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Prática IV - Estudo de caso

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
GRADUAÇÃO DE DIREITO
Flávia Alessandra Barbosa Pires, Matrícula: 201803279982
Raphael Alex Ferreira, Matrícula: 201609063899
Tavany Correa, Matrícula: 201701098776
Tayná Iunes, Matrícula: 201708087631
Aline da Silva, Matrícula: 201703315707
ESTUDO DE CASO
PRÁTICA SIMULADA IV - ATIVIDADE COMPLEMENTAR DA AV1
Belém, 2020. 
ESTUDO DE CASO DIRIGIDO – PRÁTICA IV
Leia atentamente o caso concreto abaixo e responda, de forma fundamentada, o que lhe é perguntado: 
José Mário, domiciliado em Brasília, emprestou dinheiro para Marcos, que é domiciliado em Goiânia, a importância de R$200.000,00 (duzentos mil reais), representada por um contrato de empréstimo, estabelecendo o vencimento da dívida em um ano. Vencido o prazo estipulado, José Mário ajuizou ação de execução em face de Marcos na comarca de Brasília, com base no contrato escrito, assinado por duas testemunhas. A ação de execução está em curso perante a 1°Vara Cível sob o n° 01/2020. Foi penhorado veículo de Marcos, tendo o mesmo sido intimado da penhora há 5 dias. 
Marcos, diante da situação, procura você para que promova a sua defesa no processo de execução movido por José Mário. Na condição de advogado, responda fundamentadamente:
1)Qual a peça processual cabível para promover a defesa de Marcos?
Em conformidade com artigo 914 do NCPC, ação de defesa a ser proposta será embargos à execução, uma vez que é uma alternativa da parte executada para impugnar uma execução forçada, cabíveis apenas em execuções autônomas.
Os embargos à execução é um meio processual que o executado tem para apresentar sua defesa, nos casos de execução de titulo extrajudicial. Cabe ressaltar que os embargos não exigem garantia, ou seja, para apresentar a defesa o executado não precisa pagar a divida que esta sendo cobrada, principalmente na execução por quantia certa, sendo que este executado independente de garantia.
Ademais, os prazos para a contagem do embargo em regra deverá ser de 15 dias úteis contados a partir da juntada do mandado de citação, penhora ou avaliação nos autos, conforme as regra do art. 915 do NCPC. Nesse mesmo prazo em que o executado é citado, ele tem a opção de pagar a divida no prazo de 3 dias, pois se trata de processo de execução de titulo extra judicial ou parcelar a mesma, sendo que ao parcela ele esta assumindo que deve a quantia pedida e nesse caso já não apresentará a defesa pois esta assumindo a divida.
Por outro lado, nos embargos á execução, o executado poderá alegar se houve a inexequibilidade do titulo ou inexigibilidade da obrigação, assim como se o bem foi penhorado erroneamente, ou se teve excesso na execução, além da incompetência do juízo da execução.
Nestes termos a jurisprudência a seguir vem afirmando os expostos: 
AGRAVO DE INSTRUMENTO – EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL – EMBARGOS À EXECUÇÃO – Realizada a citação (nos autos da "execução por quantia certa", Processo número 1006104-55.2018.8.26.0100) mediante carta com aviso de recebimento – Embargante-Executada apresentou os embargos à execução (processo originário), sob o fundamento de que nula a citação, que necessária a devolução do prazo (para a apresentação dos embargos à execução) e que inexigível o débito – Decisão agravada reconheceu a nulidade da citação (ocorrida nos autos da execução) e considerou tempestiva a apresentação dos embargos à execução (em razão da declaração da nulidade daquela citação), mas não concedeu o efeito suspensivo (que visa à suspensão do curso da execução) – Em que pese a incorreção da citação, o recebimento dos embargos à execução supre a alegação de cerceamento de defesa (não evidenciado o prejuízo à Embargante-Executada) – Petição inicial dos embargos à execução é manifestação idônea (apta a controverter o crédito pretendido pela Embargada-Exequente) – Descabido o pedido devolução do prazo, para a apresentação de nova petição inicial dos embargos à execução – Ausente a garantia da execução – Incabível a concessão de efeito suspensivo aos embargos à execução (artigo 919, parágrafo único, do Código de Processo Civil) – RECURSO DA EMBARGANTE-EXECUTADA IMPROVIDO 
(TJSP;  Agravo de Instrumento 2216858-64.2018.8.26.0000; Relator (a): Flavio Abramovici; Órgão Julgador: 35ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 45ª Vara Cível; Data do Julgamento: 30/11/2018; Data de Registro: 30/11/2018)
2)Qual a natureza jurídica da respectiva peça?
