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A sociedade indígena na época da chegada dos portugueses

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1 
 
GDF - GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL 
SE - SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL 
SUBSECRETARIA DE SUPORTE EDUCACIONAL 
DIRETORIA REGIONAL DE ENSINO DO PARANOÁ 
CENTRO DE ENSINO FUNDAMENTAL 02 DO PARANOÁ 
HISTÓRIA – PROF. RAFAEL JACOB 
 
A sociedade indígena na época da chegada 
dos portugueses 
- 
A terra que mais tarde viria a ser chamado de 
Brasil, era chamada de diversas maneiras pelos povos 
que nela viviam. A mais comum era Pindorama. Os 
portugueses nomearam esta terra com outros nomes. 
Ilha de Vera Cruz, em 1500; Terra Nova em 1501; Terra 
dos Papagaios, em 1501; Terra de Vera Cruz, em 1503; 
Terra de Santa Cruz, em 1503; Terra Santa Cruz do 
Brasil, em 1505; Terra do Brasil, em 1505; Brasil, desde 
1527. 
- Diversos povos indígenas habitavam o Brasil muito 
tempo antes da chegada dos portugueses em 1500. 
Cada povo possuía sua própria cultura, religião e 
costumes. Viviam basicamente da caça, pesca e 
agricultura. Tinham um contato total com a natureza, 
pois dependiam dela para quase tudo. Os rios, árvores, 
animais, ervas e plantas eram de extrema importância 
para a vida destes índios. Por isso, os índios respeitavam 
muito a natureza. 
- Os índios viviam em tribos e tinham na figura do 
cacique o chefe político e administrativo. O pajé era o 
responsável pela transmissão da cultura e dos 
conhecimentos. Era ele também que cuidava da vida 
religiosa e dos tratamentos medicinais, através da cura 
com ervas, plantas e rituais religiosos. 
- Faziam objetos artesanais com elementos da natureza: 
cerâmica, palha, cipó, madeira, dentes de animais, etc. 
- A religião indígena era baseada na crença em espíritos 
de antepassados e forças da natureza. 
- Os índios faziam festas e cerimônias religiosas. Nestas 
ocasiões, realizavam danças, cantavam e pintavam os 
corpos em homenagem aos antepassados e aos 
espíritos da natureza. 
- Historiadores calculam que existiam de 3 a 4 milhões 
de índios no Brasil antes de 1500, espalhados pelos 
quatro cantos do país. 
Contato com os portugueses 
- O contato dos índios brasileiros com os portugueses foi 
extremamente prejudicial para os primeiros. Os índios 
foram enganados, explorados, escravizados e, em 
muitos casos, massacrados pelos portugueses. 
Perderam terras e foram forçados a abandonarem sua 
cultura em favor da europeia. 
- Embora muitas nações indígenas tenham enfrentado 
os portugueses através de guerras, ficaram 
desfavorecidos, pois não tinham armas de fogo como os 
portugueses. 
 
Antropofagia (canibalismo) e vida após a morte 
 
Basicamente, os tupi-guaranis acreditavam em 
duas entidades supremas - Monan e Maíra - 
identificados com a origem do universo. Ao lado das 
divindades criadoras, figurava também uma entidade - 
Tupã - associada à destruição do mundo, que os índios 
consideravam inevitável no futuro, além de ter ocorrido 
em passado remoto. Acreditavam também na vida após 
a morte, quando o espírito do morto iniciava uma 
viagem para o Guajupiá, um paraíso onde se encontraria 
 
 
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SE - SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL 
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DIRETORIA REGIONAL DE ENSINO DO PARANOÁ 
CENTRO DE ENSINO FUNDAMENTAL 02 DO PARANOÁ 
HISTÓRIA – PROF. RAFAEL JACOB 
com seus ancestrais e viveria eternamente. A prática da 
antropofagia talvez estivesse especialmente ligada a 
essa viagem sobrenatural, sendo uma espécie de ritual 
preparatório para ela, segundo alguns estudiosos. 
Para outros, o ritual antropofágico servia para 
reverenciar os espíritos dos antepassados e vingar os 
membros da aldeia mortos em combate. Após as 
batalhas contra tribos inimigas, a antropofagia tinha 
caráter apoteótico, mobilizando todos os membros da 
aldeia numa sucessão de danças e encenações que 
terminavam com a matança de prisioneiros e o 
devoramento de seus corpos. 
Na organização política de uma aldeia, destacava-
se a figura do chefe, o morubixaba, mas este só exercia 
efetivamente o poder em tempos de guerra. Ainda 
assim não podia impor a sua vontade, devendo 
convencer um conselho da aldeia, por meio de 
discursos. A guerra era uma atividade epidêmica. 
Acontecia por razões materiais, como conquistar terras 
privilegiadas; morais e sentimentais, como a vingança 
da morte de parentes ou amigos por grupos 
adversários; ou ainda religiosas, vinculadas à 
antropofagia. 
Confederação dos tamoios 
Contra essa ordem, a reação indígena assumiu 
muitas vezes caráter violento, como a guerra dos 
Tamoios, que se estendeu por três anos, a partir de 
1560. Incentivados por invasores franceses 
estabelecidos na Baía da Guanabara, vários grupos 
desses índios uniram-se numa confederação para 
enfrentar os portugueses, ao longo do litoral entre os 
atuais estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A atuação 
dos jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta 
resultou num acordo de paz, realizado em Iperoígue, 
uma aldeia situada onde hoje se localizam os municípios 
paulistas de São Sebastião e Ubatuba. 
Outra possibilidade de reação indígena ao avanço 
português era a submissão, assumida sob a condição de 
"aliados" ou escravos. Essa forma de convivência 
"pacífica" foi obtida particularmente graças ao trabalho 
dos padres missionários que, promovendo a 
cristianização dos índios, combatiam sua cultura e 
tradições religiosas, além de redistribuí-los 
territorialmente, em geral de acordo com os interesses 
dos colonizadores. 
 
