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Concreto Armado Prof.a M.a Rafaela de Oliveira Amaral Referências: Bastos, P. S. S. Apostila FLEXÃO NORMAL SIMPLES – VIGAS, Estruturas de Concreto I. Universidade Estadual Paulista. Bauru/SP. 2015. Moro, Claydson M. Apostila Estruturas de Concreto Armado 1 e 2. Dimensionamento e Detalhamento. Universidade Anhembi Morumbi. 2019. Vigas • A viga possui o comprimento longitudinal pelo menos três vezes maior que as dimensões da seção transversal. Neste elemento a flexão é preponderante. • Na flexão simples, a linha neutra cortará a seção transversal, então a viga de concreto terá um banzo comprimido e outro tracionado. Isso ocorre nos domínios 2, 3 e 4. • A ruína das vigas de concreto, caso ocorram, não pode apresentar ruptura frágil, não avisada. Ela deverá ser procedidas de avisos que permitam as necessárias providências emergenciais. • No domínio 4 as armaduras tracionadas não entram em escoamento, sendo que o estado limite último verifica-se pelo esmagamento do concreto comprimido, cuja ruptura ocorre de forma frágil. Então, deve ser evitado o domínio 4. Assim, na prática, as vigas serão dimensionadas sempre nos domínios 2 ou 3. • As armaduras serão colocadas nos banzos tracionados, de forma mais afastada possível da linha neutra. • Quando se necessita de vigas com armadura dupla, essa será disposta também no banzo comprimido, auxiliando o concreto a absorver esforços de compressão. Intervalo entre os domínios: • Domínio 2: 0 ≤ 𝑥 𝑑 ≤ 0,259 • Domínio 3: 0,259 ≤ 𝑥 𝑑 ≤ ቐ 0,772: CA25 0,628: CA50 0,585: CA60 • Domínio 4: ൡ 0,772: CA25 0,628: CA50 0,585: CA60 ≤ 𝑥 𝑑 ≤ 𝑑 • Domínio 4a: 𝑑 ≤ 𝑥 𝑑 ≤ ℎ Armaduras na viga: • Armadura longitudinal: resistir as tensões de tração provenientes da flexão. • Armadura transversal: resistir aos esforços cortantes. Vão efetivo: 𝑙𝑒𝑓 = 𝑙0 + 𝑎1 + 𝑎2 Com 𝑎1 ≤ ቊ 𝑡1/2 0,3ℎ e 𝑎2 ≤ ቊ 𝑡2/2 0,3ℎ No entanto, é usual adotar o vão teórico como sendo, simplesmente, a distância entre os eixos dos apoios. Este modelo acaba se tornando mais utilizados quando temos vigas engastadas em pilares parede, que possuem dimensões muito grandes. Pré-dimensionamento – Largura: Para que a viga fique embutida nas paredes de vedação (estética), a largura das vigas deve ser definida em função da espessura final da parede. 