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Administração Financeira e Orçamentária I

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www.esab.edu.br
Administração 
Financeira e 
Orçamentária I
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
Administração 
Financeira e 
Orçamentária I
Vila Velha (ES)
2014
Escola Superior Aberta do Brasil
Diretor Geral 
Nildo Ferreira
Diretora Acadêmica
Beatriz Christo Gobbi
Coordenadora do Núcleo de Educação a Distância
Beatriz Christo Gobbi
Coordenadora do Curso de Administração EAD
Rosemary Riguetti
Coordenador do Curso de Pedagogia EAD
Claudio David Cari
Coordenador do Curso de Sistemas de Informação EAD
David Gomes Barboza
Produção do Material Didático-Pedagógico
Delinea Tecnologia Educacional / Escola Superior Aberta do Brasil
Diretoria Executiva
Charlie Anderson Olsen
Larissa Kleis Pereira
Margarete Lazzaris Kleis
Conteudista
Juliana Tatiane Vital
Coordenação de Projeto
Andreza Regina Lopes da Silva
Supervisão de conteúdo
Renata Oltramari
Liderança Técnica Design Gráfico
Fernando Andrade
Liderança Técnica Revisão Gramatical
Tiago Costa Pereira
Laís Gonçalves Natalino
Designer Educacional
Aline Batista
Revisão Gramatical
Paula Ribeiro
Designer Gráfico
Laura Rodrigues
Neri Gonçalves Ribeiro
Diagramação
Dilsonir José Martins Junior
Karina Silveira
Equipe Acadêmica da ESAB
Coordenadores dos Cursos
Docentes dos Cursos
Copyright © Todos os direitos desta obra são da Escola Superior Aberta do Brasil.
www.esab.edu.br
Av. Santa Leopoldina, nº 840
Coqueiral de Itaparica - Vila Velha, ES
CEP 29102-040
Apresentação
Caro estudante, 
Seja bem-vindo à disciplina de Administração Financeira e Orçamentária I.
O objetivo desta disciplina é lhe inserir no campo de estudos da Administração 
Financeira nas organizações e, para isso, iremos oferecer a base necessária para que 
você compreenda o importante papel do administrador no contexto econômico-
financeiro. Nesta disciplina, você utilizará os conhecimentos adquiridos na 
Contabilidade para analisar as empresas do ponto de vista financeiro, explorando 
indicadores econômicos que darão suporte para a realização de planejamento e 
controle das finanças de curto e de longo prazo. 
Para isso, utilizamos importantes autores da área financeira, como Gitman (2010), 
Groppelli e Nikbakht (2010), que destacam os principais conceitos e problemas 
envolvendo a Administração Financeira de curto e longo prazo. Ao tratar da análise 
das demonstrações financeiras, destacamos Camargo (2007) e Seleme (2010). Além 
disso, ao falar de planejamento e controle financeiro, utilizamos conceitos de Lunkes 
(2011) e a abordagem gerencial é conferida a Gitman e Madura (2003).
Assim, cada unidade foi preparada com o objetivo de criar um entendimento lógico 
a fim de facilitar o estudo da Administração Financeira e Orçamentária I. Para 
organizar a distribuição e facilitar a leitura, dividimos a disciplina em 48 unidades. 
As unidades, por sua vez, estão divididas em: Fundamentos das finanças (unidades 
1, 2 e 3), Demonstrações financeiras (unidades 4 e 5), Análise das demonstrações 
financeiras (unidades 6 a 10), gestão do capital de giro (unidades 11 a 21), 
Alavancagem Operacional (unidades 22 a 24), Política de dividendos (unidade 25), 
Orçamento empresarial (unidades 26 a 39) e Orçamento e análise de investimentos 
(unidades 40 a 48).
Preparamos para você este material didático com uma linguagem clara e objetiva: 
os assuntos são apresentados em uma ordem sequencial que possibilita um 
aprendizado eficiente. Para que você obtenha um bom rendimento em seus estudos, 
o convidamos a participar ativamente das atividades que programamos. Esperamos 
que você siga em busca desse conhecimento!
Objetivo
Conhecer e compreender o campo de atuação do administrador financeiro, os 
conceitos fundamentais da teoria das finanças e as técnicas e ferramentas básicas 
da gestão de ativos, passivos, administração de capital de giro e de orçamento 
empresarial.
Habilidades e competências
• Compreender o papel da Administração Financeira nas organizações empresariais. 
• Identificar os principais instrumentos de elaboração do planejamento e controle 
financeiro.
• Relacionar as principais interdependências entre a Administração Financeira e as 
demais áreas da empresa.
• Identificar os objetivos de curto e longo prazo da Administração Financeira em seu 
contexto.
• Analisar a situação econômico-financeira de uma empresa.
• Aplicar técnicas de planejamento e avaliação de investimento.
Ementa
Introdução aos conceitos da Administração Financeira. Os relatórios contábeis e a 
Administração Financeira e Orçamentária. Estudo dos índices financeiros. O capital 
de giro. Pontos de equilíbrio: contábil, financeiro e econômico. Relacionamento 
entre estoques e finanças. Orçamento e fluxo de caixa.
Sumário
1. Introdução à Administração Financeira ...........................................................................7
2. Objetivos e funções financeiras na empresa ..................................................................11
3. Risco e retorno ..............................................................................................................17
4. Revisitando o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício ..........21
5. Revisitando a Demonstração do Fluxo de Caixa e a Demonstração dos Lucros e Prejuízos 
acumulados ..................................................................................................................26
6. Análise das demonstrações financeiras .........................................................................32
7. Análise dos índices de liquidez e endividamento ..........................................................42
8. Os indicadores de rentabilidade ....................................................................................47
9. Indicadores de mercado ................................................................................................53
10. Problema resolvido .......................................................................................................58
11. Administração do capital de giro ...................................................................................67
12. Ciclo de conversão de caixa ...........................................................................................73
13. Problema resolvido .......................................................................................................79
14. Administração de contas a receber ................................................................................85
15. Problema resolvido .......................................................................................................90
16. Administração de estoques ...........................................................................................97
17. Problema resolvido .....................................................................................................102
18. Administração de recebimentos e pagamentos ...........................................................107
19. Administração do passivo circulante ...........................................................................112
20. Indicadores de atividade .............................................................................................118
21. Análise prática da gestão do capital de giro ................................................................122
22. Análise de custo volume e lucro ..................................................................................127
23. Alavancagem operacional ...........................................................................................132
24. Análise do Custo/Volume/Lucro e alavancagem operacional na prática ......................137
25. Política de dividendos .................................................................................................14326. Planejamento e controle financeiro ............................................................................147
27. Introdução ao orçamento ............................................................................................153
28. Estrutura e processo orçamentário ..............................................................................158
29. Orçamento de vendas .................................................................................................164
30. Orçamento de produção ..............................................................................................169
31. Problema resolvido .....................................................................................................176
32. Orçamento dos custos dos produtos ............................................................................182
33. Problema resolvido .....................................................................................................187
34. Orçamento das despesas de vendas e administrativas ................................................194
35. Orçamento de caixa ....................................................................................................199
36. Problema resolvido .....................................................................................................204
37. Projeção dos Demonstrativos Contábeis ......................................................................210
38. Exemplo de projeção das demonstrações financeiras ..................................................216
39. Outras formas orçamentárias ......................................................................................222
40. Orçamento de capital ..................................................................................................228
41. Fluxo de caixa relevante ..............................................................................................232
42. Investimento inicial ....................................................................................................237
43. Exercício resolvido .......................................................................................................242
44. Payback .......................................................................................................................248
45. Valor presente líquido .................................................................................................252
46. Taxa interna de retorno ...............................................................................................257
47. Análise prática das técnicas de avaliação de investimento ..........................................261
48. Orçamento de capital com risco ..................................................................................268
Glossário ............................................................................................................................274
Referências ........................................................................................................................280
www.esab.edu.br 7
1 Introdução à Administração Financeira
Objetivo
Compreender os principais conceitos das finanças empresariais.
Para ser um administrador financeiro é importante que você conheça 
os fundamentos das finanças das empresas. Nesta unidade, vamos 
abordar alguns conceitos financeiros do ambiente organizacional, bem 
como a sua importância no desenvolvimento empresarial e a sua relação 
com as demais áreas funcionais da empresa. Para isso, utilizaremos 
os fundamentos encontrados nos livros de Gitman (2010), Gitman e 
Madura (2003) e Groppelli e Nikbakht (2010). Vamos lá?
1.1 O que são finanças?
De uma forma ou outra, todos nós administramos recursos financeiros. 
Pode ser nas nossas finanças pessoais, planejando nossos gastos para 
que eles não ultrapassem nossos ganhos; pode ser na nossa casa, na qual 
a renda de todos os membros da família serve para cobrir as despesas 
domésticas; pode ser em organizações públicas, como no seu município, 
no seu estado ou no seu país – os gestores precisam arrecadar verbas 
junto aos contribuintes para pagar despesas públicas, como a limpeza e a 
conservação da cidade, e fazer investimentos em espaços públicos, como 
nas estradas e nas tecnologias implantadas. 
Também pode ser na administração das finanças de uma empresa, na 
qual os recursos financeiros têm um destaque ainda maior, porque se 
vende produtos, mercadorias ou presta-se serviços e é preciso arcar 
com todos os gastos despendidos dessas atividades (a matéria-prima, 
o salário dos funcionários, o aluguel, a compra de máquinas, móveis e 
equipamentos, entre inúmeros outros). Além do recebimento das vendas 
e do pagamento das dívidas, normalmente, nesse tipo de organização, 
espera-se um ganho ou um retorno financeiro. 
www.esab.edu.br 8
Nas palavras de Gitman, “[...] o termo finanças pode ser definido como 
‘a arte e a ciência de administrar o dinheiro’” (2010, p. 3, grifo do autor). 
