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Chagas – DEE / UFCG 1 UNIDADE I ANÁLISE DE CIRCUITOS EM REGIME SENOIDAL 1. Introdução Este capítulo trata da análise de circuitos que operam em regime permanente sob excitação senoidal. São estabelecidas as definições de fasor, impedância e admitância, formulando-se as leis de Kirchhoff no domínio da frequência. Descreve-se o processo de construção de diagramas de impedâncias e de diagramas fasoriais. Também é estudado o fenômeno de ressonância. Em seguida, são apresentados os conceitos de potência instantânea, ativa, reativa, aparente e complexa, além de fator de potência. Finalmente, são estudados aspectos relacionados à transmissão de energia em circuitos de corrente alternada, demonstrando-se o teorema da máxima transferência de potência e estabelecendo-se considerações sobre aplicação de capacitores para correção do fator de potência. 2. Resposta à Excitação Senoidal A Fig. 1.1 ilustra o fenômeno de curto-circuito que ocorre em uma linha de transmissão de energia elétrica. Os parâmetros R e L são, respectivamente, a resistência e a indutância em série da linha e RL é a resistência da carga. Na frequência de 60 Hz, as capacitâncias podem ser desprezadas. Em t = 0, o curto-circuito é estabelecido através do fechamento da chave, quando o valor instantâneo da corrente é i(0) = I0. Fig. 1.1. Simulação de um curto-circuito em uma linha de transmissão. Se v(t) = Vm sen(ω t + θ), tem-se: )()( )( θω +=+ tsenVtiR dt tid L m (1.1) Esta equação diferencial tem a seguinte solução: tLRmm esen LR V Itsen LR V ti )/( 222 0 222 )()()( − − + −+−+ + = αθ ω αθω ω (1.2) ( )RLtan /1 ωα −= (1.3) Chagas – DEE / UFCG 2 Vê-se que a corrente resultante apresenta duas componentes: uma componente transitória, com decaimento exponencial, e uma componente senoidal de estado estacionário, como é mostrado na Fig. 1.2. Fig. 1.2. Forma de onda típica de uma corrente de curto-circuito em uma rede elétrica. O método de resolução mais indicada para (1.1) consiste no emprego da transformada de Laplace. Neste caso, obtém-se uma equação algébrica expressa no domínio da frequência complexa, s = σ + jω , a qual é resolvida e a solução é transformada de volta para o domínio do tempo. A constante σ é a frequência neperiana, que estabelece o modo de amortecimento da onda de i(t), enquanto a frequência angular ω estabelece o modo de oscilação. O foco de interesse deste estudo é o regime permanente senoidal, onde os amortecimentos não são considerados (σ = 0). Neste regime é empregado um ente matemático denominado fasor, definido no item a seguir. A análise fasorial consiste na descrição de grandezas senoidais no domínio da frequência s = jω, de modo a se substituir as equações integrodiferenciais no domínio do tempo por equações algébricas de coeficientes e variáveis complexas. 3. Fasores 3.1 Definição de Fasor Sendo e a base neperiana, a identidade de Euler estabelece que: θθθ senjcose j += (1.4) Para um número complexo Z, tem-se: bjasenZjcosZeZ j +=+== θθθZ (1.5) A constante j é a unidade imaginária, definida como j = √-1 = 1e jπ/2. Z é o módulo do número complexo e θ é a fase do mesmo. A primeira forma de representação, Z = Z ejθ, denomina-se forma exponencial ou forma polar. A expressão Z =a + j b é chamada forma cartesiana. Chagas – DEE / UFCG 3 A representação de Z no plano complexo (plano Argand-Gauss) é mostrada na Fig. 1.3. Fig. 1.3. Representação de um número complexo no plano Argand-Gauss. 22 baZ += (1.6) ( )abtan /1−=θ (1.7) A seguir, são definidos os operadores Re e Im, que tomam, respectivamente, as parte real e imaginária de Z, ou seja: ( ) ( ) ( ) acosZsenZjcosZReeZReRe j ==+== θθθθZ (1.8) ( ) ( ) ( ) bsenZsenZjcosZImeZImIm j ==+== θθθθZ (1.9) Seja uma função expressa no domínio do tempo através da seguinte expressão: ( )φω tcosFtf m +=)( (1.10) A função f( t ) é identificada por: • Fm - Amplitude, em unidades de f( t ). • ω - Frequência angular, em radianos/s. • φ - Defasagem angular, em radianos. Para a frequência angular, tem-se ω = 2πf = 2π / T, onde f é a frequência em Hertz e T é o período em segundos. Pode-se ainda escrever f( t ) como: ( ) ( ) ( ) ( ) ].[][][ tjjmtjmmm eeFeReFRetsenjFtcosFRetf ωφφωφωφω ==+++= + (1.11) A seguir, considera-se a seguinte grandeza complexa: φj m eF=F (1.12) Esta grandeza é definida como o fasor de f (t). Assim, partindo-se da função cosseno, o fasor desta função é um número complexo cujo módulo é a amplitude Fm, e cujo ângulo de fase é a defasagem angular, φ. Chagas – DEE / UFCG 4 Uma observação importante é que o fasor não contém a informação da frequência angular, ω. Isto pode ser entendido se é considerado o operador F, tal que: [ ])(tfeF jm F== φF (1.13) O operador F estabelece uma correspondência entre as representações do sinal no domínio do tempo e no domínio da frequência. Assim, a informação da frequência torna-se implícita. Da mesma forma, tem-se: [ ]F-1()( F=+= )tcosFtf m φω (1.14) A maioria dos autores define fasor a partir da função cosseno. Entretanto, esta definição pode ser feita a partir da função seno, desde que se faça: ( ) ].