𝒃𝒘 ≥ 𝟏𝟐 cm. O limite de 12 cm para a largura pode ser reduzido, respeitando-se um mínimo absoluto de 10cm em casos excepcionais, sendo obrigatoriamente respeitadas as seguintes condições (item 13.2.2 da NBR6118, 2014): • alojamento das armaduras e suas interferências com as armaduras de outros elementos estruturais, respeitando os espaçamentos e coberturas estabelecidos nessa Norma; • lançamento e vibração do concreto de acordo com a NBR-14931/04 – Execução de Estruturas de Concreto - Procedimento. Sempre que possível, a largura das vigas deve ser adotada de maneira que elas fiquem embutidas nas paredes. Porém, nos casos de grandes vãos ou de tramos muito carregados, pode ser necessário adotar larguras maiores. Nesses casos, procura-se atenuar o impacto na arquitetura do edifício. Pré-dimensionamento – Altura: A altura deve ser suficiente para proporcionar resistência mecânica e baixa deformabilidade (flecha). Deve ser preferencialmente modulada de 5 em 5 cm, ou de 10 em 10 cm. A altura mínima indicada é de 25 cm. De forma grosseira, podemos estimar as alturas das vigas conforme a seguir: • tramos intermediários: ℎ = 𝑙0 12 • tramos extremos ou vigas bi-apoiadas: ℎ = 𝑙0 10 • balanços: ℎ = 𝑙0 10 As vigas não podem invadir os espaços de portas e de janelas. Considera-se a abertura de portas com 2,20m de altura. Cargas verticais: • Peso próprio: 𝑔0 = 𝑏𝑤. ℎ. 𝛾𝑐 (KN/m) • Paredes: 𝑔𝑝𝑎𝑟 = 𝑒. ℎ. 𝛾𝑎𝑙𝑣 (KN/m) • Lajes: reações. • Outras vigas: calcular os esforços e deslocamentos de todas as vigas por meio de uma grelha. • Armaduras Longitudinais Mínimas: 𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 𝜌𝑚𝑖𝑛. 𝑏𝑤. ℎ • Armaduras Longitudinais Máximas: 𝐴𝑠 + 𝐴′𝑠 < 4% 𝐴𝑐 calculada na região fora da zona de emendas, devendo ser garantidas as condições de ductilidade. Detalhamento dos elementos Lineares • Armaduras de pele: Segundo a NBR 6118, a armadura de pele (armadura lateral com CA-50 ou CA-60) deve ser colocada nas vigas com h > 60 cm, com espaçamento máximo de 20 cm e devidamente ancorada nos apoios, com área mínima em cada face da alma da viga igual a: 𝐴𝑠𝑝,𝑓𝑎𝑐𝑒 = 0,10%. 𝑏𝑤. ℎ Em vigas com altura a partir de 50 cm, para evitar o aparecimento de fissuras superficiais por retração nas faces laterais verticais e preocupações aos executores da obra, recomenda-se a aplicação de armadura de pele, com área mínima em cada face da alma da viga: 𝐴𝑠𝑝,𝑓𝑎𝑐𝑒 = 0,05%. 𝑏𝑤. ℎ • Espaçamento mínimo: Espaçamento livre horizontal mínimo entre as faces de duas barras da mesma camada: 𝑒ℎ,𝑚𝑖𝑛 ≥ ൞ 2 𝑐𝑚 𝜙𝑙 1,2 𝑑𝑚á𝑥,𝑎𝑔𝑟 Espaçamento livre vertical mínimo entre as faces de duas barras de camadas adjacentes: 𝑒𝑣,𝑚𝑖𝑛 ≥ ൞ 2 𝑐𝑚 𝜙𝑙 0,5 𝑑𝑚á𝑥,𝑎𝑔𝑟 𝑑𝑚á𝑥,𝑎𝑔𝑟= dimensão máxima característica do agregado graúdo utilizado no concreto (brita 1 𝑑𝑚á𝑥 = 19 mm e brita 2 𝑑𝑚á𝑥 = 25 mm) 𝜙𝑙 = diâmetro