Para Groppelli e Nikbakht (2010, p. 3), “[...] finanças são a aplicação 
de uma série de princípios econômicos e financeiros para maximizar a 
riqueza ou o valor total de um negócio.” 
Gitman (2010) diz que a Administração Financeira refere-se 
às atribuições dos administradores financeiros nas empresas. Os 
administradores financeiros são os responsáveis pela gestão dos 
negócios financeiros de organizações de vários tipos: organizações 
empresariais, públicas, não governamentais, com ou sem fins lucrativos. 
Todas elas precisam de gestão financeira para alcançar seus objetivos. 
Aqui trataremos de finanças de organizações empresariais.
Nas empresas, é isso que o administrador financeiro faz: administra o 
dinheiro da organização para aumentar a riqueza do negócio. Ele planeja 
e controla os recursos financeiros para assegurar que ela tenha capacidade 
de saldar suas obrigações em dia e gerar um retorno financeiro. A seguir, 
veremos a importância da Administração Financeira nas empresas.
1.2 A importância da Administração Financeira nas 
empresas
Um dos mais conhecidos motivos pelo qual as empresas não obtêm 
sucesso é a falta de planejamento e controle financeiro. Ter uma ideia clara 
do negócio, do mercado no qual se está inserido e um plano de controle 
financeiro poderia fazer com que inúmeras empresas obtivessem melhor 
desempenho nas suas atividades. A Administração Financeira influencia 
todo o processo pelo qual a organização produz e vende seus produtos ou 
presta seus serviços, uma vez que trata da captação e alocação dos recursos 
financeiros que dão fluxo às atividades operacionais.
Além disso, Gitman e Madura (2003) acrescentam que as 
decisões financeiras influenciam no valor da empresa, afetando, 
consequentemente, o quanto os investidores ganham com suas 
aplicações. Empresas com uma saúde financeira sólida são bem vistas no 
mercado, atraindo mais investidores e maiores quantidades de recursos. 
www.esab.edu.br 9
Groppelli e Nikbakht (2010) concordam quando dizem que um 
administrador emite sinais favoráveis aos investidores ao estabelecer um 
registro de demonstrativos financeiros seguros, mostrando retornos com 
um crescimento rápido e contínuo, com um nível mínimo de risco. 
Por que os sinais corretos são necessários? Porque são os acionistas 
(investidores) que determinam, fundamentalmente, o valor de mercado da 
empresa a partir dos preços das ações que ela emite. Se a empresa tiver um 
bom resultado e as pessoas acreditarem que tal resultado irá se manter, a 
valorização irá aumentar. Ao contrário, um mau resultado, com expectativas 
de retornos desfavoráveis e altos níveis de riscos, reduzirá o valor das ações.
Portanto, entender sobre finanças não apenas lhe prepara para a carreira 
de administradores financeiros, mas também lhes dá condiçõespara 
tomarem decisões como investidores. Independentemente de quanto 
você tem para investir, o conhecimento de finanças pode ajudá-lo a 
decidir em que tipo de investimento financeiro aplicar seu dinheiro, 
quanto deve ser investido e como os recursos devem ser distribuídos 
entre diferentes investimentos (GITMAN; MADURA, 2003).
Ou seja, o conhecimento da Administração Financeira faz com que 
possamos planejar e controlar nosso dinheiro para que ele tenha o 
melhor desempenho possível.
1.3 A relação da área financeira com outros 
subcampos da administração
A Administração Financeira relaciona-se com todas as áreas da 
organização. Fazendo uma analogia ao corpo humano, ela representa o 
coração da empresa; o coração tem a função de bombear o sangue para 
todo o corpo. Do modo similar, a Administração Financeira distribui os 
recursos financeiros em toda a organização, fazendo com que a atividade 
operacional aconteça. 
Com o marketing ela relaciona-se, principalmente, no preço de venda 
dos produtos, projeções de vendas e recebimentos dessas vendas. 
Qualquer ação da área de Recursos Humanos precisa ser representada 
www.esab.edu.br 10
em termos financeiros (pagamento de pessoal, benefícios concedidos, 
quantidade de pessoas que trabalham, treinamentos proporcionados). A 
Produção precisa realizar os orçamentos quanto ao custo da produção 
e o custo de cada produto. Além disso, o campo das finanças está 
intimamente relacionado com a Economia e a Contabilidade. 
Os administradores financeiros precisam entender o arcabouço da economia e 
estar alertas para as consequências de níveis variáveis de atividade econômica e de 
mudanças de política econômica. (GITMAN, 2010, p. 9) 
Taxas de juros, taxas de câmbio e toda a política econômica adotada pelo 
Estado influenciam as finanças das empresas.
Além da Economia, muitas vezes é difícil distinguir a Administração 
Financeira da Contabilidade. Elas estão intimamente relacionadas e, 
via de regra, se sobrepõem (GITMAN, 2010). As finanças utilizam 
os relatórios contábeis para tomar decisões e o contador conta com as 
informações do administrador financeiro para construir esses relatórios, 
como o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do 
Exercício, a Demonstração de Fluxo de Caixa, entre outras.
Estudo complementar
Caro estudante, o artigo intitulado “Recriando a 
função financeira no contexto da globalização” 
mostra a importância da gestão financeira no 
mundo globalizado. Acesse aqui. 
Vimos, nesta primeira unidade, que as finanças podem ser definidas 
como a arte e a ciência de administrar o dinheiro, utilizando uma série de 
princípios econômicos e relatórios contábeis para maximizar a riqueza ou 
o valor total de um negócio. O administrador financeiro emite, através dos 
resultados financeiros, sinais favoráveis ou desfavoráveis ao mercado, o que 
pode atrair ou repelir investidores. Esses sinais favoráveis também estão 
relacionados com o planejamento e o controle que esse administrador é 
capaz de elaborar. Na próxima unidade vamos estudar, com mais detalhes, 
qual a função financeira na empresa e seus principais objetivos.
www.esab.edu.br 11
2 Objetivos e funções financeiras na empresa
Objetivo
Descrever os objetivos e as funções da Administração Financeira nas 
organizações empresariais.
Depois de conhecer o conceito de finanças, a sua importância dentro das 
empresas e a sua relação com as demais áreas, agora vamos estudar qual a 
função da gestão financeira e quais os objetivos que ela busca alcançar. É 
importante destacar que a função financeira requer uma postura ética do 
seu gestor. Para isso, vamos nos embasar nas ideias de Gitman (2010) e 
Gitman e Madura (2003).
1.1 A função da Administração Financeira na empresa
De acordo com Gitmam e Madura (2003, p. 237, grifo do autor), 
[...] a atividade básica do gerente financeiro é tomar decisões de investimento 
e de financiamento. As decisões de investimento determinam a composição e o 
tipo de ativos mantidos pela empresa. As decisões de financiamento determinam a 
composição e o tipo de financiamento usado pela empresa. 
É possível relacionar as decisões de investimento e financiamento com o 
Balanço Patrimonial de uma empresa, conforme a Figura 1. Você viu o 
Balanço Patrimonial na disciplina de Contabilidade e vamos revê-lo na 
unidade 4.
Balanço Patrimonial
Ativos circulantes Passivos circulantes
Ativos permanentesD
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Recursos permanentes
Figura 1 – Decisões financeiras. 
Fonte: Elaborada pela autora (2013).
www.esab.edu.br 12
Como podemos observar, as decisões de investimento estão relacionadas 
à composição dos ativos da empresa: como será a aplicação desses 
recursos? Por exemplo: ao tomar esse tipo de decisão, o administrador 
financeiro pode optar entre comprar uma máquina nova ou investir em 
mais estoques. As decisões de financiamento estão relacionadas ao passivo 
e Patrimônio Líquido (PL) e dizem respeito às origens dos recursos da 
empresa: virá de capital próprio (capital dos sócios representado pelo 
Patrimônio Líquido) ou de dívidas (empréstimos, financiamentos). Tanto 
a decisão de investimento quanto a decisão de financiamento devem ser 
guiadas por um objetivo. 
Para sua reflexão
Você sabe qual o objetivo da Administração 
Financeira? Antes de seguir seus estudos, pare e 
reflita a respeito!
A resposta a essa reflexão forma parte de sua 
aprendizagem e é individual, não precisando ser 
comunicada ou enviada aos tutores. .
1.2 Qual o objetivo das finanças nas empresas?
É muito comum encontrar a gestão financeira da empresa feita por 
pessoas que não são necessariamente seus proprietários. Porém, as ações 
e decisões tomadas pelo administrador financeiro devem estar de acordo 
com os objetivos dos proprietários. Dessa forma, é importante pensar: 
quais os objetivos dos proprietários da empresa?
Maximizar os lucros
“Há quem acredite que o objetivo da empresa é sempre maximizar o 
lucro” (GITMAN, 2010, p. 12). Para isso, o administrador financeiro 
tomaria decisões de investimento e financiamento que contribuíssem 
para os lucros da empresa. “Dentre cada conjunto de alternativas 
considerado, o administrador financeiro escolheria o que devesse resultar 
em maior resultado monetário” (GITMAN, 2010, p. 12).
www.esab.edu.br 13
Porém, conforme o que você estudou na disciplina de Contabilidade, o 
lucro é visualizado a partir da Demonstração do Resultado do Exercício, 
feita pelo regime de competência. Esse regime reconhece as receitas, 
os custos e as despesas no momento da venda dos produtos, ou seja, 
não se preocupa com as entradas e saídas de caixa. Dessa forma, “[...] 
os lucros não resultam necessariamente em fluxos de caixa disponíveis 
para os acionistas” (GITMAN, 2010, p. 13). Quando as finanças têm 
como objetivo a maximização do lucro, elas ignoram os fluxos de caixa, 
apresentando o primeiro problema ao estabelecer esse objetivo como 
sendo o principal. 
Outro problema em relação ao objetivo da maximização do lucro é 
que ele também ignora o risco dos investimentos (GITMAN, 2010). 