Tem natureza jurídica de defesa, conforme entendimento doutrinário de Fredie Didier Jr e Cassio Scarpinella Bueno, dois grandes processualistas brasileiros. 
O embargo à execução não é apenas uma defesa, mas uma ação autônoma que tem por objetivo de impugnar a execução forçada, ou seja, é a defesa do devedor contra o crédito que está sendo discutido na execução. Sua natureza jurídica confere em ação de cognição incidental de carácter constitutivo. A cognição tem a ver com o conhecimento, a incidental depende da existência da execução para ter embargos à execução, já o constitutivo visa desconstituir relação jurídica líquida e certa retratada no título executivo.
3)De acordo com o caso concreto, qual o juízo competente para aprecia-la?
O Juízo competente territorial para apreciar a demanda será em Goiânia, uma vez que é o domicílio do executado, em consonância ao art. 781, I do NCPC. Em complemente, a Justiça Estadual Comum Cível, uma vez que não se encontra nos requisitos da Justiça especializada: Justiça Eleitoral, do Trabalho e Militar (da União e dos Estados), por tratar-se de competência residual. Há a exclusão também do Juizado Especial, uma vez que ultrapassa o valor máximo de 40 salários mínimos. 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. Execução de título extrajudicial. Pretensão ao cumprimento de obrigação de fazer, por não fazer transferência de veículo, decorrente de instrumento particular de partilha amigável. Contrato particular, não homologado perante o juízo que realizou o divórcio. Execução que poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante no título ou de situação dos bens a ele sujeitos. Inteligência do art. 781, inc. I do NCPC. CONFLITO PROCEDENTE. COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO. (TJSP; Conflito de competência 0010061-27.2017.8.26.0000; Relator (a): Alves Braga Junior; Órgão Julgador: Câmara Especial; Foro Regional I - Santana - 4ª Vara da Família e Sucessões; Data do Julgamento: 27/03/2017; Data de Registro: 29/03/2017).
4)De acordo com as informações do caso concreto, quais as matérias podem ser suscitadas em defesa do seu cliente?
Em seu art. 917, o CPC versa que: “nos embargos à execução, o executado poderá alegar: VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento”. 
Neste sentido, o embargante preliminarmente alegará a incompetência do Juízo, de acordo com o art. 781, I do CPC/2015, “781 - A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte: I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos”. Como verificamos nos julgados colacionados que seguem:
APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SOFTWARE. INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO. HIPOSSUFICIÊNCIA E ÓBICE DE ACESSO À JUSTIÇA NÃO CONFIGURADOS. PREVALÊNCIA DO FORO DE ELEIÇÃO. SÚMULA 335/STF. 1 - Conforme entendimento sufragado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, em se tratando de controvérsia para se definir se é válida a cláusula de eleição de foro inserta em contrato de natureza tipicamente empresarial, que envolve prestação de serviços, a desigualdade de natureza econômica ou financeira entre os litigantes não caracteriza hipossuficiência hábil a afastar, por si só, a cláusula de eleição de foro. De igual sorte, o obstáculo de acesso ao Poder Judiciário, apto a afastar a cláusula de eleição de foro, não pode ser presumido, devendo resultar de um quadro de vulnerabilidade que imponha flagrantes dificuldades de acesso à Justiça. 2 - No casoversado, o contrato de prestação de serviços de software fora livremente pactuado entre as partes, com previsão de foro de eleição, o qual, inclusive, é o de domicílio do réu (artigo 46 do CPC/15), assim, deve prevalecer, para o ajuizamento de demanda de execução do contrato, a competência do foro eleito pelas partes contratantes (Súmula 335, STF). 3 - Nesse contexto, impõe-se a reforma da sentença impugnada, de modo a acolher a preliminar de incompetência do Juízo de Itajá arguida nos embargos à execução e, por conseguinte, determinar a remessa dos autos ao Juízo de São Paulo (foro de eleição - art. 63 e 781, I, CPC/15), de acordo com a regra expressa no § 3º, do artigo 64, do CPC/15. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO ACOLHIDA. REMESSA AO JUÍZO DE SÃO PAULO (CAPITAL).
