”. Na perspectiva do pesquisador, Martini et al. (2015), “as vantagens [da auditoria] são em agregar valor para o próprio escritório, de cunho financeiro e gestão de qualidade, facilitando os trabalhos contábeis através da organização oriunda da auditoria”. E concluem que: “Os profissionais da área contábil estão deixando de agregar valor ao seu trabalho, por não ter um departamento implantado, que possa atender a necessidade do cliente.” Segundo Martini et al. (2015) é possível a aplicação de uma auditoria interna nos escritórios de contabilidade, sendo ainda mais fácil do que nas grandes empresas. Pontua ainda o autor que muitos acreditam que a auditoria interna serve somente para grandes empresas, porém é necessário olhar para ela como uma ferramenta que trará benefícios futuros, melhorando o controle dessas empresas e contribuindo para o sucesso da mesma. Lorenzoni e Vieira (2013) concluem que há possibilidades de implantar a auditoria interna, porém sempre adaptando – se a realidadede cada entidade. 2.12. Entrevista com um Auditor Interno Um auditor interno de uma empresa de grande porte da cidade de Mogi Guaçu – Sp foi entrevistado, aceitando responder as seguintes questões. A primeira questão levantada foi sobre as etapas de auditoria feitas na empresa, em resposta ele disse seguir três etapas, sendo elas. 43 1ª Planejamento: onde é possível ver em papeis de trabalho e relatórios anteriores como foi às outras auditorias, analisar as comunicações internas informando sobre riscos já conhecidos daquela área, se a área tem um histórico de fraude, definir quais os controles que serão testados, também é feito reuniões de abertura onde se informa à administração que será auditada, também especificando as datas de inicio e quem serão os auditores. 2ª Execução: é onde será aplicado todo o processo de planejamento; 3ª Report: Nessa etapa é onde acontece à comunicação dos resultados da auditoria feita, os erros que foram identificados, as áreas que apresentam algum risco, informam sobre controles que não foram executados, indicam áreas que precisam de uma melhor gestãom, entre outros. O auditor ainda enfatiza que essas etapas são feitas em sua empresa, porém deve ser padrão entre as companhias, por se ter as mesmas normas para auditoria. A segunda pergunta feita foi sobre a periodicidade da auditoria interna nas empresas, respondeu então que são executadas no mínimo a cada quatro anos por área. Porém salienta que pode ter auditorias em períodos mais curtos sendo anuais, mas sempre dentro dos quatro anos. Na terceira questão foi abordado quem podia fazer a auditoria, respondendo a essa pergunta o auditor diz que para atuar nessa parte são profissionais de finanças, sendo formados por contabilidade, administração e economia, podendo fazer auditoria em qualquer área da empresa. A quarta questão foi mais ligada a erros e fraudes, sendo perguntado se caso os auditores encontrassem algo fora da lei, qual seria os processos para reverter? Sua resposta veio completa dizendo que a primeira coisa a qual fazem é avaliar se não tem uma aceitação de risco para o que foi encontrado fora da lei, um exemplo dado por esse profissional é o pagamento de horas extras em algumas posições da empresa onde não é pago essa remuneração, logo a empresa entende as conseqüências, mas assume esse risco. Acrescenta em sua resposta que às vezes estar fora da lei pode ser por falta de conhecimento, não sendo intencionais, porém existem os intencionais onde já se começa ser considerado como fraude. Para reverter o erro ou fraude é necessário um plano de ação para que a empresa solucione o problema. 