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Métodos e técnicas em Fisioterapia Respiratória CONCEITO: A cinesioterapia e os novos recursos mecânicos da fisioterapia respiratória têm demonstrado eficiência como tratamento coadjuvante das diversas patologias pulmonares promovendo uma diminuição da morbidade de pacientes pneumopatas, aumento da capacidade funcional, melhora da auto-estima e melhora da qualidade de vida. DESOBSTRUÇÃO BRÔNQUICA: (todas as manobras na expiração). Conceito: utilizada principalmente em pacientes hipersecretivos, visando a remoção pulmonar. HIGIENE BRÔNQUICA: Tem como finalidade auxiliar na mobilização e remoção de secreções retidas nas vias aéreas e, como consequência, melhorar a ventilação e a troca gasosa e diminuir o trabalho respiratório. Obs: higiene brônquica é o mesmo de desobstrução brônquica. TÉCNICAS: ● Drenagem postural: Tem como finalidade deslocar o excesso de secreção broncopulmonar em direção aos hilos pulmonares para então ser expelida dos pulmões utilizando para isso, a força da gravidade através do posicionamento do corpo a seu favor. ● Drenagem autógena: É uma técnica de higiene brônquica ativa utilizando inspirações e expirações lentas e controladas pelo paciente respirando em diferentes volumes pulmonares. Inicia-se no volume de reserva expiratório (VRE), para mobilizar as secreções distais, e depois, progressivamente, no volume de reserva inspiratório (VRI), para eliminação proximal. É aplicada em três fases: • Descolamento: consiste em respirações de baixo volume pulmonar, com a finalidade de mobilizar as secreções das vias aéreas distais. • Coletar: expiração dinâmica, a pequeno e médio volume, o muco é coletado para as vias aéreas de médio calibre. • Eliminar: expiração de alto volume pulmonar e, ao final, huffing ou tosse para remover as secreções de vias aéreas centrais. ● Percussão e vibração: A percussão desloca as secreções retidas facilitando sua remoção através da tosse ou da aspiração. A vibração auxilia na movimentação das secreções em direção às vias aéreas centrais durante a expiração. A percussão possui várias modalidades que são a tapotagem, a percussão cubital, punho-percussão ou digito percussão, esta realizada com as pontas dos dedos nas crianças. Ela deve ser realizada com as mãos em concha e com os dedos e o polegar fechados. A vibração é realizada com as mãos espalmadas, acopladas no tórax do paciente fazendo movimentos vibratórios durante a expiração exercendo uma pressão discreta. ● Tosse induzida: pressionar com os dedos a região superior da traquéia (tiquetraqueal). Podem ser estimulados também a cavidade nasal, no palato da boca ou na epiglote com o auxílio de um cotonete ou espátula. ● Tosse dirigida: O paciente deve ser posicionado preferencialmente sentado com os pés apoiados, o tronco e a cabeça levemente fletidos e os braços relaxados. O fisioterapeuta deve instruir o paciente a inspirar de forma lenta e profunda pelo nariz, utilizando o padrão diafragmático. Em seguida, o paciente deve pressionar contra a glote de maneira semelhante à Manobra de Valsalva e em seguida tossir. ● Expiração forçada ou Huff: Consiste de um ou dois huffs, expirações forçadas, de volume pulmonar médio a baixo, seguidas de um período de respiração diafragmatica controlada e relaxada. As secreções brônquicas mobilizadas para as vias aéreas superiores são, então, expectoradas, e o processo é repetido até que se obtenha limpeza brônquica máxima. ● Os aparelhos portáteis: Flutter: (modelo internacional) É um aparelho em forma de cachimbo que gera pressão positiva expiratória rítmica nas vias aéreas associada a oscilações de fluxo de alta frequência, usado para auxiliar a eliminação de secreção. (Obs - mesma coisa do shaker) Shaker: (modelo nacional) (Obs - mesma coisa do flutter). Acapella: é um dispositivo que combina oscilação de alta frequência de fluxo aéreo e pressão expiratória positiva (PEP) de modo uníficado para mobilizar secreções pulmonares. o paciente deverá sempre inspirar e expirar pela boca através do dispositivo Acapella. ● Aumento do Fluxo Expiratório: É definida como um movimento tóraco-abdominal sincrônico, provocado pelas mãos do fisioterapeuta na expiração. A manobra tem seu início após o platô inspiratório, não sobrepujando os limites expiratórios da criança. ● Ginga Torácica: Este manuseio mobiliza seletivamente as costelas, de modo a alternar os hemitórax, com uma suave compressão expiratória e direcionamento do movimento costal. Os movimentos podem ser nos sentidos ântero-posterior, transverso ou oblíquo. As mãos do terapeuta envolvem o gradil costal, de forma que os polegares se encontram na região ântero-medial do tórax, podendo manuseá-lo de modo ascendente. ● Expiração Lenta Total com a Glote Aberta – ELTGOL: o paciente deverá deitar em decúbito lateral, o pulmão a ser tratado deve ficar em contato com a maca, e efetuar expirações lentas com a glote aberta (utilizando um bocal), iniciando da capacidade residual funcional (CRF) até o volume residual (VR). Durante a execução da manobra, o fisioterapeuta deverá colocar uma das mãos na porção infralateral do abdome e a oura na porção supralateral do tórax. Na expiração, o terapeuta deve aproximar suas mãos, ocasionando uma espécie de “torção” no tronco do paciente. A glote deve manter-se aberta para que o terapeuta possa escutar o descolamento e o deslocamento das secreções. ● Ciclo ativo da respiração (CAR): Consiste de 3 etapas: controle respiratório (exercício diafragmático), expansão pulmonar e TEF, podendo as manobras de expansão pulmonar entrar ou não acompanhadas de manobras desobstrutivas manuais (vibração, percussão e compressão). A técnica deve ser realizada com o paciente sentado em uma postura de drenagem e, para pessoas com volume médio de secreções, deve-se permanecer por 10 minutos nessa posição, e assim continuar a técnica. Os ciclos devem parar quando a remoção de secreção for alcançada ou se o paciente cansar. ● Aerossolterapia: o paciente deve respirar calmamente e profundamente, inspirando pelo nariz e expirando pela boca. (Obs: uso da máscara) ● Aspiração: A aspiração traqueal é realizada por meio de uma sonda, ligada a um aparelho de sucção, que é introduzido no paciente pela boca e narinas, ou na traqueia e brônquios, caso o paciente esteja entubado ou traqueostomizado. REEXPANSÃO: todas as manobras na inspiração). Conceito: A terapia de expansão pulmonar inclui uma variedade de técnicas respiratórias destinadas a corrigir ou prevenir a atelectasia, a unidade shunt e a hipoxemia. TÉCNICAS: ● Aparelhos portáteis: ○ Threshold: consiste em fazer o paciente realizar, através de incentivadores uma inspiração máxima sustentada que consiste em uma inspiração profunda e lenta da capacidade residual funcional (CRF) até a capacidade pulmonar total (CPT), seguida por uma sustenta. (inspiração máxima sustentada). ○ Powerbreathe: consiste em fazer o paciente realizar, através de incentivadores uma inspiração máxima sustentada que consiste em uma inspiração profunda e lenta da capacidade residual funcional (CRF) até a capacidade pulmonar total (CPT), seguida por uma sustenta. (inspiração máxima sustentada). ○ Valdyne: Sistema de pistão em que um êmbolo ou disco deve ser elevado até atingir a capacidade inspiratória máxima ou nível predeterminado. (Inspirômetros a volume). ○ Respiron ou Triflo: Uma ou mais câmeras plásticas que abrigam esferas semelhantes a bolas de pingue-pongue que se elevam em fluxos inspiratórios altos promovendo um incentivo visual ao paciente. (Inspirômetros