(TJ-GO - Apelação (CPC): 00795375220188090082, Relator: AMARAL WILSON DE OLIVEIRA, Data de Julgamento: 29/05/2019, 2ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ de 29/05/2019)
Embargos à execução – Execução fundada em duplicatas mercantis – Acolhida a preliminar de incompetência do juízo, suscitada pela agravada, e determinada a remessa dos autos ao foro da comarca de Curitiba/PR - Exequente, ora agravante, que optou por ajuizar a demanda no foro do domicílio da executada, ora agravada, em Sorocaba/SP – Admissibilidade - Aplicação do art. 781, I, do atual CPC – Foro de eleição – Irrelevância – Agravada, ademais, que não suportará prejuízo com o ajuizamento do feito no foro de seu próprio domicílio – Determinado o prosseguimento regular do processo no juízo de origem – Agravo provido. Recurso - Agravo de instrumento – Interposição de decisão interlocutória que acolheu a exceção de incompetência e ordenou a remessa dos autos ao foro da comarca de Curitiba/PR – Possibilidade de conhecimento do agravo - Taxatividade mitigada do art. 1.015 do atual CPC - - Decisão, afora isso, que determinou a remessa tanto dos embargos quanto da execução para o foro da comarca de Curitiba/PR, sendo cabível a oposição de agravo com base no parágrafo único do art. 1.015 do atual CPC - Rejeitada a preliminar de não conhecimento do agravo.
(TJ-SP - AI: 21467662720198260000 SP 2146766-27.2019.8.26.0000, Relator: José Marcos Marrone, Data de Julgamento: 23/10/2019, 23ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 25/10/2019)
Do mesmo modo, o embargante afirma que utiliza o carro para sustento da família, trabalhando como motorista dos aplicativos de transporte de passageiros em tempo integral, conforme dispõe o artigo 833, inciso V, do Código de Processo Civil que são absolutamente impenhoráveis: “os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado”.
Efeito suspensivo, conforme art. 919, § 1º do CPC. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo. § 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes. Caberá o efeito suspensivo, pois o prosseguimento da Execução poderá causar ao Embargante grave dano de difícil ou incerta reparação, uma vez que o embargante utiliza o veículo para trabalhar e dele tirar o sustento de sua família. 