[ tjjm eeFImtf ωφ= (1.15) A representação de um fasor também pode ser feita pela notação de Steinmetz, ou seja: φ∠= mFF (1.16) Outra observação é que o módulo de um fasor também pode ser tomado como sendo o valor eficaz da onda (fasor eficaz), ao invés da amplitude (fasor amplitude). Assim, também é usual assumir: ( ) φφ ∠=∠= em FF 2/F (1.16) Por enquanto, será considerado o fasor amplitude. Nas aplicações relacionadas a potência elétrica, o fasor eficaz passará a ser utilizado. Exemplo 1 - Calcular o fasor de ( )360.22220)( / tcostf ππ += Solução - Pela definição de fasor amplitude, tem-se: 3/22202220 3/ ππ ∠== jeF ]2220[)( 3/ tjj e.eRetf ωπ= Exemplo 2 - Calcular a função no domínio do tempo cujo fasor amplitude é F = 110√2∠-π/3. Solução - Dos desenvolvimentos anteriores: ( ) ])3/(2110)3/(2110[ ]2110[]2110[)( 3/3/ πωπω πωωπ −+−= == −− tsenjtcosRe eRee.eRetf tjtjj )3/(2110)( πω −= tcostf Exemplo 3 - Calcular o fasor de ( )260.22110)( / tsentf ππ −= . Solução - Transformando a função em cosseno, tem-se: ( ) ( ) ( )tcos tcos// tcostf 60.2211060.221102260.22110)( ππππππ −=−=−−= Chagas – DEE / UFCG 5 021102110 21102110 0 ∠−=−∠= −== −− π π F F jj ee O fasor também poderia ser determinado a partir da função seno, resultando em: 2/21102110 2/ ππ −∠== − jeF' Neste caso, todos os outros fasores relacionados ao problema também deveriam ser determinados a partir da função seno. 3.2 Representação Gráfica de um Fasor A função F ejωt é denominada fasor girante, o qual consiste no fasor F exercendo um movimento de rotação no plano complexo, no sentido anti-horário, com uma velocidade angular ω, igual à frequência angular do sinal, como é mostrado na Fig. 1.4. Fig. 1.4. Interpretação gráfica do conceito de fasor. Assim, pode-se definir fasor do sinal f(t) como o número complexo F que, ao girar no sentido anti-horário com velocidade angular ω, a projeção do mesmo no eixo horizontal (eixo real) descreve a variação do referido sinal em função do tempo. 4. Elementos Passivos no Domínio da Frequência 4.1 Impedância e Admitância Define-se impedância de um elemento de circuito linear, passivo e bilateral como sendo a relação entre o fasor tensão nos seus terminais e o fasor corrente que por ele circula, ou seja: Chagas – DEE / UFCG 6 I V Z =(1.17) A unidade de impedância é ohm (Ω). Apesar de ser um número complexo igual à razão entre dois fasores, a impedância não é um fasor, pois não representa uma grandeza que varia senoidalmente com o tempo. Considerando o mesmo elemento de circuito, define-se admitância como a relação entre o fasor corrente e o fasor tensão, ou seja, o inverso da impedância: ZV I Y 1 == (1.18) A unidade de admitância é o Siemens ( S ). 4.2 Impedância de um Resistor No domínio do tempo, tem-se para o resistor: )()( tiRtv = (1.19) ][)( tjeReti ωI= (1.20) Como o operador Re é linear, tem-se: ][][][.)( tjtjtj eReeR.eReReRtv ωωω VII === (1.21) Assim, resulta: I V R= (1.22) Considerando o ângulo de fase da corrente igual a φ, vê-se na Fig. 1.5 que, no caso do resistor, os fasores tensão e corrente acham-se em fase. Fig. 1.5. Fasores tensão e corrente no caso de um resistor. Como Z = V / I, a impedância do resistor é numericamente igual à sua resistência (número real), ou seja: RR Z = (1.23) A admitância do resistor é: G RR R === 11 Z Y (1.24) A grandeza G recebe o nome de condutância, expressa em siemens (S ). Chagas – DEE / UFCG 7 4.3 Impedância de um Indutor Para o indutor, pode-se escrever no domínio do tempo: [ ] [ ] [ ]tjtjtj eReeLjReeRe dt d L dt tdi Ltv ωωω ω ..).( )( )( VII ==== (1.25) IV Ljω= (1.26) LL jXLj === ω I V Z (1.27) Vê-se que a impedância de um indutor é um número imaginária puro. A grandeza XL = ω L é denominada reatância indutiva, expressa em ohms (Ω). Fazendo o ângulo de fase de V igual a φ, tem-se V = Vm ∠φ e I = Im ∠θ. o problema consiste em calcular a defasagem entre a corrente e a tensão; assim: )2/(2/ 1 πθθπθφ ωωω +=== jm j m jj m j m eILeILeeILjeV (1.28) Assim, tem-se θ + π /2 = φ ou θ = φ - π /2. É mostrado na Fig. 1.6 que, no caso do indutor, a corrente acha-se atrasada de 90o da tensão. Fig. 1.6. Fasores tensão e corrente no caso de um indutor. A admitância do indutor é: L L L jB L j Lj =−=== ωω 111 Z Y (1.29) A grandeza BL = - 1/ωL é denominada susceptância indutiva, expressa em siemens (S). 4.4 Impedância de um Capacitor Para o capacitor, tem-se: [ ] [ ] [ ]tjtjtj eReeCjReeRe dt d C dt tdv Cti ωωω ω ..).( )( )( IVV ==== (1.30) VI Cjω= (1.31) CC jX C j Cj =−=== ωω 11 I V Z (1.32) Chagas – DEE / UFCG 8 Como no caso do indutor, a impedância do capacitor é um número imaginária puro. A grandeza XC = -1/ω C recebe o nome de reatância capacitiva, sendo expressa em ohms (Ω). Se o ângulo de fase de V é igual a φ, tem-se V = Vm ∠φ e I = Im ∠θ. O problema consiste em calcular a defasagem entre a corrente e a tensão; assim: )2/(2/2/ 11 1 1 πθθπθπθφ ωωωω −==−== jmjm j-j m jj m j m e C I eI C eeI C eeI C 1 jeV - (1.33) Vê-se que θ - π /2 = φ ou θ = φ + π /2. É mostrado na Fig. 1.7 que, no caso do capacitor, a corrente acha-se adiantada de 90o da tensão. Fig. 1.7. Fasores tensão e corrente no caso de um capacitor. A admitância do capacitor é: C C C jBCj === ω Z Y 1 (1.34) A susceptância capacitiva BC = ω C é expressa em siemens (S). 5. Leis de Kirchhoff no Domínio da Frequência Se v1(t), v2(t), ..., vn(t) são as tensões nos elementos de um caminho fechado de um circuito, expressas no domínio do tempo, tem-se pela lei de Kirchhoff das malhas: 0)(...)()( 21 =+++ tvtvtv n (1.35) Em regime permanente senoidal: 0])....([ ]......[ ].[].[].[ 21 21 21 21 21 21 =+++ =+++ =+++ tjj mn j m j m tjj mn tjj m tjj m tjj mn tjj m tjj m eeVeVeVRe eeVeeVeeVRe eeVRe...eeVReeeVRe n n n ωθθθ ωθωθωθ ωθωθωθ (1.36) Como e jωt ≠ 0 e Vmk e jθk = Vk, k = 1, ..., n, tem-se: 0...21 =+++ nVVV (1.37) Logo, a lei de Kirchhoff das malhas permanece válida no domínio da frequência. No caso da lei de Kirchhoff dos nós, tem-se para as correntes que entram ou saem de um nó: 0)(...)()( 21 =+++ tititi n (1.38) Chagas – DEE / UFCG 9 Através de desenvolvimento análogo ao anterior, chega-se à conclusão de que a lei de Kirchhoff dos nós também permanece válida no domínio da frequência, ou seja: 0...21 =+++ nIII (1.39) Neste ponto, conclui-se que os conceitos de fasor, impedância e admitância proporcionam notável simplificação na análise de circuitos em regime estacionário com excitação senoidal, pois as equações integrodiferenciais que descrevem os circuitos com capacitores e indutores podem ser substituídas por equações algébricas de variáveis e coeficientes complexos. 6. Associações de Elementos no Domínio da Frequência São mostradas na Fig. 1.8 n impedâncias ligadas em série. Para a tensão V, pode-se escrever: ( ) IZIZZZZZZV abnnIII =+++=+++= ...... 