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www.esab.edu.br Administração Financeira e Orçamentária I CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Administração Financeira e Orçamentária I Vila Velha (ES) 2014 Escola Superior Aberta do Brasil Diretor Geral Nildo Ferreira Diretora Acadêmica Beatriz Christo Gobbi Coordenadora do Núcleo de Educação a Distância Beatriz Christo Gobbi Coordenadora do Curso de Administração EAD Rosemary Riguetti Coordenador do Curso de Pedagogia EAD Claudio David Cari Coordenador do Curso de Sistemas de Informação EAD David Gomes Barboza Produção do Material Didático-Pedagógico Delinea Tecnologia Educacional / Escola Superior Aberta do Brasil Diretoria Executiva Charlie Anderson Olsen Larissa Kleis Pereira Margarete Lazzaris Kleis Conteudista Juliana Tatiane Vital Coordenação de Projeto Andreza Regina Lopes da Silva Supervisão de conteúdo Renata Oltramari Liderança Técnica Design Gráfico Fernando Andrade Liderança Técnica Revisão Gramatical Tiago Costa Pereira Laís Gonçalves Natalino Designer Educacional Aline Batista Revisão Gramatical Paula Ribeiro Designer Gráfico Laura Rodrigues Neri Gonçalves Ribeiro Diagramação Dilsonir José Martins Junior Karina Silveira Equipe Acadêmica da ESAB Coordenadores dos Cursos Docentes dos Cursos Copyright © Todos os direitos desta obra são da Escola Superior Aberta do Brasil. www.esab.edu.br Av. Santa Leopoldina, nº 840 Coqueiral de Itaparica - Vila Velha, ES CEP 29102-040 Apresentação Caro estudante, Seja bem-vindo à disciplina de Administração Financeira e Orçamentária I. O objetivo desta disciplina é lhe inserir no campo de estudos da Administração Financeira nas organizações e, para isso, iremos oferecer a base necessária para que você compreenda o importante papel do administrador no contexto econômico- financeiro. Nesta disciplina, você utilizará os conhecimentos adquiridos na Contabilidade para analisar as empresas do ponto de vista financeiro, explorando indicadores econômicos que darão suporte para a realização de planejamento e controle das finanças de curto e de longo prazo. Para isso, utilizamos importantes autores da área financeira, como Gitman (2010), Groppelli e Nikbakht (2010), que destacam os principais conceitos e problemas envolvendo a Administração Financeira de curto e longo prazo. Ao tratar da análise das demonstrações financeiras, destacamos Camargo (2007) e Seleme (2010). Além disso, ao falar de planejamento e controle financeiro, utilizamos conceitos de Lunkes (2011) e a abordagem gerencial é conferida a Gitman e Madura (2003). Assim, cada unidade foi preparada com o objetivo de criar um entendimento lógico a fim de facilitar o estudo da Administração Financeira e Orçamentária I. Para organizar a distribuição e facilitar a leitura, dividimos a disciplina em 48 unidades. As unidades, por sua vez, estão divididas em: Fundamentos das finanças (unidades 1, 2 e 3), Demonstrações financeiras (unidades 4 e 5), Análise das demonstrações financeiras (unidades 6 a 10), gestão do capital de giro (unidades 11 a 21), Alavancagem Operacional (unidades 22 a 24), Política de dividendos (unidade 25), Orçamento empresarial (unidades 26 a 39) e Orçamento e análise de investimentos (unidades 40 a 48). Preparamos para você este material didático com uma linguagem clara e objetiva: os assuntos são apresentados em uma ordem sequencial que possibilita um aprendizado eficiente. Para que você obtenha um bom rendimento em seus estudos, o convidamos a participar ativamente das atividades que programamos. Esperamos que você siga em busca desse conhecimento! Objetivo Conhecer e compreender o campo de atuação do administrador financeiro, os conceitos fundamentais da teoria das finanças e as técnicas e ferramentas básicas da gestão de ativos, passivos, administração de capital de giro e de orçamento empresarial. Habilidades e competências • Compreender o papel da Administração Financeira nas organizações empresariais. • Identificar os principais instrumentos de elaboração do planejamento e controle financeiro. • Relacionar as principais interdependências entre a Administração Financeira e as demais áreas da empresa. • Identificar os objetivos de curto e longo prazo da Administração Financeira em seu contexto. • Analisar a situação econômico-financeira de uma empresa. • Aplicar técnicas de planejamento e avaliação de investimento. Ementa Introdução aos conceitos da Administração Financeira. Os relatórios contábeis e a Administração Financeira e Orçamentária. Estudo dos índices financeiros. O capital de giro. Pontos de equilíbrio: contábil, financeiro e econômico. Relacionamento entre estoques e finanças. Orçamento e fluxo de caixa. Sumário 1. Introdução à Administração Financeira ...........................................................................7 2. Objetivos e funções financeiras na empresa ..................................................................11 3. Risco e retorno ..............................................................................................................17 4. Revisitando o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício ..........21 5. Revisitando a Demonstração do Fluxo de Caixa e a Demonstração dos Lucros e Prejuízos acumulados ..................................................................................................................26 6. Análise das demonstrações financeiras .........................................................................32 7. Análise dos índices de liquidez e endividamento ..........................................................42 8. Os indicadores de rentabilidade ....................................................................................47 9. Indicadores de mercado ................................................................................................53 10. Problema resolvido .......................................................................................................58 11. Administração do capital de giro ...................................................................................67 12. Ciclo de conversão de caixa ...........................................................................................73 13. Problema resolvido .......................................................................................................79 14. Administração de contas a receber ................................................................................85 15. Problema resolvido .......................................................................................................90 16. Administração de estoques ...........................................................................................97 17. Problema resolvido .....................................................................................................102 18. Administração de recebimentos e pagamentos ...........................................................107 19. Administração do passivo circulante ...........................................................................112 20. Indicadores de atividade .............................................................................................118 21. Análise prática da gestão do capital de giro ................................................................122 22. Análise de custo volume e lucro ..................................................................................127 23. Alavancagem operacional ...........................................................................................132 24. Análise do Custo/Volume/Lucro e alavancagem operacional na prática ......................137 25. Política de dividendos .................................................................................................14326. Planejamento e controle financeiro ............................................................................147 27. Introdução ao orçamento ............................................................................................153 28. Estrutura e processo orçamentário ..............................................................................158 29. Orçamento de vendas .................................................................................................164 30. Orçamento de produção ..............................................................................................169 31. Problema resolvido .....................................................................................................176 32. Orçamento dos custos dos produtos ............................................................................182 33. Problema resolvido .....................................................................................................187 34. Orçamento das despesas de vendas e administrativas ................................................194 35. Orçamento de caixa ....................................................................................................199 36. Problema resolvido .....................................................................................................204 37. Projeção dos Demonstrativos Contábeis ......................................................................210 38. Exemplo de projeção das demonstrações financeiras ..................................................216 39. Outras formas orçamentárias ......................................................................................222 40. Orçamento de capital ..................................................................................................228 