da barra, do feixe ou da luva. • Espaçamento horizontal: 𝑒ℎ = 𝑏𝑤 − [2. ∅𝑡 + 𝑐 + 𝑛. ∅] 𝑛 − 1 Onde 𝑛= número de barras de diâmetro ∅ ∅𝑡= diâmetro do estribo É necessário garantir a largura livre para a passagem do vibrador: • obrigatório para armadura inferiores com mais de 3 camadas; • para armaduras superiores, sempre deve ser previsto a passagem do vibrador. • os espaçamentos variam de acordo com o vibrador disponível em obra. (25mm a 63mm) Hipóteses básicas para o dimensionamento: Para o ELU: a) as seções transversais permanecem planas após a deformação (distribuição linear de deformações na seção); b) a deformação em cada barra de aço é a mesma do concreto no seu entorno. Essa propriedade ocorre desde que haja aderência entre o concreto e a barra de aço; c) no estado-limite último (ELU) despreza-se obrigatoriamente a resistência do concreto à tração; d) o ELU é caracterizado segundo os domínios de deformação; e) o alongamento máximo permitido ao longo da armadura de tração é de 10 ‰, a fim de prevenir deformações plásticas excessivas; f) a distribuição de tensões de compressão no concreto é feita de acordo com o diagrama tensão-deformação parábola-retângulo, com tensão máxima σcd de 0,85𝑓𝑐𝑑 . Esse diagrama pode ser substituído por um retangular, simplificado, com profundidade 𝑦 = 0,8𝑥. Diagramas 𝜎 × 𝜀 parábola-retângulo e retangular simplificado para distribuição de tensões de compressão no concreto, para concretos do Grupo I de resistência (𝑓𝑐𝑑 ≤ 50 MPa) As vigas devem ser projetadas à flexão simples nos domínios 2 ou 3, e não podem ser projetadas no domínio 4. Limites para a posição da linha neutra: • 𝑥/𝑑 ≤ 0,45 para concretos com 𝑓𝑐𝑘 ≤ 50 MPa • 𝑥/𝑑 ≤ 0,35 para concretos com 𝑓𝑐𝑘 > 50 MPa. Quanto menor for a relação x/d (x = posição da linha neutra, d = altura útil da viga), maior será a ductilidade. Dimensionamento para vigas retangulares com armadura simples (Flexão simples): • banzo tracionado: barras de aço (As) • região comprimida: cabe exclusivamente ao concreto equilibrar as resultantes de compressão (Rcc). Área da armadura: Para fck ≤ 50 MPa: Normalmente, utilizam-se as unidades kN e cm resultando Md em kN.cm/m, x em cm e AS em cm² / m. 1 MPa = 0,1 KN/cm2 Considerações sobre a escolha da Armadura: Para atender a área da armadura calculada, um ou mais diâmetros podem ser escolhidos, preferencialmente diâmetros próximos entre si. A área de aço escolhida deve atender ao valor calculado de 𝐴𝑠 , admitindo-se uma área de até 5% inferior à calculada. Quanto mais barras de menor diâmetro são