44 Uma questão levantada foi sobre os controles internos, sendo questionado na quinta pergunta sobre o papel dos controles internos para a auditoria interna. Com uma resposta completa e objetiva o auditor diz que os controles internos cria a gestão, que essa área é responsável por cobrar a execução dos controles, com ele é possível resolver e prevenir os problemas de maneira consistente. Salienta ainda que o primeiro passo antes da auditoria interna é a criação dos controles internos, pois os auditores irão auditar com base em políticas e procedimentos. Conclui sua resposta mostrando que existe uma diferença entre auditoria interna e controles internos mesmo eles estando tão próximos, a qual os controles criam regras e a auditoria confirma se estão sendo cumpridas. Por fim dado a importância dos controles internos para a auditoria interna e entendendo seu papel, nos levou a sexta e ultima pergunta, onde nos trouxe o conhecimento sobre os tipos de controles internos onde nos mostra três tipos, sendo o TIR 1 o qual tem impacto direto nas demonstrações financeiras (balancetes, DRE Balanço Patrimonial, etc.) logo para este controle é preciso ser eficientes e eficazes para que sejam bem executados e não acarrete em falhas. Dado isso o auditor diz que o TIR 2 e TIR 3, são semelhantes ao TIR 1 a única diferença é que são mais operacionais, onde trazem impacto apenas nos negócios da empresa, ou seja, influencia na gestão mas não impacta nas demonstrações. 45 3. CAPITULO 2 – PESQUISA DE CAMPO A pesquisa aconteceu na cidade de Mogi guaçu com o intuito de atender o tema deste trabalho. Foi aplicado 2 questionários, um direcionado aos clientes dos escritórios de contabilidade e um para os responsáveis por estes escritórios. Não houve identificação dos entrevistados. O questionário foi entregue via e–mail ou pessoalmente, onde utilizamos também de redes sociais e da ferramenta Google FORMS para nos auxiliar na pesquisa. A descrição utilizada no inicio dos questionários foi: È uma avaliação independente, porém realizada por profissionais que são funcionários da empresa auditada, tem como objetivo principal a revisão dos controles. (AMARAL; BERTEGANI, 2018 apud CREPALDI, 2009) 3.1. Clientes Foi aplicado aos clientes um questionário composto por 7 perguntas, relativas a importância da contabilidade e objetivos da auditoria interna, assim como sua aplicação nos escritórios de contabilidade. Assim, foi possível identificar a perspectiva desses empreendedores, sobre o assunto tratado neste trabalho. Ao final da pesquisa, obtivemos 20 respostas sobre o questionário, lembrando que a escolha dos comércios não foi feita por atividade tendo como único requisito a utilização dos serviços dos escritórios de contabilidade. 3.1.1. A atividade Contábil é importante para sua empresa? Passos (2010) considera a contabilidade importante para o gerenciamento das organizações, onde auxilia os administradores nas tomadas de decisão, gestão, planejamento, execução e controle. Essa pergunta teve como objetivo, entender a importância da contabilidade para o negócio dos empreendedores que responderam o questionário, tanto no cumprimento das obrigações devidas, quanto na obtenção de informações financeira, auxililio nas tomadas de decisão e facilitação da gestão da empresa. 46 Gráfico 1 - Pergunta 1 Clientes Através do gráfico é possível ver que 100% dos comércios responderam que sim, com isso pode-se concluir que a atividade contábil é importante para as empresas. 3.1.2. Acredita ser importante a escolha de um escritório de contabilidade? Tais (2018) cita que “uma má contratação pode acarretar em problemas para a empresa, como perdas financeiras, por isso é preciso este estudo para que a empresa colha frutos de uma parceria estratégica e proveitosa”. Essa questão foi levantada, para analisar o pensamento desses clientes em relação a escolha de um escritório para tomar conta da contabilidade de seu negócio, entendendo sua importância. Gráfico 2 - Pergunta 2 Clientes Dado o exposto, nessa pergunta 100% dos entrevistados consideram importante a escolha de um escritório de contabilidade. 