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E-book 2 Carlos Renato Carneo REDES DE COMPUTADORES Neste E-Book: INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3 TOPOLOGIAS E CLASSIFICAÇÕES DE REDES DE COMPUTADOR ����������������4 Ponto a ponto �����������������������������������������������������������8 Barramento ���������������������������������������������������������������9 Anel ������������������������������������������������������������������������ 10 Estrela �������������������������������������������������������������������� 11 Malha ��������������������������������������������������������������������� 13 Árvore ��������������������������������������������������������������������� 14 Híbrida ������������������������������������������������������������������� 15 CLASSIFICAÇÃO DE REDES ��������������������������������� 16 SISTEMAS OPERACIONAIS EM REDES DE COMPUTADORES �����������������21 COMPONENTES E DISPOSITIVOS DE REDES DE COMPUTADORES ��������� 25 CAMADAS OSI E SUAS FUNÇÕES ������� 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������37 SÍNTESE �������������������������������������������������������38 2 INTRODUÇÃO Após um breve panorama da história e evolução das redes de computadores no Brasil e no mundo, pode- mos perceber como estamos interligados há algum tempo e como muitos de nós ainda nem perceberam o que está por trás de toda essa conectividade� Sendo assim, neste módulo, vamos fazer uma nova imersão no conhecimento dessa estrutura tecno- lógica, verificando quais os modelos usados e os mais adequados aos tempos modernos, pois esse conhecimento nos traz a possibilidade de decidirmos por qual caminho devemos seguir na estruturação de um ambiente operacional e técnico sobre redes de computadores� 3 TOPOLOGIAS E CLASSIFICAÇÕES DE REDES DE COMPUTADOR A melhor forma de iniciarmos os estudos, antes de falarmos sobre as topologias e classificações das redes de computadores, é analisarmos e entender- mos a Figura 1, na qual consta, de uma forma macro, um modelo básico de comunicação: Emissor Destino Receptor Rede de Comunicação Modelo Macro de Comunicação Transmissor Figura 1: Modelo macro de comunicação. Como se percebe, esse é o caminho tradicional, ou o que chamamos de princípio de todo processo de co- municação� E dentro de redes não é diferente� Dessa forma, alguns processos adicionais (conceitos de frequência, período de sinais, tipos de transmissão analógicas e digitais etc�) são partes integrantes desses caminhos de um pacote de dados� Pacotes de dados, mais especificamente os pacotes Transmission Control Protocol (TCP) — em portu- guês, Protocolo de Controle de Transmissão — po- dem conter até 1460 bytes de dados� Esse pacote 4 também inclui mais 40 bytes com as informações sobre o endereço do Internet Protocol (IP) de origem, destino, porta de origem e destino, códigos de veri- ficações, número dos pacotes etc. Fazendo uma analogia com a correspondência em papel, seria o mesmo que pensarmos em um reme- tente e seu destinatário, com o endereço completo de ambos que estão se comunicando� Para que a carta chegue ao destino, todas essas informações devem estar corretas, caso contrário, o processo de comunicação simplesmente não acontece� Na modernidade, como um e-mail para atingir seu objetivo, temos que inserir os endereços de origem e destino, com limite de emissão de arquivos (víde- os, imagens, textos etc.) e a confirmação de que foi enviado e recebido� Trata-se de um ótimo exemplo de um processo de comunicação� A fim de entendermos melhor esse processo de comunicação, precisamos estudar os conceitos de frequência, períodos de sinais, tipos de transmissão analógicas e digitais� Frequência e período de sinal podem ser definidos como uma grandeza física que indica o número de ocorrências de um evento, ciclo ou oscilações em um determinado intervalo de tempo, isto é, a frequência determina o tempo que uma informação leva para chegar ao destino com base nos níveis de oscilações que podem ocorrer de acordo com sua transmissão� 5 Além disso, o tipo do sinal também determina o nível de velocidade e precisão desse processo de comuni- cação� A esse respeito, podemos mencionar o sinal analógico como uma onda contínua que varia em função do tempo, em que percebemos que o sinal pode variar de 0 a 10, causando instabilidade, por- que as variações seguem uma escala mais dividida. Por exemplo, um sinal analógico pode seguir com variações entre 1, 25, 114, 2024, 9815, etc. (Figura 2): AA M P L I T U D E (V) 0 –A Sinal Analógica: Onda Sinusoidal Tempo (s) Figura 2: Sinal analógico. Fonte: Adaptado de Wikimedia. Quanto ao sinal digital, as variações são bem mais precisas e menos complexas com relação à variação de 0 a 10, assumindo valores inteiros de 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10; quando apresentar um valor quebra- do, como 5,25, arredondará para 5 ou 5,85 para 6 e assim por diante� Esse tipo de sinal é sempre uma vantagem, pois a qualidade de oscilação para o tempo de processa- mento e custos de armazenamento são inferiores e eficientes quando comparados com um modelo de 6 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/63/Senyal_analogic.GIF sinal analógico (Figura 3)� Com isso, otimizamos esse modelo de comunicação� t Figura 3: Sinal digital em comparação com o analógico. Fonte: Adaptado de Wikimedia. A partir dessa figura, somos capazes de verificar como foi importante a evolução na transmissão dos sinais� Pensando nos computadores e equipamentos modernos, que em outra época eram analógicos, ao se transformarem em “máquinas digitais”, criaram uma grande eficiência e estabilidade na transmissão de dados� Na comunicação de redes também acon- tece dessa forma, com estruturas tecnológicas que foram criadas para esse ambiente, complementando nosso entendimento� As topologias de redes, ou seja, o modelo físico de conexão entre computadores e outros componentes de uma rede, fazem parte do processo estudado na sequência. Assim, podemos definir tais modelos de conexão mencionando algumas topologias básicas, como a ponto a ponto� 7 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e1/Digital.signal.png Ponto a ponto A topologia ponto a ponto tem como característica principal cada ponto servir tanto como Client (Cliente) quanto Server (Servidor), isto é, uma estação de tra- balho dentro dessa rede serve igualmente como gerenciador e administrador de redes e, ao mesmo tempo, como uma estação de trabalho de usuário padrão, trafegando todas as informações sem a ne- cessidade da utilização de um servidor central, como são a maioria dos modelos utilizados atualmente� Apesar de tomarmos esse tipo de rede como parte de nossos estudos, já são considerados ultrapassados e com quase nenhuma aplicação prática nos dias de hoje� Seu baixo custo e facilidade de implementação não suprimem outras características importantes, que são consideradas desvantagens, sobretudo sua baixa segurança, limitação de números de computa- dores, dificuldade para criar escalabilidade etc. Outro ponto importante nesse modelo é que, por tratar-se de uma conexão ponto a ponto, vamos imaginar que no terceiro nó haja uma interrupção na transmissão; nesse momento, todas as estações de trabalho (posteriores e anteriores) ao terceiro nó estarão com suas comunicações interrompidas e, as- sim, as estações estarão operando individualmente. 8 (empty) 000 00 01 001 010 011 100 10 0 1 11 101 110 111 Figura 4: Rede ponto a ponto ou peer-to-peer network. Fonte: Adaptado de Wikimedia. Barramento Outra topologia é o barramento, um tipo de modelo cuja característica principal é um cabo único como barramento físico de dados, com isso, os computado- res ficam ligados a esse mesmo cabo e suas comu- nicações são sempre limitadas a um computador por vez que transmite essa conexão� Isto é, quando um computador transmitir algum sinal, o restante da rede fica ocupada, isso faz com que ocorra colisões de sinais e que tenhamosde reiniciar as transmissões. Apesar de sua simplicidade, facilidade de expansão e baixo custo, este tipo de rede cria diversas limita- ções, como lentidão em casos de picos de tráfego, problemas no cabo central do barramento em caso de a rede inteira parar de funcionar, bem como a difi- 9 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/79/Structured_%28DHT%29_peer-to-peer_network_diagram.png/800px-Structured_%28DHT%29_peer-to-peer_network_diagram.png culdade de identificarmos, localizarmos e isolarmos os problemas� Figura 5: Rede barramento ou bus network. Fonte: Adaptado de Wikimedia. Anel O anel é um modelo de barramento� Nele, os com- ponentes são conectados em série, seus dados trafegam em uma única direção e, para ficar bem entendido, uma mensagem enviada por uma estação de trabalho passa por todas as demais até chegar à estação de destino� O anel tem características benéficas, como igualdade de acesso à rede sem que, com isso, sua perfor- mance seja afetada com a escalabilidade prevista� Contudo, a falha ou interrupção de uma das estações afeta e paralisa as demais, além de dificultar a iden- tificação do local da falha (Figura 6): 10 