Buscar

APRECIAÇÃO CRÍTICA - Filme "O Substituto" de 2011

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE ANHANGUERA DE BAURU
PSICOLOGIA
SABRINA LOPES MORAES
APRECIAÇÃO CRÍTICA
Análise do filme “O Substituto” (2011)
BAURU – SP
2020
1. RESENHA DO FILME
“O Substituto” (2011), Detachment, em inglês, com direção de Tony Kaye, é um filme norte americano que conta a história de Henry Barthes (Adrien Brody), um professor que opta sempre por ser substituto, pois, não gosta de criar vínculos com os alunos e nem com as demais pessoas. Entretanto, a situação muda quando Barthes começa a lecionar em uma escola pública problemática, cheia de professores e alunos desmotivados. 
O filme se inicia com uma frase de Albert Camus (1913-1960), que diz: “E nunca me senti tão profundo e ao mesmo tempo tão alheio de mim e tão presente no mundo” – frase que será possível compreender com o decorrer do filme, quando se percebe a vida do personagem principal.
O dia a dia do professor Barthes resume-se em dar aulas e visitar o avô, portador de Alzheimer, que encontra-se internado. O filme retrata não somente a vida acinzentada do personagem, mas elucida muito bem como é a realidade do sistema público educacional, onde falta esperança e incentivo.
 No decorrer da história, o professor conhece Erica (Sami Gayle), uma adolescente que se prostitui. Barthes enxerga com a garota com um olhar compassivo e entende a sua situação, e de prontidão começa a ajuda-la, proporcionando cuidados médicos e abrigo, fato que demonstra grande generosidade por parte do personagem.
O filme é dramático e desperta diferentes sentimentos a quem assiste. Retrata não somente o cotidiano escolar caótico, mas também mostra como é a vida daqueles que estão envolvidos, tanto dos alunos quanto do corpo docente. Vidas sem brilho, desmotivadas, monótonas e tristes. 
2. ANÁLISE DO PERSONAGEM
O personagem escolhido para análise foi o personagem principal, Henry Barthes, interpretado por Adrien Brody, pois, foi aquele no qual chamou mais atenção e despertou maior curiosidade, tanto pela sua personalidade quanto pela sua história de vida.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA EM RELAÇÃO À PROBLEMÁTICA DO PERSONAGEM
A análise do personagem foi feita com base na teoria psicanalítica, sendo assim, segue as informações das observações que foram feitas: 
Ao final do filme, muitos fatos são trazidos à tona e entende-se que quando criança, Henry Barthes teve que lidar com o suicídio da própria mãe e a mesma sofria abusos de seu pai, no caso, o avô de Henry que vive internado com Alzheimer. A mãe temia também que isso viesse a acontecer com o filho, o que fez com que ela tentasse sempre protegê-lo. Tais fatos mostram-se intimamente ligados com a sua personalidade e modo de agir do personagem quando adulto. Barthes é um homem solitário, que não gosta de criar vínculos. Dentre as suas falas, algumas frases podem ser entendidas como reflexo, como uma expressão subliminar de como ele se sente e se percebe. Considera a si mesmo como um homem “insensível e sem memórias” e também afirma que nunca se sentiu acolhido de forma que pudesse “entender as complexidades do mundo em que se vive”. Observa-se que o personagem em muitos momentos mostra-se firme, rude e até mesmo frio, já em outros momentos se mostra generoso, compassivo, gentil e amoroso. 
Percebe-se que o trauma sofrido, ou seja, a morte da mãe, fez com que o personagem se fechasse para as demais relações, talvez pelo medo da perca – o sofrimento e a sensação de solidão influenciam fortemente no modo como cultiva suas relações. Outro ponto que se torna notável é que Henry é para com os demais aquilo que ele mesmo não teve: atencioso, cuidadoso, gentil, compassivo e amoroso. Apesar da “casca grossa”, é um homem que se importa com a vida e bem estar dos demais, isso fica claro quando decide acolher Erica, a adolescente que se prostituía e que também foi vítima de violência sexual. Ele proporciona aos demais aquilo que não teve para si. 
O personagem retrata um homem que, apesar de todo trauma que fora cultivado na infância, ainda assim teve a capacidade de manter-se firme e idôneo diante das mais diversas situações que colocam o seu caráter em jogo, porém, no outro extremo, percebe-se um homem frágil e rude consigo próprio, incapaz de criar vínculos e que não se permite à vulnerabilidade.
4. APRECIAÇÃO CRÍTICA DO FILME
O filme é um drama que me causou forte comoção, pois, ele trás a tona a realidade de como é o sistema público educacional, onde um corpo docente sem respaldo algum é responsável pela educação de jovens desmotivados e desesperançosos, onde cada tentativa transforma-se em fracasso e frustração. 
Eu pude compreender também que são muitos os fatores que se tornam agravantes dentro de um sistema educacional, e não somente aquilo que se pode ver no dia a dia. O cotidiano das pessoas, tanto dos alunos quanto do corpo docente, também é de suma importância, pois, a qualidade e modo de vida dos envolvidos tem influência direta no modo como se transmite e como se recebe a educação. Não há como esperar um ensino de qualidade onde as pessoas estão deprimidas e desmotivadas, sem amparo e amor nem mesmo dentro de suas próprias casas. A vontade de fazer diferente, de fazer melhor se esvai e a falta de esperança toma conta.
Durante todo o filme, confesso que fiquei esperando um “final feliz”, como na maioria, porém, fui surpreendida ao perceber que não, o final não foi feliz, pelo contrário, com mais uma bomba de realidade, o filme retrata um suicídio. Meredith, uma jovem lésbica e obesa, com grande aptidão para as artes, sempre sofreu preconceito, tanto dentro da escola quanto em sua própria casa, ao final se vê completamente desamparada e sozinha, fato que a leva a tirar a própria vida. 
Filmes normalmente são fantasiosos e retratam as situações de uma forma ilusória. Já este, apesar de todo ar dramático e triste que o envolve, se torna impactante justamente por mostrar a realidade assim, da forma como ela é, nua e crua. Para mim, o filme deixa claro uma mensagem: devemos cuidar das crianças, nutrindo-as com amor e atenção. Se conseguirmos adubar a nossa base, o solo se tornará fértil e a vida prosperará novamente.

Continue navegando