47 3.1.3. Você sabia o que era a auditoria interna antes da descrição fornecida no inicio do questionário? Crepaldi (2009 apud AMARAL; BERTEGANI, 2018) conceituam a auditoria interna como “uma avaliação independente, porém realizada por profissionais que são funcionários da empresa auditada, tem como objetivo principal a revisão dos controles”. Assim como já foi citado antes do inicio do questionário foi feita uma breve descrição sobre o que é auditoria, onde caso o entrevistado não soubesse tal conceito a descrição poderia satisfazer e eliminar tal dúvida, podendo assim dar continuidade ao questionário com seu novo conhecimento, porém haviam pessoas já habituadas ao tema. O objetivo dessa pergunta foi entender o conhecimento dos entrevistados sobre a auditoria interna, criando assim um suporte para responder as próximas perguntas. Gráfico 3 - Pergunta 3 Clientes O gráfico demonstra que 60% dos entrevistados o que representa 12 clientes, já tinham o conhecimento do que era a auditoria interna antes da descriçãodisponibilizada pelo grupo e os 40% que representa 8 entrevistados, só souberam o que era a auditoria interna através da descrição. 3.1.4. Qual você acredita ser o objetivo da auditoria interna? Crepaldi (2009 apud AMARAL E BERTEGANI, 2018) consideram a auditoria interna como um controle gerencial o qual executa analises e avaliações da eficiência e eficácia dos controles internos. Essa pergunta foi elaborada com o intuito de avaliar se os entrevistados sabiam realmente o que era a auditoria interna e se entendiam seu objetivo. Foram propostas no questionário quatro alternativas, as 48 quais perpassam pelo conceito da auditoria interna, porém não chegam ser seu objetivo. Gráfico 4 - Pergunta 4 Clientes No gráfico mostra que 20% dos entrevistados, que representa 4 clientes compreendem o que é auditoria interna, onde o restante ficou dividido em encontrar fraudes e erros e avaliar a situação patrimonial da empresa, tendo 40% em cada resposta. 3.1.5. Você acredita que a avaliação dos auditores internos é importante para os administradores da empresa? Paula (1999 apud RODRIGUES, 2013) fala o motivo que consideram essas avaliações para a gestão da empresa onde cita que ela “ajuda a administração na busca de eficiência e do melhor desempenho, nas funções operacionais e na gestão dos negócios da companhia” Essa questão foi elaborada para ver a ótica dos empreendedores sobre esse profissional e entender se consideram importante as avaliações dele em uma empresa, assim como a autora utilizou. Gráfico 5 - Pergunta 5 Clientes 49 De acordo com o gráfico 95% dos entrevistados, que equivale a 19 pessoas acredita que sejam importantes as avaliações desse profissional, tendo apenas uma pessoa, equivalente aos 5% restantes que não considera suas avaliações importantes. 3.1.6. Você pagaria mais pelo serviço de um escritório de contabilidade, porém sabendo que teria uma auditoria interna? Conforme Shigunov (2003) a qualidade é um fator decisivo na escolha de um escritório de contabilidade, pergunta levantada então com o intuito de avaliar se os entrevistados pagariam mais por um serviço de qualidade e que traria mais segurança a seus documentos, assim é possível entender se a auditoria faria sentido para esses empreendedores. Gráfico 6 - Pergunta 6 Clientes Conforme mostra o gráfico 6, 60% dos entrevistados, que equivale a 12 pessoas responderam que sim, pagariam mais por um escritório de contabilidade com auditoria interna, enquanto 8 dos entrevistados que estão representando 40% não pagariam. 3.1.7. Na hipótese da escolha dos serviços entre dois escritórios de contabilidade, sendo um convencional e o outro tendo uma auditoria interna. Qual seria escolhido? (sem levar em conta o preço) Para Martini et al. (2015) a aplicação da auditoria interna nos escritórios irá trazer confiança nas demonstrações contábeis de seus clientes bem como melhorias em seu empreendimento, resultando em auxilios saudaveis para melhores tomadas de decisão da empresa. Com isso a pergunta foi elaborada para avaliar a escolha de um escritório de contabilidade por parte dos entrevistados, o qual a diferença entre 50 eles seria apenas a auditoria interna em um deles, sendo assim não foi levado em conta os valores, podendo também avaliar o impacto do aumento do valor no escritório de contabilidade por optar por tal aplicação, assim como no tópico 3.1.6. a qual foi tratado uma escolha com foco em valor, nessa será possível ver se os entrevistados se preocupam mais com qualidade ou gastos, também mostrando a importância da contabilidade para eles. Gráfico 7 - Pergunta 7 Clientes Conforme exposto no gráfico 7, a maioria dos entrevistados o que representa 70% equivalente a 14 pessoas, escolheram um escritório com uma auditoria interna, enquanto 30%, apenas querem cumprir suas obrigações, logo a aplicação da auditoria interna nos escritórios de contabilidade não faz diferença a essa parcela de entrevistados. 