Além disso, sabemos que a redução de custos e despesas, a curto prazo, 
aumenta o lucro da empresa, o que pode não estar de acordo com o que 
querem os proprietários. Por exemplo, ao cortar gastos com pesquisa e 
o desenvolvimento de novos produtos ou de novas tecnologias, a curto 
prazo, o administrador financeiro aumenta o lucro. Porém, a longo 
prazo, pode desvalorizar a empresa.
Dica
Qualquer redução de custos ou despesas aumenta 
o lucro, isso porque Receita - Custos - Despesas = 
Lucro. Dependendo do tipo de custo ou despesa, 
essa redução pode refletir no valor da empresa 
a longo prazo. Por exemplo: cortes em pesquisa 
e desenvolvimento, cortesde treinamento e 
desenvolvimento de funcionários, despesas 
com o marketing da empresa, entre outros, 
podem fazer com que a organização perca a sua 
competitividade.
www.esab.edu.br 14
Maximizar a riqueza do investidor!
Como você pode notar, o objetivo de maximizar o lucro pode gerar 
conflito de interesses entre o administrador financeiro e o proprietário. 
Dessa forma, conforme destaca Gitman (2010, p. 13), “[...] o objetivo 
da empresa e, portanto, de todos os seus administradores e funcionários, 
consiste em maximizar a riqueza dos proprietários em cujo nome é 
operada.”. A riqueza dos proprietários se mede pelo valor de mercado da 
empresa. Por exemplo, o valor de mercado das sociedades anônimas S/As 
é identificado pelo preço de suas ações. Quanto maior o valor da empresa, 
mais valerão suas ações no mercado! O valor da empresa reflete uma 
expectativa futura que o mercado tem dela, com base nos fluxos de caixa: 
seu momento de ocorrência, na sua magnitude e no risco dos retornos. 
“Embora a maximização da riqueza do acionista seja o principal objetivo, 
muitas empresas ampliam seu foco para que contemple outros grupos 
de interesses” (GITMAN, 2010, p. 13), além dos investidores. Essas 
partes interessadas são compostas por funcionários, clientes, fornecedores, 
credores e outros que têm ligação econômica direta com o negócio. 
Como a empresa influencia e é influenciada por esse conjunto de partes 
interessadas, é essencial que o administrador financeiro tenha uma postura 
ética e responsável frente aos negócios, tema que veremos a seguir.
1.3 O papel da ética empresarial
Conforme Gitman (2010, p. 15), “[...] ética empresarial se refere aos 
padrões de conduta ou julgamento moral aplicáveis a quem se dedica 
a atividades comerciais.” Nas finanças, a violação desses padrões pode 
assumir muitas formas: fraudes, projeções financeiras enganosas (para 
obtenção de financiamentos, por exemplo), corrupção, remuneração 
excessiva dos executivos e desvios de recursos, como podemos ver nos 
noticiários e jornais. 
www.esab.edu.br 15
Robert A. Cooke (1991 apud GITMAN, 2010, p. 15) recomenda que as 
perguntas a seguir sejam utilizadas para avaliar a viabilidade ética de um 
ato qualquer, inclusive um ato financeiro: 
• A ação é arbitrária ou caprichosa? Concentra-se injustamente em um indivíduo ou 
grupo?
• A ação viola os direitos morais ou legais de algum indivíduo ou grupo?
• A ação está de acordo com os padrões morais aceitos?
• Existem alternativas que tenderiam a causar menos danos efetivos e potenciais? 
Alguns atos podem ser legais do ponto de vista jurídico, porém, 
considerados antiéticos do ponto de vista dos valores humanos. Você, 
como administrador financeiro, investiria na qualidade de vida, na 
segurança e no bem-estar dos funcionários mesmo comprometendo 
os resultados financeiros? Esse também é um dos desafios que o gestor 
financeiro terá que encarar nas suas atividades, questões ambíguas que 
requerem reflexão e responsabilidade em relação a tomada de decisões.
www.esab.edu.br 16
Para sua reflexão
O objetivo da empresa e, consequentemente, 
do gestor financeiro, deveria estar voltado a 
maximizar a riqueza dos proprietários ou deveria 
atender a um objetivo que incorpora o bem-estar 
de toda a sociedade? Poderíamos aliar o bem-
estar da sociedade ao retorno financeiro?
A resposta a essa reflexão forma parte de sua 
aprendizagem e é individual, não precisando ser 
comunicada ou enviada aos tutores.
Nesta unidade, você conheceu algumas funções do administrador 
financeiro, bem como as principais decisões financeiras: as de 
investimento e as de financiamento. Essas decisões, no ambiente 
empresarial, envolvem duas variáveis bastante comuns: risco e retorno. 
Porém, o que isso significa? A resposta está na próxima unidade. 
www.esab.edu.br 17
3 Risco e retorno
Objetivo
Conhecer os conceitos de risco e retorno da análise financeira.
Na unidade 2 você viu que o administrador financeiro toma duas grandes 
decisões, a de investimento e a de financiamento, e que ambas envolvem 
tanto risco quanto retorno. Agora, vamos estudar o que isso significa 
em termos financeiros e, para tanto, teremos o auxilio do trabalho de 
Gitman (2010). Iniciaremos estudando a relação entre risco e retorno. 
Vamos lá?
3.1 Relação entre risco e retorno
Em todas as decisões financeiras, existe um binômio bastante conhecido: 
a relação entre o risco e o retorno dos investimentos. Primeiramente, 
vamos analisar o significado destes termos para a teoria financeira. 
Em sua acepção mais simples, risco é a chance de perda financeira. Ativos que 
apresentam maior chance de perda são considerados mais arriscados do que os 
que trazem uma chance menor. Em termos mais formais, risco é usado de forma 
intercambiável com incerteza em referência à variabilidade dos retornos associados a 
um determinado ativo. [...] Quanto mais próximo da certeza estiver o retorno de um 
ativo, menor sua variabilidade e, em consequência, menor seu risco. (GITMAN, 2010, 
p. 203, grifo do autor)
Alguns riscos afetam diretamente os administradores financeiros, assim 
como os investidores das empresas. O Quadro 1 descreve as fontes mais 
comuns de risco que afetam tanto as empresas quanto seus investidores. 
Vamos conferir:
www.esab.edu.br 18
Fonte de risco Descrição
Riscos específicos da empresa
Risco operacional
Possibilidade de que a empresa não seja capaz de cobrir seus custos 
operacionais. Seu nível é determinado pela estabilidade das receitas 
da empresa e pela estrutura de seus custos operacionais (fixos versus 
variáveis).
Risco financeiro
Possibilidade de que a empresa não seja capaz de fazer frente às suas 
obrigações financeiras. Seu nível é determinado pela previsibilidade dos 
fluxos de caixa operacionais da empresa e por suas obrigações financeiras 
de custos fixos.
Riscos específicos do acionista
Risco da taxa de 
juros
Possibilidade de que mudanças nas taxas de juros afetem negativamente 
o valor de um investimento. A maioria dos investimentos perde valor 
quando a taxa de juros aumenta e ganha valor quando a taxa cai.
Risco de liquidez
Possibilidade de que um investimento não possa ser facilmente liquidado 
a um preço razoável. A liquidez é afetada de modo significativo pela 
extensão e profundidade do mercado em que um investimento costuma 
ser negociado.
Risco de Mercado
Possibilidade de que um investimento caia devido a fatores de mercado 
que independem do investimento em si (como acontecimentos 
econômicos, políticos e sociais). De modo geral, quanto mais o valor de 
investimento reage ao mercado, maior o seu risco e, quanto menos reage, 
menor o risco.
Riscos da empresa e do acionista
Risco do evento
Possibilidade de que algum evento inteiramente imprevisto exerça 
efeito significativo sobre o valor de uma empresa ou de um investimento 
específico. Esses acontecimentos raros, como uma ordem governamental 
para a retirada do mercado de um medicamento popular, costumam 
afetar grupos pequenos de empresas ou investimentos.
Risco do câmbio
Exposição de fluxos de caixa esperados futuros a flutuações da taxa de 
câmbio. Quanto maior a chance de flutuações indesejadas da taxa de 
câmbio, maior o risco dos fluxos de caixa e, portanto, menor o valor da 
empresa e do investimento.
Risco de poder 
aquisitivo
Possibilidade de que uma mudança nos níveis de preços causada pela 
inflação ou deflação possa afetar negativamente os fluxos de caixa 
e o valor da empresa ou investimento. Normalmente, empresa ou 
investimentos cujos fluxos de caixa se movam de maneira semelhante 
aos níveis gerais de preços apresentam baixo risco de poder aquisitivo, 
enquanto aqueles cujos fluxos de caixa não acompanhem os níveis gerais 
de preços apresentam elevado risco de poder aquisitivo.
Risco tributárioPossibilidade de que sobrevenham mudanças desfavoráveis na legislação 
tributária. Empresas e investimentos cujo valor seja sensível a mudanças 
da legislação tributária são mais arriscados.
Quadro 1 – Principais fontes de risco que afetam os administradores financeiros e os acionistas.
Fonte: Gitman (2010, p. 204).
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Como você pode ter notado no Quadro 1, são inúmeros os riscos que 
uma organização empresarial acarreta. Muitas vezes, os riscos da empresa 
e do acionista se confundem, isso porque os interesses da empresa 
refletem o interesse dos acionistas. 
O risco tem relação bastante intima com o retorno de um investimento. 
“Retorno é o ganho ou prejuízo total que se tem com um investimento 
ao longo de um determinado período” (GITMAN, 2010, p. 204, 
grifo do autor). Quanto maior o risco de um investimento, maior a 
expectativa de retorno sobre ele. Por exemplo, ao investir na poupança, 
você corre baixíssimo risco ou quase nenhum. Dessa forma, o retorno 
desse tipo de investimento pode ser pouco significante. Veremos agora 
a diferença do risco quando falamos de um ativo individual ou na 
formação de uma carteira diversificada. 