Neste sentido, a jurisprudência vem corroborar os expostos, como segue:
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ 15ª CÂMARA CÍVEL Gabinete Desembargador Luiz Carlos Gabardo Recurso: 0009697-42.2018.8.16.0083 Classe Processual: Apelação Cível Apelante (s): DANIEL BLASIUS Apelado (s): COOPERATIVA DE CREDITO RURAL COM INTERACAO SOLIDARIA TRADIÇÃO - CRESOL TRADIÇÃO Juízo de origem: 2ª Vara Cível de Francisco Beltrão APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. MOTOCICLETA. UTILIZAÇÃO PARA O TRABALHO. COMPROVAÇÃO. IMPENHORABILIDADE. ART. 833, INCISO V, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. RECONHECIMENTO. SENTENÇA REFORMADA. 1. Comprovado que a motocicleta objeto de constrição é utilizada para venda de produtos agrícolas produzidos pelo devedor em regime de agricultura familiar, deve ser reconhecida sua impenhorabilidade, nos termos do art. 833, inciso V, do Código de Processo Civil. 2. Apelação cível conhecida e provida. (...) Em casos semelhantes, já decidiu esta Corte: “AGRAVO DE INSTRUMENTO – CUMPRIMENTO DE SENTENÇA – DECISÃO QUE REJEITA ARGUIÇÃO DE IMPENHORABILIDADE DE AUTOMÓVEL. MÉRITO: IMPENHORABILIDADE DOS INSTRUMENTOS DE TRABALHO – ART. 833, V DO CPC/15 – HIPÓTESE DE IMPENHORABILIDADE QUE RECAI TANTO SOBRE OS BENS NECESSÁRIOS COMO TAMBÉM SOBRE OS DE ÔNUS PROBATÓRIO DO EXECUTADO – (...) Em face do exposto, voto no sentido de conhecer do recurso de apelação interposto pelo embargante, e dar-lhe provimento, para reconhecer a impenhorabilidade daDaniel Blasius, motocicleta Honda/CG 150 Fan Esi, placas AVM-7150 e, de consequência, julgar procedentes os pedidos iniciais, com a atribuição do pagamento dos encargos sucumbenciais à embargada, mantidos os honorários advocatícios fixados na sentença (10% sobre o valor atualizado da causa). III – DISPOSITIVO ACORDAM os Excelentíssimos Senhores Desembargadores Integrantes da Décima Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso de apelação interposto pelo embargante, e dar-lheDaniel Blasius, provimento, para reconhecer a impenhorabilidade da motocicleta Honda/CG 150 Fan Esi, placas AVM-7150 e, de consequência, julgar procedentes os pedidos iniciais, com a atribuição do pagamento dos encargos sucumbenciais à embargada, mantidos os honorários advocatícios fixados na sentença (10% sobre o valor atualizado da causa). O julgamento foi presidido pelo (a) Desembargador Luiz Carlos Gabardo (relator), com voto, e dele participaram Desembargador Shiroshi Yendo e Desembargador Jucimar Novochadlo. 31 de julho de 2019 LUIZ CARLOS GABARDO Desembargador [1] Os embargos são opostos na execução NPU 0001378-18.2017.8.16.0052. (TJPR - 15ª C.Cível - 0009697-42.2018.8.16.0083 - Francisco Beltrão - Rel.: Desembargador Luiz Carlos Gabardo - J. 31.07.2019)
(TJ-PR - APL: 00096974220188160083 PR 0009697-42.2018.8.16.0083 (Acórdão), Relator: Desembargador Luiz Carlos Gabardo, Data de Julgamento: 31/07/2019, 15ª Câmara Cível, Data de Publicação: 01/08/2019)
AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO DE ALIMENTOS – PENHORA DO VEÍCULO DE MOTORISTA DE APLICATIVO – INADMISSIBILIDADE – Apesar de a dívida ter natureza alimentar, não se admite a penhora do veículo de motorista de aplicativo, por se tratar de bem essencial a sua profissão – Art. 833, V, do CPC – Caso em que a dívida não é de monta e o devedor fez proposta razoável para sua quitação em parcelas, afora a previsão legal que admite penhora de parte de seus rendimentos ou de valores de sua caderneta de poupança, conforme art. 833, §2º, do CPC – Princípio da efetivação máxima, com restrição mínima - Decisão reformada - DERAM PROVIMENTO AO RECURSO
(TJ-SP - AI: 21414252020198260000 SP 2141425-20.2019.8.26.0000, Relator: Alexandre Coelho, Data de Julgamento: 30/10/2019, 8ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 30/10/2019)
Não sendo de rol taxativo as alegações acima, temos outra alegação julgada mais recente, de carro utilizado para tratamento médico ser impenhorável. Esta que restou evidenciada a essencialidade da utilização do bem, como meio de transporte para fins de garantia da manutenção da subsistência do agravante, como segue:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE COBRANÇA. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. IMPUGNAÇÃO À PENHORA INCIDENTE SOBRE VEÍCULO. EXECUTADO PORTADOR DE DOENÇAS GRAVES (INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA, HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E TROMBOSE VENOSA PROFUNDA) E QUE SE UTILIZA DO BEM COMO MEIO DE TRANSPORTE A VIABILIZAR OS TRATAMENTOS NECESSÁRIOS À MANUTENÇÃO DE SUA SAÚDE. IMPRESCINDIBILIDADE DA UTILIZAÇÃO DO BEM QUE ADMITE O EXCEPCIONAL RECONHECIMENTO DE SUA IMPENHORABILIDADE, EM OBSERVÂNCIA AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. PRECEDENTESDO C. STJ E DESTE TRIBUNAL. CONSTRIÇÃO AFASTADA.