utilizadas menor é a fissuração, por isso deve-se escolher barras de diâmetro menor, porém deve-se tomar cuidadopara não exagerar no diâmetro escolhido aumentado o trabalho de montagem da armadura. Por isso a escolha da combinação das barras para atender 𝐴𝑠 deve levar em consideração a fissura, facilidade de execução, porte da obra, número de camadas de barras, exequibilidade (largura da viga principalmente), entre outros. Quanto mais próximo estiver o centro de gravidade da armadura à borda tracionada, maior será a resistência da seção, por isso detalhamentos com uma única camada resultam seções mais resistentes que seções com duas ou mais camadas. Para vigas de construções de pequeno porte, o mais recomendado é usar barras de ∅ 10, ∅ 12,5 e ∅ 16 mm, que são mais fáceis de manusear. A distância das barras entre os ramos verticais do estribo deve proporcionar uma distância livre entre as barras suficiente para a passagem do concreto, para evitar o surgimento de nichos de concretagem, (‘bicheiras’) Além da armadura tracionada 𝐴𝑠, também são usadas barras ‘porta- estribos’, que são duas barras na borda comprimida da seção que servem para a amarração dos estribos da viga. Embora não sejam levadas em conta no cálculo, essas armaduras construtivas auxiliam na confecção e montagem das armaduras e colaboram com a resistência da peça. Exemplo 1. Calcular a armadura longitudinal 𝐴𝑠 de uma viga submetida à flexão simples, sendo dados: • ℎ = 50cm • 𝑏𝑤 = 20cm • 𝑑 = 47cm • 𝑐 =2,5 cm • 𝑀𝑘 = 10000 KNcm • 𝛾𝑐 = 1,4 e 𝛾𝑠 = 1,15 • Concreto C20 com brita 1 • Aço CA-50 • Estribo ∅𝑡 = 5mm Solução: Posição da linha neutra: 𝑥 = 1,25. 𝑑 1 − 1 − 𝑀𝑑 0,425.𝑏𝑤.𝑑 2.𝑓𝑐𝑑 𝑥 = 1,25 × 47 1 − 1 − 10000×1,4 0,425×20×47²× 2 1,4 = 18 cm 𝑥 𝑑 = 18 47 = 0,386 domínio 3 < 0,45 ok! Solução: Área de aço: 𝐴𝑠 = 𝑀𝑑 𝑓𝑦𝑑(𝑑−0,4𝑥) = 10000×1,4 50 1,15 (47−0,4×18) = 8,09 cm² 𝐴𝑠,𝑚𝑖𝑛 = 𝜌𝑚𝑖𝑛. 𝑏𝑤. ℎ = 0,15 100 20 × 50 = 1,5 cm² OK! 𝐴𝑠 + 𝐴′𝑠 < 4% 𝐴𝑐: 𝐴𝑠 < 0,04 × 20 × 50 = 40 cm² Opções de armadura para 𝐴𝑠 = 8,09 cm²: 16∅8 - 10∅10 - 7∅12,5 - 4∅16 Muitas barras dificulta na execução. Armadura de pele: 𝐴𝑠𝑝,𝑓𝑎𝑐𝑒 = 0,05%. 𝑏𝑤. ℎ = 0,05 100 × 20 × 50 = 0,5 cm² ⇒ 3∅5 Solução: Espaçamento: 𝑒ℎ,𝑚𝑖𝑛 ≥ ൞ 2 𝑐𝑚 𝜙𝑙 = 1,6 𝑐𝑚 1,2 𝑑𝑚á𝑥,𝑎𝑔𝑟 = 1,2 × 1,9 = 2,28 𝑐𝑚 ∴ 𝑒ℎ ≥ 2,28 cm 𝑒ℎ = 20−[2 0,5+2,5 +4×1,6] 4−1 = 2,53cm ok Conferindo a altura útil: 𝑎𝑐𝑔 = 𝑐 + ∅𝑡 + 𝑦𝑐𝑔 = 2,5 + 0,5 + 1,6 2 = 3,8 cm 𝑑 = 50 − 3,8 = 46,2 cm O valor inicial adotado foi 47 cm. Diferenças de até 2 cm podem ser desconsiderados em vigas de dimensões correntes. 