3.2. Risco de um ativo individual
Você já deve ter ouvido falar que não se deve colocar todos os ovos em 
uma só cesta. Por que esse conselho é bastante difundido nas finanças? 
O risco de um investimento individual aumenta uma vez que a sua 
carteira de investimentos não está diversificada. Por exemplo, se você 
investe todas as suas finanças em uma única empresa, qualquer evento 
que interfira no desempenho desta faz com que seu investimento o 
acompanhe, para mais ou para menos. O risco deriva dessa amplitude 
encontrada entre ganhos exorbitantes ou perdas significativas. 
Para Gitman (2010), o risco de um ativo individual pode ser analisado 
pela:
• Análise de cenários - considera diversos cenários alternativos 
possíveis para obter um senso da variabilidade dos retornos;
• Distribuição de probabilidades - fornece uma visão mais quantitativa 
do risco de um ativo. A probabilidade de um dado resultado é a 
chance de que ele ocorra;
• Desvio-padrão - mede a dispersão do valor esperado; e
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• Coeficiente de variação - consiste em uma medida de dispersão 
relativa que é útil na comparação dos riscos de ativos com diferentes 
retornos esperados. 
Estudo complementar
Para conhecer mais sobre o fator risco, leia o 
texto “A gestão do risco em empreendimentos” 
de autoria de Paulo Yazigi Sabbag na Revista de 
Administração de Empresas da FGV, 
disponível aqui.
3.3 Risco de uma carteira
Ao contrário do investimento em um ativo individual, ao construir uma 
carteira de investimentos você distribui o risco dos seus ativos. Ou seja, 
perdas significativas em um item são compensadas pelos ganhos em 
outro – se um ativo tiver desempenho negativo, ela não representa todos 
os seus investimentos. 
Assim, ao diversificar a sua carteira de investimentos, o risco diminui 
pelo fato de que os ativos não são influenciados da mesma forma pelos 
eventos econômicos. 
Conforme Gitman (2010) “[...] o objetivo do administrador financeiro 
é criar uma carteira eficiente, que maximize o retorno para um dado 
nível de risco, ou minimize o risco para um dado nível de retorno” 
(GITMAN, 2010, p. 214, grifo do autor ).
O risco e o retorno esperados de uma empresa afetam diretamente o 
seu valor de mercado. Assim, cabe ao administrador financeiro avaliar 
cuidadosamente o risco e o retorno de suas decisões de investimento e 
financiamento para garantir que os retornos esperados justifiquem o nível 
de risco introduzido. O risco e o retorno podem ser medidos em termos 
de indicadores financeiros. Antes de conhecê-los, na unidade 4 vamos 
revisitar as principais demonstrações financeiras, de onde os indicadores 
são calculados.
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4
Revisitando o Balanço Patrimonial 
e a Demonstração do Resultado do 
Exercício
Objetivo
Revisar as demonstrações financeiras: Balanço Patrimonial e 
Demonstração do Resultado do Exercício.
Na unidade 3 você estudou sobre o risco e o retorno das decisões do 
administrador financeiro. Na presente unidade, através dos trabalhos de 
Camargo (2007) e Seleme (2010), você poderá visualizar estas decisões 
nas demonstrações financeiras. É muito importante entender a estrutura 
de tais demonstrações, para que adiante nós possamos analisá-las de uma 
forma bastante clara. 
4.1 A utilização das demonstrações financeiras para 
as finanças
Segundo Camargo (2007), as demonstrações financeiras são relatórios 
que contêm dados sobre o patrimônio de uma entidade e formam o seu 
sistema contábil. Esses dados servem de base para informar, a usuários 
internos e externos à organização, sobre a situação econômico-financeira 
da entidade. Servem, assim, como canais de informação, e devem 
subsidiar a tomada de decisão dos administradores financeiros. 
Você viu anteriormente que o administrador financeiro toma decisões 
de investimento e de financiamento com base no Balanço Patrimonial 
e decisões operacionais com base na Demonstração do Resultado do 
Exercício. A seguir vamos relembrar esses dois demonstrativos contábeis, 
tão importantes na atividade financeira da empresa.
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Saiba mais
No Art. 176 da Seção II da Lei 6.604/76 você 
encontrará as Demonstrações Financeiras 
obrigatórias para as Sociedades Anônimas 
brasileiras. Acesse aqui.
4.2 Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é um relatório que apresenta, de forma 
equilibrada, toda a estrutura de patrimônio de uma organização, sendo 
este composto por seus bens (representa tudo o que a empresa possui), 
direitos (tudo o que ela tem a receber), e obrigações (tudo o que ela deve) 
(CAMARGO, 2007).
O Balanço Patrimonial tem como objetivo apresentar um retrato 
financeiro da empresa em uma data específica: de um lado demonstra o 
que ela tem (ativo) e, por outro, o quanto ela deve (passivo). A diferença 
entre o ativo e o passivo resulta no Patrimônio Líquido ou na sua riqueza 
depois das dívidas. 
Segundo as alterações feitas pela Lei 11.638/07, o Balanço Patrimonial 
das empresas brasileiras passa a apresentar a seguinte estrutura:
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Balanço Patrimonial da empresa Sai de Baixo em 31 de agosto de 2013
Ativos Passivo e PL
Circulante Circulante
Disponível
Ativos que serão 
transformados em caixa no 
curto prazo.
Fornecedores
Dívidas com terceiros 
que serão pgas no 
curto prazo.
Duplicatas a receber Salários
Estoque
Impostos
Empréstimos
Não circulante Não circulante
Realizável a longo 
prazo
Ativos que serão 
transformados em caixa 
no longo prazo. Exemplo: 
empréstimos que a empresa 
concedeu as suas coligadas.
Exigível a longo 
prazo
Dívidas com terceiros 
que serão pagas no 
longo prazo.
Investimentos
Investimentos que não têm 
relação com a atividade da 
empresa. Exemplo: ações de 
outras companhias.
Patrimônio Líquido
Capital social
Recursos aplicados 
diretamente pelos 
proprietários da 
empresa.
Imobilizado
Investimentos relacionados 
diretamente com a atividade 
da empresa. Exemplo: 
máquinas e equipamentos.
Lucros 
acumulados
Recursos aplicados 
pelos proprietários na 
empresa por meio da 
geração de lucro.
Intangível
Seu objeto é incorpóreo. 
Exemplo: marcas e patentes.
Quadro 2 – Estrutura do Balanço Patrimonial.
Fonte: Adaptado de Camargo (2007). 
Para as finanças, as decisões de investimento do administrador financeiro 
podem ser visualizadas no ativo da empresa, sendo que o ativo 
representa as escolhas em relação à alocação dos recursos. As decisões 
de financiamento são visualizadas no lado dos passivos e o Patrimônio 
Líquido, que refletem as escolhas sobre a origem dos recursos.
Assim, o Balanço Patrimonial apresenta estesdois lados balanceados, ou 
seja, ativo = passivo + PL, isso porque os passivos e o PL dizem respeito 
às fontes de financiamento para os investimentos feitos no ativo. 
Veremos, a seguir, o demonstrativo financeiro que apresenta informações 
sobre o lucro ou o prejuízo da empresa.
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4.3 Demonstração do Resultado do Exercício
Enquanto o Balanço Patrimonial mostra a estrutura patrimonial de uma 
empresa, ou seja, o seu conjunto de bens e direitos e as suas obrigações, 
a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um método de 
apuração do resultado, ou seja, confere se a empresa apresentou lucro ou 
prejuízo ao final de um exercício social.
O Quadro 3 mostra a estrutura básica apresentada pela DRE:
Modelo
Demonstração do Resultado do Exercício
Receita bruta Valores
(–) Dedução da receita
= Receita líquida
(–) Custos das vendas
= Lucro bruto
(–) Despesas operacionais
= Lucro operacional
(–) Despesas não operacionais
+ Receitas não operacionais
= Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR)
(–) Provisão para Imposto de Renda
= Lucro depois do Imposto de Renda
Quadro 3 – Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício. 
Fonte: Seleme (2010, p. 149).
Perceba, a partir do Quadro 3, que a DRE, para apurar o lucro ou o 
prejuízo de um período, precisa deduzir das suas Receitas os custos e as 
despesas incorridos na atividade operacional. 
Nesse sentido, a DRE apresenta decisões operacionais realizadas pelo 
administrador financeiro como, por exemplo, o preço de venda (receita), 
os gastos na fabricação dos produtos (custo dos produtos vendidos), os 
gastos na administração da empresa, na venda dos produtos e os juros 
pagos pelos empréstimos (despesas operacionais).
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Outra decisão muito importante no ambiente financeiro diz respeito ao 
Lucro Líquido do Exercício: reter ou distribuir? Ao optar pela retenção, 
os lucros voltam ao Balanço Patrimonial como “Lucros acumulados” e 
representam uma fonte de financiamento para novos investimentos. Ao 
escolher pela distribuição, o administrador financeiro deve atentar-se aos 
saldos de caixa: há saldo disponível para o pagamento dos lucros? Ele 
nunca pode supor que a empresa, ao apresentar lucro, dispõe desse valor 
no caixa da empresa. 
Dessa forma, Hoji (2003 apud SELEME, 2010), apresenta uma síntese 
da relação entre as decisões financeiras e os relatórios contábeis. Veja o 
Quadro 4: 
Investimento Operações Financiamentos
Ativo Demonstração patrimonial Passivo
Ativo Circulante Receitas Passivo circulante
Ativo realizável a LP Custo de vendas Exigível a longo prazo
Ativo permanente Margem bruta Patrimônio líquido
Ativo total
Despesas operacionais
Passivo total
Lucro (prejuízo) operacional
Imposto de Renda
Lucro (prejuízo) líquido
Quadro 4 – Demonstrativos contábeis e decisões gerenciais. 
Fonte: Adaptado de Hoji (2003 apud SELEME, 2010). 