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/11/Bus_Network_Topology.png/800px-Bus_Network_Topology.png 1 5 6 n 4 2 37 Figura 6: Rede anel ou Ring network. Fonte: Adaptado de Wikimedia. Estrela A rede Estrela é uma topologia que tem sido pro- fundamente difundida, pois nela se apoia a maioria das organizações públicas e privadas, e até mesmo residências, considerando-a a mais segura e eficiente para propósitos comerciais, industriais e pessoais� Observe a Figura 7: 11 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/88/Ring_network_scheme.png Figura 7: Rede estrela ou Star network. Fonte: Adaptado de Wikimedia. Nesse processo de comunicação, todos os dados em tráfego passam por uma central de gerenciamento chamada servidor de redes, que auxilia a adminis- tração e o gerenciamento, estabelecendo assim um desempenho melhor em cada nó ou estação de tra- balho ou qualquer outro periférico integrado à rede, como impressoras, leitoras com QR Code, código de barras etc� Tal modelo trabalha sincronicamente com a configuração dos TCP/IPs, segurança, autori- zações de acesso com usuários, senhas, aplicações sistêmicas, bancos de dados, internet, entre outros� Suas vantagens vão muito além do gerenciamento centralizado, pois toda manutenção, configuração e escalabilidade torna-se mais simples e eficiente; ademais, para qualquer problema encontrado em uma estação, basta efetuar a manutenção neces- sária naquele equipamento específico e o restante continua funcionando normalmente� No entanto há 12 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/68/Rozszerzonagwiazda.jpeg uma ressalva: quando o servidor apresentar algum tipo de problema, o restante da rede também para, mas isso raramente acontece por conta de toda tec- nologia envolvida, como armazenamento em nuvem ou Datacenters, espelhamento de servidores etc� Malha A Malha, ou mesh network, é uma rede com múltiplas conexões ao mesmo ponto com uma malha parcial ou totalmente conectada, dependendo do seu nível de conectividade� Neste caso, um bom exemplo de aplicação do modelo são as fábricas com ambientes insalubres que, devido ao seu maquinário, sofrem muitas interferências externas, afetando os sinais de distribuição de dados, o que nos permite criar sub-redes que possam gerar caminhos alternativos no processo de comunicação� Outro exemplo são as estruturas interligadas de gran- des organizações com unidades e processamentos distribuídos no mundo inteiro� A esse respeito, a es- trutura de redes também comporta o que chamamos de sistemas distribuídos� Esse modelo de distribui- ção de sistemas operacionais, transacionais ou de apoio a decisão leva as organizações a distribuírem seus processos e redes, criando assim uma maior independência de processamento, segurança ope- racional e, sobretudo, uma melhor performance na operação para os usuários� 13 Na Figura 8, temos um bom exemplo de sistema de controle de cartões de crédito, empresas do ramo financeiro etc.: Internet (OBS: Malha (Mesh Network) – Todos os rádios precisam estar na mesma frequência) Figura 8: Mesh network ou rede de malha. Fonte: Adaptado de Wikimedia. Árvore A árvore, topologia chamada também de hierárquica, é muito semelhante à topologia de barramento, ou seja, tem as mesmas vantagens e desvantagens; porém, a diferença é que esta tem diversos barra- mentos (Figura 9): 14 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/85/Mesh_network.png Figura 9: Rede árvore ou Tree network. Fonte: Adaptado de Wikimedia. Híbrida A rede híbrida, como o próprio nome diz, é uma mis- tura de outras topologias que podemos considerar detentoras de grandes resultados em eficiência, visto que podemos trazer as experiências positivas das outras estruturas para dentro desta e simplesmente ignorar suas desvantagens, ao agregar também uma mescla de tipos de comunicação, transformando-a em uma ótima opção para um conjunto de soluções. Utilizada também em grandes redes de computado- res, com sistemas e processos distribuídos, a rede híbrida tem como objetivo a melhoria em sua perfor- mance, a integração de informações nas Holdings empresariais, facilidade de escalabilidade e manu- tenção etc� Observe a Figura 10: 15 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/26/Tree_hierarchische_topologie.jpg Figura 10: Rede híbrida. Fonte: Wikimedia. Dessa forma, percebemos que existem várias pos- sibilidades de determinar os modelos de redes, ou melhor, a topologia que busca novas soluções de acordo com a necessidade de cada organização� A seguir, estudaremos a parte lógica da estrutura cha- mada Classificação de redes, segundo a extensão geográfica, sob