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Clostrídios 1 Clostrídios Class Bacteriologia Humana Created Materials Property Reviewed Type Anotações de aula Gênero Clostridium 243 espécies, 30 são patogênicas Bacilo ou bastonete com aspecto de fuso, gram positvos, anaeróbios obrigatórios. Fastidiosos. Móveis (flagelos), grandes, decompositores de proteínas (putrefadores), fermentadores (não necessita oxigênio) de carboidrato, fixadores de nitrogênio e/ou produtores de toxinas. Osmofílico: consegue sobreviver em altas concentrações de açúcar. Produtores de esporos Cada bactéria produz 1 esporo, em situações adversas. Localização do endosporo - identificação de espécie Terminal: Clostridium botulinum Subterminal: C. tetani Central: C. perfrigens Bactérias aeróbias e facultativas: O2 → metabolismo → produtos toxicos → sistema de desintoxicação (superóxido dismutase, catalase e peroxidase) → produtos não tóxicos Bactérias anaeróbias restritas: Não possuem sistema de desintoxicação, produtos tóxicos levam a morte bacteriana por danos ao dna, destruição de componentes lipídicos e inativação de enzimas. Oct 22, 2020 212 PM Clostrídios 2 Epidemiologia Distribuição ubíqua (onipresença) Habitats preferenciais: trato gastrointestinal de animais e seres humanos, também encontrados na pele, tecidos moles, região perianal; principalmente esporos: solo, poeira, fezes, esterco e água. Maioria saprofítica ou comensais → uso industrial (fermentação) Contaminantes de lesões com traumas, perfurações... Botulismo Clostridium botulinum Bacilo gram positivo formador de endosporo (esporo) terminal, encontrado no solo, flagelado. Doença de notificação compulsória, de alta taxa de mortalidade se não tratada. Doença toxinogênica → causada pela ação da toxina botulínica produzida pelo Clostridium botulinum. Primeira descrição → 1879, na Bélgica. Observada em salsichas artesanais (botulus). O Clostridium botulinum é resistente a pH ácido, por 20 min a 60ºC 8 tipos de toxinas, A, B, C1, C2, D, E, F e G Principais em humanos: A, B e E Botulismo alimentar Ingestão de alimento contaminado com a toxina pré-formada Botulismo de ferimento Multiplicação do microrganismo com produção de toxina em feridas contaminadas Botulismo infantil Alta taxa de mortalidade. Ingestão de esporos e germinação, multiplicação e produção da toxina no intestino de crianças. Crianças menores de 1 ano. Clostrídios 3 Botulismo bovino Paralisia muscular e morte. Ingestão de carcaças com toxinas por humanos → botulismo alimentar. Toxina botulínica É uma das substâncias mais tóxicas e letais do planeta Exotoxina potente, neurotrópica, letal por ingestão Estável em condições ambientais Inativada a 85ºC por 5 min Sintomas de 2h a 5 dias Dose letal: 1 a 2 microgramas Proteínas neurotóxicas de estrutura e ação semelhantes constituídas de cadeias pesadas e leves Uma cepa de C. botulinum produz somente um tipo de toxina Absorvida intacta no TGI e entrada na corrente sanguínea Ligação da toxina (cadeia leve) nas terminações nervosas, na membrana pré-sinápica Internalização por vesícula para o interior da célula: Pinocitose Inibição da liberação da acetilcolina (responsável pela contração muscular) Resultado: paralisia flácida irreversível Sintomas 12 a 36 horas após ingestão: Aversão à luz Visão dupla ou embaçada Dificuldade de articular palavras (disfonia) Boca e garganta secas, vômitos Clostrídios 4 Dificuldade para engolir Constipação Fraqueza e paralisia muscular Paralisia respiratória Internação e acompanhamento, soro antibotulínico e tratamentos de suporte da vida (ventilação mecânica...) Botulismo infantil: prisão de ventre, hipotônico, apáticos e perda de apetite Recuperação lenta → aguarda-se formação de novas junções neuromusculares. O soro atua na remoção da toxina não ligada Aplicações Tratamento de espasmos musculares: dores musculares, estrabismos Blefarospasmos: contrações de pálpebras Distonia cervical: movimentos intermitentes de cabeça e pescoço Distonia laringeal: contração de pregas vocais com som prejudicado Tratamento estético: suavização de rugas e linhas de expressão Alimentos mais associados ao botulismo: enlatados ou envasados, industrializados, conservas e compotas caseiras, mel (associado ao botulismo infantil - contato com o esporo), cereal de arroz e xarope de milho (número baixo de esporos). Prevenção Irregularidades na embalagem Prazo de validade Cuidados de higiene Não dar mel para crianças menores que dois anos de idade Fervura por mais de 5 minutos Tratamento Clostrídios 5 Antitoxina botulinica trivalente ABE - soro, para adultos. Acomapamento médico para suporte respiratório Manutenção das funções vitais Tétano Clostridium tetani Esporo subterminal (raquete), uma das mais instáveis em oxigênio 1500 casos ao