Note que as decisões de Investimento estão relacionadas ao ativo do 
Balanço Patrimonial, as decisões operacionais às informações da DRE e 
as decisões de financiamentos s do passivo do Balanço Patrimonial.
Viu como a Contabilidade e a Administração Financeira estão 
relacionadas? O administrador financeiro toma as suas decisões 
baseando-se nos relatórios emitidos pelo setor contábil e, na presente 
unidade, vimos essa relação bastante próxima das decisões financeiras 
com os dois principais relatórios contábeis. Na unidade 5 veremos outras 
duas importantes demonstrações: Demonstração do Fluxo de Caixa e 
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.
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5
Revisitando a Demonstração do 
Fluxo de Caixa e a Demonstração 
dos Lucros e Prejuízos acumulados
Objetivo
Revisar as demonstrações financeiras: Demonstração do Fluxo de 
Caixa e a Demonstração dos Lucros e Prejuízos acumulados.
Vamos continuar a revisar algumas demonstrações financeiras que são 
muito importantes na atividade da administração. Depois de revisitar 
o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício na 
unidade 4, agora vamos estudar a Demonstração do Fluxo de Caixa e a 
Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados. Tomamos como base 
os livros de Seleme (2010), Gitman e Madura (2003) e Camargo (2007). 
Você perceberá, ao longo da unidade, como é importante conhecer as 
demonstrações financeiras para ser um bom administrador! Iniciaremos 
os estudos com a Demonstração do Fluxo de Caixa. Vamos em frente?
5.1 Demonstração do Fluxo de Caixa
O Caixa representa a conta da empresa na qual são registrados os 
créditos e os débitos ou, de maneira mais usual, as entradas e as saídas 
de caixa. Seleme (2010, p. 170) define fluxo de caixa como um “[...] 
conjunto de movimentações de entradas e saídas de dinheiro de um 
período determinado, que ocorrem para possibilitar as operações, os 
investimentos e os financiamentos empresariais.” 
Para Gitman e Madura (2003), tal demonstração fornece uma visão 
esclarecedora dos fluxos de caixas operacionais, de investimento e de 
financiamento e reconcilia-os com as mudanças ocorridas na referida 
conta. Além disso, a demonstração do fluxo de caixa possibilita que o 
administrador visualize os saldos de caixa, podendo prever possível faltas 
de recursos para pagamentos futuros. 
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Como vimos, são três os tipos de fluxos de caixa: operacional, de 
investimento e de financiamento. No entanto, eles acabam formando um 
painel, no qual se interligam e formam o fluxo de caixa propriamente dito.
O fluxo de caixa de investimentos trata dos gastos da empresa para a 
aquisição de ativos fixos (máquinas, equipamentos, imóveis), bem como 
do valor recebido pela venda de algum deles (SELEME, 2010). Observe 
um exemplo de informações que são encontradas em um fluxo de caixa 
de investimentos na Tabela 1.
Tabela 1 – Fluxo de caixa de investimentos
Descrição 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês
Saldo inicial 0,00 $ (210.000,00) $ (345.000,00) $ (480.000,00) $ (615.000,00)
(+) Entradas
Total de 
entradas
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
(–) Saídas
Compra de 
veículo
$ 150.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00
Compra de 
equipamento
$ 60.000,00 $ 60.000,00 $ 60.000,00 $ 60.000,00 $ 60.000,00
Total de 
saídas
$ 210.000,00 $ 135.000,00 $ 135.000,00 $ 135.000,00 $ 60.000,00
Saldo final 
(Saldo inicial 
+ entradas 
– saídas)
$ 
(210.000,00)
$ (345.000,00) $ (480.000,00) $ (615.000,00) $ (675.000,00)
Fonte: Adaptado de Seleme (2010).
Como você pode notar, no fluxo de caixa apresentado na Tabela 1 não 
houve entradas (recebimento pela venda de algum ativo fixo), apenas 
saídas (aquisições de ativos fixos), as quais foram deduzidas do saldo 
inicial (que, no exemplo, era zero). Para encontrarmos o saldo final de 
caixa basta calcular :
Saldo Final de Caixa = Saldo Inicial + Entradas - Saídas
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Já no fluxo de caixa de financiamento, de acordo com Seleme (2010), 
estão as seguintes operações: entrada de capital próprio (dinheiro dos 
sócios e representado pelo Capital Social no Patrimônio Líquido), 
entrada de capital de terceiros (empréstimos e financiamentos), entrada 
de caixa decorrente das aplicações financeiras realizadas, saídas de caixa 
para pagamento dos empréstimos e juros neles incorridos, saídas de caixa 
para pagamento de dividendos aos sócios e saídas de caixa para devolução 
do capital aos sócios. Observe agora, na Tabela 2, um exemplo de um 
fluxo de caixa que contém as informações de investimentos da Tabela 1 
acrescentado de informações sobre financiamentos (em destaque). 
Tabela 2 – Fluxo de caixa de investimentos e financiamentos
Descrição 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês
Saldo inicial 0,00 $ 90.000,00 $ 30.000,00 $ 30.000,00 $ (90.000,00)
(+) Entradas
Capital dos 
sócios
$ 300.000,00
Empréstimos $ 75.000,00$ 75.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00
Total de entradas $ 300.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00
(–) Saídas
Compra de 
veículo
$ 150.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00
Compra de 
equipamento
$ 60.000,00 $ 60.000,00 $ 60.000,00 $ 60.000,00 $ 60.000,00
Total de saídas $ 210.000,00 $ 135.000,00 $ 135.000,00 $ 135.000,00 $ 60.000,00
Saldo final (Saldo 
inicial + entradas 
– saídas)
$ 90.000,00 $ 30.000,00 $ (30.000,00) $ (90.000,00) $ (75.000,00)
Fonte: Adaptado de Seleme (2010).
Observamos o retrato de uma situação financeira na qual as entradas 
advêm de capital próprio e de empréstimos e servem para cobrir os gastos 
advindos de compras, aqui representados pelos ativos fixos.
O fluxo de caixa operacional compreende, segundo Seleme (2010), 
as seguintes movimentações: saídas de caixa para aquisição de estoques, 
saídas de caixa para pagamento das despesas operacionais, saídas de 
caixa para pagamentos de impostos e entradas de caixa pelas receitas 
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das vendas. Por fim, observe um exemplo de informações de um 
fluxo de caixa de investimentos (vindos da Tabela 1), informações 
de financiamentos (vindos da Tabela 2), acrescido de informações 
operacionais na Tabela 3.
Tabela 3 – Fluxo de caixa de investimento, financiamento e operacional
Descrição 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês
Saldo inicial 0,00 $ 53.166,00 $ 44.832,00 $ 57.498,00 $ 83.664,00
(+) Entradas
Capital dos sócios $ 300.000,00
Empréstimos $ 75.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00
Vendas $ 90.000,00 $ 112.500,00 $ 135.000,00 $ 180.000,00
Total de entradas $ 300.000,00 $ 165.000,00 $ 187.500,00 $ 210.000,00 $ 155.000,00
(–) Saídas
Compra de veículo $ 150.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00
Compra de 
equipamento
$ 60.000,00 $ 60.000,00 $ 60.000,00 $ 60.000,00 $ 60.000,00
Aluguel $ 15.000,00 $ 15.000,00 $ 15.000,00 $ 15.000,00 $ 15.000,00
Luz $ 1.665,00 $ 1.665,00 $ 1.665,00 $ 1.665,00 $ 1.665,00
Água $ 369,00 $ 369,00 $ 369,00 $ 369,00 $ 369,00
Estoques $ 6.000,00 $ 7.500,00 $ 9.000,00 $ 18.000,00 $ 15.000,00
Mão de obra $ 13.800,00 $ 13.800,00 $ 13.800,00 $ 13.800,00 $ 13.800,00
Total de saídas $ 246.834,00 $ 173.334,00 $ 174.834,00 $ 183.834,00 $ 105.834,00
Saldo final (Saldo 
inicial + entradas 
– saídas)
$ 53.166,00 $ 44.832,00 $ 57.498,00 $ 83.664,00 $ 232.830,00
Fonte: Adaptado de Seleme (2010).
Você pode notar que na Tabela 3 estão presentes, além dos fluxos de 
caixa de investimento (aquisição de ativos fixos) e financiamentos (com 
capital próprio e de terceiros), as entradas e saídas operacionais. Note que 
os fluxos de caixa de investimento e financiamento vistos na Tabela 1 e 2 
estão destacados. As entradas operacionais são oriundas das vendas e as 
saídas operacionais são oriundas dos custos dos produtos e das despesas 
operacionais. 
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Depois de estudar a Demonstração do Fluxo de Caixa, importante na 
decisão sobre as entradas e as saídas de dinheiro na empresa, vamos agora 
relembrar a Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados. 
5.2 Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados
A Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados evidencia os saldos 
inicial e final da conta de Lucros e Prejuízos Acumulados do Balanço 
Patrimonial em um determinado período de tempo, bem como as 
variações que levaram a essa mudança de saldo (CAMARGO, 2007). 
Um exemplo dessa demonstração está contida na Tabela 4, referente ao 
ano encerrado em 31 de dezembro de 2012. Acompanhe:
Tabela 4 – Demonstração dos Lucros e Prejuízos acumulados
Demonstração dos Lucros e Prejuízos acumulados em 31 de dezembro de 2012
Saldo de lucros acumulados (1 de janeiro de 2012) R$ 1.012.000,00
Mais: Lucros líquidos após o imposto de renda (para 2012) R$ 231.000,00
Menos: Dividendos em dinheiro (pagos durante 2012) – R$ 108.000,00
Saldo dos lucros acumulados (31 de dezembro de 2012) R$ 1.135.000,00
Fonte: Adaptado de Gitman e Madura (2003). 