2121 (1.40) Fig. 1.8. Associação de impedâncias em série. A impedância equivalente vista dos terminais ab é: nab ZZZZ +++= ...21 (1.41) Assim, a impedância equivalente a várias impedâncias ligadas em série é igual à soma dessas impedâncias. Em termos de admitâncias, a associação em série é feita da seguinte forma: nab YYYY 1 ... 111 21 +++= (1.42) Uma associação de n impedâncias ligadas em paralelo é mostrada na Fig. 1.9. Fig. 1.9. Associação de impedâncias em paralelo. Para a corrente I, tem-se: Chagas – DEE / UFCG 10 abnn Z V V ZZZZ V Z V Z V I = +++=+++= 1 ... 11 ... 2121 (1.43) nab ZZZZ 1 ... 111 21 +++= (1.44) Esta impedância indica que, numa associação em paralelo de impedâncias, o inverso da impedância equivalente é igual à soma dos inversos das impedâncias individuais. Pela definição de admitância, conclui-se que: nab YYYY +++= ...21 (1.45) Na Fig. 1.10 são mostradas associações RL e RC em série. ( a ) ( b ) Fig. 1.10. ( a ) Associação RL em série; ( b ) Associação RC em série. No caso da Fig. 1.10 (a) e da Fig. 1.10 (b) tem-se, respectivamente, as seguintes impedâncias: Lj RRL ω+=Z (1.46) ωC j RRC 1 −=Z (1.47) Para as admitâncias, pode-se escrever: 222 )()()( 1 ωLR L j ωLR R ωLR LjR LjR 222 RL + − + = + − = + = ωω ω Y (1.48) 222 1 1 11 1 1 1 + + + = + + = − = ωC R ωCj ωC R R ωC R C jR C jR 222 RC ω ω Y (1.49) Na Fig. 1.11 são mostradas associações RL e RC em paralelo. ( a ) ( b ) Fig. 1.11. ( a ) Associação RL em paralelo; ( b ) Associação RC em paralelo. Chagas – DEE / UFCG 11 Para a Fig. 1.11 (a) e Fig. 1.11 (b) tem-se, respectivamente: ωL j R RL 11 −=Y (1.48) ωCj R RC += 1 Y (1.49) Como exercício, sugere-se calcular ZRL e ZRC. No caso de uma associação RLC em série, tem-se para a impedância equivalente: − +=−+= ωC LCω j R ωC jLj RRLC 11 2 ωZ (1.50) Numa associação RLC em paralelo, tem-se para a admitância equivalente: − +=+−= ωL LCω j R Cjω ωL j R RLC 1111 2 Y (1.51) Exemplo 4 – Por um elemento de circuito passa uma corrente i(t) = 2,5 cos(2500t - 30o), estando este submetido a uma tensão v(t) = 5 sen(2500t - 30o). Qual é o elemento? Solução – Exprimindo v em termos de cosseno: )1202500(5)90302500(5)( ooo tscotscotv −=−−=oo 305,2,1205 −∠=−∠= IV 2905,2 305,2 1205 jo o o -Z I V Z =∴−∠= −∠ −∠ == Conclui-se que o elemento é um capacitor. F200 25002 1 2 1 2 1 µ===∴= x C C ωω Exemplo 5 – Um resistor de 10 Ω e um indutor de 5 mH estão em paralelo, como ,e mostrado na Fig. 1.12. A corrente no ramo indutivo é iL = 5 sen(2000t - 45 o ). Obter iT = iR + iL. Fig. 1.12. Circuito do Exemplo 5. Solução – Calculando o fasor IL a partir da função seno: Chagas – DEE / UFCG 12 o L 455 −∠=I o LL jxxLX 901010101050002 3 ∠==∴Ω=== − Zω ( )( ) oooLL 45504559010 ∠=−∠∠== IZV o o R R 455 10 4550 ∠= ∠ == V I ooo LRT 025455455 ∠=−∠+∠=+= III )2000(25 tseniT = Exemplo 6 – O capacitor de 35 µF da Fig. 1.13 está em paralelo com um certo elemento. Identificar o elemento, sabendo que a tensão e a corrente total são, respectivamente, v = 150 sen(3000t) e iT = 16,5 sen(3000t + 72,4 o ). Fig. 1.13. Circuito do Exemplo 5. Solução – Neste caso, os fasores são determinados a partir da função seno; assim: o T o 4,725,16,0150 ∠=∠= IV o C j xx j C j 9052,952,9 10353000 11 6 −∠=−=−=−= −ω Z o o o C 9075,15 9052,9 0150 ∠= −∠ ∠ == C Z V I 06,59075,154,725,16 =∠−∠=−= ooCTZ III ∴ Ω= ∠ == 6,29 06,5 0150 o ZI V Z O elemento é um resistor. Isso poderia ser concluído de imediato, pois os elementos são ideais e v e iT apresentam defasagem de 72,4 o. 7. Diagramas Fasoriais Os diagramas fasoriais são representações dos fasores tensão e/ou correntes no plano complexo, de modo a reproduzirem graficamente as leis de Kirchhoff. Na Fig. 1.14, Fig. 1.15 e Fig. 1.16 são mostrados esses diagramas para os circuitos RL, RC e RLC em série. Na Fig. 1.17, Fig. 1.18 e Fig. 1.19 são considerados os circuitos RL, RC e RLC em paralelo. Chagas – DEE / UFCG 13 Fig. 1.14. Associação RL em série e diagrama fasorial. Fig. 1.15. Associação RC em série e diagrama fasorial. Fig. 1.16. Associação RLC em série e diagrama fasorial – ( a ) XL < XC ; ( b ) XL > XC. Chagas – DEE / UFCG 14 Fig. 1.17. Associação RL em paralelo e diagrama fasorial. Fig. 1.18. Associação RC em paralelo e diagrama fasorial. Fig. 1.19. Associação RLC em paralelo e diagrama fasorial – ( a ) XL < XC ; ( b ) XL > XC. Chagas – DEE / UFCG 15 Uma regra a ser seguida é que a grandeza de referência deve ser aquela que seja comum ao maior número possível de circuitos. Para os elementos em série, foi tomada a corrente. Para os elementos em paralelo, foi tomada a tensão. Por simplicidade, atribui-se a essa grandeza o ângulo de fase 0o. Exemplo 7 – Em relação ao circuito da Fig. 1.20, determinar a corrente fornecida pela fonte, a queda de tensão sobre cada elemento do circuito e esboçar o diagrama fasorial. Considera-se o fasor eficaz. Fig. 1.20. Circuito do Exemplo 7. Solução – A impedância total do circuito é: o T jjj 1,53543483 ∠=+=−+=Z o o o 1,5320 1,535 0100 −∠= ∠ ∠ =I oo R xR 1,53601,53203 −∠=−∠== IV oooo LL xjjX 9,36160)1,5390(1601,53208 ∠=−∠=−∠== IV ooo CC xjX 1,14380)1,5390(204 −∠=−−∠=−= IV O diagrama fasorial do circuito é mostrado na Fig. 1.21. Fig. 1.21. Diagrama fasorial do Exemplo 7. Uma observação importante é que a tensão da fonte é 100 V, enquanto a tensão no indutor é 160 V (explicar). Chagas – DEE / UFCG 16 Exemplo 8 – No circuito da Fig. 1.22, os valores medidos das correntes i, i1 e i2 são, respectivamente, 29,9/√2A, 22,3/√2A e 8//√2A. Determinar os valores de R e L para f = 60 Hz. Fig. 1.22. Circuito do Exemplo 8. Solução - Os valores de pico de i, i1 e i2 são, respectivamente, 29,9 A, 22,3 A e 8 A. Arbitran- do a fase de i2 em 0 o, tem-se para o fasor amplitude de v: oox 0120081515 ∠=∠== 2 IV Como os elementos se acham ligados em paralelo, é mais conveniente trabalhar com admitâncias. Assim, tem-se para o ramo RL: 0,1858,0 0120 3,221 >−∠= ∠ −∠ == θθ θ o V I Y )(1858,0 θθ senjcos −=Y No diagrama fasorial da Fig. 1.23, tem-se: 932,0 83,222 83,229,29 2 222 21 2 2 2 1 2 = −− =∴++= xx coscosIIIII θθ Fig. 1.23. Diagrama fasorial do Exemplo 8. Assim, obtém-se θ = 