41. Fluxo de caixa relevante ..............................................................................................232 42. Investimento inicial ....................................................................................................237 43. Exercício resolvido .......................................................................................................242 44. Payback .......................................................................................................................248 45. Valor presente líquido .................................................................................................252 46. Taxa interna de retorno ...............................................................................................257 47. Análise prática das técnicas de avaliação de investimento ..........................................261 48. Orçamento de capital com risco ..................................................................................268 Glossário ............................................................................................................................274 Referências ........................................................................................................................280 www.esab.edu.br 7 1 Introdução à Administração Financeira Objetivo Compreender os principais conceitos das finanças empresariais. Para ser um administrador financeiro é importante que você conheça os fundamentos das finanças das empresas. Nesta unidade, vamos abordar alguns conceitos financeiros do ambiente organizacional, bem como a sua importância no desenvolvimento empresarial e a sua relação com as demais áreas funcionais da empresa. Para isso, utilizaremos os fundamentos encontrados nos livros de Gitman (2010), Gitman e Madura (2003) e Groppelli e Nikbakht (2010). Vamos lá? 1.1 O que são finanças? De uma forma ou outra, todos nós administramos recursos financeiros. Pode ser nas nossas finanças pessoais, planejando nossos gastos para que eles não ultrapassem nossos ganhos; pode ser na nossa casa, na qual a renda de todos os membros da família serve para cobrir as despesas domésticas; pode ser em organizações públicas, como no seu município, no seu estado ou no seu país – os gestores precisam arrecadar verbas junto aos contribuintes para pagar despesas públicas, como a limpeza e a conservação da cidade, e fazer investimentos em espaços públicos, como nas estradas e nas tecnologias implantadas. Também pode ser na administração das finanças de uma empresa, na qual os recursos financeiros têm um destaque ainda maior, porque se vende produtos, mercadorias ou presta-se serviços e é preciso arcar com todos os gastos despendidos dessas atividades (a matéria-prima, o salário dos funcionários, o aluguel, a compra de máquinas, móveis e equipamentos, entre inúmeros outros). Além do recebimento das vendas e do pagamento das dívidas, normalmente, nesse tipo de organização, espera-se um ganho ou um retorno financeiro. www.esab.edu.br 8 Nas palavras de Gitman, “[...] o termo finanças pode ser definido como ‘a arte e a ciência de administrar o dinheiro’” (2010, p. 3, grifo do autor). Para Groppelli e Nikbakht (2010, p. 3), “[...] finanças são a aplicação de uma série de princípios econômicos e financeiros para maximizar a riqueza ou o valor total de um negócio.” Gitman (2010) diz que a Administração Financeira refere-se às atribuições dos administradores financeiros nas empresas. Os administradores financeiros são os responsáveis pela gestão dos negócios financeiros de organizações de vários tipos: organizações empresariais, públicas, não governamentais, com ou sem fins lucrativos. Todas elas precisam de gestão financeira para alcançar seus objetivos. Aqui trataremos de finanças de organizações empresariais. Nas empresas, é isso que o administrador financeiro faz: administra o dinheiro da organização para aumentar a riqueza do negócio. Ele planeja e controla os recursos financeiros para assegurar que ela tenha capacidade de saldar suas obrigações em dia e gerar um retorno financeiro. A seguir, veremos a importância da Administração Financeira nas empresas. 1.2 A importância da Administração Financeira nas empresas Um dos mais conhecidos motivos pelo qual as empresas não obtêm sucesso é a falta de planejamento e controle financeiro. Ter uma ideia clara do negócio, do mercado no qual se está inserido e um plano de controle financeiro poderia fazer com que inúmeras empresas obtivessem melhor desempenho nas suas atividades. A Administração Financeira influencia todo o processo pelo qual a organização produz e vende seus produtos ou presta seus serviços, uma vez que trata da captação e alocação dos recursos financeiros que dão fluxo às atividades operacionais. Além disso, Gitman e Madura (2003) acrescentam que as decisões financeiras influenciam no valor da empresa, afetando, consequentemente, o quanto os investidores ganham com suas aplicações. Empresas com uma saúde financeira sólida são bem vistas no mercado, atraindo mais investidores e maiores quantidades de recursos. www.esab.edu.br 9 Groppelli e Nikbakht (2010) concordam quando dizem que um administrador emite sinais favoráveis aos investidores ao estabelecer um registro de demonstrativos financeiros seguros, mostrando retornos com um crescimento rápido e contínuo, com um nível mínimo de risco. Por que os sinais corretos são necessários? Porque são os acionistas (investidores) que determinam, fundamentalmente, o valor de mercado da empresa a partir dos preços das ações que ela emite. Se a empresa tiver um bom resultado e as pessoas acreditarem que tal resultado irá se manter, a valorização irá aumentar. Ao contrário, um mau resultado, com expectativas de retornos desfavoráveis e altos níveis de riscos, reduzirá o valor das ações. Portanto, entender sobre finanças não apenas lhe prepara para a carreira de administradores financeiros, mas também lhes dá condiçõespara tomarem decisões como investidores. Independentemente de quanto você tem para investir, o conhecimento de finanças pode ajudá-lo a decidir em que tipo de investimento financeiro aplicar seu dinheiro, quanto deve ser investido e como os recursos devem ser distribuídos entre diferentes investimentos (GITMAN; MADURA, 2003). Ou seja, o conhecimento da Administração Financeira faz com que possamos planejar e controlar nosso dinheiro para que ele tenha o melhor desempenho possível. 1.3 A relação da área financeira com outros subcampos da administração A Administração Financeira relaciona-se com todas as áreas da organização. Fazendo uma analogia ao corpo humano, ela representa o coração da empresa; o coração tem a função de bombear o sangue para todo o corpo. Do modo similar, a Administração Financeira distribui os recursos financeiros em toda a organização, fazendo com que a atividade operacional aconteça. Com o marketing ela relaciona-se, principalmente, no preço de venda dos produtos, projeções de vendas e recebimentos dessas vendas. Qualquer ação da área de Recursos Humanos precisa ser representada www.esab.edu.br 10 em termos financeiros (pagamento de pessoal, benefícios concedidos, quantidade de pessoas que trabalham, treinamentos proporcionados). A Produção precisa realizar os orçamentos quanto ao custo da produção e o custo de cada produto. Além disso, o campo das finanças está intimamente relacionado com a Economia e a Contabilidade. Os administradores financeiros precisam entender o arcabouço da economia e estar alertas para as consequências de níveis variáveis de atividade econômica e de mudanças de política econômica. (GITMAN, 2010, p. 9) Taxas de juros, taxas de câmbio e toda a política econômica adotada pelo Estado influenciam as finanças das empresas. Além da Economia, muitas vezes é difícil distinguir a Administração Financeira da Contabilidade. Elas estão intimamente relacionadas e, via de regra, se sobrepõem (GITMAN, 2010). As finanças utilizam os relatórios contábeis para tomar decisões e o contador conta com as informações do administrador financeiro para construir esses relatórios, como o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração de Fluxo de Caixa, entre outras. Estudo complementar Caro estudante, o artigo intitulado “Recriando a função financeira no contexto da globalização” mostra a importância da gestão financeira no mundo globalizado. Acesse aqui. Vimos, nesta primeira unidade, que as finanças podem ser definidas como a arte e a ciência de administrar o dinheiro, utilizando uma série de princípios econômicos e relatórios contábeis para maximizar a riqueza ou o valor total de um negócio. O administrador financeiro emite, através dos resultados financeiros, sinais favoráveis ou desfavoráveis ao mercado, o que pode atrair ou repelir investidores. Esses sinais favoráveis também estão relacionados com o planejamento e o controle que esse administrador é capaz de elaborar. Na próxima unidade vamos estudar, com mais detalhes, qual a função financeira na empresa e seus principais objetivos. www.esab.edu.br 11 2 Objetivos e funções financeiras na empresa Objetivo Descrever os objetivos e as funções da Administração Financeira nas organizações empresariais. Depois de conhecer o conceito de finanças, a sua importância dentro das empresas e a sua relação com as demais áreas, agora vamos estudar qual a função da gestão financeira e quais os objetivos que ela busca alcançar. É importante destacar que a função financeira requer uma postura ética do seu gestor. Para isso, vamos nos embasar nas ideias de Gitman (2010) e Gitman e Madura (2003). 