2. Dada a seção retangular de uma viga, como mostrada na Figura, calcular qual é o momento fletor admissível (de serviço). São conhecidos: • ℎ = 50cm • 𝑏𝑤 = 20cm • 𝑑 = 46cm • 𝐴𝑠 = 8,00 cm² • C20 • CA-50 𝑅𝑐𝑑 = 0,68𝑏𝑤 ∙ 𝑥 ∙ 𝑓𝑐𝑑 𝑅𝑠𝑑 = 𝐴𝑠 ∙ 𝜎𝑠𝑑 Fazendo σ𝐹 = 0 : 0,68𝑥20 2 1,4 − 8 × 50 1,15 = 0 ∴ 𝑥 = 17,9 cm 𝑥 𝑑 = 17,9 46 = 0,389 domínio 3. ≤ 0,45 ok! Calculo do momento fletor característico que a seção pode resistir: 𝐴𝑠 = 𝑀𝑑 𝑓𝑦𝑑(𝑑−0,4𝑥) 8 = 𝑀𝑘∙1,4 50 1,15 (46−0,4×17,9) ∴ 𝑀𝑘 = 9650 KNcm Solução: Vigas retangulares com armadura dupla: A armadura deve ser calculada no domínio 2 ou 3. Se resultar o domínio 4, alguma alteração deve ser feita, a fim de diminuir a linha neutra (𝑥): • diminuir o valor do momento fletor solicitante (𝑀𝑑); • aumentar a largura ou a altura da viga (> 𝑑); • aumentar a resistência do concreto. Das alternativas listadas, de modo geral, a única que resulta exequível é o aumento da altura da seção. Diminuir a solicitação depende de outros fatores, como diminuir o carregamento, o vão, etc., o que geralmente é inviável. Aumentar a largura da seção também não é uma solução prática, pois normalmente as vigas são projetadas para ficarem completamente embutidas nas paredes. Não é usual também fazer os elementos estruturais de um mesmo pavimento com concretos de diferentes resistências. Resta ainda a solução de dimensionar a viga com armadura dupla, que é uma solução interessante porque possibilita resolver o problema sem se fazer alterações nos dados iniciais, como será mostrado em seguida. Para concretos 𝑓𝑐𝑘 ≤ 50 MPa: 𝛽𝑥 = 𝑥 𝑑 ≤ 0,45 Comportamento da viga: • Com o aumento do momento (𝑀𝑑 ↑), a linha neutra aumenta a profundidade ( 𝑥 ↑ ) e, consequentemente, a altura da região comprimida do concreto também aumenta. • Se a seção passar a trabalhar no domínio 4 o aço não entrará mais em escoamento (𝜀𝑠 < 𝜀𝑦𝑑). Nessa situação, a viga de concreto é dita de superarmada e o Estado Limite Último se dará por esmagamento do concreto comprimido, sem escoamento da armadura tracionada, ocorrendo o que se define como ruptura frágil em caso de colapso da viga. • Como deve-se evitar o dimensionamento dentro do domínio 4, dado à ruptura frágil, a linha neutra deverá subir até atingir o domínio 3 novamente. • Então o domínio 4 é evitado alterando-se a posição da linha neutra para o limite entre os domínios 3 e 4, ou seja, com a linha neutra passando por x3lim, no que resulta na máxima seção comprimida possível no domínio 3. • Para que seja possível manter o equilíbrio da seção nessa nova configuração, torna-se necessário a colocação de uma armadura (A's) na região comprimida