21,25o. A admitância do ramo RL é, então: L j R senjcos oo ω 11 25,211858,025,211858,0 −=−=Y Ω== 77,5 932,01858,0 1 x R mH4,39 602363,01858,0 1 == xxx L π Chagas – DEE / UFCG 17 8. Ressonância 8.1 Definição Na Fig. 1.24 é mostrada uma fonte de tensão senoidal, a qual alimenta uma associação de resistores, indutores e capacitores interligados de forma arbitrária. Diz-se que ocorre ressonância quando a tensão aplicada v(t) e a corrente resultante i(t) estão em fase. Assim, a impedância vista dos terminais de entrada do circuito apresenta-se como uma resistência pura. Fig. 1.24. Representação de um circuito RLC alimentado por fonte de tensão senoidal. Nessas condições, as energias armazenadas nos campos elétricos dos capacitores e dos indutores são compartilhadas exclusivamente por esses elementos de circuito, sem que a fonte tome parte no processo. Assim, a interação entre a fonte e o resto do circuito resume-se ao fornecimento da energia que é dissipada nos elementos resistivos. Para explicar esse fenômeno, considerando o circuito RLC em série da Fig. 1.25. A impedância vista dos terminais da fonte é dada por: ZZjXR ωC ωLj R θ∠=+= −+= 1 Z (1.52) Fig. 1.25. Circuito RLC em série ressonante. O circuito se acha em ressonância quando as reatâncias indutiva e capacitiva se cancelam. Assim, Z = R quando LC ω ωC ωL 0 1 0 1 ==∴=− ω (1.53) A frequência angular ω0 é denominada frequência de ressonância, em rad/s. Em Hz, tem-se: LC f0 π2 1 = (1.54) De (1.52), tem-se para Z e Y, tem-se: Chagas – DEE / UFCG 18 2 2 1 −+= ωC ωL RZ (1.55) = ωRC -LCω arctgZ 12 θ (1.56) 2 2 1 1 −+ = ωC ωL R Y (1.57) −= ωRC -LCω arctgY 12 θ (1.58) São mostradas na Fig. 1.26 e a Fig. 1.27 as variações dos módulos e dos ângulos da impedância Z e da admitância Y vistas dos terminais de entrada do circuito. Fig. 1.26. Variações do módulos e dos ângulo da impedância Z. Fig. 1.27. Variações do módulos e do ângulos da admitância Y. Chagas – DEE / UFCG 19 8.2 Considerações sobre Energia Na análise a seguir, o circuito RLC em série é interpretado como um oscilador, cujo critério de avaliação de desempenho é estabelecido em termos de energia. Caso a resistência seja pequena, a energia dissipada em forma de calor também é pequena. Assim, o oscilador apresentará um comportamento próximo do ideal se as perdas ôhmicas forem muito menores que a energia armazenada. Com isso, ao se fornecer energia ao circuito, o mesmo será capaz de manter uma troca ou oscilação de energia entre capacitor e indutor durante um longo período, com um amortecimento mínimo nas amplitudes das ondas de tensão e de corrente. Diante do exposto, é necessário estabelecer um parâmetro de avaliação do grau de influência da resistência R no processo de amortecimento das oscilações. Esse critério é expresso em termos do fator de qualidade, Q, o qual é proporcional à relação entre a energia armazenada nos elementos armazenadores de energia, em qualquer instante, durante o fenômeno de ressonância, e a energia dissipada no resistor, considerando o intervalo de um ciclo, ou seja: CICLOPORDISSIPADAENERGIA ARESSONÂNCIEMARMAZENADAENERGIA π2=Q (1.59) Se a corrente é I = Im ∠0 o, então: tcosIti m ω=)( (1.60) A energia armazenada no indutor é: tcosILtiLtW mL ω 222 2 1 )( 2 1 )( == (1.61) No capacitor, o fasor tensão é: 2/ 1 π ωω−∠=−= C I C j mC IV (1.62) No domínio do tempo: tsen C I tcos C I tV mmC ωω πω ω =−= )2/()( (1.63) A energia armazenada no capacitor é dada por: tsen C I tvCtW mCC ωω 2 2 2 2 2 1 )( 2 1 )( == (1.64) A energia total armazenada em qualquer é dada por: +=+= tsen LC tcosILtWtWtW mCL ωω ω 2 2 22 1 2 1 )()()( (1.65) Para ω = ω0 = 1/√(LC), tem-se: Chagas – DEE / UFCG 20 2222222 2 11 2 1 2 1 2 1 )( mmmom CVVC LC LVCLILtW ==== ω (1.66) Isso mostra que, em condições de ressonância, a energia total armazenada nos elementos reativos é constante, ou sela, não há troca de energia entre esses elementos e a fonte. A energia dissipada num circuito ressonante durante um ciclo é o produto da potência média, P, pelo período T = 1/ fo = 2π/ fo, ou seja: o mm D f IR T I RTPW 22 . 22 = == (1.67) Assim, da equação (1.59), o fator de qualidade do circuito é: R L R Lf f IR IL Q oo o m m ωπ π === 2 2 1 2 1 2 2 2 (1.68) Vê-se que se R diminuir, o fator de qualidade aumenta, diminuindo o amortecimento. Assim, o comportamento do circuito oscilador aproxima-se do ideal. Para uma tensão de entrada V1 fixa, tem-se para o módulo da corrente: 2 2 1 1 1 −+ == ωC ωL R V VYI (1.69) Vê-se que o máximo valor de I ocorre para ω = ωo, ou seja: R V II o 1== (1.70) A variação de I em função de ω é mostrada na Fig. 1.28, considerando uma tensão constante na entrada. Fig. 1.28. Variação da corrente I em função de ω. Chagas – DEE / UFCG 21 Exemplo 9: Uma tensão V = 10 ∠0o, de frequência ω = 1000 rad/s é aplicada no circuito da Fig. 1.29. Ajusta-se L de modo que a tensão no resistor seja máxima. Achara a tensão em cada elemento. Fig. 1.29. Circuito do Exemplo 9. Solução - Para que a tensão no resistor seja máxima, a corrente também deverá ser máxima, o que implica em uma impedância total mínima. Para que isso ocorra, o circuito deverá estar em ressonância, ou seja: .50 10201000 11 6 Ω==== −xxC LX L ω ω ( ) oCL RXXj R 05∠==−+=Z o o o 02 05 010 ∠= ∠ ∠ == Z V I ooo R xR 0100205 ∠=∠∠== IV ooo LL xjX 90100029005 ∠=∠∠== IV ooo LCC xjXjX 90100029005 −∠=∠−∠=−=−= IIV Um fato interessante é que as tensões no capacitor e no indutor apresentam módulos 10 vezes maiores que a tensão da fonte. Assim, a ressonância pode acarretar em valores muito elevados de tensão e corrente, pondo em risco a integridade da instalação e a vida das pessoas. Exemplo 10: Determinar o valor de C que torna o circuito da Fig. 1.30 ressonante em ω = 500 rad/s. Fig. 1.30. Circuito do Exemplo 10. Solução – A admitância de entrada do circuito é: Chagas – DEE / UFCG 22 − + + + += + + + + − = − + + = 100 6 5,695,69 34,8 100 8 34,8 34,8 68 68 34,8 1 68 1 222222 C C CC C C X X j XX jXj jXj Y Em ressonância, tem-se: 05,697,16 100 6 