1.1 A função da Administração Financeira na empresa De acordo com Gitmam e Madura (2003, p. 237, grifo do autor), [...] a atividade básica do gerente financeiro é tomar decisões de investimento e de financiamento. As decisões de investimento determinam a composição e o tipo de ativos mantidos pela empresa. As decisões de financiamento determinam a composição e o tipo de financiamento usado pela empresa. É possível relacionar as decisões de investimento e financiamento com o Balanço Patrimonial de uma empresa, conforme a Figura 1. Você viu o Balanço Patrimonial na disciplina de Contabilidade e vamos revê-lo na unidade 4. Balanço Patrimonial Ativos circulantes Passivos circulantes Ativos permanentesD ec isõ es de inv es tim en to De cis õe s d e �n an cia m en to Recursos permanentes Figura 1 – Decisões financeiras. Fonte: Elaborada pela autora (2013). www.esab.edu.br 12 Como podemos observar, as decisões de investimento estão relacionadas à composição dos ativos da empresa: como será a aplicação desses recursos? Por exemplo: ao tomar esse tipo de decisão, o administrador financeiro pode optar entre comprar uma máquina nova ou investir em mais estoques. As decisões de financiamento estão relacionadas ao passivo e Patrimônio Líquido (PL) e dizem respeito às origens dos recursos da empresa: virá de capital próprio (capital dos sócios representado pelo Patrimônio Líquido) ou de dívidas (empréstimos, financiamentos). Tanto a decisão de investimento quanto a decisão de financiamento devem ser guiadas por um objetivo. Para sua reflexão Você sabe qual o objetivo da Administração Financeira? Antes de seguir seus estudos, pare e reflita a respeito! A resposta a essa reflexão forma parte de sua aprendizagem e é individual, não precisando ser comunicada ou enviada aos tutores. . 1.2 Qual o objetivo das finanças nas empresas? É muito comum encontrar a gestão financeira da empresa feita por pessoas que não são necessariamente seus proprietários. Porém, as ações e decisões tomadas pelo administrador financeiro devem estar de acordo com os objetivos dos proprietários. Dessa forma, é importante pensar: quais os objetivos dos proprietários da empresa? Maximizar os lucros “Há quem acredite que o objetivo da empresa é sempre maximizar o lucro” (GITMAN, 2010, p. 12). Para isso, o administrador financeiro tomaria decisões de investimento e financiamento que contribuíssem para os lucros da empresa. “Dentre cada conjunto de alternativas considerado, o administrador financeiro escolheria o que devesse resultar em maior resultado monetário” (GITMAN, 2010, p. 12). www.esab.edu.br 13 Porém, conforme o que você estudou na disciplina de Contabilidade, o lucro é visualizado a partir da Demonstração do Resultado do Exercício, feita pelo regime de competência. Esse regime reconhece as receitas, os custos e as despesas no momento da venda dos produtos, ou seja, não se preocupa com as entradas e saídas de caixa. Dessa forma, “[...] os lucros não resultam necessariamente em fluxos de caixa disponíveis para os acionistas” (GITMAN, 2010, p. 13). Quando as finanças têm como objetivo a maximização do lucro, elas ignoram os fluxos de caixa, apresentando o primeiro problema ao estabelecer esse objetivo como sendo o principal. Outro problema em relação ao objetivo da maximização do lucro é que ele também ignora o risco dos investimentos (GITMAN, 2010). Além disso, sabemos que a redução de custos e despesas, a curto prazo, aumenta o lucro da empresa, o que pode não estar de acordo com o que querem os proprietários. Por exemplo, ao cortar gastos com pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos ou de novas tecnologias, a curto prazo, o administrador financeiro aumenta o lucro. Porém, a longo prazo, pode desvalorizar a empresa. Dica Qualquer redução de custos ou despesas aumenta o lucro, isso porque Receita - Custos - Despesas = Lucro. Dependendo do tipo de custo ou despesa, essa redução pode refletir no valor da empresa a longo prazo. Por exemplo: cortes em pesquisa e desenvolvimento, cortesde treinamento e desenvolvimento de funcionários, despesas com o marketing da empresa, entre outros, podem fazer com que a organização perca a sua competitividade. www.esab.edu.br 14 Maximizar a riqueza do investidor! Como você pode notar, o objetivo de maximizar o lucro pode gerar conflito de interesses entre o administrador financeiro e o proprietário. Dessa forma, conforme destaca Gitman (2010, p. 13), “[...] o objetivo da empresa e, portanto, de todos os seus administradores e funcionários, consiste em maximizar a riqueza dos proprietários em cujo nome é operada.”. A riqueza dos proprietários se mede pelo valor de mercado da empresa. Por exemplo, o valor de mercado das sociedades anônimas S/As é identificado pelo preço de suas ações. Quanto maior o valor da empresa, mais valerão suas ações no mercado! O valor da empresa reflete uma expectativa futura que o mercado tem dela, com base nos fluxos de caixa: seu momento de ocorrência, na sua magnitude e no risco dos retornos. “Embora a maximização da riqueza do acionista seja o principal objetivo, muitas empresas ampliam seu foco para que contemple outros grupos de interesses” (GITMAN, 2010, p. 13), além dos investidores. Essas partes interessadas são compostas por funcionários, clientes, fornecedores, credores e outros que têm ligação econômica direta com o negócio. Como a empresa influencia e é influenciada por esse conjunto de partes interessadas, é essencial que o administrador financeiro tenha uma postura ética e responsável frente aos negócios, tema que veremos a seguir. 1.3 O papel da ética empresarial Conforme Gitman (2010, p. 15), “[...] ética empresarial se refere aos padrões de conduta ou julgamento moral aplicáveis a quem se dedica a atividades comerciais.” Nas finanças, a violação desses padrões pode assumir muitas formas: fraudes, projeções financeiras enganosas (para obtenção de financiamentos, por exemplo), corrupção, remuneração excessiva dos executivos e desvios de recursos, como podemos ver nos noticiários e jornais. www.esab.edu.br 15 Robert A. Cooke (1991 apud GITMAN, 2010, p. 15) recomenda que as perguntas a seguir sejam utilizadas para avaliar a viabilidade ética de um ato qualquer, inclusive um ato financeiro: • A ação é arbitrária ou caprichosa? Concentra-se injustamente em um indivíduo ou grupo? • A ação viola os direitos morais ou legais de algum indivíduo ou grupo? • A ação está de acordo com os padrões morais aceitos? • Existem alternativas que tenderiam a causar menos danos efetivos e potenciais? Alguns atos podem ser legais do ponto de vista jurídico, porém, considerados antiéticos do ponto de vista dos valores humanos. Você, como administrador financeiro, investiria na qualidade de vida, na segurança e no bem-estar dos funcionários mesmo comprometendo os resultados financeiros? Esse também é um dos desafios que o gestor financeiro terá que encarar nas suas atividades, questões ambíguas que requerem reflexão e responsabilidade em relação a tomada de decisões. www.esab.edu.br 16 Para sua reflexão O objetivo da empresa e, consequentemente, do gestor financeiro, deveria estar voltado a maximizar a riqueza dos proprietários ou deveria atender a um objetivo que incorpora o bem-estar de toda a sociedade? Poderíamos aliar o bem- estar da sociedade ao retorno financeiro? A resposta a essa reflexão forma parte de sua aprendizagem e é individual, não precisando ser comunicada ou enviada aos tutores. Nesta unidade, você conheceu algumas funções do administrador financeiro, bem como as principais decisões financeiras: as de investimento e as de financiamento. Essas decisões, no ambiente empresarial, envolvem duas variáveis bastante comuns: risco e retorno. Porém, o que isso significa? A resposta está na próxima unidade. www.esab.edu.br 17 3 Risco e retorno Objetivo Conhecer os conceitos de risco e retorno da análise financeira. Na unidade 2 você viu que o administrador financeiro toma duas grandes decisões, a de investimento e a de financiamento, e que ambas envolvem tanto risco quanto retorno. Agora, vamos estudar o que isso significa em termos financeiros e, para tanto, teremos o auxilio do trabalho de Gitman (2010). Iniciaremos estudando a relação entre risco e retorno. Vamos lá? 3.1 Relação entre risco e retorno Em todas as decisões financeiras, existe um binômio bastante conhecido: a relação entre o risco e o retorno dos investimentos. Primeiramente, vamos analisar o significado destes termos para a teoria financeira. Em sua acepção mais simples, risco é a chance de perda financeira. Ativos que apresentam maior chance de perda são considerados mais arriscados do que os que trazem uma chance menor. Em termos mais formais, risco é usado de forma intercambiável com incerteza em referência à variabilidade dos retornos associados a um determinado ativo. [...] Quanto mais próximo da certeza estiver o retorno de um ativo, menor sua variabilidade e, em consequência, menor seu risco. (GITMAN, 2010, p. 203, grifo do autor) Alguns riscos afetam diretamente os administradores financeiros, assim como os investidores das empresas. O Quadro 1 descreve as fontes mais comuns de risco que afetam tanto as empresas quanto seus investidores. Vamos conferir: www.esab.edu.br 18 Fonte de risco Descrição Riscos específicos da empresa Risco operacional Possibilidade de que a empresa não seja capaz de cobrir seus custos operacionais. Seu nível é determinado pela estabilidade das receitas da empresa e pela estrutura de seus custos operacionais (fixos versus variáveis). Risco financeiro Possibilidade de que a empresa não