A demonstração indica que a empresa começou o ano de 2012 com 
R$ 1.012.000,00 em lucros acumulados e teve lucros líquidos, após o 
imposto de renda, de R$ 231.000,00, dos quais pagou um total de R$ 
108.000,00 em dividendos, resultando em lucros acumulados, no final 
do ano, de R$ 1.135.000,00. Assim, o aumento líquido para a empresa 
foi de R$ 123.000,00 durante 2012 (R$ 231.000,00 em lucros líquidos 
após o imposto de renda menos R$ 108.000,00 em dividendos).
Dica
Para uma revisão completa das Demonstrações 
Financeiras, revisite o material da disciplina de 
Contabilidade, que você estudou na unidade 1.
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Agora que você já fez uma revisão sobre as principais demonstrações 
financeiras – Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do 
Exercício, Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração dos 
Lucros e Prejuízos Acumulados – é hora de saber como o administrador 
financeiro utiliza essas demonstrações para a tomada de decisão. O 
primeiro passo é fazer uma análise desses demonstrativos, que você verá 
na unidade 6.
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6 Análise das demonstrações financeiras
Objetivo
Entender quem utiliza a análise das demonstrações financeiras das 
empresas.
Depois de revisitar as quatro principais demonstrações financeiras nas 
unidades 4 e 5, vamos estudar os aspectos que dizem respeito à sua 
análise. Para isso, iremos nos embasar nas ideias de Seleme (2010) e de 
Gitman (2010).
De acordo com Seleme (2010), a realização periódica de uma análise 
financeira é de extrema importância para os administradores que 
monitoram o desempenho financeiro e, normalmente, trabalham com 
metas financeiras, assim como é de grande valia e transparência para os 
proprietários, que analisam os retornos obtidos pelos seus investimentos. 
A seguir, vamos conhecer alguns aspectos da análise das demonstrações 
financeiras, qual a sua função e o seu objetivo. 
6.1 Aspectos básicos da análise das demonstrações 
financeiras
O uso da informação contábil tem como finalidade principal o controle 
e o planejamento financeiro. Seleme (2010) apresenta um quadro que 
compara essas finalidades nas duas funções administrativas.
www.esab.edu.br 33
Controle Planejamento
Como meio de comunicação Ter um objetivo
Como meio de motivação Analisar as alternativas
Como meio de verificação Verificar recursos disponíveis
Tomar decisões
Quadro 5 – Comparativo das finalidades do uso da informação contábil em uma organização.
Fonte: Seleme (2010, p. 136).
Conforme apresentado no Quadro 5, podemos utilizar a análise das 
demonstrações financeiras para comunicar a situação financeira da 
empresa, motivar funcionários, investidores e fornecedores no alcance 
de metas e verificar cumprimento de orçamentos, entre outras formas 
de comunicação. Além disso, embasa o administrador financeiro na sua 
função de planejamento, fornecendo objetivos financeiros concretos, 
como, o retorno esperado dos investimentos e alternativas de ação para 
concretizá-los, evidenciado em um plano financeiro que contenha os 
recursos disponíveis e a sua utilização eficiente.
Ao fazermos uma análise financeira de uma empresa buscamos, de acordo 
com Seleme (2010):
• uma visão geral da situação financeira da empresa;
• avaliar a evolução financeira da empresa no tempo; e
• informações que permitam algumas conclusões preliminares.
Os principais tipos de análise que podem ser realizados com base nos 
demonstrativos financeiros são: análise vertical e análise horizontal – que 
veremos a seguir – e análise por meio de indicadores, que será objeto de 
estudo nas unidades seguintes.
Análise vertical
A análise vertical oferece subsídios para a compreensão da estrutura geral da 
empresa. Esse tipo de análise pode ser empregado tanto para o balanço patrimonial 
como para o demonstrativo do resultado do exercício.(SELEME, 2010, p. 150)
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A análise vertical em um Balanço Patrimonial tem como objetivo avaliar 
como está a estrutura do ativo, do passivo e do Patrimônio Líquido. Para 
calcular o percentual de cada item do ativo e do passivo, devemos dividir 
cada um deles pelo ativo ou passivo total, respectivamente. 
Considere o seguinte Balanço Patrimonial da empresa Futura em 
31/12/2012, apresentado na Tabela 5:
Tabela 5 – Balanço Patrimonial da empresa Futura de 31/12/2012
Balanço Patrimonial da empresa Futura em 31/12/2012
Ativo circulante R$ 150.000,00 Passivo circulante R$ 80.000,00
Ativo realizável a LP R$ 40.000,00 Passivo exigível a LP R$ 120.000,00
Imobilizado R$ 1.200.000,00 Patrimônio Líquido R$ 1.190.000,00
Ativo total R$ 1.390.000,00 Passivo total R$ 1.390.000,00
Fonte: Elaborada pela autora (2013).
Em sua estrutura de ativos, a empresa Futura investe 10,79% dos seus 
recursos em ativo circulante. Ou seja, de todos os ativos investidos na 
empresa (R$ 1.390.000), 10,79% são aplicados no Ativo Circulante (R$ 
150.000,00). Calculamos essa relação da seguinte forma: 
Ativo circulante
Ativo total
=
150.000, 00
1.390.000, 00
= 0,1079 x 100 =10, 79% .
Além disso, 86,33% de todo o ativo investido na empresa (R$ 
1.390.000) encontra-se no imobilizado (R$ 1.200.000,00). Calculamos 
assim:
Imobilizado
Ativo total
=
1.200.000,00
1.390.000,00
= 0,8633 x 100 = 86,33% . 
A estrutura de financiamento da empresa é composta por 5,76% de 
dívidas de curto prazo, ou seja, de toda sua estrutura de financiamento, 
representada pelo Passivo Total (R$ 1.390.000,00), 5,76% advém das 
dívidas de curto prazo (R$ 80.000,00). A relação é feita da seguinte 
forma: 
Passivo Circulante
Passivo total
= 80.000, 00
1.390.000, 00
= 0, 0576 x 100 = 5, 76% .
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Temos também que 8,63% são dívidas de longo prazo, que calculamos 
fazendo a relação entre o Passivo exigível a longo prazo (R$ 120.000,00) 
e o Passivo total (R$ 1.390.000,00): 
Passivo exigível a LP
Passivo total
= 120.000,00
1.390.000,00
= 0,0863 x 100 = 8,63% . 
Já o Patrimônio Líquido (R$ 1.190.000,00) representa 85,61% do 
Passivo total (R$ 1.390.000,00), calculado da seguinte forma: 
Patrimômio Líquido
Passivo total
=1.190.000, 00
1.390.000, 00
= 0,8561x 100 = 85, 61% .
Na demonstração do resultado do exercício, a análise vertical permite 
identificar as principais fontes de resultado da empresa, bem como 
a relevância de cada um dos diversos elementos de componentes do 
resultado, como receita operacional, custo dos produtos vendidos, 
despesas etc. A análise vertical da demonstração é calculada pela divisão 
de cada item pelo valor da receita líquida (SELEME, 2010).
Tabela 6 – Demonstração do Resultado do Exercício da empresa Futura de 2012 
DRE da empresa Futura do ano de 2012
(+) Receita líquida R$ 500.000,00
(–) Custo dos produtos vendidos – R$ 300.000,00
(=) Lucro bruto R$ 200.000,00
(–) Despesas operacionais – R$ 100.000,00
(=) Lucro operacional R$ 100.000,00
(–) Provisão IR – R$ 27.000,00
(=) Lucro líquido do exercício R$ 73.000,00
Fonte: Elaborada pela autora (2013).
Na Tabela 6 podemos analisar, na DRE de 2012 da empresa Futura, que 
o Custo dos produtos vendidos (R$ 300.000,00) representa 60,00% 
da receita líquida (R$ 500.000,00). Podemos encontrar essa relação da 
seguinte forma: 
Custo dos produtos vendidos 300.000,00= 0,6000 100 60,00%
Receita líquida 500.000,00
= × = . 
Isso significa que, de toda a receita gerada pela empresa, representada 
pelas vendas, os custos dos produtos vendidos consomem 60% desta. 
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As despesas operacionais (R$ 100.000,00) consomem 20,00% 
da receita líquida (R$ 500.000,00), para calcular essa relação:
Despesas operacionais 100.000,00= 0,2000 100 20,00%
Receita líquida 500.000,00
= × = ). Ou seja, de 
toda a receita gerada pela empresa, as despesas com a administração, com 
vendas e despesas financeiras gastam 20% dela. 
Por fim, o Lucro Líquido do exercício (R$ 73.000,00) 
representa 14,60% da mesma receita (R$ 500.000,00). 
Para encontrarmos essa relação, devemos calcular: 
Lucro líquidodoexercício 73.000,00= 0,1460 100 14,60%
Receita líquida 500.000,00
= × = . Isso significa 
que de toda venda realizada nesta empresa, ou toda receita gerada, 
14,60% transforma-se em Lucro Líquido.
Análise horizontal
“O objetivo desse tipo de análise é avaliar a evolução dos itens das 
demonstrações contábeis [...]” (SELEME, 2010, p. 151), comparando 
um período ao outro. Por exemplo, considere as informações do Balanço 
Patrimonial da empresa Futura nos anos de 2011 e 2012:
Tabela 7 – Comparação do Balanço Patrimonial da empresa Futura (de 31/12/ 2011 e 2012)
BP Empresa Futura 31/12/2011 31/12/2012
Ativo circulante R$ 125.000,00 R$ 150.000,00
Ativo realizável a LP R$ 55.000,00 R$ 40.000,00
Imobilizado R$ 980.000,00 R$ 1.200.000,00
Ativo total R$ 1.160.000,00 R$ 1.390.000,00
Passivo circulante R$ 70.000,00 R$ 80.000,00
Passivo exigível a LP R$ 75.000,00 R$ 120.000,00
Patrimônio Líquido R$ 1.015.000,00 R$ 1.190.000,00
Passivo total R$ 1.160.000,00 R$ 1.390.000,00
Fonte: Elaborada pela autora (2013).