5,69 2 2 =+−∴= + CCC C XX X X Ω=Ω=∴ −± = 88,782,8 2 5,6947,167,16 21 2 CCC XX x X ou F53,2 88,7500 11 ,F227 82,8500 11 2 2 1 1 µ===µ=== xX C xX C CC ωω Exemplo 11: O circuito da Fig. 1.31 representa a ligação em paralelo de um capacitor e um indutor não ideal, onde a resistência da bobina é RL. Achar a frequência de ressonância do circuito. Fig. 1.31. Circuito do Exemplo 11. Solução – Para a admitância de entrada do circuito, tem-se: + −+ + =+ + − =+ + = 222222222 1 LR L Cj LR R Cj LR LjR Cj LjR LL L L L L ω ω ω ω ω ω ω ω ω Y Em ressonância, tem-se: L CR LCLR L C Lo oL o 2 222 1 1 −=∴ + = ω ω ω ω Para RL = 0 (indutor ideal), tem-se ωo = 1/√(LC). Considerando uma fonte de tensão v(t) = Vm cosωt nos terminais de entrada do circuito, a corrente no indutor é: L V j Lj V o m o o m L ωω −= ∠ = 0 I Como ωoC = 1 / (ωo L), tem-se no capacitor: L V jVCj o mo moC ω ω =∠= 0.I A corrente total é: Chagas – DEE / UFCG 23 0=+−=+= L V j L V j o m o m CL ωω III Assim, tem-se um oscilador ideal, o qual recebe o nome de circuito tanque. No mesmo, nenhuma energia é trocada entre a fonte e o resto do circuito. Conforme será visto em detalhes mais adiante, durante meio ciclo de tensão, o indutor transfere energia do seu campo magnético para o campo elétrico do capacitor, invertendo-se esse processo no meio ciclo de tensão seguinte. Assim, o processo ocorre sem amortecimentos nas amplitudes da ondas de tensão e de corrente, pois não há dissipação de energia. 9. Potência em Regime Senoidal 9.1 Potência Instantânea Na Fig. 1.32 é mostrada uma fonte de tensão senoidal que alimenta uma associação de resistores, indutores e capacitores interligados de forma arbitrária. Fig. 1.32. Circuito RLC alimentado por fonte de tensão senoidal. Para a tensão e corrente, v(t) e i(t), é suposto que: tcosVtv m ω=)( (1.71) )()( φω += tcosIti m (1.72) Define-se potência instantânea como sendo: )(.)()()( φωω +== tcostcosItitvtp m (1.73) Da identidade trigonométrica ( ) ( )[ ]bacosbacosboscacos ++−= 2 1 . (1.74) pode-se escrever para p(t): [ ] [ ])(2 22 )()( 2 1 )( φωφφωωφωω ++=+++−−= tcoscos IV ttcosttcosIVtp mmmm (1.75) [ ])(2)( φωφ ++= tcoscosIVtp (1.76) As grandezas V e I são os valores eficazes de v(t) e i(t). Chagas – DEE / UFCG 24 Na Fig. 1.33 são mostradas as variações de v(t), i(t) e p(t). Fig. 1.33. Variações de v(t), i(t) e p(t) em um circuito RLC com excitação senoidal. Assim, são tiradas as seguintes conclusões: • O valor médio de p(t) é P = VIcosφ. • A onda de p(t) pulsa com frequência 2ω em torno de P = VIcosφ , ou seja, p(t) perfaz dois ciclos completos para cada ciclo de v(t) e de i(t). • Durante certos intervalos de tempo, p(t) assume valores negativos. Isto indica que a energia é fornecida à fonte pelos elementos armazenadores de energia (indutores e capacitores). • A fonte entrega mais energia à carga do que recebe. Isto se deve à existência de elementos resistivos, essencialmente dissipadores de energia, os quais impõem um consumo correspondente a P = VIcosφ. Devido ao fato de p(t) apresentar o caráter pulsante mostrado na Fig. 1.33, podem ocorrer vibrações quando se aplica motores de indução monofásicos no acionamento de cargas como compressores de refrigeradores, por exemplo. Tal fato não ocorre quando se aplica motores trifásicos, pois a soma das potências instantâneas de cada fase resulta em um valor constante. Isto faz com que os motores de grandes potências sempre sejam do tipo trifásico. Nos casos em que o circuito é puramente resistivo ou é ressonante, v(t) e i(t) se acham em fase e φ = 0. Da equação ( )tcosIVtpR ω21)( += (1.77) Como é mostrado na Fig. 1.34, p(t) assume apenas valores positivos, ou seja, o circuito apenas absorve energia da fonte. O valor médio de p(t) é P = VI. Chagas – DEE / UFCG 25 Se o circuito for puramente indutivo, φ = -90o na equação (1.76), de modo que: tsenIVtpL ω2)( = (1.78) Para o circuito puramente capacitivo, φ = 90o, e então: tsenIVtpC ω2)( −= (1.79) Na Fig. 1.35 e na Fig. 1.36 vê-se que, em qualquer instante, pL(t) e pC(t) apresentam sinais opostos. Fig. 1.34. Onda da potência instantânea em um circuito resistivo com excitação senoidal. Fig. 1.35. Onda da potência instantânea em um circuito indutivo com excitação senoidal. Fig. 1.36. Onda da potência instantânea em um circuito capacitivo com excitação senoidal. Chagas – DEE / UFCG 26 Os sinais opostos de pL(t)e pC(t) indicam que, durante um quarto de ciclo de tensão, o indutor recebe energia da fonte e, no quarto de ciclo subsequente, o mesmo passa a fornecer. O contrário ocorre com o capacitor. Ademais, essas potências oscilam em torno de um valor médio igual a zero, indicando que não são convertidas em outras formas de potências não- elétricas. 9.2 Potência Média ou Ativa Potência média é definida por: ∫= T dttp T P 0 )( 1 (1.80) Substituindo (1.76) em (1.80), obtém-se: φcosIVP = (1.81) A potência média é também chamada de potência real ou ativa. Ela corresponde à energia efetivamente consumida pela carga. No Sistema Internacional de Unidades, é medida em watts (W). Em indutores e capacitores, tem-se P = 0. 9.3 Potência Reativa A expressão (1.76) também pode ser escrita como: ( ) ( ) tsensenVItcoscosVIsentsencostcosVIcosVItp ωφωφφωφωφ 2.21.2.2)( −+=−+= (1.82) ( ) tsenQtcosPtp ωω 221)( −+= (1.83) A componente P(1+cos2ωt) é sempre positiva e possui valor médio P = VIcosφ. A componente Qsen2ωt pode ser positiva (sentido fonte-carga) ou negativa (sentido carga- fonte). É associada aos elementos armazenadores de energia (indutores e capacitores). A grandeza φsenVIQ= (1.84) é definida como potência reativa, a qual corresponde ao valor máximo da componente Qsen2ωt. A potência reativa é medida em volt-ampéres reativos (var). Para os resistores, Q = 0. Nas redes de energia elétrica, a existência de elevados valores de potência reativa circulando nas linhas constitui um fator indesejável, pois ocorrem perdas ôhmicas nos condutores e quedas de tensão nos terminais da carga. Além disso, um consumidor que requer excesso de potência reativa do sistema é penalizado com um acréscimo na sua conta de consumo de energia, como será visto em detalhes mais adiante. 