3.2. Escritório de Contabilidade Foram entrevistados 11 Escritórios de contabilidade, com o intuito de analisar a ótica dos mesmos sobre a auditoria interna e sua aplicação em seus escritórios. Foram obtidas 10 respostas, onde um dos escritórios da cidade já possui uma auditoria interna e por escolha não respondeu e nem mesmo disse algo sobre sua aplicação. 3.2.1. Você sabia o que era a auditoria interna antes da descrição fornecida no início do questionário? Crepaldi (2009 apud AMARAL; BETEGANI, 2018) conceituam a auditoria interna como “uma avaliação independente, porém realizada por profissionais que são funcionários da empresa auditada, tem como objetivo principal a revisão dos controles”. Mesmo que em um ambiente contábil a auditoria seja algo normal, é 51 interessante entender o conhecimento dos escritórios sobre o assunto. Por esse motivo essa pergunta foi elaborada. Gráfico 8 - Pergunta 1 Escritório Dado o exposto, é possível ver que 100% dos escritórios responderam que sabiam o que era a auditoria interna, mesmo antes da descrição. 3.2.2. Em sua opinião a união da auditoria interna com os escritórios de contabilidade daria mais credibilidade aos serviços prestados? De acordo com Revista Cientifica Amazônia (2016) “as ferramentas de avaliação e controle da auditoria interna trás mais confiança e credibilidade para os empresaários”. Visto isso a questão foi levantada para entender a presunção dos escritórios sobre a visão de seus clientes, caso a empresa aplicasse a auditoria interna, para saber se também concordam com o autor citado. Gráfico 9 - Pergunta 2 Escritório No gráfico 9 é possível observer que 100% dos escritórios acreditam que a auditoria interna traria mais credibilidade aos serviçoes prestados. 52 3.2.3. Acredita que com o auditor nos escritórios os clientes darão mais importância às documentações que precisam ser enviadas? De acordo com Nibo (2015) “os escritórios de contabilidade tem grandes dificuldades com seus clientes, sendo por uma má comunicação, falta de documentação ou até atrasos na entrega dos documentos”, visto isso é uma das lutas que os escritórios de contabilidade têm hoje é sobre a entrega dos documentos por parte de seus clientes, como a contabilidade lida muito com prazos isso acarreta em atrasos, dificultando o trabalho dos escritórios. Essa questão então tem o objetivo de saber dos escritórios de contabilidade se a aplicação ajudaria nessa dificuldade enfrentada por eles. Gráfico 10 - Pergunta 3 Escritório No gráfico 10 é possivel identificar que 70% dos escritórios acreditam que sim, ajudaria nessa dificuldade enfrentada por eles, enquanto 30% que representa 3 escritórios acham que irá continuar os atrasos por parte dos clientes. 3.2.4. Já avaliou a aplicação de uma auditoria interna em seu escritório De acordo com Martini et al. (2015), “as vantagens da auditoria são em agregar valor para o próprio escritório, de cunho financeiro e gestão de qualidade, facilitando os trabalhos contábeis através da organização oriunda da auditoria”. com essa questão é possível saber se a empresa estudou sobre a aplicação da auditoria interna em seu escritório de contabilidade independente de ter obtido um resultado positivo ou negativo. 53 Gráfico 11 - Pergunta 4 Escritório Observa - se através do gráfico 11 que mais da metade dos entrevistados não chegaram nem a estudar tal possibilidade, representando 60% que equivale a 6 dos entrevistados, os 40% restante já analisaram essa aplicação independente de seu resultado. 3.2.5. Você acredita que a auditoria interna iria contribuir na qualidade dos serviços prestados pelo escritório? De acordo Shigunov (2003) “a qualidade é de grande importância e tem ampla relação com os serviços prestados”, com isso foi levantada esta questão para saber dos entrevistados se a auditoria interna faria
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