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UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA SÍNDROME DO IMOBILISMO: FISIOTERAPIA MOTORA NO PACIENTE CRÍTICO Profª. Me. Ana Caroline Q. Trigueiro UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ DEFINIÇÃO: SÍNDROME DO IMOBILISMO ❑ É o conjunto de complicações surgidas em consequência do prolongado tempo ou da imobilização de um ou vários segmentos do organismo no leito UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ DEFINIÇÃO: SÍNDROME DO IMOBILISMO ❑ Imobilidade: • Qualidade ou estado do que não se move (inércia) • Complicação da perda de capacidade funcional, geralmente decorrente de doença crônico-degenerativa, de doença aguda incapacitante ou de inatividade por si só • É um conjunto de alterações que ocorrem no indivíduo acamado por um período prolongado UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ SÍNDROME DO IMOBILISMO: Fisiopatologia ❑ Acontece dependendo da quantidade de dias em internação: • De 7 a 10 dias é um período de repouso • De 12 a 15 dias já é considerado imobilização • A partir de 15 dias é considerado decúbito • de longa duração UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ SÍNDROME DO IMOBILISMO: Etiologia ❑ Doenças neurológicas: AVC; Neuropatia periférica; Parkinson; ELA... ❑ Doenças psíquicas: Depressão; Demência... ❑ Doenças dos pés: Calosidades; Úlcera plantar... ❑ Iatrogenia medicamentosa: Neurolepticos; Ansiolíticos; Hipnóticos; Anti-hipertensivos... ❑ Déficit neurossensorial: Cegueira; Surdez... UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ SÍNDROME DO IMOBILISMO: Etiologia ❑ Doenças osteoarticulares: Osteoartrose; Doenças reumáticas... ❑ Doenças cardiorrespiratórias: DPOC; ICC; Cardiopatia isquêmica... ❑ Doenças vasculares: Sequelas de trombose venosa e insuficiência arterial ❑ Doença muscular: Fibrosite; Polimialgia; Desnutrição proteico- calórica DOENÇA PRIMÁRIA Complicações imobilização SÍNDROME DA IMOBILIZAÇÃO Complicações primárias SÍNDROME DA IMOBILIZAÇÃO INATIVIDADE ↓ Atividade muscular SÍNDROME DA IMOBILIZAÇÃO Descondicionamento ↓ capacidade funcional (Sis. Muscuesquelético) ↓ capacidade funcional (Sis. cardiovascular) INATIVIDADE Caracteriza-se pelo aparecimento de múltiplas alterações que resultam na redução da capacidade funcional da generalidade dos órgãos e sistemas SÍNDROME DA IMOBILIZAÇÃO SÍNDROME DA IMOBILIZAÇÃO SISTEMA EFEITOS MUSCULO-ESQUELÉTICO Atrofia muscular, contraturas articulares, osteoporose CARDIOVASCULAR E HEMATOLÓGICO Descondicionamento CV, hipotensão, tromboembolismo, anemia RESPIRATÓRIO Infecção respiratória, atelectasia METABÓLICO Alt. Metabólicas, proteínas, eletrolíticos, insulina GENITOURINÁRIO Infecções urinárias GASTROINTESTINAL Constipação, anorexia, emagrecimento NERVOSO Privação sensorial, ansiedade, depressão, desorientação, disf. Intelectual, alt. Coordenação e do equilíbrio PELE Úlceras de pressão, atrofia UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ SISTEMA MUSCULO-ESQUELÉTICO: ❑ Contraturas articulares / Rigidez o Limitação da mobilização passiva e ativa de uma articulação por falta de mobilização regular em toda a sua amplitude fisiológica. o Induzem alterações biomecânicas o Alteram a qualidade gestual e postural COM ORIGEM TECIDOS MOLES: Queimaduras UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ SISTEMA MUSCULO-ESQUELÉTICO: ❑ Prevenção e tratamento das contraturas articulares: o Preservar amplitudes articulares fisiológicas e funcionais o Manter as articulações em posição funcional ❑ Articulações – posições funcionais: Escapulo-umeral: Abdução (90º) e rotação interna (30º) Radio-cárpica: Extensão e pronação ligeiras Metacarpo-falângicas: Flexão (45º) Interfalângicas: Flexão (45º) Polegar: Oponência mediana Coxo-femoral: Extensão Joelho: Extensão Tornozelo: Posição neutra UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ SISTEMA MUSCULO-ESQUELÉTICO: ❑ Prevenção: o Mobilização o Posicionamento correto no leito ❑ Tratamento: o Cinesioterapia (Kabat) UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ SISTEMA MUSCULO-ESQUELÉTICO: ❑ Prevenção: o Posicionamento correto no leito – DD o Posicionamento correto no leito – DL MS (de cima): Afastado do tórax MS (de baixo): Ombro em rotação neutra MI (de cima): Quadril em flexão e joelho em flexão (35º) MI (de baixo): Quadril e joelho em flexão (20º) o Posicionamento correto no leito – DV MMSS levemente abduzidos Cotovelos em extensão/Punho em extensão e supino/Dedos em flexão Quadril e joelhos em extensão