9.4 Potência Aparente Define-se potência aparente como sendo o produto dos valores eficazes da tensão e da corrente, ou seja: VIS = (1.85) Chagas – DEE / UFCG 27 A potência aparente é medida em volts-ampéres (VA). É a potência que se utiliza na especificação de equipamentos elétricos, como geradores, transformadores, etc. É mais usual utilizar seus múltiplos (kVA, MVA). 9.5 Fator de Potência Define-se fator de potência de uma instalação como a relação entre a potência ativa consumida e a potência aparente, ou seja: APARENTE POTÊNCIA ATIVA POTÊNCIA =FP (1.86) Em regime senoidal, tem-se: φφφ φφ )( )( coscos VI cosVI IV IVFP =− − == (1.87) O fator de potência é uma grandeza de extrema importância na avaliação do desempenho das cargas elétricas. Das expressões (1.81), (1.84) e (1.85), vê-se que, para o mesmo valor de potência aparente, S, um baixo valor de FP implica em baixo valor de P e alto valor de Q, o que não é conveniente, conforme foi explicado. Para circuitos puramente resistivos ou ressonantes, φV =φI e cosφ =1. No caso de circuitos puramente indutivos ou capacitivos, a corrente e a tensão acham-se em quadratura e cosφ =0. No primeiro caso, diz-se “cosφ em atraso” (corrente atrasada da tensão); no segundo caso, diz- se “cosφ em avanço”. 9.6 Potência Complexa No estudo de potência em circuitos de corrente alternada, utiliza-se exclusivamente o conceito de fasor eficaz. Assim, define-se potência complexa como sendo: * IVS = (1.88) A grandeza I* é o conjugado do fasor corrente. Se V = V ∠φV e I = I ∠φI, então: )-()-()-( IVIVIV jVIsenVIcosIV φφφφφφ +=∠=S (1.89) Fazendo φ = φV - φI, tem-se: jQPjVIsenVIcosIV +=+=∠= φφφS (1.90) 9.7 Relações Adicionais para Potências Considerando uma impedância Z = R + j X, submetida a uma tensão V e uma corrente I, pode-se escrever: ( ) jQPIXjIRI +=+==== 222ZIIZIVS *** (1.91) 2IRP = (1.92) 2IRP = (1.93) Chagas – DEE / UFCG 28 2IZS = (1.94) 22 QPS += (1.95) ( ) ( ) **** Z/ZVVV/ZVIVS /2* V==== (1.96) ZVS /2= (1.97) ( ) ( ) ( )( ) jQPjsencosZVZVZZVZVV +=+=∠==== φφφ //Z/ZZS * 222222 /// (1.98) ( ) φcosVP *Z/2= (1.99) ( ) φsenVQ *Z/2= (1.100) 9.8 Triângulo de Potências É usual relacionar S, P, Q e φ através do triângulo de potências, como é mostrado na Fig. 1.37. (a) Fator de potência indutivo. (b) Fator de potência capacitivo. Fig. 1.37. Triângulos de potências para cargas. Como será visto mais adiante, a representação gráfica das potências permite que diversos problemas de solução analítica laboriosa possam ser mais facilmente resolvidos através de recursos da geometria euclidiana, como o teorema dePitágoras, lei dos senos, lei dos cossenos, etc. Exemplo 12: Dado um circuito com uma tensão aplicada v(t) = 14,14 cosωt e uma corrente i(t) = 17,1x10 -3 cos(ωt-14,05o), determinar o triângulo de potências. Solução – Os fasores tensão e corrente são: oo 0100)2/14,14( ∠=∠=V oo xx 05,141009,1205,14)2/101,17( 33 −∠=−∠= −−I ooxx 05,14121,005,141009,1201 3 ∠=∠== −*IVS 0294,0117,0 j+=S 970,00294,0117,0/117,0 22 =+=φcos o-cos 1,14970,01 ==φ O triângulo de potências é mostrado na Fig. 1.38. Chagas – DEE / UFCG 29 Fig. 1.38. Triângulos de potências relacionado ao Exemplo 12. Exemplo 13: A associação dos dois elementos da Fig. 1.39, com R = 5 Ω e XL = 15 Ω, apresenta uma tensão de 31,6 V no resistor. Achar a potência complexa e o fator de potência. Fig. 1.39. Associação de elementos do Exemplo 13. Solução – Arbitrando a fase de VR em 0 o, tem-se: o R 06,31 ∠=V oo 032,65/06,31 ∠=∠=I VA4,632600200 22 =+=S oSPcos 6,71316,04,632/200/ =∴=== φφ ojQj P 6,714,632600200 ∠=+=+=S Exemplo 14: No circuito da Fig. 1.40, achar Z1 se a potência aparente total é 3373 VA, com fator de potência 0,938 adiantado, e o resistor de 3Ω dissipa uma potência de 666W. Fig. 1.40. Circuito do Exemplo 14. Solução – No resistor de 3Ω, tem-se: A9,143/6662 2 2 ==∴= IIRP var13329,146 2222 === xIXQ No circuito total, cosφ = 0,938, ou φ = 20,28o. Como cosφ é adiantado, o efeito capacitivo predomina sobre o indutivo. Assim, a potência complexa total é: Chagas – DEE / UFCG 30 1,11699,316328,203373 jo −=−∠=S ojjj 458,353401,25019,249713326661,11699,3163- 21 −∠=−=−−−== SSS o I S V 6,71V100 9,14 1332666 22 2 2 =∴= + == φ Ω−=−∠= ∠ == 224582,2 458,3534 100 2 * 1 2 1 j V o o S Z Exemplo 15: Determinar a potência dissipada nos resistores de 15Ω e 8Ω do circuito da Fig. 1.41, sabendo que a potência média total do circuito é de 2000W. Fig. 1.41. Circuito do Exemplo 15. Solução – A impedância total é: 84,029,503,936,5 2815 )28(15 1 j j j o −=−∠= −+ − =Z A44,1929,5/20002 ==∴= IIRP , oo 032,6044,19 ∠=∠=I oox j j 06,994,6044,19 2815 28 1 −∠=∠−+ − =I W4,72294,61515 2211 === xIP W6,12774,722200012 =−=−= PPP Outro método: 55,0 15 28 / / 22 1 2 2 1 2 1 2 1 = + ==∴= Z Z I I ZV ZV I I 567,055,0 8 15 8 15 8,15 2 2 2 2 1 2 12 22 2 11 == =∴== x I I P P IPIP 362,0362,0 1567,0 567,0 1 21 1 =∴= + = + P P PP P W6,723362,020001 == xP W3,12766,72320002 =−=P Chagas – DEE / UFCG 31 9.9 Teorema da Máxima Transferência de Potência Considerando o circuito da Fig. 1.42, é suposto que a impedância da fonte, ZS = RS+jXS, seja fixa. Deseja-se calcular a impedância da carga, Z, de modo que a potência dissipada na mesma seja máxima. Fig. 1.42. Fonte fornecendo potência máxima a uma carga. Serão considerados os seguintes casos: Caso 1: R e X variáveis. Neste caso, o módulo da corrente é: 22 )()( RRRR VI SS S +++ = (1.101) A potência dissipada é: 22 2 2 )()( XXRR VR RIP SS S +++ == (1.102) Em relação a X, vê-se de (1.101) que a potência máxima ocorre para X = -XS, ou seja: 2 2 )( RR VR P S S + = (1.103) Para determinar R, faz-se dP/dR = 0, ou seja: 0 )( )(2.)