ano no Brasil, alta letalidade. Tétano neonatal. Habitante natural do solo Período de incubação de 5 a 15 dias → distância entre a infeção primária e o SNC (pé =/= braço [mais perto]) Traumas profundos → pouco oxigênio → reprodução do costridium Presente no TGI de homens e animais Comum no sexo masculino, em ramos agricolo e precuários Imunoprevinível. Toxinas: Tetanolisina Hemolisina Tetanopasmina Principal responsável pela sintomatologia do tétano Gene em plasmídeos Cadeia leve e pesada Sensível ao calor, termolábil ou termosensível 50ºC A cadeia pesada se aloja no receptor de supercíficie neuromuscular, entra na membrana neuronal e bloqueia a liberação de glicina e gaba (responsáveis pelo relaxamento muscular) e desregula a atividade sináptica inibitória → paralisia espástica A cadeia leve vai para o SNC e inibe o estímulo para contração Ligação irreversível Clostrídios 6 Tétano generalizado Trismo: comprometimento do musculo masseter (não consegue abrir a boca completamente) Riso sardônico Sudorese, salivação e irritabilidade Opstótono Tétano localizado Espasmos e aumento no tônus muscular na área do ferimento. Tétano cefálico Cabeça como local primário de infecção. Tétano neonatal Foco: coto umbilical, contaminado por esporos. 90% de mortalidade Rigidez da nuca, paravertebral, hipertonia torácica, abdominal e dos músculos dos membros e da face. Dificuldade de mamar e cólicas. Tratamento Antibióticos, vacinação e tratamento de suporte Intoxicação alimentar Clostridium perfringens Mais comum de ser isolado em amostras humanas Imóvel, bastonete gram-positivo, formador de endoesporo Presença da bactéria (crescimento rápido causando necrose) e ação de toxinas Hemolítica Presente no TGI de homens e animais, água, solo, fezes... Toxinas Alfa: lectinase, aumento da permeabilidade muscular Clostrídios 7 Beta: lesões necróticas/teciduais, efeito citopático Epsilon: pró-toxina, aumento da permeabilidade muscular Iota: necrótica e aumento da permeabilidade muscular (extravasamento de líquido) Enterotoxina: alteração do transporte de íons e aumento da permeabilidade muscular 5 tipos de C. perfringens: A - E, de acordo com a(s) toxina(s) produzidas A → alfa (fosfolipase C B → alfa, beta e epsilon C → alfa e beta (necrotizante) D → alfa e epsilon (permease) E → alfa e iota (necrotizante) Manifestações clínicas Intoxicação alimentar Incubação de 8 a 24 horas Ingestão de carnes com C. p. do tipo A Celulite Lesão e destruição de tecidos Miosite supurativa Acumulo de pus, mas sem presença de necrose muscular → colonização e multiplicação bacteriana Mionecrose ou gangrena gasosa Dor intensa, necrose muscular com gás, febre, choque, insuficiência renal e morte. Odor. Rapidamente progressivo. Coloração bronzeada ou arroxeada do epitélio, bolhas. Enterite necrosante Processo necrosante agudo do jejuno. Alta taxa de mortalidade. Ingestão de carne de porco com batata doce. Tratamento Clostrídios 8 Antibioticoterapia Oxigênio hiperbárico Clostridium (Clostridiodes) difficile O mais fastidioso Faz parte do TGI, 3% adultos e 66% crianças Causador de distúrbiosintestinais associados ao uso de antibióticos: morte da microbiota benéfica do organismo Diarreia autolimitada Portador assintomático Diarreia grave Colite pseudomembranosa: placas amareladas que se sobrepõem as ulcerações da membrana do cólon Geralmente em imunosuprimidos, ambiente hospitalar, intestino grosso. Transmissão por esporos Toxina A (enterotoxina A aumento da permeabilidade vascular e lesão da mucosa Toxina B (citotoxina) : efeito citopático Inibição da motilidade intestinal Tratamento Cirúrgico Antibióticos mais potentes e mais caros (metronidazol 500mg 3x ao dia e vancomicina 125 mg 4x ao dia por 10 dias) Transplante fecal ou de microbiota fecal 91% efetivo) Probióticos Diagnóstico - Clostrídios Anaeróbios fazem parte da microbiota normal Observação da apresentação clínica Clostrídios 9 Alta sensibilidade ao oxigênio Difícil cultivo Crescimento lento Necessária câmara de anaerobiose Odor fédido → putrefação Infecção localizada Infecção secundária a mordida humana ou de animais Presença de gás Necrose tecidual Coloração negra de exsudatos que podem ser fluorescentes sobre luz ultravioleta Uso da biologia molecular C. tetani: Ágar Shandller. Toxina tetânica não é detectável por testes imunológicos. C. botullinum: uso de vários exames. Colônia em aspecto de vidro fosco. Ágar gema de ovo (evidencia produção de lipase). C. perfringens: rápido crescimento, principalmente ágar sangue acrescida de outros antibióticos e substâncias. Levemente aerotolerante. C. difficile: detecção de glutamato desidrogenase. Detecção da ação da toxina: toxicidade celular, cultura toxinogênica de fezes e PCR.
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