a visão dos meios de comunicação, antes de adentrarmos a parte de componentes de redes de computadores ou hardwares envolvidos nessa composição� CLASSIFICAÇÃO DE REDES A classificação de redes de computadores, segundo a extensão geográfica, nos traz uma diversidade de opções, sendo que algumas delas servem apenas para nosso conhecimento, pois muitas não têm sido usadas ultimamente� Mesmo assim, é necessário conhecê-las, uma vez que, por incrível que pareça, 16 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/ca/Hybrid_access_Network.png ainda é possível encontrar estruturas obsoletas nas empresas� Por isso, torna-se pertinente conhecê- -las� Então, vamos estudá-las com uma breve des- crição acrescentando mais um passo ao nosso conhecimento� Personal Area Network (PAN) ou Wireless Personal Area Network (WPAN) é definida como redes pessoais, com curta distância de transmissão� Normalmente, essa comunicação acontece através de recursos como Bluetooth ou Ultra Wide Band (UWB)� Quanto a Storage Area Network (SAN), trata-se de redes privadas para armazenar outras redes de comunicação, servidores e Storages controladas através de outras redes do tipo Local Area Network (LAN), por exemplo� Já a Regional Area Network (RAN), ou rede de área de regional, tem uma co- bertura capaz de atingir grandes áreas, inclusive superiores às redes LAN e MAN, podendo conectar equipamentos ou redes entre países e até mesmo entre continentes� A Campus Area Network (CAN), apesar da seme- lhança com a rede LAN, é um modelo que tem um alcance maior, normalmente utilizado em universida- des, centros comerciais e hospitais com uma gran- de área a ser abrangida com prédios e processos independentes� 17 A LAN ou WLAN é um modelo de redes locais, cuja abrangência é limitada a pequenas distâncias� Mesmo assim, como sabemos, é bastante utilizada, pois pode ser controlada por servidores, switches ou comutadores. Para finalidade residencial, utiliza- mos esse modelo interligado com cabeamento ou roteadores wi-fi. A Metropolitan Area Network (MAN) ou Wireless Metropolitan Area Network (WMAN) éuma rede com ou sem fio de maior alcance em relação a LAN e WLAN; atende às necessidades de uma rede metro- politana, isto é, pode suprir a necessidade de comuni- cação de uma rede de escritórios, estabelecimentos diversos de uma cidade ou cidades próximas� A Wide Area Network (WAN) ou Wireless Wide Area Network (WWAN) é uma estrutura de redes que cobre grandes distâncias entre países e continentes� No futuro, será o único modelo a existir dentro das redes de computadores, e isso não está tão distante assim� Se compararmos nossos smartphones, com os quais podemos acessar qualquer informação seja lá onde estivermos, podemos comparar com o modelo de WWAN. Será que ainda temos alguma dúvida sobre essa questão? Essa classificação das redes e seu poder de alcance estão ilustrados na Figura 11: 18 WWAN Longo Alcance (superior 100 km) <<Rede Pessoal>> Wireless Personal Area Network +ZigBee +Z-Wave +ANT+ +WirelessHART +Bluetooth Low Energy +CSRmesh Médio Alcance (5-10km) Curto/Médio Alcance (100-1000 metros) Curto Alcance (100-1000 metros) WNANWPAN WLAN <<Rede Local>> Wireless Local Area Network +802�11/a/b/b/n/ac +802�11 af,ah +IEEE 802�11 ad <<Rede Vizinha> Wireless Neighborhood Area Network +Wi - SUN +ZigBee - NAN <<Rede Expandida>> Wireless Wide Area Network +Celular 2G/3G/4G/5G +LPWAN LoRaWan/Sigfox/Ingenu Figura 11: Integração e alcance de redes. Fonte: Adaptado de Wikimedia. 19 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/06/ReseauIoT.jpg/1024px-ReseauIoT.jpg FIQUE ATENTO Você precisa estar sempre antenado às publica- ções referentes à nossa área, pois não basta ape- nas estudar para se formar e sim estender seus conhecimentos, através de pesquisas profundas� Para isso, ao final desta leitura, você pode buscar o aprimoramento de seus conhecimentos com pesquisas importantes, como os trabalhos de Comer (2016) e Tanenbaum (2003), além de uma simples imersão no website da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), órgão que rege as normatizações das telecomunicações. 