( 4 2 2 = + +−+ = RR RRRRR V dR dP S SS S (1.104) Resolvendo a equação, chega-se a R = RS. Assim, a máxima potência dissipada na carga ocorre quando sua impedância for igual ao conjugado da impedância da carga. Assim, diz-se que há casamento de impedâncias quando: * ZZ S= (1.105) Isto quer dizer que o circuito é ressonante. De (1.103), a máxima potência dissipada em R é: S S MAX R V P 4 2 = (1.106) Chagas – DEE / UFCG 32 Como R = RS , a potência total fornecida pela fonte é: S S MAXF R V P 2 2 , = (1.107) Define-se rendimento ou eficiência na transmissão, η, como a relação entre a potência média consumida pela carga e a potência média fornecida pela fonte. Em condição de máxima potência transferida, tem-se: %50 , , === MAXF MAX MAXF P P Pη (1.108) Os circuitos de comunicação e de instrumentação normalmente operam com impedâncias casadas. Por exemplo, a impedância de saída de um amplificador deve estar casada com a impedância do alto-falante a ele ligado, de modo a se obter a máxima potência de som. Assim, nesses circuitos, a preocupação consiste em se obter a máxima potência na saída, sem que haja preocupação com o valor da potência gerada. Nos circuitos elétricos de potência, a preocupação é com o máximo rendimento na transmissão, de modo a reduzir o custo da potência gerada. As usinas de energia elétrica devem entregar o máximo da energia por eles produzida aos centros consumidores com rendimentos bem maiores que 50% (normalmente, acima de 95%). Assim, nas redes de energia elétrica, as impedâncias nunca são casadas. Caso 2: R variável, X fixo. Neste caso, X ≠ 0. Da expressão (1.102), quando se iguala a zero a derivada de P em relação a R, tem-se: [ ] 0 ])()[( )(2.)()( 222 22 2 = +++ +−+++ = XXRR RRRXXRR V dR dP SS SSS S (1.109) Simplificando, obtém-se: 22222 )()( XXRRXXRR SSSS ++=∴++= (1.110) Caso 3: R variável, X = 0. Neste caso, de (1.110), tem-se: SSS ZXRR =+= 22 (1.111) Assim, a resistência da carga deverá ser igual ao módulo da impedância da fonte. Chagas – DEE / UFCG 33 10. Correção do Fator de Potência 10.1 Considerações Gerais Os elementos típicos que compões as cargas nos sistemas elétricos são lâmpadas incandescentes e equipamentos de aquecimento, além de lâmpadas fluorescentes e motores de indução domésticos e industriais. Assim, pode-se afirmar que as cargas apresentam características que podem ser atribuídas a uma combinação de resistência e indutância. É sabido que a potência útil consumida pelas cargas é a potência ativa, P, a qual consiste na componente real da potência complexa, S = P + j Q. Em outras palavras, P é a componente de S que é convertida pelo usuário final em formas de potência não elétricas, correspondendo ao valor médio da potência instantânea p(t), como indica a expressão (1.76). A potência reativa, Q, corresponde à parte imaginária de S, que também é o valor de pico de uma componente senoidal de p(t), conforme é indicado em (1.76). Como o valor médio desta componente é nulo, Q pode ser associada a potências trocadas entre a fonte e elementos armazenadores de energia (capacitores e indutores), que não correspondem à energia efetivamente utilizada pelos consumidores. O transporte da potência reativa Q através dos circuitos deve ser minimizado, pelos seguintes motivos: • Ainda que a potência efetivamente utilizada pelo consumidor seja a potência ativa P, a concessionária de energia terá de fornecer uma potência S = √(P2+Q2), ou seja, além da potência ativa, ela também deverá fornecer a potência reativa requerida pelo consumidor. Isto implica em maior investimento nos sistemas de geração, transmissão e distribuição, pois os equipamentos serão sobredimensionados. • A potência reativa está associada a uma componente da corrente I igual a I senφ , a qual , ao circular na linha, produz perdas ôhmicas, reduzindo o rendimento na transmissão. • Conforme será visto, o transporte de potência reativa através da linha implica em queda de tensão nos terminais da carga. A solução mais simples e barata para evitar circulação de potência reativa na rede consiste em instalar bancos de capacitores junto à carga, no sentido de compensar o efeito indutivo da mesma, levando o circuito à condição de ressonância. Conforme foi visto, nessa condição não há troca de potência reativa entre a fonte e o resto do circuito, o que torna cosφ = 1. Na prática, não é necessário fazer cosφ = 1 (compensação total). O artigo 64 da Resolução 456 de 29/11/2000, estabelecida pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), estabelece o seguinte: “o fator de potência de referência, indutivo ou capacitivo, terá como limite mínimo permitido para instalações elétricas ou unidades consumidoras, o valor 0,92”. Chagas – DEE / UFCG 34 Caso a instalação apresente cosφ < 0,92, o consumidor terá sua conta de energia acrescida de acordo com o estabelecido no artigo 65 da citada resolução. A seguir, são feitas considerações em relação à instalação de capacitores junto às instalações dos consumidores. 10.2 Capacitores em Paralelo A forma de correção de fator de potência mais utilizada é mostrada na Fig. 1.43. Fig. 1.43. Banco de capacitores instalado em paralelo com a carga. Os parâmetros R e X são, respectivamente, a resistência e a reatância da linha. Considera-se VR fixa e VS variável. Com a chave S aberta, tem-se: IIVV LRS jXR ++= (1.112) Com S fechada, resulta: ( ) ( ) ''' IIVIIIIVV LRCLCRS jXRjXR ++=++++= (1.113) Os diagramas fasoriais do circuito antes e após a correção acham-se mostrados na Fig. 1.44. Fig. 1.44. Diagramas fasoriais do circuito da Fig. 1.43 ( a ) S aberta; ( b ) S fechada. Após a correção, observa-se que: • Há melhoria no fator de potência da instalação (cos φ’ > cos φ). Caso cos φ < 0,92 e cos φ’ ≥ 0,92, o consumidor deixa de ser penalizado por apresentar baixo fator de potência. Chagas – DEE / UFCG 35 • A queda de tensão ao longo da linha torna-se menor (VS’ - VR < VS - VR), ou seja, há melhor regulação. • A corrente requerida pela carga torna-se menor ( I’ < I ), ocorrendo menores perdas ou evitando-se sobredimensionamento dos condutores da linha e equipamentos. • Há possibilidade de instalação de cargas adicionais no sistema, sem necessidade de aumento das potências nominais dos equipamentos