seja capaz de fazer frente às suas obrigações financeiras. Seu nível é determinado pela previsibilidade dos fluxos de caixa operacionais da empresa e por suas obrigações financeiras de custos fixos. Riscos específicos do acionista Risco da taxa de juros Possibilidade de que mudanças nas taxas de juros afetem negativamente o valor de um investimento. A maioria dos investimentos perde valor quando a taxa de juros aumenta e ganha valor quando a taxa cai. Risco de liquidez Possibilidade de que um investimento não possa ser facilmente liquidado a um preço razoável. A liquidez é afetada de modo significativo pela extensão e profundidade do mercado em que um investimento costuma ser negociado. Risco de Mercado Possibilidade de que um investimento caia devido a fatores de mercado que independem do investimento em si (como acontecimentos econômicos, políticos e sociais). De modo geral, quanto mais o valor de investimento reage ao mercado, maior o seu risco e, quanto menos reage, menor o risco. Riscos da empresa e do acionista Risco do evento Possibilidade de que algum evento inteiramente imprevisto exerça efeito significativo sobre o valor de uma empresa ou de um investimento específico. Esses acontecimentos raros, como uma ordem governamental para a retirada do mercado de um medicamento popular, costumam afetar grupos pequenos de empresas ou investimentos. Risco do câmbio Exposição de fluxos de caixa esperados futuros a flutuações da taxa de câmbio. Quanto maior a chance de flutuações indesejadas da taxa de câmbio, maior o risco dos fluxos de caixa e, portanto, menor o valor da empresa e do investimento. Risco de poder aquisitivo Possibilidade de que uma mudança nos níveis de preços causada pela inflação ou deflação possa afetar negativamente os fluxos de caixa e o valor da empresa ou investimento. Normalmente, empresa ou investimentos cujos fluxos de caixa se movam de maneira semelhante aos níveis gerais de preços apresentam baixo risco de poder aquisitivo, enquanto aqueles cujos fluxos de caixa não acompanhem os níveis gerais de preços apresentam elevado risco de poder aquisitivo. Risco tributárioPossibilidade de que sobrevenham mudanças desfavoráveis na legislação tributária. Empresas e investimentos cujo valor seja sensível a mudanças da legislação tributária são mais arriscados. Quadro 1 – Principais fontes de risco que afetam os administradores financeiros e os acionistas. Fonte: Gitman (2010, p. 204). www.esab.edu.br 19 Como você pode ter notado no Quadro 1, são inúmeros os riscos que uma organização empresarial acarreta. Muitas vezes, os riscos da empresa e do acionista se confundem, isso porque os interesses da empresa refletem o interesse dos acionistas. O risco tem relação bastante intima com o retorno de um investimento. “Retorno é o ganho ou prejuízo total que se tem com um investimento ao longo de um determinado período” (GITMAN, 2010, p. 204, grifo do autor). Quanto maior o risco de um investimento, maior a expectativa de retorno sobre ele. Por exemplo, ao investir na poupança, você corre baixíssimo risco ou quase nenhum. Dessa forma, o retorno desse tipo de investimento pode ser pouco significante. Veremos agora a diferença do risco quando falamos de um ativo individual ou na formação de uma carteira diversificada. 3.2. Risco de um ativo individual Você já deve ter ouvido falar que não se deve colocar todos os ovos em uma só cesta. Por que esse conselho é bastante difundido nas finanças? O risco de um investimento individual aumenta uma vez que a sua carteira de investimentos não está diversificada. Por exemplo, se você investe todas as suas finanças em uma única empresa, qualquer evento que interfira no desempenho desta faz com que seu investimento o acompanhe, para mais ou para menos. O risco deriva dessa amplitude encontrada entre ganhos exorbitantes ou perdas significativas. Para Gitman (2010), o risco de um ativo individual pode ser analisado pela: • Análise de cenários - considera diversos cenários alternativos possíveis para obter um senso da variabilidade dos retornos; • Distribuição de probabilidades - fornece uma visão mais quantitativa do risco de um ativo. A probabilidade de um dado resultado é a chance de que ele ocorra; • Desvio-padrão - mede a dispersão do valor esperado; e www.esab.edu.br 20 • Coeficiente de variação - consiste em uma medida de dispersão relativa que é útil na comparação dos riscos de ativos com diferentes retornos esperados. Estudo complementar Para conhecer mais sobre o fator risco, leia o texto “A gestão do risco em empreendimentos” de autoria de Paulo Yazigi Sabbag na Revista de Administração de Empresas da FGV, disponível aqui. 3.3 Risco de uma carteira Ao contrário do investimento em um ativo individual, ao construir uma carteira de investimentos você distribui o risco dos seus ativos. Ou seja, perdas significativas em um item são compensadas pelos ganhos em outro – se um ativo tiver desempenho negativo, ela não representa todos os seus investimentos. Assim, ao diversificar a sua carteira de investimentos, o risco diminui pelo fato de que os ativos não são influenciados da mesma forma pelos eventos econômicos. Conforme Gitman (2010) “[...] o objetivo do administrador financeiro é criar uma carteira eficiente, que maximize o retorno para um dado nível de risco, ou minimize o risco para um dado nível de retorno” (GITMAN, 2010, p. 214, grifo do autor ). O risco e o retorno esperados de uma empresa afetam diretamente o seu valor de mercado. Assim, cabe ao administrador financeiro avaliar cuidadosamente o risco e o retorno de suas decisões de investimento e financiamento para garantir que os retornos esperados justifiquem o nível de risco introduzido. O risco e o retorno podem ser medidos em termos de indicadores financeiros. Antes de conhecê-los, na unidade 4 vamos revisitar as principais demonstrações financeiras, de onde os indicadores são calculados. www.esab.edu.br 21 4 Revisitando o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício Objetivo Revisar as demonstrações financeiras: Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício. Na unidade 3 você estudou sobre o risco e o retorno das decisões do administrador financeiro. Na presente unidade, através dos trabalhos de Camargo (2007) e Seleme (2010), você poderá visualizar estas decisões nas demonstrações financeiras. É muito importante entender a estrutura de tais demonstrações, para que adiante nós possamos analisá-las de uma forma bastante clara. 4.1 A utilização das demonstrações financeiras para as finanças Segundo Camargo (2007), as demonstrações financeiras são relatórios que contêm dados sobre o patrimônio de uma entidade e formam o seu sistema contábil. Esses dados servem de base para informar, a usuários internos e externos à organização, sobre a situação econômico-financeira da entidade. Servem, assim, como canais de informação, e devem subsidiar a tomada de decisão dos administradores financeiros. Você viu anteriormente que o administrador financeiro toma decisões de investimento e de financiamento com base no Balanço Patrimonial e decisões operacionais com base na Demonstração do Resultado do Exercício. A seguir vamos relembrar esses dois demonstrativos contábeis, tão importantes na atividade financeira da empresa. www.esab.edu.br 22 Saiba mais No Art. 176 da Seção II da Lei 6.604/76 você encontrará as Demonstrações Financeiras obrigatórias para as Sociedades Anônimas brasileiras. Acesse aqui. 4.2 Balanço Patrimonial O Balanço Patrimonial é um relatório que apresenta, de forma equilibrada, toda a estrutura de patrimônio de uma organização, sendo este composto por seus bens (representa tudo o que a empresa possui), direitos (tudo o que ela tem a receber), e obrigações (tudo o que ela deve) (CAMARGO, 2007). O Balanço Patrimonial tem como objetivo apresentar um retrato financeiro da empresa em uma data específica: de um lado demonstra o que ela tem (ativo) e, por outro, o quanto ela deve (passivo). A diferença entre o ativo e o passivo resulta no Patrimônio Líquido ou na sua riqueza depois das dívidas. Segundo as alterações feitas pela Lei 11.638/07, o Balanço Patrimonial das empresas brasileiras passa a apresentar a seguinte estrutura: www.esab.edu.br 23 Balanço Patrimonial da empresa Sai de Baixo em 31 de agosto de 2013 Ativos Passivo e PL Circulante Circulante Disponível Ativos que serão transformados em caixa no curto prazo. Fornecedores Dívidas com terceiros que serão pgas no curto prazo. Duplicatas a receber Salários Estoque Impostos Empréstimos Não circulante Não circulante Realizável a longo prazo Ativos que serão transformados em caixa no longo prazo. Exemplo: empréstimos que a empresa concedeu as suas coligadas. Exigível a longo prazo Dívidas com terceiros que serão pagas no longo prazo. Investimentos Investimentos que não têm relação com a atividade da empresa. Exemplo: ações de outras companhias. Patrimônio Líquido Capital social Recursos aplicados diretamente pelos proprietários da empresa. Imobilizado Investimentos relacionados diretamente com a atividade da empresa. Exemplo: máquinas e equipamentos. Lucros acumulados Recursos aplicados pelos proprietários na empresa por meio da geração de lucro. Intangível Seu objeto é incorpóreo. Exemplo: marcas e patentes. Quadro 2 – Estrutura do Balanço Patrimonial. Fonte: Adaptado de Camargo (2007). Para as finanças, as decisões de investimento do administrador financeiro podem ser visualizadas no ativo da empresa, sendo que o ativo representa as escolhas em relação à alocação dos recursos. As decisões de financiamento são visualizadas no lado dos