de concreto, tendo-se assim uma viga com Armadura Dupla. Dimensionamento para armadura dupla: • banzo tracionado: barras de aço (As) • região comprimida: barras de aço (A’s) e concreto comprimido (Rcc). Para 𝑓𝑐𝑘 ≤ 50 MPa: 𝑅𝑐𝑑 = 0,68 𝑏𝑤 𝑥 𝑓𝑐𝑑 𝑅′𝑠𝑑 = 𝐴′𝑠 𝜎′𝑠𝑑 𝑅𝑠𝑑 = 𝐴𝑠 𝜎𝑠𝑑 Equações de equilíbrio: σ𝐹 = 0: 𝑅𝑐𝑑 + 𝑅′𝑠𝑑 = 𝑅𝑠𝑑 σ𝑀 = 0 Decompondo o momento fletor em duas parcelas: 𝑀𝑑1 = 0,68 𝑏𝑤 𝑥 𝑓𝑐𝑑 (𝑑 − 0,4𝑥) 𝑀𝑑2 = 𝑀𝑑 −𝑀𝑑1 Define-se 𝑥 = 0,45 𝑑, no limite de ductilidade. Área da armadura positiva: 𝑨𝒔 = 𝑨𝒔𝟏 + 𝑨𝒔𝟐 • 𝐴𝑠1 = 𝑀𝑑 1 𝑓𝑦𝑘 1,15 (𝑑−0,4𝑥) • 𝐴𝑠2 = 𝑀𝑑 2 𝑓𝑦𝑘 1,15 (𝑑−𝑑′) Área da armadura negativa: 𝑨’𝒔 • 𝐴′𝑠 = 𝑀𝑑 2 𝜎′𝑠(𝑑−𝑑′) Normalmente, utilizam-se as unidades kN e cm resultando Md em kN.cm/m, x em cm e AS em cm² / m. Exemplo 3. Dimensionar a armadura longitudinal de flexão para o momento fletor negativo no apoio intermediário de uma viga contínua, considerando os dados a seguir: • ℎ = 50cm • 𝑏𝑤 = 20cm • 𝑐 = 3 cm • 𝑀𝑘 = −15700 KNcm • 𝛾𝑐 = 1,4 e 𝛾𝑠 = 1,15 • Concreto C25 com brita 1 • Aço CA-50 • Estribo ∅𝑡 =6,3mm Solução: 𝑀𝑑 = 1,4 × 15700 = 21980 KNcm Adotando 𝑎𝑐𝑔 = 5 cm: 𝑑 = ℎ − 𝑎𝑐𝑔 = 50 − 5 = 45 cm Adotando d’=3 cm. 𝑥 = 1,25. 𝑑 1 − 1 − 𝑀𝑑 0,425.𝑏𝑤.𝑑 2.𝑓𝑐𝑑 𝑥 = 1,25.45 1 − 1 − 21980 0,425.20.45². 2,5 1,4 = 26,23 cm 𝑥 𝑑 = 26,23 45 = 0,58 > 0,45 logo armadura dupla! Solução: Nova posição da linha neutra: 𝑥 𝑑 = 0,45 ∴ 𝑥 = 0,45 × 45 = 20,25 cm 𝑀𝑑1 = 0,68 𝑏𝑤 𝑥 𝑓𝑐𝑑 𝑑 − 0,4𝑥 𝑀𝑑1 = 0,68 × 20 × 20,25 × 2,5 1,4 45 − 0,4 × 20,25 = 18146,893 KNcm 𝑀𝑑2 = 𝑀𝑑 −𝑀𝑑1 𝑀𝑑2 = 21980 − 18147 = 3833 KNcm Tensão na armadura comprimida: 𝜎′𝑠 = 𝜀′𝑠. 𝐸𝑠 = 0,0035(0,45𝑑−𝑑′) 0,45𝑑 21000 = 62,61 KN/cm² 62,61 > 50 1,15 a armadura está escoando, então usar 𝜎′𝑠 = 50 KN/cm² Solução: Área da armadura positiva: 𝐴𝑠 = 𝐴𝑠1+ 𝐴𝑠2 • 𝐴𝑠1 = 𝑀𝑑 1 𝑓𝑦𝑘 1,15 (𝑑−0,4𝑥) = 18147 50 1,15 (45−0,4×20,25) = 11,31 cm² • 𝐴𝑠2 = 𝑀𝑑 2 𝑓𝑦𝑘 1,15 (𝑑−𝑑′) = 3833 50 1,15 (45−3) = 2,10 cm² 𝐴𝑠 = 11,31 + 2,10 = 13,41 cm² (3∅20 + 2∅16 → 13,45 cm²) Área da armadura negativa: 𝐴’𝑠 • 𝐴′𝑠 = 𝑀𝑑 2 𝜎′𝑠(𝑑−𝑑′) = 3833 50 1,15 (45−3) = 2,10 cm² (2∅12,5 → 2,50 cm²) Armadura de pele: 𝐴𝑠𝑝,𝑓𝑎𝑐𝑒 = 0,05%. 𝑏𝑤. ℎ = 0,05 100 × 20 × 50 = 0,5 cm² ⇒ 3∅5 Solução: 𝑑′ = 𝑐 + ∅𝑡 + 𝐶𝐺 = 3 + 0,63 + 1,25 2 = 4,3 cm 𝑒ℎ ≥ ൞ 2 𝑐𝑚 𝜙𝑙 = 2 𝑐𝑚 1,2 𝑑𝑚á𝑥,𝑎𝑔𝑟 = 1,2 × 1,9 = 2,28 𝑐𝑚 𝑒𝑣 ≥ ൞ 2 𝑐𝑚 𝜙𝑙 = 2 𝑐𝑚 0,5 𝑑𝑚á𝑥,𝑎𝑔𝑟 = 0,5 × 1,9 = 1 𝑐𝑚 𝑒ℎ = 20−[2 3+0,63 +3×2] 2 = 3,37 > 2,3 cm ok! 𝑎𝑐𝑔 = 𝑐 + ∅𝑡 + 𝑦𝑐𝑔 = 3 + 0,63 + 3,15×1×3+2×(0,8+2+2)×2 3,15×3+2×2 = 5,76 cm 𝑦𝑐𝑔= σ𝐴. 𝑦 σ𝐴 Anexo: Equação da Flexão para armadura dupla Obrigada rdamaral@anhembi.br Faculdade de Engenhraia e Tecnologia
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