existentes no sistema (gerador, linha de transmissão, etc). São mostrados na Fig. 1.45 os triângulos de potências correspondentes às situações de antes e de após a correção. Fig. 1.45. Triângulos de potências antes (S, P, Q) e após a correção (S’, P, Q’). A potência ativa P permanece constante. A potência reativa cai de Q para Q’, de modo que a potência reativa e a capacitância do banco de capacitores são dadas por: ( )'' φφ tan- tanPQQQC =−= (1.114) 22 Vf Q C C π = (1.115) As grandezas f e V são, respectivamente, a frequência e a tensão nominal do sistema. Exemplo 16: Um transformador de 250 kVA, tensão secundária nominal de 220 V, está funcionando a plena carga com fator de potência igual a 0,85 em atraso. (a) Qual a capacitância do banco necessário para corrigir o fator de potência para 0,98 atrasado? (b) Após a correção, é instalada outra carga em paralelo à carga já existente, com fator de potência iguala 0,85 em atraso. Qual o máximo valor de potência ativa dessa nova carga, sem que haja sobrecarga no transformador? Solução – ( a ) Considerando o triângulo de potências da Fig. 1.45, tem-se: 53,0,8,31,85,0 === φφφ sencos o Chagas – DEE / UFCG 36 kW5,21285,0250 === xcosSP φ kvar5,13253,0250 === xsenSQ φ ocos 5,11,98,0' == φφ kvar2,435,11.5,212'' === otan tan P.Q φ kvar3,892,435,132' =−=−= QQQC mF9,4 220602 89,3 2 22 === xxVf Q C C ππ ( b ) Com o banco de capacitores e as cargas em paralelo, tem-se os triângulos de potência da Fig. 1.46. Para a carga adicional, tem-se: o AAcos 8,3185,0 =∴= φφ Fig. 1.46. Triângulos de potências das cargas do Exemplo 16. Neste caso, S’’ = S = 250 kVA, pois o transformador volta a operar a plena carga. Para o triângulo maior, tem-se: 22o2222 250)31,8(43,2)(212,5)()( =+++∴=+++ tanPPSQQ'PP AAAA PA = 26,3 kW É importante observar que, mesmo com a instalação da nova carga, o fator de potência continua maior que 0,92, ou seja: 95,0 250 3.265,212 " = + = + = S PP cos Aφ Exemplo 17: Uma fonte de tensão senoidal VS fornece energia em 60 Hz a uma carga através de uma linha de transmissão. A linha pode ser representada pela associação em série de um resistor de 1Ω e um indutor de 8Ω. A carga consiste em um resistor de 160Ω em paralelo com um indutor de 240Ω, havendo também um banco de capacitores em derivação, ajustado de modo que as perdas na linha sejam mínimas. A tensão VS é ajustada para que se tenha 4800 V nos terminais da carga. (a) Qual o valor da capacitância, em µF? (b) Se o banco de capacitores for desligado do circuito, qual deve ser o aumento percentual de VS para que a tensão na carga continue no valor de 4800V? (c) Qual será o aumento percentual das perdas na linha? Chagas – DEE / UFCG 37 Solução – ( a ) O sistema descrito é representado pelo diagrama da Fig. 1.47. Fig. 1.47. Circuito do Exemplo 17. Para que as perdas na linha sejam mínimas, a corrente também deverá ser mínima. Assim, o banco de capacitores deverá ser ajustado de modo que a impedância total da carga seja máxima. Isso ocorre quando o módulo da admitância do ramo capacitivo é igual ao módulo da admitância do ramo indutivo (condição de ressonância), ou seja: LoLC XCYY /1=∴= ω µF05,11 240602 1 == xx C π ( b ) Sendo ZCC a impedância da carga com o banco de capacitores ligado, tem-se: A030 160 04800 160 o o CC L CCCC ∠= ∠ ==∴Ω= Z V IZ V84,296,483530)81(04800 ooCCLLCCS, xj ∠=++∠=+= IZVV Sendo ZSC a impedância da carga sem o banco de capacitores, tem-se: Ω∠= + = oSC j jx 69,3313,133 240160 240160 Z A69,3305,36 69,3313,133 04800 o o o SC L SC −∠=∠ ∠ == Z V I V51,277,499469,3305,36)81(04800 oooSCLLSCS, xj ∠=−∠++∠=+= IZVV %3,3 96,4835 96,483577,4994 100 = − =∆ xV% ( c ) As perdas com e sem o banco de capacitores são, respectivamente: W900301 2 === xIRP 2CCLCC W6,129905,361 2 === xIRP 2SCLSC %4,44 900 9006,1299 100 = − =∆ xP% Chagas – DEE / UFCG 38 10.3 Capacitores em Série A instalação de capacitores em série com a carga, como é mostrado na Fig. 1.48, também causa aumento do fator de potência. Isto se explica pelo fato de que a instalação tem parte de sua reatância indutiva cancelada, aproximando-se de um circuito em condição de ressonância. Fig. 1.48. Banco de capacitores instalado em série com a carga. Os diagramas fasoriais da Fig. 1.49 ilustram as situações correspondentes ao banco de capacitores desligado (S fechada) e ao banco ligado (S aberta). Fig. 1.49. Diagramas fasoriais do circuito da Fig. 1.48 ( a ) S fechada; ( b ) S aberta. Observa-se que, com S aberta, cos φ’ > cos φ , e também que VS’ < VS (redução na queda de tensão ao longo da linha). Entretanto, a instalação de capacitores em série nunca é utilizada para correção de fator de potência. Isto se deve ao fato de que as cargas são ligadas em paralelo, sendo submetidas a tensões que devem variar dentro de faixas as mais estreitas possíveis. Com os capacitores em série, a carga sofre uma queda de tensão igual ao produto da corrente pela reatância capacitiva. Assim, a tensão na carga sofre significativas variações quando a corrente de carga do sistema varia. 10.4 Consideração Final Deve ficar claro que todos os desenvolvimentos efetuados se relacionam ao regime senoidal, onde possíveis distorções nas formas de onda não são significativas. Em regime não senoidal, é necessário efetuar uma análise baseada em séries de Fourier. Nesse caso, problema da correção do fator de potência requer soluções mais elaboradas. Chagas – DEE / UFCG 39 Bibliografia [ 1 ] Desoer, C. A.; Kuh, E. S. Basic Circuit Theory, McGraw-Hill, 1969. [ 2 ] Dorf, , R. C. ; Svoboda, J. A. Introdução aos Circuitos Elétricos - 5ª ed., LTC, 2003. [ 3 ] Edminister, J. A. Circuitos Elétricos, Coleção Schaum, Makron - McGraw-Hill, 1991. [ 4 ] Hayt Jr., W. H. ; Kemmerly, J. C. Análise de Circuitos em Engenharia, McGraw-Hill do Brasil, 1975. [ 5 ] Irwin, J. D. Análise Básica de Circuitos para Engenharia, LTC, 2003. [ 6 ] Nilsson, J. W.; Riedel, S. Circuitos Elétricos, 5ª ed., Addison-Wesley, 1996.
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