passivos e o Patrimônio Líquido, que refletem as escolhas sobre a origem dos recursos. Assim, o Balanço Patrimonial apresenta estesdois lados balanceados, ou seja, ativo = passivo + PL, isso porque os passivos e o PL dizem respeito às fontes de financiamento para os investimentos feitos no ativo. Veremos, a seguir, o demonstrativo financeiro que apresenta informações sobre o lucro ou o prejuízo da empresa. www.esab.edu.br 24 4.3 Demonstração do Resultado do Exercício Enquanto o Balanço Patrimonial mostra a estrutura patrimonial de uma empresa, ou seja, o seu conjunto de bens e direitos e as suas obrigações, a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um método de apuração do resultado, ou seja, confere se a empresa apresentou lucro ou prejuízo ao final de um exercício social. O Quadro 3 mostra a estrutura básica apresentada pela DRE: Modelo Demonstração do Resultado do Exercício Receita bruta Valores (–) Dedução da receita = Receita líquida (–) Custos das vendas = Lucro bruto (–) Despesas operacionais = Lucro operacional (–) Despesas não operacionais + Receitas não operacionais = Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) (–) Provisão para Imposto de Renda = Lucro depois do Imposto de Renda Quadro 3 – Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício. Fonte: Seleme (2010, p. 149). Perceba, a partir do Quadro 3, que a DRE, para apurar o lucro ou o prejuízo de um período, precisa deduzir das suas Receitas os custos e as despesas incorridos na atividade operacional. Nesse sentido, a DRE apresenta decisões operacionais realizadas pelo administrador financeiro como, por exemplo, o preço de venda (receita), os gastos na fabricação dos produtos (custo dos produtos vendidos), os gastos na administração da empresa, na venda dos produtos e os juros pagos pelos empréstimos (despesas operacionais). www.esab.edu.br 25 Outra decisão muito importante no ambiente financeiro diz respeito ao Lucro Líquido do Exercício: reter ou distribuir? Ao optar pela retenção, os lucros voltam ao Balanço Patrimonial como “Lucros acumulados” e representam uma fonte de financiamento para novos investimentos. Ao escolher pela distribuição, o administrador financeiro deve atentar-se aos saldos de caixa: há saldo disponível para o pagamento dos lucros? Ele nunca pode supor que a empresa, ao apresentar lucro, dispõe desse valor no caixa da empresa. Dessa forma, Hoji (2003 apud SELEME, 2010), apresenta uma síntese da relação entre as decisões financeiras e os relatórios contábeis. Veja o Quadro 4: Investimento Operações Financiamentos Ativo Demonstração patrimonial Passivo Ativo Circulante Receitas Passivo circulante Ativo realizável a LP Custo de vendas Exigível a longo prazo Ativo permanente Margem bruta Patrimônio líquido Ativo total Despesas operacionais Passivo total Lucro (prejuízo) operacional Imposto de Renda Lucro (prejuízo) líquido Quadro 4 – Demonstrativos contábeis e decisões gerenciais. Fonte: Adaptado de Hoji (2003 apud SELEME, 2010). Note que as decisões de Investimento estão relacionadas ao ativo do Balanço Patrimonial, as decisões operacionais às informações da DRE e as decisões de financiamentos s do passivo do Balanço Patrimonial. Viu como a Contabilidade e a Administração Financeira estão relacionadas? O administrador financeiro toma as suas decisões baseando-se nos relatórios emitidos pelo setor contábil e, na presente unidade, vimos essa relação bastante próxima das decisões financeiras com os dois principais relatórios contábeis. Na unidade 5 veremos outras duas importantes demonstrações: Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados. www.esab.edu.br 26 5 Revisitando a Demonstração do Fluxo de Caixa e a Demonstração dos Lucros e Prejuízos acumulados Objetivo Revisar as demonstrações financeiras: Demonstração do Fluxo de Caixa e a Demonstração dos Lucros e Prejuízos acumulados. Vamos continuar a revisar algumas demonstrações financeiras que são muito importantes na atividade da administração. Depois de revisitar o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício na unidade 4, agora vamos estudar a Demonstração do Fluxo de Caixa e a Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados. Tomamos como base os livros de Seleme (2010), Gitman e Madura (2003) e Camargo (2007). Você perceberá, ao longo da unidade, como é importante conhecer as demonstrações financeiras para ser um bom administrador! Iniciaremos os estudos com a Demonstração do Fluxo de Caixa. Vamos em frente? 5.1 Demonstração do Fluxo de Caixa O Caixa representa a conta da empresa na qual são registrados os créditos e os débitos ou, de maneira mais usual, as entradas e as saídas de caixa. Seleme (2010, p. 170) define fluxo de caixa como um “[...] conjunto de movimentações de entradas e saídas de dinheiro de um período determinado, que ocorrem para possibilitar as operações, os investimentos e os financiamentos empresariais.” Para Gitman e Madura (2003), tal demonstração fornece uma visão esclarecedora dos fluxos de caixas operacionais, de investimento e de financiamento e reconcilia-os com as mudanças ocorridas na referida conta. Além disso, a demonstração do fluxo de caixa possibilita que o administrador visualize os saldos de caixa, podendo prever possível faltas de recursos para pagamentos futuros. www.esab.edu.br 27 Como vimos, são três os tipos de fluxos de caixa: operacional, de investimento e de financiamento. No entanto, eles acabam formando um painel, no qual se interligam e formam o fluxo de caixa propriamente dito. O fluxo de caixa de investimentos trata dos gastos da empresa para a aquisição de ativos fixos (máquinas, equipamentos, imóveis), bem como do valor recebido pela venda de algum deles (SELEME, 2010). Observe um exemplo de informações que são encontradas em um fluxo de caixa de investimentos na Tabela 1. Tabela 1 – Fluxo de caixa de investimentos Descrição 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês Saldo inicial 0,00 $ (210.000,00) $ (345.000,00) $ (480.000,00) $ (615.000,00) (+) Entradas Total de entradas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 (–) Saídas Compra de veículo $ 150.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00 Compra de equipamento $ 60.000,00 $ 60.000,00 $ 60.000,00 $ 60.000,00 $ 60.000,00 Total de saídas $ 210.000,00 $ 135.000,00 $ 135.000,00 $ 135.000,00 $ 60.000,00 Saldo final (Saldo inicial + entradas – saídas) $ (210.000,00) $ (345.000,00) $ (480.000,00) $ (615.000,00) $ (675.000,00) Fonte: Adaptado de Seleme (2010). Como você pode notar, no fluxo de caixa apresentado na Tabela 1 não houve entradas (recebimento pela venda de algum ativo fixo), apenas saídas (aquisições de ativos fixos), as quais foram deduzidas do saldo inicial (que, no exemplo, era zero). Para encontrarmos o saldo final de caixa basta calcular : Saldo Final de Caixa = Saldo Inicial + Entradas - Saídas www.esab.edu.br 28 Já no fluxo de caixa de financiamento, de acordo com Seleme (2010), estão as seguintes operações: entrada de capital próprio (dinheiro dos sócios e representado pelo Capital Social no Patrimônio Líquido), entrada de capital de terceiros (empréstimos e financiamentos), entrada de caixa decorrente das aplicações financeiras realizadas, saídas de caixa para pagamento dos empréstimos e juros neles incorridos, saídas de caixa para pagamento de dividendos aos sócios e saídas de caixa para devolução do capital aos sócios. Observe agora, na Tabela 2, um exemplo de um fluxo de caixa que contém as informações de investimentos da Tabela 1 acrescentado de informações sobre financiamentos (em destaque). Tabela 2 – Fluxo de caixa de investimentos e financiamentos Descrição 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês Saldo inicial 0,00 $ 90.000,00 $ 30.000,00 $ 30.000,00 $ (90.000,00) (+) Entradas Capital dos sócios $ 300.000,00 Empréstimos $ 75.000,00$ 75.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00 Total de entradas $ 300.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00 (–) Saídas Compra de veículo $ 150.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00 Compra de equipamento $ 60.000,00 $ 60.000,00 $ 60.000,00 $ 60.000,00 $ 60.000,00 Total de saídas $ 210.000,00 $ 135.000,00 $ 135.000,00 $ 135.000,00 $ 60.000,00 Saldo final (Saldo inicial + entradas – saídas) $ 90.000,00 $ 30.000,00 $ (30.000,00) $ (90.000,00) $ (75.000,00) Fonte: Adaptado de Seleme (2010). Observamos o retrato de uma situação financeira na qual as entradas advêm de capital próprio e de empréstimos e servem para cobrir os gastos advindos de compras, aqui representados pelos ativos fixos. O fluxo de caixa operacional compreende, segundo Seleme (2010), as seguintes movimentações: saídas de caixa para aquisição de estoques, saídas de caixa para pagamento das despesas operacionais, saídas de caixa para pagamentos de impostos e entradas de caixa pelas receitas www.esab.edu.br 29 das vendas. Por fim, observe um exemplo de informações de um fluxo de caixa de investimentos (vindos da Tabela 1), informações de financiamentos (vindos da Tabela 2), acrescido de informações operacionais na Tabela 3. Tabela 3 – Fluxo de caixa de investimento, financiamento e operacional Descrição 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês Saldo inicial 0,00 $ 53.166,00 $ 44.832,00 $ 57.498,00 $ 83.664,00 (+) Entradas Capital dos sócios $ 300.000,00 Empréstimos $ 75.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00 Vendas $ 90.000,00 $ 112.500,00 $ 135.000,00 $ 180.000,00 Total de entradas $ 300.000,00 $ 165.000,00 $ 187.500,00 $ 210.000,00 $ 155.000,00 (–) Saídas Compra de veículo $ 150.