a fluxo). ● Padrões: ○ Inspiração profunda: A técnica consiste em colocar as mãos na região abdominal, aplicando uma leve compressão, e então deve-se realizar uma profunda inspiração verificando o deslocamento anterior da região abdominal, a expiração pela boca suavemente. (Obs: Só pode ser utilizada em pacientes estáveis e cooperativos, assim como os outros padrões ventilatórios). ○ Inspiração fracionada ou em tempos: O paciente deve realizar uma inspiração suave e curta, por via nasal, interrompendo-apor curtos períodos de apnéia pós-inspiratória e programada para 2, 3, 4 ou 6 tempos repetitivos de acordo com as condições de mobilidade torácica do paciente e sua familiarização com a técnica. A expiração é oral e pode ser realizada até o repouso expiratório ou volume residual expiratório médio. ○ Soluços inspiratórios: Consiste em realizar várias inspirações curtas e sucessivas sem apnéia pós-inspiratória até atingir a capacidade pulmonar total (CPT) sendo a última inspiração efetuada por via oral. A expiração deverá ser suave e também por via oral. ○ Padrão ventilatório com apnéia máxima pós-inspiratória: Consiste em realizar uma apnéia de 3 a 10 segundos após atingir a capacidade inspiratória máxima através de uma inspiração nasal, lenta, suave e uniforme. A posição ideal para realizar este padrão é a sentada pois um maior volume corrente é movimentado. ○ Expiração abreviada: Consiste em realizar ciclos intermitentes de inspiração profunda nasal, intercalados com pequenas expirações, sendo que no terceiro ciclo expira completamente. ● Reexpansão com pressão positiva: ○ PEEP é definida a pressão nos pulmões (pressão alveolar) no final de cada respiração (expiração). ○ EPAP artesanal: Segurar o EPAP com as mãos e colocar a mangueira na boca. Certificar que a extremidade da mangueira esteja submersa. Iniciar o exercício realizando uma expiração profunda pelo nariz (semelhante à respiração diafragmática), e, em seguida, expire pela boca através da mangueira até esvaziar o pulmão. Observar as bolhas que serão formadas na água. Realizar de 2 a 3 séries de 10 vezes, cada. ○ CPAP: Técnica que promove a manutenção de uma Pressão Positiva Nas Vias Aéreas tanto na Inspiração quanto na Expiração. ● Manobras: ○ Manobra de pressão negativa / compressão descompressão: Fundamenta-se em pressionar manualmente a região torácica correspondente à região pulmonar comprometida durante a fase expiratória que deve ser forçada e longa. Em seguida, em pedir que o paciente realize uma inspiração profunda quando inicialmente encontrará a resistência promovida pelo fisioterapeuta que, no mesmo momento, retira a compressão bruscamente. ○ Bloqueio torácico: É a aplicação de uma força através das mãos do fisioterapeuta no final da expiração, em um dos hemitórax do paciente, fazendo com que o volume de ar colocados nas vias aéreas do paciente ocupe principalmente o hemitórax contralateral ao bloqueio, permitindo assim maior expansão deste. ○ TEMP: é a mobilização manual passiva da caixa torácica por compressão regional do tórax no final da fase expiratória (acompanhando o movimento de alça de balde das costelas inferiores). ● Padrão durante Broncoespasmo ou Ping-Pong: Consiste na realização de um padrão ventilatório de alta freqüência com relação Inspiração\Expiração de 1:1 tendo baixos volumes pulmonares com o objetivo de promover o esvaziamento pulmonar homogêneo, diminuir a capacidade residual funcional, diminuir o broncoespasmo e diminuir o trabalho ventilatório. DESINSUFLAÇÃO: ● Freno labial: Consiste em uma inspiração nasal seguida por uma expiração oral suave, realizando-se um retardo expiratório que pode ser obtido através dos dentes cerrados e lábios propulsados ou franzidos.
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