Em que pese o veículo em questão não se enquadrar ao rol de bens impenhoráveis, constante no artigo 833 do CPC, e, tampouco, se constitua em bem essencial ao exercício da profissão do agravante, conforme prevê o inciso V do referido dispositivo processual, a constrição incidente sobre ele deve ser afastada. Acontece que, através dos documentos de fls. 54/60, o agravante demonstrou a situação delicada de sua saúde, posto ter sido diagnosticado com Insuficiência Renal Crônica, Hipertensão Arterial Sistêmica e Trombose Venosa Profunda, além de fazer uso de bolsa de colostomia, bem como, também comprovou que a manutenção de sua saúde depende de acompanhamento médico regular, além de tratamentos específicos, realizados em hospitais e clínicas para realização de sessões de hemodiálise. Resta evidenciada, portanto, a essencialidade da utilização do bem, como meio de transporte para fins de garantia da manutenção da subsistência do agravante, a autorizar o reconhecimento excecional de sua impenhorabilidade. Agravo provido.
(TJ-SP - AI: 20435842520198260000 SP 2043584-25.2019.8.26.0000, Relator: Sandra Galhardo Esteves, Data de Julgamento: 07/11/2019, 12ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 08/11/2019)
De outro modo, caso o embargante ainda estivesse com o financiamento do veículo ativo, ou seja, pagando o bem, seria a impossibilidade de penhora de veículo alienado.
EMBARGOS DE TERCEIRO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. PENHORA SOBRE VEÍCULO ALIENADO FIDUCIARIAMENTE. REGISTRO PERANTE O DETRAN. DEVEDOR FIDUCIÁRIO. CESSÃO. O registro de veículo perante o DETRAN constitui presunção relativa de propriedade, admitindo prova em contrário. Jurisprudência pacífica do TJ/RS. Hipótese em que o registro do gravame de alienação fiduciária sobre o bem inviabilizou a formalização da transferência do veículo junto ao órgão de trânsito competente. Recurso provido.
(TJ-RS - AC: 70083810713 RS, Relator: Maria Isabel de Azevedo Souza, Data de Julgamento: 18/03/2020, Décima Nona Câmara Cível, Data de Publicação: 03/09/2020)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA. PENHORA SOBRE VEÍCULO ALIENADO FIDUCIARIAMENTE. A penhora dos direitos e ações do devedor sobre o veículo alienado fiduciariamente é cabível, resguardado o direito do credor fiduciário, em conformidade com o disposto no art. 655, XI, do CPC/73, atual art. 835, XIII (novo CPC). Assim, não há como autorizar a venda direta do veículo penhorado, porquanto o executado não é proprietário, mas sim possuidor. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO.
(TJ-RS - AI: 70084030535 RS, Relator: Heleno Tregnago Saraiva, Data de Julgamento: 19/06/2020, Décima Oitava Câmara Cível, Data de Publicação: 23/06/2020)

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