OBS: Almofadas sob os joelhos e cristas ilíacas UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ SISTEMA MUSCULO-ESQUELÉTICO: ❑ Atrofia muscular IMOBILIZAÇÃO PROLONGADA ATROFIA E DIMINUIÇÃO DA FORÇA MUSCULAR ALTERAÇÕES MUSCULARES ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ SISTEMA MUSCULO-ESQUELÉTICO: ❑ Atrofia muscular o Duração da imobilização: perda de 10-15% da força muscular/semana o Encurtamento muscular o Perda de 0,9% de massa óssea/semana (agravada por: osteoporose prévia ou paralisia flácida) UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ SISTEMA MUSCULO-ESQUELÉTICO: ❑ Prevenção e tratamento: o Mobilização articular o Contrações musculares isotônicas/isométricas o Estimulação elétrica o Imaginação do movimento o Técnicas de Kabat o Dieta com aporte proteico adequado UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ SISTEMA CARDIOVASCULAR: ❑ Descondicionamento CV ❑ Hipotensão postural ❑ FCR ↑ 1bpm a cada 2 dias ❑ ↓ do volume sistólico ❑ 2 – 3 semanas: deficiente adaptação do sistema CV ao ortostatismo UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ SISTEMA CARDIOVASCULAR: ❑ Prevenção: o Redução ao mínimo do período de imobilização o Elevação dos MMII o Meias elásticas o Plano inclinado 2x/dia o Dieta adequada o Exercícios no leito o Programa de exercícios aeróbicos UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ SISTEMA CARDIOVASCULAR: ❑ Prevenção TVP: o Exercícios isotônicos e isométricos o Exercícios respiratórios o Meias elásticas o Elevação de MMII o Pressoterapia o Heparina subcutânea UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ SISTEMA RESPIRATÓRIO: ❑ Alterações da ventilação pulmonar ❑ Modificação das características das secreções ❑ Ineficácia da tosse INFECÇÃO e ATELECTASIA = Causa frequente de morte em doentes acamados ❖ SISTEMA RESPIRATÓRIO: ❑ Prevenção e tratamento: o Mobilização precoce o Fluidificação e aspiração das secreções o Cinesioterapia respiratória UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ REVESTIMENTO CUTÂNEO: ❑ Úlceras de pressão o Resultam em uma isquemia devido a pressão exercida entre uma proeminência óssea e o plano de sustentação corporal o Causas: • Pressão sustentada, anemia, infecções, incontinência de esfíncteres, humidade, atrito, estado nutricional, estado geral, massa muscular/massa gorda, edema, alterações sensoriais, fatores psicológicos UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❑ Úlceras de pressão: Áreas mais susceptíveis • Proeminências ósseas subcutâneas ou cobertas por uma fina camada de tecido subcutâneo e muscular • Áreas submetidas a pressões elevadas durante longos períodos de tempo • Relação crítica entre o tempo e a pressão UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❑ Úlceras de pressão: Doentes de risco • Idosos • Traumatizados vertebro-medulares • Hemiplégicos • Esclerose múltipla • Próteses de quadril • Magreza ou obesidade excessivas • Alterações da sensibilidade • Alteração do estado de consciência • Unidade de cuidados intensivos • Pós-operatório • Politraumatizados UNIVERSIDADE POTIGUARESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❑ Úlceras de pressão FATORES PRIMÁRIOS FATORES CONTRIBUTIVOS Pressão Nutrição Atrito e cisalhamento Edema Temperatura Anemia Envelhecimento Pressão arterial Incontinência Infecções Espasticidade Contraturas UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ REVESTIMENTO CUTÂNEO: Úlceras de pressão ❑ Classificação Grau I Grau III Eritema e/ou induração da pele (úlcera incipiente) Tecido celular subcutâneo Grau II Grau IV Ulceração superficial (vesículas, derme) Úlcera profunda (músculo) Grau V Úlcera extensa (óteo-articular; carvidades corporais) UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❑ Prevenção: o Proteção e descarga das zonas de pressão o Mudanças de decúbitos de 2/2h o Observar a pele do doente o Manter pele seca e limpa o Tratamento precoce das soluções de continuidade o Utilização de materiais de suporte adequados “antiescara” o Estimulação da mobilidade o Evitar a restrição no leito o Cuidado com o toque (limpeza sem machucá-lo) o Diminuir a dor e desconforto o Realizar trocas posturais constantes UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❑ Prevenção: o Posicionar corretamente, com uso de coxins o Deixar a pele sempre seca e hidratada o Deixar lenções sempre bem esticados e sem restos alimentares o Não fazer fricção durante as transferências o Hidratar o paciente sempre o Não o alimente deitado e nem com extensão ou