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Na Tabela 7 é possível verificar, pela análise horizontal (ao longo do 
tempo), que o ativo total teve um crescimento de 19,83% do ano de 
2011 para 2012, ou seja, passou de R$ 1.160.000,00 em 2011 para 
R$ 1.390.000,00 em 2012. O aumento de R$ 230.000,00 no ativo 
total (R$ 1.390.000,00 – R$ 1.160.000,00) representa um aumento de 
19,80%. Para encontrarmos essa porcentagem basta dividir o aumento 
(R$ 230.000,00) pelo ativo total inicial (R$ 1.160.000,00) e multiplicar 
por 100. Acompanhe: 230.000,00 100 19,83%
1.160.000,00
× = .
O ativo circulante, de um ano para o outro, cresceu 16,70%, ou seja, 
passou de R$ 125.000,00 em 2011 para R$ 150.000,00 em 2012. O 
aumento de R$ 25.000,00 no ativo circulante (R$ 150.000,00 – R$ 
125.000,00) representa um aumento de 20,00%. Para encontrarmos 
essa porcentagem basta dividir o aumento pelo ativo circulante inicial e 
multiplicar por 100. Acompanhe: 25.000,00 100 20,00%
125.000,00
× = .
O ativo realizável a longo prazo diminuiu 27,2%, ou seja, passou de 
R$ 55.000,00 para R$ 40.000,00. A diminuição de R$ 15.000,00 no 
ativo realizável a longo prazo (R$ 55.000,00 – R$ 40.000,00) representa 
um decréscimo de 27,27%. Para encontrarmos essa porcentagem 
basta dividir a diminuição pelo ativo realizável a longo prazo inicial e 
multiplicar por 100. Veja: 15.000,00 100 27,27%
55.000,00
× = .
O Patrimônio Líquido da empresa cresceu em 14,7%, passando de R$ 
1.015.000,00 para R$ 1.190.000,00. O aumento de R$ 175.000,00 no 
Patrimônio Líquido (R$ 1.190.000,00 – R$ 1.015.000,00) representa 
um aumento de 17,24%. Para encontrarmos essa porcentagem basta 
dividir o aumento pelo patrimônio líquido inicial e multiplicar por 100. 
Da seguinte forma: 175.000,00 100 17,24%
1.015.000,00
× = .
A análise vertical aplicada à DRE apresenta o mesmo princípio: 
comparar a evolução dos valores ao longo do tempo. Vejamos o exemplo 
da empresa Futura.
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Tabela 8 – Comparação da Demonstração do Resultado do Exercício da empresa Futura (2011 e 2012)
DRE da empresa Futura 2011 2012
(+) Receita líquida R$ 420.000,00 R$ 500.000,00
(–) Custo dos produtos vendidos – R$ 230.000,00 – R$ 300.000,00
(=) Lucro bruto R$ 190.000,00 R$ 200.000,00
(–) Despesas operacionais – R$ 80.000,00 – R$ 100.000,00
(=) Lucro operacional R$ 110.000,00 R$ 100.000,00
(–) Provisão IR – R$ 29.700,00 – R$ 27.000,00
(=) Lucro líquido do exercício R$ 80.300,00 R$ 73.000,00
Fonte: Elaborada pela autora (2013).
A receita líquida da empresa Futura aumentou entre os dois anos em 
19,05% (era de R$ 420.000,00 em 2011 epassou para R$ 500.000,00 
em 2012). O aumento de R$ 80.000,00 na receita líquida (R$ 
500.000,00 – R$ 420.000,00) representa um aumento de 19,05%. 
Para encontrarmos essa porcentagem basta dividir o aumento pela 
receita líquida inicial e multiplicar por 100. Da seguinte forma: 
80.000,00 100 19,05%
420.000,00
× = .
Porém, seus custos aumentaram em 30,44% (passou de R$ 230.000,00 
em 2011 para R$ 300.000,00 em 2012). O aumento de R$ 70.000,00 
no custo dos produtos vendidos (R$ 300.000,00 – R$ 230.000,00) 
representa um aumento de 30,44%. Para encontrarmos essa porcentagem 
basta dividir o aumento pelo custo do produto vendido inicial e 
multiplicar por 100. Acompanhe: 70.000,00 100 30,44%
230.000,00
× = .
As despesas aumentaram em 25% (eram de R$ 80.000 em 2011 e 
passaram para R$ 100.000,00 em 2012). O aumento de R$ 20.000,00 
nas despesas operacionais (R$ 100.000,00 – R$ 80.000,00) representa 
um aumento de 25%. Para encontrarmos essa porcentagem basta dividir 
o aumento pelas despesas operacionais iniciais e multiplicar por 100. Ou 
seja, 20.000,00 100 25,00%
80.000,00
× = .
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Isso pode explicar porque, apesar do aumento das receitas, o lucro do ano 
de 2012 é inferior a 2011 em 9,09% (de R$ 80.300,00 em 2011 para 
R$ 73.000,00 em 2012). A diminuição de R$ 7.300,00 no lucro (R$ 
80.300,00 – R$ 73.000,00) representa um decréscimo de 9,09%. Para 
encontrarmos essa porcentagem basta dividir a diminuição pelo lucro 
inicial e multiplicar por 100. Da seguinte forma: 7.300,00 100 9,09%
80.300,00
× = .
Além das análises vertical e horizontal, que você acabou de ver, é possível 
analisar as empresas através dos indicadores financeiros que serão 
apresentados nas unidades 7, 8 e 9. A seguir vamos conhecer quem e para 
que utiliza a análise das demonstrações financeiras.
6.2 Usuários da análise financeira
A análise extraída das demonstrações financeiras, conforme Gitman 
(2010), interessa aos proprietários, aos credores e aos administradores 
da empresa. Proprietários existentes e em potencial estão levam em 
consideração os níveis atuais e futuros de retorno e risco da empresa, 
que afetam diretamente o valor de mercado. Os credores se interessam, 
principalmente, pela liquidez de curto prazo da empresa e em sua 
capacidade de pagamentos de juros e amortizações dos empréstimos 
concedidos. Uma preocupação secundária dos credores é a lucratividade; 
eles querem garantias que o negócio é sólido financeiramente. Os 
administradores, assim como os proprietários, se debruçam sobre 
todos os aspectos da situação financeira da empresa e buscam produzir 
indicadores que sejam considerados favoráveis tanto pelos proprietários 
quanto pelos credores. Além disso, a administração utiliza a análise para 
monitorar o desempenho empresarial de um período para outro. 
Agora você já conhece alguns fundamentos da análise das demonstrações 
financeiras e retomou as análises vertical e horizontal. Nas próximas 
unidades vamos analisar as demonstrações financeiras com indicadores 
financeiros. Preparado? Vamos em frente!
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Fórum
Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de 
Aprendizagem da instituição e participe do nosso 
Fórum de discussão. Lá você poderá interagir com 
seus colegas e com seu tutor de forma a ampliar, 
por meio da interação, a construção do seu 
conhecimento. Vamos lá?
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Resumo
Nesta primeira etapa da disciplina conhecemos alguns conceitos 
principais da teoria financeira; o termo finanças pode ser definido 
como a arte ou a ciência de administrar o dinheiro (GITMAN, 2010). 
Essa atividade é essencial nas organizações empresariais que buscam 
um resultado positivo das suas atividades operacionais. Além disso, 
estabelecemos relações entre a Administração Financeira e as demais 
áreas funcionais da empresa, e pudemos conhecer algumas funções 
do administrador financeiro e as principais decisões tomadas por ele: 
decisões de investimento, financiamento e operacionais. Estudamos 
também que o principal objetivo da Administração Financeira nesse 
ambiente é maximizar a riqueza dos proprietários. Porém, fundamental 
foi discutir o papel ético requerido por essa atividade de gestão.
Um binômio muito importante nas finanças foi colocado na discussão 
sobre o risco e o retorno dos investimentos. Aprendemos que, quanto 
maior o risco que um investimento apresenta, mais altas são as 
expectativas de retorno sobre ele e vice-versa.
Revisitamos quatro importantes demonstrações financeiras: o 
Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, a 
Demonstração do Fluxo de Caixa e a Demonstração dos Lucros ou 
Prejuízos Acumulados, e estabelecemos uma relação entre as decisões 
financeiras e tais demonstrações.
Por fim, iniciamos o processo de análise das demonstrações financeiras. 
Conhecemos os principais interessados nessa análise (proprietários, 
credores e administradores) e pudemos fazer uma análise vertical e 
horizontal das demonstrações, apresentando proporções das contas e 
evolução ao longo do tempo.
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7 Análise dos índices de liquidez e endividamento
Objetivo
Analisar os indicadores de liquidez e endividamento.
Na unidade 6, você estudou sobre a análise das demonstrações 
financeiras e a sua importância. Nesta unidade vamos dar início à análise 
das demonstrações financeiras a partir de índices. Aqui, vamos estudar 
dois importantes indicadores de avaliação das empresas: o indicador 
de liquidez e o indicador de endividamento. Para isso, utilizaremos 
conceitos de Groppelli e Nikbakht (2010).
A análise de índices é um instrumento utilizado por administradores 
financeiros e investidores de empresas e auxilia na verificação do 
desempenho e crescimento da empresa ao longo do tempo. Além disso, 
conforme destacam Groppelli e Nikbakht (2010), ajuda a determinar se a 
empresa encontra-se em situação de insolvência. Ainda segundo os autores, 
se os índices não apontarem um bom desempenho financeiro, a empresa 
está sujeita a custos mais elevados de financiamentos, enquanto que bons 
índices muitas vezes significam que os investidores estarão dispostos a 
colocar recursos à disposição da empresa com custos mais razoáveis.
7.1 Indicadores de liquidez
O grau de liquidez de um investimento depende da capacidade com que 
ele é transformado em dinheiro sem incorrer em perdas significativas 
(GROPPELLI; NIKBAKHT, 2010). Ou seja, quanto maior for a 
capacidade de um ativo transformar-se em dinheiro, maior é sua 
liquidez. Por exemplo, quando você investe seu dinheiro na caderneta de 
poupança, este é considerado um investimento com alta liquidez. 