20 SISTEMAS OPERACIONAIS EM REDES DE COMPUTADORES Até aqui, aprendemos a topologia e a classificação de redes de computadores sob a visão geográfica. Neste tópico, estudaremos os sistemas operacionais em redes e servidores, ou seja, o que são, quais utilizar e por que utilizar� A princípio, precisamos entender o que são os sis- temas operacionais de redes (NOS)� Basicamente, trata-se de um sistema operacional (SO) específico para servidores, cujos objetivos são o gerenciamento de estações de trabalho, conexões externas ou pes- soais, periféricos, servidores etc�, todos interligados em algum modelo ou topologia de redes� Quando falamos em sistemas operacionais, não conseguimos fugir dos principais sistemas atuais: Windows, Linux e Mac OS� Estes são os mais utiliza- dos, por isso vamos compartilhar um entendimento de cada um, bem como as aplicações e principais funcionalidades� Devido ao grande volume de computadores no mun- do que utilizam Windows, esse sistema operacional lidera o ranking, tem características e funcionalidade especificamente criadas para o gerenciamento de redes de computadores, como Windows Servers, trazendo eficiência a seus produtos e tecnologias da Microsoft� 21 Serviços como o Domínio Active Directory, Microsoft SQL Server, Microsoft Exchange Server Microsoft, SharePoint e IIS (Serviços de Informações da Internet) são aplicações originais Windows, que preci- samos apenas avaliar a necessidade para definirmos qual produto melhor se adequa ao nosso modelo ou projeto de redes� Existe uma série de vantagens, como as suas atu- alizações constantes sob a coordenação única da Microsoft, facilidade de uso e instalação, compatibi- lidade de diversos softwares etc� Existem ainda suas desvantagens, como o preço de licença de uso de acordo com o número de usuários que encarece a escolha, ser um sistema proprietário, um alto índice de malwares e vírus aplicados quase que diariamente etc� Com relação às vantagens do Linux, ou Ubuntu Server, por se tratar de uma aplicação freeware, não há custo do produto, além disso, a quantidade de vírus aplicados a esse sistema operacional é muito reduzida� Pelo fato de ser um sistema aberto, existem comunidades gerando manutenções e inovações o tempo todo, o que acaba aprimorando suas aplica- ções. Outra característica é ser um sistema leve que pode ser usado em computadores mais antigos e com menos poder de processamento com finalidade de baixo processamento etc� No entanto, nem tudo é glória, pois existem desvanta- gens, como não ser um sistema muito fácil de admi- nistrar que pode demandar o auxílio de um especia- lista para nos apoiar nesse gerenciamento� Apesar de 22 já ter evoluído bastante em ambientes gráficos mais amigáveis, ainda tem restrições de compatibilidade com alguns softwares de mercado etc� É sempre interessante analisarmos a utilização e seus benefícios entre os dois gigantes do mercado� Por exemplo, usamos o Windows como gerenciador de redes e o Linux para um servidor de impressão em nossa rede de computadores, bastando usar opcionalmente um software de comunicação entre eles, como o Samba, um aplicativo que faz a conexão entre dois sistemas, os quais praticamente disputam o mesmo mercado tecnológico� Por último, temos o Mac OS criado pela Apple, empre- sa que optou por verticalizar um mercado específico. Seus usuários encontram-se na área de criação, de- signer e computação gráfica. Seu papel nas redes de computadores tem como objetivo principal atender a uma rede com equipamentos da Apple� Mas não se desespere, pois há possibilidades de se possuir um computador Mac com uma partição Windows ou Linux que, em uma visão mercadológica, funciona muito bem� Por isso, não podemos ser taxativos em falar que esse ou aquele sistema operacional é melhor ou pior do que o outro� É preciso pensar em um projeto de redes, em que o que interessa sempre é o resultado da eficiência esperada; para isso, ter a mente aberta para a escolha do modelo que mais bem se adequa à necessidade� 23 REFLITA Qual seria sua escolha na decisão pelo melhor sistema operacional, necessário ao seu projeto de redes? Devemos abrir a mente para uma esco- lha imparcial? Pesquise, pense e reflita sobre isso e tire suas próprias conclusões a esse respeito, pois tenho certeza que você se surpreenderá� 24 COMPONENTES E DISPOSITIVOS DE REDES DE COMPUTADORES Já estudamos os conceitos, modelos de redes e suas topologias, estruturas físicas e classificações se- gundo a área geográfica, bem como quais sistemas operacionais suportam nossa rede, aprimorando e organizando as ideias� Então, conheceremos mais uma etapa dessa estrutura de redes de computado- res, por isso abordaremos os componentes e dispo- sitivos de uma rede de computadores neste tópico� Podemos iniciá-lo com uma visão estruturada, tra- zendo inicialmente as estações de trabalho ou com- putadores em que os usuários se deleitem sobre as informações solicitadas, acessos à internet etc. Dessa forma, passo a passo, ou melhor, componente a componente, faremos o caminho da composição tecnológica para