 
 
Índios sobreviventes 
Finalmente, para preservar a unidade e a 
integridade de seu modo de vida, os índios optaram 
também pela migração para as áreas interioranas, cujo 
acesso difícil tornava o contato com o branco 
improvável ou impossibilitava a este exercer seu 
domínio. Essa alternativa, porém, teve um preço alto 
para as tribos indígenas, forçando-as a adaptar-se a 
regiões mais pobres ou inóspitas. 
Ainda assim, em relação ao enfrentamento ou à 
submissão, o isolamento foi o que permitiu 
parcialmente aos índios preservarem sua herança 
biológica, social e cultural. Dos cinco milhões de índios 
da época do descobrimento, existem atualmente cerca 
de 460 mil, segundo a Funai - Fundação Nacional do 
Índio. 
Os índios do Brasil na atualidade 
 
- Atualmente somente cerca de 460 mil índios vivem no 
Brasil. 
- Muitas tribos, influenciadas pela cultura dos brancos, 
perderam muitos traços culturais. 
- Ao entrarem em contato com os brancos, muitos 
índios, além de perderem aspectos culturais, contraem 
doenças e morrem. A contaminação de rios, 
principalmente por mercúrio vindo dos garimpos, 
também leva doenças para os índios através de seu 
principal alimento: o peixe. 
- Algumas tribos isoladas conseguiram ficar longe da 
influência branca e conseguiram manter totalmente 
intacta sua cultura. Infelizmente, são poucas tribos 
nesta situação. A maior parte destas tribos está 
localizada na região da Amazônia. 
- Muitos povos indígenas têm se mantido graças à 
criação, nos últimos anos, de reservas indígenas. Nestas 
áreas, ficam longe da presença de pessoas ("homens 
brancos"), que pretendem explorar riquezas da 
natureza. 
 
 
 
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GDF - GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL 
SE - SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL 
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CENTRO DE ENSINO FUNDAMENTAL 02 DO PARANOÁ 
HISTÓRIA – PROF. RAFAEL JACOB 
População Indígena segundo o IBGE 
Desde 1500 até a década de 1970 a população 
indígena brasileira decresceu acentuadamente e muitos 
povos foram extintos. O desaparecimento dos povos 
indígenas passou a ser visto como uma contingência 
histórica, algo a ser lamentado, porém inevitável. No 
entanto, este quadro começou a dar sinais de mudança 
nas últimas décadas do século passado. A partir de 
1991, o IBGE incluiu os indígenas no censo demográfico 
nacional. O contingente de brasileiros que se 
considerava indígena cresceu 150% na década de 90. O 
ritmo de crescimento foi quase seis vezesmaior que o 
da população em geral. O percentual de indígenas em 
relação à população total brasileira saltou de 0,2% em 
1991 para 0,4% em 2000, totalizando 734 mil pessoas. 
Houve um aumento anual de 10,8% da população, a 
maior taxa de crescimento dentre todas as categorias, 
quando a média total de crescimento foi de 1,6%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lideranças Indígenas 
Raoni Metuktire 
 
O Cacique Raoni talvez seja o líder indígena mais 
famoso do País. Pertence ao povo Kayapó e aprendeu 
português com os irmãos Villas-Bôas. Raoni conquistou 
fama internacional por sua luta pela preservação da 
Amazônia. O cacique também é figura comum em 
protestos e mobilizações indígenas em todo o Brasil, 
seja em pequenos municípios ou na capital federal. Seu 
nome já foi cotado mais de uma vez para candidato ao 
prêmio Nobel da Paz, mas a iniciativa ainda não se 
concretizou. 
 
 
 
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GDF - GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL 
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DIRETORIA REGIONAL DE ENSINO DO PARANOÁ 
CENTRO DE ENSINO FUNDAMENTAL 02 DO PARANOÁ 
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David Kopenawa 
 
O pajé e líder Yanomami segue os mesmos passos 
do cacique Raoni como liderança indígena brasileira de 
projeção internacional. David Kopenawa é mais 
conhecido no exterior que no Brasil. Prova disso é a 
publicação da autobiografia “La chute du ciel” (A queda 
do céu), em 2010, somente na França. O livro, escrito 
em parceria com o antropólogo francês Bruce Albert, 
possui tradução para o inglês. Entre os admiradores do 
líder indígena, está o rei Harald V da Noruega. Em 2013, 
o monarca nórdico visitou a Terra Indígena Yanomami e 
passou quatro dias na aldeia Watoriki, onde David mora, 
dormindo em rede e comendo a mesma comida que os 
indígenas. O reconhecimento da atuação de Kopenawa 
da defesa dos direitos indígenas e da floresta foi 
laureada com diversos prêmios, entre eles a Global 500, 
do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(1989); e a Ordem do Rio Branco ao grau de Cavaleiro, 
em Brasília (1999). Além disso, em 2009, foi 
homenageado pelo comitê Bartolomeu de Las Casas, 
em Madrid. 
 
Sônia Guajajara 
 
É uma das maiores vozes do movimento indígena 
brasileiro. Nasceu em 1974, em uma aldeia do povo 
Guajajara/Tentehar, na região de Floresta Amazônica 
do Maranhão. É a atual coordenadora-executiva da 
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), mas 
esteve por dois mandatos à frente da Coordenação das 
Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do 
Maranhão e foi vice-coordenadora da Coordenação das 
Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab) por cinco 
anos. Ela já acumula 25 anos de luta na defesa dos 
direitos dos povos indígenas.

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