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00 $ 75.000,00 Compra de equipamento $ 60.000,00 $ 60.000,00 $ 60.000,00 $ 60.000,00 $ 60.000,00 Aluguel $ 15.000,00 $ 15.000,00 $ 15.000,00 $ 15.000,00 $ 15.000,00 Luz $ 1.665,00 $ 1.665,00 $ 1.665,00 $ 1.665,00 $ 1.665,00 Água $ 369,00 $ 369,00 $ 369,00 $ 369,00 $ 369,00 Estoques $ 6.000,00 $ 7.500,00 $ 9.000,00 $ 18.000,00 $ 15.000,00 Mão de obra $ 13.800,00 $ 13.800,00 $ 13.800,00 $ 13.800,00 $ 13.800,00 Total de saídas $ 246.834,00 $ 173.334,00 $ 174.834,00 $ 183.834,00 $ 105.834,00 Saldo final (Saldo inicial + entradas – saídas) $ 53.166,00 $ 44.832,00 $ 57.498,00 $ 83.664,00 $ 232.830,00 Fonte: Adaptado de Seleme (2010). Você pode notar que na Tabela 3 estão presentes, além dos fluxos de caixa de investimento (aquisição de ativos fixos) e financiamentos (com capital próprio e de terceiros), as entradas e saídas operacionais. Note que os fluxos de caixa de investimento e financiamento vistos na Tabela 1 e 2 estão destacados. As entradas operacionais são oriundas das vendas e as saídas operacionais são oriundas dos custos dos produtos e das despesas operacionais. www.esab.edu.br 30 Depois de estudar a Demonstração do Fluxo de Caixa, importante na decisão sobre as entradas e as saídas de dinheiro na empresa, vamos agora relembrar a Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados. 5.2 Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados A Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados evidencia os saldos inicial e final da conta de Lucros e Prejuízos Acumulados do Balanço Patrimonial em um determinado período de tempo, bem como as variações que levaram a essa mudança de saldo (CAMARGO, 2007). Um exemplo dessa demonstração está contida na Tabela 4, referente ao ano encerrado em 31 de dezembro de 2012. Acompanhe: Tabela 4 – Demonstração dos Lucros e Prejuízos acumulados Demonstração dos Lucros e Prejuízos acumulados em 31 de dezembro de 2012 Saldo de lucros acumulados (1 de janeiro de 2012) R$ 1.012.000,00 Mais: Lucros líquidos após o imposto de renda (para 2012) R$ 231.000,00 Menos: Dividendos em dinheiro (pagos durante 2012) – R$ 108.000,00 Saldo dos lucros acumulados (31 de dezembro de 2012) R$ 1.135.000,00 Fonte: Adaptado de Gitman e Madura (2003). A demonstração indica que a empresa começou o ano de 2012 com R$ 1.012.000,00 em lucros acumulados e teve lucros líquidos, após o imposto de renda, de R$ 231.000,00, dos quais pagou um total de R$ 108.000,00 em dividendos, resultando em lucros acumulados, no final do ano, de R$ 1.135.000,00. Assim, o aumento líquido para a empresa foi de R$ 123.000,00 durante 2012 (R$ 231.000,00 em lucros líquidos após o imposto de renda menos R$ 108.000,00 em dividendos). Dica Para uma revisão completa das Demonstrações Financeiras, revisite o material da disciplina de Contabilidade, que você estudou na unidade 1. www.esab.edu.br 31 Agora que você já fez uma revisão sobre as principais demonstrações financeiras – Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados – é hora de saber como o administrador financeiro utiliza essas demonstrações para a tomada de decisão. O primeiro passo é fazer uma análise desses demonstrativos, que você verá na unidade 6. www.esab.edu.br 32 6 Análise das demonstrações financeiras Objetivo Entender quem utiliza a análise das demonstrações financeiras das empresas. Depois de revisitar as quatro principais demonstrações financeiras nas unidades 4 e 5, vamos estudar os aspectos que dizem respeito à sua análise. Para isso, iremos nos embasar nas ideias de Seleme (2010) e de Gitman (2010). De acordo com Seleme (2010), a realização periódica de uma análise financeira é de extrema importância para os administradores que monitoram o desempenho financeiro e, normalmente, trabalham com metas financeiras, assim como é de grande valia e transparência para os proprietários, que analisam os retornos obtidos pelos seus investimentos. A seguir, vamos conhecer alguns aspectos da análise das demonstrações financeiras, qual a sua função e o seu objetivo. 6.1 Aspectos básicos da análise das demonstrações financeiras O uso da informação contábil tem como finalidade principal o controle e o planejamento financeiro. Seleme (2010) apresenta um quadro que compara essas finalidades nas duas funções administrativas. www.esab.edu.br 33 Controle Planejamento Como meio de comunicação Ter um objetivo Como meio de motivação Analisar as alternativas Como meio de verificação Verificar recursos disponíveis Tomar decisões Quadro 5 – Comparativo das finalidades do uso da informação contábil em uma organização. Fonte: Seleme (2010, p. 136). Conforme apresentado no Quadro 5, podemos utilizar a análise das demonstrações financeiras para comunicar a situação financeira da empresa, motivar funcionários, investidores e fornecedores no alcance de metas e verificar cumprimento de orçamentos, entre outras formas de comunicação. Além disso, embasa o administrador financeiro na sua função de planejamento, fornecendo objetivos financeiros concretos, como, o retorno esperado dos investimentos e alternativas de ação para concretizá-los, evidenciado em um plano financeiro que contenha os recursos disponíveis e a sua utilização eficiente. Ao fazermos uma análise financeira de uma empresa buscamos, de acordo com Seleme (2010): • uma visão geral da situação financeira da empresa; • avaliar a evolução financeira da empresa no tempo; e • informações que permitam algumas conclusões preliminares. Os principais tipos de análise que podem ser realizados com base nos demonstrativos financeiros são: análise vertical e análise horizontal – que veremos a seguir – e análise por meio de indicadores, que será objeto de estudo nas unidades seguintes. Análise vertical A análise vertical oferece subsídios para a compreensão da estrutura geral da empresa. Esse tipo de análise pode ser empregado tanto para o balanço patrimonial como para o demonstrativo do resultado do exercício.(SELEME, 2010, p. 150) www.esab.edu.br 34 A análise vertical em um Balanço Patrimonial tem como objetivo avaliar como está a estrutura do ativo, do passivo e do Patrimônio Líquido. Para calcular o percentual de cada item do ativo e do passivo, devemos dividir cada um deles pelo ativo ou passivo total, respectivamente. Considere o seguinte Balanço Patrimonial da empresa Futura em 31/12/2012, apresentado na Tabela 5: Tabela 5 – Balanço Patrimonial da empresa Futura de 31/12/2012 Balanço Patrimonial da empresa Futura em 31/12/2012 Ativo circulante R$ 150.000,00 Passivo circulante R$ 80.000,00 Ativo realizável a LP R$ 40.000,00 Passivo exigível a LP R$ 120.000,00 Imobilizado R$ 1.200.000,00 Patrimônio Líquido R$ 1.190.000,00 Ativo total R$ 1.390.000,00 Passivo total R$ 1.390.000,00 Fonte: Elaborada pela autora (2013). Em sua estrutura de ativos, a empresa Futura investe 10,79% dos seus recursos em ativo circulante. Ou seja, de todos os ativos investidos na empresa (R$ 1.390.000), 10,79% são aplicados no Ativo Circulante (R$ 150.000,00). Calculamos essa relação da seguinte forma: Ativo circulante Ativo total = 150.000, 00 1.390.000, 00 = 0,1079 x 100 =10, 79% . Além disso, 86,33% de todo o ativo investido na empresa (R$ 1.390.000) encontra-se no imobilizado (R$ 1.200.000,00). Calculamos assim: Imobilizado Ativo total = 1.200.000,00 1.390.000,00 = 0,8633 x 100 = 86,33% . A estrutura de financiamento da empresa é composta por 5,76% de dívidas de curto prazo, ou seja, de toda sua estrutura de financiamento, representada pelo Passivo Total (R$ 1.390.000,00), 5,76% advém das dívidas de curto prazo (R$ 80.000,00). A relação é feita da seguinte forma: Passivo Circulante Passivo total = 80.000, 00 1.390.000, 00 = 0, 0576 x 100 = 5, 76% . www.esab.edu.br 35 Temos também que 8,63% são dívidas de longo prazo, que calculamos fazendo a relação entre o Passivo exigível a longo prazo (R$ 120.000,00) e o Passivo total (R$ 1.390.000,00): Passivo exigível a LP Passivo total = 120.000,00 1.390.000,00 = 0,0863 x 100 = 8,63% . Já o Patrimônio Líquido (R$ 1.190.000,00) representa 85,61% do Passivo total (R$ 1.390.000,00), calculado da seguinte forma: Patrimômio Líquido Passivo total =1.190.000, 00 1.390.000, 00 = 0,8561x 100 = 85, 61% . Na demonstração do resultado do exercício, a análise vertical permite identificar as principais fontes de resultado da empresa, bem como a relevância de cada um dos diversos elementos de componentes do resultado, como receita operacional, custo dos produtos vendidos, despesas etc. A análise vertical da demonstração é calculada pela divisão de cada item pelo valor da receita líquida (SELEME, 2010). Tabela 6 – Demonstração do Resultado do Exercício da empresa Futura de 2012 DRE da empresa Futura do ano de 2012 (+) Receita líquida R$ 500.000,00 (–) Custo dos produtos vendidos – R$ 300.000,00 (=) Lucro bruto R$ 200.000,00 (–) Despesas operacionais – R$ 100.000,00 (=) Lucro operacional R$ 100.000,00 (–) Provisão IR – R$ 27.000,00 (=) Lucro líquido do exercício R$ 73.000,00 Fonte: Elaborada pela autora (2013). Na Tabela 6 podemos analisar, na DRE de 2012 da empresa Futura, que o Custo dos produtos vendidos (R$ 300.000,00) representa 60,00% da receita líquida (R$ 500.000,00). Podemos encontrar essa relação da seguinte forma: Custo dos produtos vendidos 300.000,00= 0,6000 100 60,00% Receita líquida 500.000,00 = × = . Isso significa que, de toda a receita gerada pela empresa, representada pelas vendas, os custos dos produtos vendidos consomem 60% desta. www.esab.edu.br 36 As despesas operacionais (R$ 100.000,00) consomem 20,00% da receita líquida (R$ 500.000,00), para calcular essa