uma rede de computadores� As estações de trabalho, ou workstations, dentro de redes são os computadores (basicamente CPU, mo- nitores, teclados e mouses) que os usuários conec- tados utilizam para navegar na internet, ter acesso a softwares de aplicação sistêmica, softwares de programação, armazenamento de dados etc� Para praticamente tudo que fazemos hoje em dia, utilizamos uma workstation e algo muito parecido com esse componente, pois alguns (pontos de venda 25 em supermercados, restaurantes, lojas etc�) também são considerados estações de trabalho, o mesmo caso seria um caixa eletrônico que está sempre li- gado a uma rede e, quando solicitamos um extrato, com certeza traz essa informação através de algum modelo de conexão já estudado neste material� Figura 12: Estações de trabalho(workstations). Fonte: Wikimedia. Há sempre uma estação de trabalho em uma cone- xão de redes e, para que isso aconteça, devemos utilizar um componente, as placas de redes (Figuras 13 e 14). Apesar de as figuras mostrá-las separada- mente, essas placas — utilizadas para conexão de redes via cabo — estão acopladas em uma placa mãe, ou motherboard� 26 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/57/AWIPS-3-head-workstation.jpg Figura 13: Placa de redes. Fonte: Wikimedia.. Figura 14: Placa mãe (motherboard). Fonte: www.segaretro.org. 27 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/49/3Com-Etherlink-Network-Interface-Card-05.jpg/800px-3Com-Etherlink-Network-Interface-Card-05.jpg https://segaretro.org/images/a/ab/Naomi_Motherboard_top.jpg O próximo componente é o cabo, cuja função é co- nectar o computador à central de gerenciamento� Neste caso, pode ser um switch que, através de ca- bos par trançado (Unshielded Twisted Pair — UTP), que normalmente tem a cor azul (fibra ótica), faz a ligação desses componentes (Figura 15)� Note que, até o momento, o cabo está fazendo apenas a liga- ção física, ou seja, ainda não estamos conectando nada além disso� Mais adiante, estudaremos sobre o cabeamento estruturado e seus benefícios� Figura 15: Cabos de redes. Fonte: Wikimedia. Essa conexão conta com mais um componente im- portante e muito comum nessa estrutura, o conector RJ-45 (Figura 16)� Tal processo dá-se por meio de uma crimpagem, isto é, ação de crimpar um conec- tor a um cabo de redes com a sequência correta, sendo que cada par possui sua função no momento da conexão� 28 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/25/Network-cables-1.png Figura 16: Conector RJ-45. Fonte: Wikimedia. A conexão também pode ser wireless, isto é, o aces- so à rede sem fios/cabos; daí esses componentes possuírem algumas diferenças� Dessa forma, o cabo não é necessário, precisamos apenas de um dispo- sitivo de conexão wi-fi. Lembramos apenas que a classificação de redes, neste momento, com cabo é igual a uma rede LAN; sem cabo, uma rede WLAN� A próxima conexão é um switch ou comutador (Figura 14), usualmente utilizado para casos de re- des com fio, que é um equipamento que gerencia a conexão e os acessos das estações de trabalho. Esse equipamento pode ser considerado uma evolução do Hub e, para conexões sem fio, usamos roteadores emissores de sinal wi-fi (Figura 17): 29 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/70/RJ-45_plug.jpg/800px-RJ-45_plug.jpg. Figura 17: Switch de redes. Fonte: Wikimedia. Figura 18: Roteadores de redes. Fonte: Wikimedia. Podcast 1 30 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/88/Netgear_ProSafe_8_Port_Gigabit_Switch_GS108_open.jpeg/1024px-Netgear_ProSafe_8_Port_Gigabit_Switch_GS108_open.jpeg https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/77/Aruba_broadband_routers.jpg/800px-Aruba_broadband_routers.jpg Caso faça uma conexão com a internet, você precisa pensar também em um modem que ligará nossa rede com o ambiente externo, mais precisamente a web ao equipamento destinado para esse fim, tendo como característica principal a variação de velocidade que um provedor de internet fornece� Finalmente, chegamos ao nosso principal componen- te: o servidor de redes� Sua função é bem abrangente, como gerenciar a rede de computadores, mas não é só isso, pois também armazena bancos de dados, backups, softwares de aplicação, possui portas de comunicação, pode ter mais de um processador, memória amplas, etc�, sempre com o objetivo de disponibilizar os acessos dos usuários de uma for- ma eficiente, ágil, segura e transparente, visto que tais informações não interessam mais para a visão do usuário, como de qual servidor está instalado, ele pode estar na nuvem privada ou pública, em um datacenter