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Para Groppelli e Nikbakht (2010), a administração da liquidez consiste 
em equiparar os prazos das dívidas com os prazos com que os ativos 
serão transformados em caixa, a fim de evitar a insolvência. Dessa 
forma, a questão central que o indicador de liquidez ajuda a visualizar 
é: a empresa tem capacidade de gerar caixa suficiente para pagar seus 
fornecedores e credores? São os indicadores de liquidez que nos ajudam a 
responder a essa questão, pois eles testam o grau de solvência da empresa. 
Para isso, vamos conhecer dois indicadores de liquidez:
• Índice de Liquidez Corrente (ILC); e
• Índice de Liquidez Seca (ILS).
Os dois tipos de índices de liquidez levam em consideração as contas 
do Balanço Patrimonial: Ativo Circulante e Passivo Circulante. 
Lembrando que o Ativo Circulante é o investimento que irá se 
transformar em caixa no curto prazo. Alguns exemplos: disponíveis 
(caixa, bancos, aplicações financeiras de curto prazo), contas a receber 
e estoques. Já o Passivo Circulante são as dívidas com data de 
vencimento em até um ano. Exemplos: salários a pagar, fornecedores a 
pagar, impostos a pagar e empréstimos.
Vamos estudar detalhadamentecada um dos índices de liquidez. Vamos lá?
Índice de Liquidez Corrente (ILC)
Segundo Groppelli e Nikbakht (2010), o Índice de liquidez corrente é a 
relação entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante.
Ativo circulanteÍndice de Liquidez Corrente (ILC)= 
Passivo circulante
O resultado dessa equação é um número índice, que indica o quão 
solvente a empresa é em relação à sua capacidade de saldar suas dívidas.
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Exemplo 1:
Podemos dizer que uma empresa com R$ 20 milhões de ativos 
circulantes e R$ 10 milhões de passivos circulantes tem um índice de 
liquidez corrente de 2 vezes. 
R$20.000.000,00
ILC 2
R$10.000.000,00
= =
Isso significa dizer que a empresa em questão disponibiliza 2 vezes mais 
ativos circulantes do que passivos circulantes (dívidas). Ou seja, para cada 
R$ 1,00 de dívidas no Passivo Circulante, ela dispõe de R$ 2,00 para 
realização do pagamento.
No entanto, um alto índice de liquidez não significa necessariamente 
uma boa saúde financeira. Isso porque investimentos que apresentam 
alta liquidez normalmente são pouco rentáveis. Pense na sua poupança: 
esse tipo de investimento é altamente líquido, porém, pouco rentável. 
O mesmo pode ser aplicado ao ambiente empresarial. Na unidade 8 
falaremos sobre a rentabilidade. 
Índice de liquidez seca
O índice de liquidez seca também é um indicador que apresenta 
a situação financeira da empresa em relação às suas obrigações. 
Porém, nesse cálculo, desconsideramos os estoques constantes no 
Ativo Circulante. Diminuindo os ativos circulantes menos líquidos 
(representado pelos estoques) e concentrando-se em ativos mais 
facilmente conversíveis em caixa (disponíveis e contas a receber), o 
índice de liquidez seca determina se uma empresa pode cumprir com 
suas obrigações de curto prazo, se as vendas diminuírem drasticamente 
(GROPPELLI; NIKBAKHT, 2010).
Ativo circulante - EstoquesÍndice de Liquidez Seca (ILS) = 
Passivo circulante
O resultado dessa relação é em um número índice que indica o quão 
solvente a empresa é em relação à sua capacidade de saldar suas dívidas, 
caso não venda nenhum estoque.
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Exemplo 2:
No exemplo 1, os ativos circulantes somavam o montante de R$ 20 
milhões. Qual a consequência para a liquidez da empresa se R$ 5 
milhões estivessem comprometidos em estoques? Considerando ainda R$ 
10 milhões de passivos circulantes, o índice de liquidez seca indicaria o 
representado na fórmula a seguir:
R$20.000.000,00 R$ 5.000.000,00
ILS = 1,5
R$10.000.000,00
−
=
Ou seja, para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa 
disponibilizaria R$ 1,50 para pagamento. Ou, ainda, mesmo se nenhum 
estoque a mais fosse vendido, ainda assim a empresa apresentaria 
capacidade de saldar suas obrigações.
Conforme esses conceitos e exemplos, podemos concluir que um indicador 
de liquidez (corrente ou seca) menor que 1, indica que a empresa não 
possui capacidade para saldar com suas obrigações no curto prazo.
Depois de analisar a capacidade de pagamento das dívidas, o próximo 
índice a ser estudado é o indicador de endividamento. 
7.2 Indicadores de endividamento
O índice de endividamento apresenta o percentual dos ativos totais que 
é financiado através das dívidas (capital de terceiros) (GROPPELLI; 
NIKBAKHT, 2010). Quanto menor o índice de endividamento, menor 
é o montante de ativos comprometidos com dívidas de curto e de longo 
prazo. Sob um ponto de vista da capacidade de saldar as dívidas, isso 
confere à empresa uma maior segurança financeira.
Lembre-se que as dívidas da empresa podem ser visualizadas no Balanço 
Patrimonial nas contas Passivo Circulante (dívidas de curto prazo) e 
Passivo Exigível a Longo Prazo (dívidas de longo prazo).
Passivocirculante+PassivoExigível a LongoPrazo
Índice de Endividamento (IE)= 
Ativo total
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O resultado encontrado do índice de endividamento indica, em 
termos percentuais, a parte dos investimentos (ativo) que estão sendo 
financiados por meio das dívidas.
Exemplo 3: 
Se o Balanço Patrimonial de uma empresa mostrar dívidas de curto prazo 
de R$ 300.000,00, dívidas de longo prazo de R$ 700.000,00 e um ativo 
total no valor de R$ 5.000.000,00, então o índice de endividamento será 
o apresentado na fórmula a seguir.
R$ 300.000,00 R$ 700.000,00IE = 0,2 
R$ 5.000.000,00
ou 0,2 100%=20%
+
=
×
Para encontrar o valor em porcentagem, basta multiplicar o número índice 
encontrado por 100 – esse resultado indica que a empresa deve 20% dos 
seus ativos. Um índice alto pode comprometer a capacidade de pagamento 
das dívidas da empresa, porém, um baixo índice significa que a organização 
não utiliza o crédito disponível no mercado, o que pode gerar benefícios 
financeiros, como a alavancagem financeira. A alavancagem financeira é 
um conceito utilizado quando se toma recursos emprestados a custo baixo 
(juros baixos) e estes são aplicados na empresa. Se a organização for capaz 
de fazer tal recurso financeiro render mais que a taxa de juros paga por ele, 
diz-se que ela está alavancando financeiramente. 
Nesta unidade, você iniciou o processo de análise das demonstrações 
financeiras com dois indicadores: os de liquidez e os de endividamento. 
Na unidade 8 daremos continuidade ao estudo dos índices, analisando os 
indicadores de rentabilidade. 
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8 Os indicadores de rentabilidade
Objetivo
Analisar os indicadores de rentabilidade.
Na unidade 7 analisamos os indicadores de liquidez corrente, o índice 
de liquidez seco e o índice de endividamento. Nesta unidade, vamos 
conhecer três tipos de indicadores de rentabilidade: Retorno sobre o 
Ativo, Retorno sobre o Capital Próprio (ou Patrimônio Líquido) e a 
Margem de Lucro, utilizando conceitos de Gitman (2010).
Para uma melhor visualização dos cálculos de rentabilidade, vamos 
ilustrar com exemplos da empresa Bem Viver. A empresa Bem Viver 
apresenta um Balanço Patrimonial e uma Demonstração do Resultado do 
Exercício, conforme as Tabelas 9 e 10, respectivamente. 
Tabela 9 – Balanço Patrimonial da empresa Bem Viver em 01/01/2012
BP Empresa Bem Viver em 01/01/2012
Ativo circulante R$ 60,000.00 
Ativo realizável a longo prazo R$ 100,000.00 
Ativo imobilizado R$ 240,000.00 
Ativo total R$ 400,000.00 
Passivo circulante R$ 40,000.00 
Passivo exigível a longo prazo R$ 160,000.00 
Patrimônio Líquido R$ 200,000.00 
Passivo total R$ 400,000.00 
Fonte: Elaborada pela autora (2013).
A empresa Bem Viver possui um investimento total de R$ 400.000,00, 
distribuídos em Ativo Circulante, Ativo Realizável a Longo Prazo e 
Ativo Imobilizado. Esses investimentos são financiados pelo Patrimônio 
Líquido de R$ 200.000,00 e as dívidas (Passivo Circulante e Passivo 
Exigível a Longo Prazo).
www.esab.edu.br 48
Tabela 10 – Demonstração do Resultado do Exercício da empresa Bem Viver de 2012
DRE da empresa Bem Viver 2012
(+) Receita líquida
(-) Custo dos produtos vendidos
(=) Lucro bruto
(-) Despesas operacionais
(=) Lucro operacional
(-) Juros
(=) Lucro antes do Imposto de Renda
(-) Provisão IR (30%)
(=) Lucro líquido do exercício
R$
- R$
R$
- R$
R$
- R$
R$
- R$
R$
100,000.00 
45,000.00
55,000.00 
25,000.00
30,000.00
2,000.00
28,000.00 
8,400.00
47,600.00 
Fonte: Elaborada pela autora (2013). 
A empresa apresenta vendas de R$ 100.000,00 e um lucro de R$ 
19.600,00 no período.
Agora vamos conhecer os tipos de rentabilidade e aplicá-los na empresa 
Bem Viver. Vamos lá?
8.1 Retorno sobre o ativo
O Retorno Sobre o Ativo (RSA) – também chamado

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