rotação de pescoço o Evite posições em flexão das articulações o Faça mobilizações articulares constantes ❖ TRATAMENTO/PREVENÇÃO GERAL: ❑ Equipe: • Médico • Enfermeiro • Fisioterapeuta • Terapeuta ocupacional • Nutricionista • Psicólogo • Assistente social SÍNDROME DA IMOBILIZAÇÃO Promover a autonomia do doente ❖ VANTAGENS DA PREVENÇÃO GERAL: ❑ ↓ tempo de internamento ❑ ↓ utilização dos serviços de saúde ❑ ↑ independência nas AVD’s ❑ ↓ apoio familiar SÍNDROME DA IMOBILIZAÇÃO FISIOTERAPIA MOTORA NO PACIENTE CRÍTICO UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ FISIOTERAPIA MOTORA: ❑ Tem como objetivo recuperar a condição clínica dos pacientes, a fim de que eles possam retornar à realidade em que se inserem com qualidade de vida FISIOTERAPIA MOTORA NO PACIENTE CRÍTICO Imobilidade Desc. físico Fraq. muscular Acabam sendo problemas frequentes e que estão associadas à maior incapacidade em reabilitação prolongada Acomete musculatura estriada esquelética apendicular e axial ❖ IMPORTANTE! Fraqueza muscular é difusa e simétrica Acomete mais músculos proximais quando comparado com os distais FISIOTERAPIA MOTORA NO PACIENTE CRÍTICO ❖ POLINEUROPATIA DO DOENTE CRÍTICO (Epidemiologia): ❑ Idade avançada ❑ Gênero feminino ❑ DM ❑ Anormalidades metabólicas ❑ Hiponatremia ❑ Hiperuremia ❑ Hiperglicemia ❑ Uso de corticóides, sedativos e bloqueadores neuromusculares ❑ Disfunção de dois ou mais órgãos ❑ VM ❑ Elevado tempo de permanência na UTI ❑ Imobilismo FISIOTERAPIA MOTORA NO PACIENTE CRÍTICO ❖ IMPORTANTE! ❑ Abordagem terapêutica múltipla ❑ Controle glicêmico rígido ❑ Nutrição adequada ❑ Mobilização precoce: Intervenção segura e viável após estabilização cardiorrespiratória e neurológica do paciente, e que raramente provoca reações adversas ❑ Sedação superficial ❑ Uso cauteloso de esteroides e bloqueadores neuromusculares FISIOTERAPIA MOTORA NO PACIENTE CRÍTICO ❖ FISIOTERAPIA MOTORA: ❑ Cinesioterapia tradicional ❑ Técnicas sensório-motoras FISIOTERAPIA MOTORA NO PACIENTE CRÍTICO Tátil Estimulação Visual Auditiva Vestibular Proprioceptiva ❖ FISIOTERAPIA MOTORA: ❑ Eletroterapia ❑ Cicloergômetro ❑ Posicionamento FISIOTERAPIA MOTORA NO PACIENTE CRÍTICO ❖ IMPORTANTE! ❑ Mobilização ativa ou passiva e treinamento muscular deve ser instituído precocemente ❑ Posicionamento, uso de órteses, mobilização passiva e alongamento muscular devem ser usados para manter a amplitude articular e o comprimento muscular em pacientes imobilizados ❑ Estimulação elétrica neuromuscular deve ser utilizada em pacientes imobilizados e com alto risco de disfunção músculoesquelética FISIOTERAPIA MOTORA NO PACIENTE CRÍTICO ❖ IMPORTANTE! ❑ Mobilização passiva, posicionamento e transferências deve ser aplicada em conjunto com a enfermagem ❑ O fisioterapeuta é responsável pela implantação do plano de mobilização, prescrição de exercícios e pela progressão deste plano em conjunto com a equipe ❑ A massoterapia dever ser considerada na diminuição da ansiedade e melhora da qualidade do sono ❑ Toque terapêutico deve estar em todo tratamento FISIOTERAPIA MOTORA NO PACIENTE CRÍTICO UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ❖ INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA: Mobilizações Posicionamento Ele. estimulação Exer. resistido Ortostatismo T. transferências Reeducação funcional da marcha Exer. aeróbicos Esportes/Dança ❖ INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA - Mobilizações: FISIOTERAPIA MOTORA NO PACIENTE CRÍTICO ❖ INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA - Exercícios: FISIOTERAPIA MOTORA NO PACIENTE CRÍTICO ❖ INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA - Exercícios: FISIOTERAPIA MOTORA NO PACIENTE CRÍTICO ❖ INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA - Posicionamento: FISIOTERAPIA MOTORA NO PACIENTE CRÍTICO ❖ INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA – Transferências/Ortostatismo: FISIOTERAPIA MOTORA NO PACIENTE CRÍTICO ❖ INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA – Exer. aeróbicos: FISIOTERAPIA MOTORA NO PACIENTE CRÍTICO ❖ INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA – Esportes e dança: FISIOTERAPIA MOTORA NO PACIENTE CRÍTICO ana.trigueiro@unp.br Bibliografia: SARMENTO, G. J. V. O ABC da fisioterapia respiratória. 2 ed. Barueri (SP): Editora Manole, 2015. Agradece pelo teu acordar, pelo teu respirar, pelos teus movimentos e pela mobilidade do teu corpo. Tem pessoas pedindo a Deus somente isso! Um xero e até a próxima!
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