ou mesmo localmente, sendo que o impor- tante para ele é que a informação esteja disponível� Essa será sempre uma informação para profissionais de TIC; outro ponto importante é que existem formas de distribuir as funções de um servidor, como servi- dores específicos para banco de dados, servidores de espelhamento, servidores de aplicações sistêmicas, servidores de internet ou de impressão etc� 31 Figura 19: Servidores de rede. Fonte: Adaptado de Wikimedia. Então já temos uma rede? Teoricamente sim, mas ainda não estamos totalmente conectados, apenas com a estrutura física pronta� Por isso, agora de- vemos pensar na conexão da parte lógica, configu- ração dos aplicativos que controlarão os acessos e protocolos TCP/IP, o que pode ser liberado aos nossos usuários, mas veremos isso posteriormen- te. Estudaremos como os dados e informações ou o que chamamos de tráfego de redes passam por cada OSI; com isso, você entenderá o que cada uma dessas camadas representa dentro desse processo intrigante� 32 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/fb/Server-based-network.svg/800px-Server-based-network.svg.png CAMADAS OSI E SUAS FUNÇÕES A fim de aprofundar um pouco mais o conhecimento na disciplina de redes de computadores, neste tópico entenderemos de que forma o tráfego de informa- ções acontece dentro de uma rede, ou seja, por meio das Camadas OSI, por que usamos as 7 camadas e o que acontece em cada uma delas� Com isso, buscaremos compreender melhor o gerenciamento de tráfego de informações. Conforme já abordado, durante muito tempo os siste- mas foram os chamados sistemas proprietários, que, por motivos de interesses econômicos e de manter uma certa fidelidade dos usuários, não permitiam a conexão entre os fabricantes de equipamentos da época� No entanto, dado que a necessidade de integração entre usuários era justamente o opos- to, a International Organization for Standardization (ISO) propõe, em 1983, um modelo de referência chamado camadas OSI, ou camadas Open Systems Interconnection (Figura 20), que seria uma abertura de comunicação entre os computadores e fabrican- tes de todo o mundo� 33 Modelo OSI -As 7 camadas 7 – Aplicação 6 – Apresentação 5 – Sessão 4 – Transporte 3 – Rede 2 – Enlace 1 – Física Figura 20: Camadas OSI. Então, vamos entender cada uma delas com suas funcionalidades e aplicações. Iniciamos a análise de camadas OSI: ● A camada 1 chama-se Física e seu objetivo é a de- finição elétrica e mecânica da interface de redes. Por essa razão, são estabelecidas a forma de representa- ção em volts dos 0s e 1s, isto é, o tempo de duração dos bits, as direções de transmissão, a quantidade de pinos de uma placa de redes e os demais aspectos elétricos e mecânicos da interface de redes� ● A camada 2 chama-se Enlace e é responsável pela fragmentação dos dados recebidos da camada an- terior� Ela já consegue entender um endereço físico (MAC Address – Media Access Control), assim, já reconhece o controle de fluxo de informações entre remetente e destinatário e sua forma de acesso� ● A camada 3 chama-se Rede e já possui o enten- dimento sobre as conexões com outros sistemas computacionais, abertura e fechamento de conexões, bem como gerencia o congestionamento de redes� Se pensarmos em um exemplo de rede LAN, a ca- 34 mada 3 seria aquela que mais atua nesse processo de interconexão, controlando o tráfego a partir de dispositivos como roteadores, e só então decide qual é o melhor caminho para os dados no processo de interconexão. Deste modo, define quais são as melhores rotas a se seguir� ● A camada 4 chama-se Transporte e é muito impor- tante no processo de transporte, pois podemos dizer que ela seria o controle de qualidade das camadas, uma vez que gerencia a entrega e o recebimento dos dados� Fazendo uma analogia com uma carta física, esta camada funcionaria como um carteiro que recebe a carta com os endereços de remetente e destinatário e sai para executar a entrega, como a camada entende que já tem todas as informações necessárias e estão corretas, ela envia para as pró- ximas camadas� ● A camada 5 chama-se Sessãoe é responsável por iniciar, gerenciar e terminar a conexão entre os chamados hosts, isto é, os computadores com IP e nome definidos. Em resumo, esta camada foi pro- jetada para permitir uma comunicação de sucesso entre as aplicações. ● A camada 6 chama-se Apresentação, porque formata e apresenta os dados; é a responsável, por exemplo, que duas redes diferentes se comu- niquem, traduzindo os dados neste processo de comunicação� ● A camada 7 chama-se Aplicação� Considerada de alto nível, é