relação: Despesas operacionais 100.000,00= 0,2000 100 20,00% Receita líquida 500.000,00 = × = ). Ou seja, de toda a receita gerada pela empresa, as despesas com a administração, com vendas e despesas financeiras gastam 20% dela. Por fim, o Lucro Líquido do exercício (R$ 73.000,00) representa 14,60% da mesma receita (R$ 500.000,00). Para encontrarmos essa relação, devemos calcular: Lucro líquidodoexercício 73.000,00= 0,1460 100 14,60% Receita líquida 500.000,00 = × = . Isso significa que de toda venda realizada nesta empresa, ou toda receita gerada, 14,60% transforma-se em Lucro Líquido. Análise horizontal “O objetivo desse tipo de análise é avaliar a evolução dos itens das demonstrações contábeis [...]” (SELEME, 2010, p. 151), comparando um período ao outro. Por exemplo, considere as informações do Balanço Patrimonial da empresa Futura nos anos de 2011 e 2012: Tabela 7 – Comparação do Balanço Patrimonial da empresa Futura (de 31/12/ 2011 e 2012) BP Empresa Futura 31/12/2011 31/12/2012 Ativo circulante R$ 125.000,00 R$ 150.000,00 Ativo realizável a LP R$ 55.000,00 R$ 40.000,00 Imobilizado R$ 980.000,00 R$ 1.200.000,00 Ativo total R$ 1.160.000,00 R$ 1.390.000,00 Passivo circulante R$ 70.000,00 R$ 80.000,00 Passivo exigível a LP R$ 75.000,00 R$ 120.000,00 Patrimônio Líquido R$ 1.015.000,00 R$ 1.190.000,00 Passivo total R$ 1.160.000,00 R$ 1.390.000,00 Fonte: Elaborada pela autora (2013). www.esab.edu.br 37 Na Tabela 7 é possível verificar, pela análise horizontal (ao longo do tempo), que o ativo total teve um crescimento de 19,83% do ano de 2011 para 2012, ou seja, passou de R$ 1.160.000,00 em 2011 para R$ 1.390.000,00 em 2012. O aumento de R$ 230.000,00 no ativo total (R$ 1.390.000,00 – R$ 1.160.000,00) representa um aumento de 19,80%. Para encontrarmos essa porcentagem basta dividir o aumento (R$ 230.000,00) pelo ativo total inicial (R$ 1.160.000,00) e multiplicar por 100. Acompanhe: 230.000,00 100 19,83% 1.160.000,00 × = . O ativo circulante, de um ano para o outro, cresceu 16,70%, ou seja, passou de R$ 125.000,00 em 2011 para R$ 150.000,00 em 2012. O aumento de R$ 25.000,00 no ativo circulante (R$ 150.000,00 – R$ 125.000,00) representa um aumento de 20,00%. Para encontrarmos essa porcentagem basta dividir o aumento pelo ativo circulante inicial e multiplicar por 100. Acompanhe: 25.000,00 100 20,00% 125.000,00 × = . O ativo realizável a longo prazo diminuiu 27,2%, ou seja, passou de R$ 55.000,00 para R$ 40.000,00. A diminuição de R$ 15.000,00 no ativo realizável a longo prazo (R$ 55.000,00 – R$ 40.000,00) representa um decréscimo de 27,27%. Para encontrarmos essa porcentagem basta dividir a diminuição pelo ativo realizável a longo prazo inicial e multiplicar por 100. Veja: 15.000,00 100 27,27% 55.000,00 × = . O Patrimônio Líquido da empresa cresceu em 14,7%, passando de R$ 1.015.000,00 para R$ 1.190.000,00. O aumento de R$ 175.000,00 no Patrimônio Líquido (R$ 1.190.000,00 – R$ 1.015.000,00) representa um aumento de 17,24%. Para encontrarmos essa porcentagem basta dividir o aumento pelo patrimônio líquido inicial e multiplicar por 100. Da seguinte forma: 175.000,00 100 17,24% 1.015.000,00 × = . A análise vertical aplicada à DRE apresenta o mesmo princípio: comparar a evolução dos valores ao longo do tempo. Vejamos o exemplo da empresa Futura. www.esab.edu.br 38 Tabela 8 – Comparação da Demonstração do Resultado do Exercício da empresa Futura (2011 e 2012) DRE da empresa Futura 2011 2012 (+) Receita líquida R$ 420.000,00 R$ 500.000,00 (–) Custo dos produtos vendidos – R$ 230.000,00 – R$ 300.000,00 (=) Lucro bruto R$ 190.000,00 R$ 200.000,00 (–) Despesas operacionais – R$ 80.000,00 – R$ 100.000,00 (=) Lucro operacional R$ 110.000,00 R$ 100.000,00 (–) Provisão IR – R$ 29.700,00 – R$ 27.000,00 (=) Lucro líquido do exercício R$ 80.300,00 R$ 73.000,00 Fonte: Elaborada pela autora (2013). A receita líquida da empresa Futura aumentou entre os dois anos em 19,05% (era de R$ 420.000,00 em 2011 epassou para R$ 500.000,00 em 2012). O aumento de R$ 80.000,00 na receita líquida (R$ 500.000,00 – R$ 420.000,00) representa um aumento de 19,05%. Para encontrarmos essa porcentagem basta dividir o aumento pela receita líquida inicial e multiplicar por 100. Da seguinte forma: 80.000,00 100 19,05% 420.000,00 × = . Porém, seus custos aumentaram em 30,44% (passou de R$ 230.000,00 em 2011 para R$ 300.000,00 em 2012). O aumento de R$ 70.000,00 no custo dos produtos vendidos (R$ 300.000,00 – R$ 230.000,00) representa um aumento de 30,44%. Para encontrarmos essa porcentagem basta dividir o aumento pelo custo do produto vendido inicial e multiplicar por 100. Acompanhe: 70.000,00 100 30,44% 230.000,00 × = . As despesas aumentaram em 25% (eram de R$ 80.000 em 2011 e passaram para R$ 100.000,00 em 2012). O aumento de R$ 20.000,00 nas despesas operacionais (R$ 100.000,00 – R$ 80.000,00) representa um aumento de 25%. Para encontrarmos essa porcentagem basta dividir o aumento pelas despesas operacionais iniciais e multiplicar por 100. Ou seja, 20.000,00 100 25,00% 80.000,00 × = . www.esab.edu.br 39 Isso pode explicar porque, apesar do aumento das receitas, o lucro do ano de 2012 é inferior a 2011 em 9,09% (de R$ 80.300,00 em 2011 para R$ 73.000,00 em 2012). A diminuição de R$ 7.300,00 no lucro (R$ 80.300,00 – R$ 73.000,00) representa um decréscimo de 9,09%. Para encontrarmos essa porcentagem basta dividir a diminuição pelo lucro inicial e multiplicar por 100. Da seguinte forma: 7.300,00 100 9,09% 80.300,00 × = . Além das análises vertical e horizontal, que você acabou de ver, é possível analisar as empresas através dos indicadores financeiros que serão apresentados nas unidades 7, 8 e 9. A seguir vamos conhecer quem e para que utiliza a análise das demonstrações financeiras. 6.2 Usuários da análise financeira A análise extraída das demonstrações financeiras, conforme Gitman (2010), interessa aos proprietários, aos credores e aos administradores da empresa. Proprietários existentes e em potencial estão levam em consideração os níveis atuais e futuros de retorno e risco da empresa, que afetam diretamente o valor de mercado. Os credores se interessam, principalmente, pela liquidez de curto prazo da empresa e em sua capacidade de pagamentos de juros e amortizações dos empréstimos concedidos. Uma preocupação secundária dos credores é a lucratividade; eles querem garantias que o negócio é sólido financeiramente. Os administradores, assim como os proprietários, se debruçam sobre todos os aspectos da situação financeira da empresa e buscam produzir indicadores que sejam considerados favoráveis tanto pelos proprietários quanto pelos credores. Além disso, a administração utiliza a análise para monitorar o desempenho empresarial de um período para outro. Agora você já conhece alguns fundamentos da análise das demonstrações financeiras e retomou as análises vertical e horizontal. Nas próximas unidades vamos analisar as demonstrações financeiras com indicadores financeiros. Preparado? Vamos em frente! www.esab.edu.br 40 Fórum Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de Aprendizagem da instituição e participe do nosso Fórum de discussão. Lá você poderá interagir com seus colegas e com seu tutor de forma a ampliar, por meio da interação, a construção do seu conhecimento. Vamos lá? www.esab.edu.br 41 Resumo Nesta primeira etapa da disciplina conhecemos alguns conceitos principais da teoria financeira; o termo finanças pode ser definido como a arte ou a ciência de administrar o dinheiro (GITMAN, 2010). Essa atividade é essencial nas organizações empresariais que buscam um resultado positivo das suas atividades operacionais. Além disso, estabelecemos relações entre a Administração Financeira e as demais áreas funcionais da empresa, e pudemos conhecer algumas funções do administrador financeiro e as principais decisões tomadas por ele: decisões de investimento, financiamento e operacionais. Estudamos também que o principal objetivo da Administração Financeira nesse ambiente é maximizar a riqueza dos proprietários. Porém, fundamental foi discutir o papel ético requerido por essa atividade de gestão. Um binômio muito importante nas finanças foi colocado na discussão sobre o risco e o retorno dos investimentos. Aprendemos que, quanto maior o risco que um investimento apresenta, mais altas são as expectativas de retorno sobre ele e vice-versa. Revisitamos quatro importantes demonstrações financeiras: o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração do Fluxo de Caixa e a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, e estabelecemos uma relação entre as decisões financeiras e tais demonstrações. Por fim, iniciamos o processo de análise das demonstrações financeiras. Conhecemos os principais interessados nessa análise (proprietários, credores e administradores) e pudemos fazer uma análise vertical e horizontal das demonstrações, apresentando proporções das contas e evolução ao longo do tempo. www.esab.edu.br 42 7 Análise dos índices de liquidez e endividamento Objetivo Analisar os indicadores de liquidez e endividamento. Na unidade 6, você estudou sobre a análise das demonstrações financeiras e a sua importância. Nesta unidade vamos dar início à análise das demonstrações financeiras a partir de índices. Aqui, vamos estudar dois importantes indicadores de avaliação das empresas: o indicador de liquidez e o indicador de endividamento. Para isso, utilizaremos conceitos de Groppelli e Nikbakht (2010). A análise de índices é um instrumento utilizado por administradores financeiros e investidores de empresas e auxilia na verificação do desempenho e crescimento da empresa ao longo do tempo. Além disso, conforme destacam Groppelli e Nikbakht (2010), ajuda a determinar se a empresa encontra-se em situação de insolvência. Ainda segundo os autores, se os índices não apontarem um bom desempenho financeiro, a empresa está sujeita a custos mais elevados de financiamentos, enquanto que bons índices muitas vezes significam que os investidores estarão dispostos a colocar recursos à disposição da empresa com custos mais razoáveis. 