a que mais encontramos em nossas 35 atividades, pois demonstra nossa interação com nossas conexões, por exemplo, quando enviamos ou recebemos um e-mail, mensagens ou carregamos um aplicativo ou um site etc� Posto que já detalhamos as funcionalidades das camadas OSI, na Figura 21, podemos observar al- guns protocolos de comunicação aplicados em cada camada e, mais adiante, entenderemos cada um e quais suas aplicações e funcionalidades. Podcast 2 Modelo OSI -As 7 camadas 7 – Aplicação 6 – Apresentação 5 – Sessão 4 – Transporte 3 – Rede 2 – Enlace 1 – Física HTTP, HTTPS, FTP, etc� PROTOCOLOS EBCDIC, NDR, etc� NetBios, RCP, etc� TCPs, UDPs, etc� IPs, IPX, etc� Ethernet, FDDI, Frame Relay, etc� Modens, camada física da Ethernet, Bluetooth, USB, etc� Figura 21: Camadas OSI e protocolos. 36 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste módulo, pudemos entender como considerar um modelo de redes de computadores adequado para cada necessidade, com base no conhecimen- to sobre os conceitos principais da disciplina� Com isso, somos capazes de distinguir quais topologias e classificações utilizar segundo a distribuição ge- ográfica, para tanto, é necessário atendermos uma performance adequada� Também entendemos como identificar os compo- nentes pertencentes a essa estrutura e suas reais funcionalidades; por fim, pudemos compreender as características lógicas de um tráfego de dados e, assim, compreender melhor como funciona em sua totalidade, comunicação que muitas vezes nos passa desapercebido� 37 SÍNTESE REDE DE COMPUTADORES ESTRUTURA DE REDES DE COMPUTADORES Neste módulo, fizemos uma imersão no conhecimento de estrutura tecnológica, mais especificamente o de rede de computadores� Assim, estudamos quais os modelos usados e os mais adequados aos tempos modernos, conhecimento que nos possibilita decidir qual caminho seguir na estruturação de um ambiente operacional e técnico sobre redes de computadores� Esse conteúdo foi dividido nos seguintes tópicos: Topologias e Classificações de redes de computadores • Abordamos os modelos de redes, sua topologia e classificação, com isso, entendemos seus significados e aplicações nos ambientes atuais� Sistemas Operacionais para redes de computadores • Conhecemos os sistemas operacionais atuais e sua aplicação no ambiente de redes� Componentes e dispositivos de redes de computadores • Aprendemos quais são os dispositivos e os componentes de uma rede de computadores e para que precisamos dessa tecnologia� Camadas OSI e suas funções • Estudamos cada uma das sete camadas e suas funções dentro do ambiente de redes de computadores, bem como seus protocolos� Referências Bibliográficas & Consultadas BARRETT, D.; KING, T. Redes de computadores. Rio de Janeiro: LTC, 2010 [Minha Biblioteca]. BIRKNER, M. H. Projeto de interconexão de re- des: Cisco Internetwork Design – CID� São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2003 [Biblioteca Virtual]. COMER, D. E. Redes de computadores e inter- net. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2016 [Minha Biblioteca]. DANTAS, M� Redes de Comunicação e Computadores: Abordagem Quantitativa� Florianópolis: Visual Books, 2010. ENGST, A. C.; FLEISHMAN, G. Kit do iniciante em redes sem fio: o guia prático sobre redes wi- -fi para Windows e Macintosh. 2. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2005 [Biblioteca Virtual]. FOROUZAN, B� A�; MOSHARRAF, F� Redes de Computadores: Uma Abordagem Top-Down� Bookman Companhia Ed, 2012. MACHADO, F� B�; MAIA, L� P� Arquitetura de siste- mas operacionais. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017 [Minha Biblioteca]. NEMETH, E.; SNYDER, G. Manual completo do Linux. São Paulo: Pearson Makron Books, 2004 [Biblioteca Virtual]. PAQUET, D� Construindo redes cisco escaláveis� São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2003 [Biblioteca Virtual]. SOARES, Luiz. F.; LEMOS, G.; COLCHER, S. Redes de Computadores: das LANs, MANs e WANs às Redes ATM. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1995� STALLINGS, W. Criptografia e segurança de redes princípios e práticas� São Paulo: Pearson Prentice Hall. 4. ed. 2008 [Biblioteca Virtual]. TANENBAUM, A� S� Redes de Computadores� 4� ed� Rio de Janeiro: Campus, 2003. INTRODUÇÃO TOPOLOGIAS E CLASSIFICAÇÕES DE REDES DE COMPUTADOR Ponto a ponto Barramento Anel Estrela Malha Árvore Híbrida CLASSIFICAÇÃO DE REDES SISTEMAS OPERACIONAIS EM REDES DE COMPUTADORES COMPONENTES E DISPOSITIVOS DE REDES DE COMPUTADORES CAMADAS OSI E SUAS FUNÇÕES CONSIDERAÇÕES FINAIS Síntese
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