7.1 Indicadores de liquidez O grau de liquidez de um investimento depende da capacidade com que ele é transformado em dinheiro sem incorrer em perdas significativas (GROPPELLI; NIKBAKHT, 2010). Ou seja, quanto maior for a capacidade de um ativo transformar-se em dinheiro, maior é sua liquidez. Por exemplo, quando você investe seu dinheiro na caderneta de poupança, este é considerado um investimento com alta liquidez. www.esab.edu.br 43 Para Groppelli e Nikbakht (2010), a administração da liquidez consiste em equiparar os prazos das dívidas com os prazos com que os ativos serão transformados em caixa, a fim de evitar a insolvência. Dessa forma, a questão central que o indicador de liquidez ajuda a visualizar é: a empresa tem capacidade de gerar caixa suficiente para pagar seus fornecedores e credores? São os indicadores de liquidez que nos ajudam a responder a essa questão, pois eles testam o grau de solvência da empresa. Para isso, vamos conhecer dois indicadores de liquidez: • Índice de Liquidez Corrente (ILC); e • Índice de Liquidez Seca (ILS). Os dois tipos de índices de liquidez levam em consideração as contas do Balanço Patrimonial: Ativo Circulante e Passivo Circulante. Lembrando que o Ativo Circulante é o investimento que irá se transformar em caixa no curto prazo. Alguns exemplos: disponíveis (caixa, bancos, aplicações financeiras de curto prazo), contas a receber e estoques. Já o Passivo Circulante são as dívidas com data de vencimento em até um ano. Exemplos: salários a pagar, fornecedores a pagar, impostos a pagar e empréstimos. Vamos estudar detalhadamentecada um dos índices de liquidez. Vamos lá? Índice de Liquidez Corrente (ILC) Segundo Groppelli e Nikbakht (2010), o Índice de liquidez corrente é a relação entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante. Ativo circulanteÍndice de Liquidez Corrente (ILC)= Passivo circulante O resultado dessa equação é um número índice, que indica o quão solvente a empresa é em relação à sua capacidade de saldar suas dívidas. www.esab.edu.br 44 Exemplo 1: Podemos dizer que uma empresa com R$ 20 milhões de ativos circulantes e R$ 10 milhões de passivos circulantes tem um índice de liquidez corrente de 2 vezes. R$20.000.000,00 ILC 2 R$10.000.000,00 = = Isso significa dizer que a empresa em questão disponibiliza 2 vezes mais ativos circulantes do que passivos circulantes (dívidas). Ou seja, para cada R$ 1,00 de dívidas no Passivo Circulante, ela dispõe de R$ 2,00 para realização do pagamento. No entanto, um alto índice de liquidez não significa necessariamente uma boa saúde financeira. Isso porque investimentos que apresentam alta liquidez normalmente são pouco rentáveis. Pense na sua poupança: esse tipo de investimento é altamente líquido, porém, pouco rentável. O mesmo pode ser aplicado ao ambiente empresarial. Na unidade 8 falaremos sobre a rentabilidade. Índice de liquidez seca O índice de liquidez seca também é um indicador que apresenta a situação financeira da empresa em relação às suas obrigações. Porém, nesse cálculo, desconsideramos os estoques constantes no Ativo Circulante. Diminuindo os ativos circulantes menos líquidos (representado pelos estoques) e concentrando-se em ativos mais facilmente conversíveis em caixa (disponíveis e contas a receber), o índice de liquidez seca determina se uma empresa pode cumprir com suas obrigações de curto prazo, se as vendas diminuírem drasticamente (GROPPELLI; NIKBAKHT, 2010). Ativo circulante - EstoquesÍndice de Liquidez Seca (ILS) = Passivo circulante O resultado dessa relação é em um número índice que indica o quão solvente a empresa é em relação à sua capacidade de saldar suas dívidas, caso não venda nenhum estoque. www.esab.edu.br 45 Exemplo 2: No exemplo 1, os ativos circulantes somavam o montante de R$ 20 milhões. Qual a consequência para a liquidez da empresa se R$ 5 milhões estivessem comprometidos em estoques? Considerando ainda R$ 10 milhões de passivos circulantes, o índice de liquidez seca indicaria o representado na fórmula a seguir: R$20.000.000,00 R$ 5.000.000,00 ILS = 1,5 R$10.000.000,00 − = Ou seja, para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa disponibilizaria R$ 1,50 para pagamento. Ou, ainda, mesmo se nenhum estoque a mais fosse vendido, ainda assim a empresa apresentaria capacidade de saldar suas obrigações. Conforme esses conceitos e exemplos, podemos concluir que um indicador de liquidez (corrente ou seca) menor que 1, indica que a empresa não possui capacidade para saldar com suas obrigações no curto prazo. Depois de analisar a capacidade de pagamento das dívidas, o próximo índice a ser estudado é o indicador de endividamento. 7.2 Indicadores de endividamento O índice de endividamento apresenta o percentual dos ativos totais que é financiado através das dívidas (capital de terceiros) (GROPPELLI; NIKBAKHT, 2010). Quanto menor o índice de endividamento, menor é o montante de ativos comprometidos com dívidas de curto e de longo prazo. Sob um ponto de vista da capacidade de saldar as dívidas, isso confere à empresa uma maior segurança financeira. Lembre-se que as dívidas da empresa podem ser visualizadas no Balanço Patrimonial nas contas Passivo Circulante (dívidas de curto prazo) e Passivo Exigível a Longo Prazo (dívidas de longo prazo). Passivocirculante+PassivoExigível a LongoPrazo Índice de Endividamento (IE)= Ativo total www.esab.edu.br 46 O resultado encontrado do índice de endividamento indica, em termos percentuais, a parte dos investimentos (ativo) que estão sendo financiados por meio das dívidas. Exemplo 3: Se o Balanço Patrimonial de uma empresa mostrar dívidas de curto prazo de R$ 300.000,00, dívidas de longo prazo de R$ 700.000,00 e um ativo total no valor de R$ 5.000.000,00, então o índice de endividamento será o apresentado na fórmula a seguir. R$ 300.000,00 R$ 700.000,00IE = 0,2 R$ 5.000.000,00 ou 0,2 100%=20% + = × Para encontrar o valor em porcentagem, basta multiplicar o número índice encontrado por 100 – esse resultado indica que a empresa deve 20% dos seus ativos. Um índice alto pode comprometer a capacidade de pagamento das dívidas da empresa, porém, um baixo índice significa que a organização não utiliza o crédito disponível no mercado, o que pode gerar benefícios financeiros, como a alavancagem financeira. A alavancagem financeira é um conceito utilizado quando se toma recursos emprestados a custo baixo (juros baixos) e estes são aplicados na empresa. Se a organização for capaz de fazer tal recurso financeiro render mais que a taxa de juros paga por ele, diz-se que ela está alavancando financeiramente. Nesta unidade, você iniciou o processo de análise das demonstrações financeiras com dois indicadores: os de liquidez e os de endividamento. Na unidade 8 daremos continuidade ao estudo dos índices, analisando os indicadores de rentabilidade. Dica Acesse a revista Valor Econômico clicando aqui para ficar por dentro das principais notícias de finanças. www.esab.edu.br 47 8 Os indicadores de rentabilidade Objetivo Analisar os indicadores de rentabilidade. Na unidade 7 analisamos os indicadores de liquidez corrente, o índice de liquidez seco e o índice de endividamento. Nesta unidade, vamos conhecer três tipos de indicadores de rentabilidade: Retorno sobre o Ativo, Retorno sobre o Capital Próprio (ou Patrimônio Líquido) e a Margem de Lucro, utilizando conceitos de Gitman (2010). Para uma melhor visualização dos cálculos de rentabilidade, vamos ilustrar com exemplos da empresa Bem Viver. A empresa Bem Viver apresenta um Balanço Patrimonial e uma Demonstração do Resultado do Exercício, conforme as Tabelas 9 e 10, respectivamente. Tabela 9 – Balanço Patrimonial da empresa Bem Viver em 01/01/2012 BP Empresa Bem Viver em 01/01/2012 Ativo circulante R$ 60,000.00 Ativo realizável a longo prazo R$ 100,000.00 Ativo imobilizado R$ 240,000.00 Ativo total R$ 400,000.00 Passivo circulante R$ 40,000.00 Passivo exigível a longo prazo R$ 160,000.00 Patrimônio Líquido R$ 200,000.00 Passivo total R$ 400,000.00 Fonte: Elaborada pela autora (2013). A empresa Bem Viver possui um investimento total de R$ 400.000,00, distribuídos em Ativo Circulante, Ativo Realizável a Longo Prazo e Ativo Imobilizado. Esses investimentos são financiados pelo Patrimônio Líquido de R$ 200.000,00 e as dívidas (Passivo Circulante e Passivo Exigível a Longo Prazo). www.esab.edu.br 48 Tabela 10 – Demonstração do Resultado do Exercício da empresa Bem Viver de 2012 DRE da empresa Bem Viver 2012 (+) Receita líquida (-) Custo dos produtos vendidos (=) Lucro bruto (-) Despesas operacionais (=) Lucro operacional (-) Juros (=) Lucro antes do Imposto de Renda (-) Provisão IR (30%) (=) Lucro líquido do exercício R$ - R$ R$ - R$ R$ - R$ R$ - R$ R$ 100,000.00 45,000.00 55,000.00 25,000.00 30,000.00 2,000.00 28,000.00 8,400.00 47,600.00 Fonte: Elaborada pela autora (2013). A empresa apresenta vendas de R$ 100.000,00 e um lucro de R$ 19.600,00 no período. Agora vamos conhecer os tipos de rentabilidade e aplicá-los na empresa Bem Viver. Vamos lá? 8.1 Retorno sobre o ativo O Retorno Sobre o Ativo (RSA) – também chamado
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