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BACILOS GRAM-POSITIVOS (CAP. 21 BACILOS, 21 ESTERIA, 30 CLOSTRIDIUM) Gênero Bacillus: 300 espécies - B. anthracis e cereus ✓ Bacillus anthracis→ Libera esporos. Fisiologia e estrutura: o Bacilos (isolado, aos pares ou como longas cadeias serpentiformes). o Gram-positivos não hemolíticos. (Y-hemolíticos) o Formam esporos→ Disseminação. o Capsulados (polipeptídio/polissacarídica). o Não possui flagelo-imóvel. o Não possui fímbrias. o Catalase positivo. Principais fatores de virulência o Cápsula: ▪ Consiste de poli-D-ácido glutâmico sem sorotipos. ▪ Genes (capA, capB e capC) → Presente no plasmídeo pXO2→ Síntese da cápsula. o Toxina de edema e Toxina letal: (OLHAR FIGURA) ▪ Formadas pela combinação de 3 componentes proteicos - codificados pelo plasmídeo pXO1: -Antígeno protetor (PA). -Fator de edema (EF). -Fator letal (FL). PA + EF= Toxina de edema PA + LF= Toxina letal. ▪ Antígeno protetor: -PA→ Liga-se ao seu receptor nas células hospedeiras. (céls. Cerebrais, cardíacas, intestinais, pulmonares, m. esquelético, pâncreas e macrófagos) -PA→ Clivado por proteases da célula hospedeira. -PA→ É clivado liberando um fragmento e retendo outro na superfície celular. -Fragmento de PA retido na superfície celular→ forma um pré-poro. -Pré-poro→ Liga-se até 3 moléculas de LF e/ou EF→ Estimulando a endocitose da estrutura. -No citoplasma→ LF ou EF→ são liberados. ▪ Fator letal: • Protease zinco-dependente. • Capaz de clivar uma proteína quinase mitógeno-ativada (MAP)→ Morte celular. ▪ Fator de edema: • Adenilato ciclase calmodulina→ Dependente. • Aumenta os níveis intracelulares de monofosfato adenilato ciclase (AMPc)→ Edema. ▪ Epidemiologia: • É uma doença de herbívoros. • Seres humanos infectados→ Exposição animais ou produtos infectados. • Ações de bioterrorismo→ Programação de Guerras Biológicas. ▪ Vias de transmissão- Antraz Humano: -Inoculação. -Ingestão. -Inalação. ▪ Doenças clínicas: • Antraz cutâneo→ Inoculação o Pápula indolor (local inoculação) → Úlcera→ Escara necrótica. o Sinais sistêmicos→ Linfadenopatia dolorosa e edema maciço. • Antraz gastrointestinal→ Ingestão o Superior: úlceras (boca e esôfago), linfadenopatia, edema e sepse. o Inferior (ceco e íleo terminal): náusea, vômito, mal-estar→ Sepse. • Antraz por inalação→ Inalação o Inalação→ Macrófagos fagocitam esporos→ Nódulos linfático mediastino. o Sintomas (Estágio 1) → Febre, mialgia (dor muscular), tosse seca, dor de cabeça. o Sintomas (Estágio 2) → Aumento da febre, edema, aumento do linfonodos mediastino, insuficiência respiratória, sepse. o Comprometimento das meninges. ▪ Diagnóstico: • Gram: com material das feridas, nódulo linfáticos, sangue-grande número de microrganismos. • Bacterioscopia: o Bacilos gram-positivos (longos e finos). o Esporos: - Não observados em materiais clínicos. -Observados em cultivo com baixa tensão de CO2. -Corante verde-malaquita (especial para esporos). o Identificação da cápsula→ Coloração de contraste. o Diagnóstico das colônias em ágar-sangue. o Exames específicos: ▪ PCR. ▪ Imunofluorescência direta. ▪ Tratamento: • Resistente à penicilina, sulfonamidas e cefalosporinas de amplo espectro. • Tratamento recomendado: Doxiciclina ou ciprofloxacina→ Combinado com um ou dois antibióticos adicionais (Ex.: Rifampicina, Vancomicina, Penicilina, Imipenen, Clindamicina, Claritomicina). • Antraz cutâneoamoxicilina ▪ Controle: • Vacinação do rebanho animal. • Cremação ou sepultamento de animais que morrem de antraz. • Vacinação de pessoas que vivem em áreas endêmicas ou que trabalham com produtor animais. o Bacillus cereus -perdi 1 slide ▪ Infecções mais comumente observadas: • Gastroenterite: o Mediada por 2 enterotoxinas. o Toxina termoestável (algo que é resistente à temperatura) → Resistente à proteólise→ responsável pela forma emética (vômito) da doença. o Toxina termolábil (substância que é destruída ou perde suas propriedades em temperaturas baixa) → Responsável pela forma diarreica da doença. • Infecções oculares: o Ocorrem após lesões traumáticas, por intermédio de um objeto contaminado. o Causas: 3 toxinas ▪ Toxina necrótica (Enterotoxina termolábil). ▪ Cereolisina (Hemolisina). ▪ Fosfolipase C (Lectinase). o Panoftalmite ou infecção disseminada com manifestações oculares. (usuários de drogas injetáveis) • Sepse (uso de cateteres intravenosos). • Pneumonia grave (raros casos). • Endocardite: o Usuários de drogas. • Pneumonia, bacteremia e meningite: o Pacientes imunocomprometidos. ▪ Diagnóstico: • Cultura do material coletado de pacientes. • Cultivo de amostras do alimento suspeito. • Cultura de amostras obtidas de olhos infectados. • Análise por coloração Gram. ▪ Tratamento: • Antibióticos: Vancomicina, clindamicina, ciproflaxacina e gentamicina. • Resistente à penicilina e cefalosporinas. • Infecção alimentar será evitada se o consumo do alimento for rápido e refrigeração. ✓ Listeria monocytogenes o Fisiologia e estrutura: ▪ Cocobacilos gram-positivos ▪ Intracelular facultativo (evasão a ação dos ac) ▪ Não ramificado. ▪ Cadeias curtas ou aos pares. ▪ Anaeróbio facultativo. ▪ Mobilidade em “cambalhota” em gota de cultura ao microscópio. ▪ Ampla faixa de temperatura (1ºC a 45ºC). ▪ Altas concentrações de sal. ▪ Fracamente beta-hemolítico em ágar-sangue. o Amplamente distribuído na natureza o Cepas virulentas: fatores de adesão (internalinas), .... o Doenças humanas são incomuns: ▪ Recém-nascidos. ▪ Idosos. ▪ Gestantes. ▪ Imunossuprimidos. o Patogênese e imunidade: ▪ Após ingestão de alimentos contaminados→ Sobrevive às enzimas proteolíticas, ácido estomacal e aos sais biliares. ▪ Adesão à célula hospedeira (proteína de superfície) → internalina A (InIA) e internalina B (InIB). ▪ Formação do fagolisossomo→ Ativação de listeriolisina O (proteína formadora de poro) e fosfolipase C→ Liberação das bactérias no citoplasma da célula. ▪ Bactérias→ Replicam e migram para a membrana celular→ Mediado pela proteína ACtA→ Formação dos filamento de actina→ Empurrando a bactéria para a célula adjacente. ▪ Imunidade humoral→ Não é muito importante para o controle da infecção por L. monocytogenes. • Replicam dentro macrófagos. • Move-se para dentro das células. • Impede a remoção por anticorpos. ▪ Paciente com imunidade celular comprometida→ Susceptíveis a infecções graves. o Epidemiologia: ▪ Isolada de uma variedade de fontes ambientas e de fezes de mamíferos, aves peixes e outro animais. ▪ Fonte primária de contaminação→ Consumo de alimentos contaminados (carnes, vegetais, frios fatiados, salsichas). ▪ Transmissão de pessoa a pessoa→ De mãe para o bebê (via corrente sanguínea), no útero ou durante o parto. o Doenças clínicas: ▪ Doença neonatal: • Doença de início precoce: o Adquirida útero, através da placenta. o Podem resultar aborto ou parto prematuro. o Granulomatose infantisséptica (listeriose de início precoce). ▪ Forma grave ocasionando formação de abcessos em vários órgãos. o Alta taxa de mortalidade • Doença de início tardio: o 2-3 semanas após o nascimento. o Na forma de meningite ou meningoencefalite com septicemia. • Doença em gestantes: o Ocorrem durante o 3º trimestre (imunidade celular mais baixa). o Gestante infectada apresenta→ sintomas de gripe, podendo passar desapercebido. o Risco neonatal. • Doença em adultos saudáveis: o Assintomáticos ou semelhantes à infecção viral. o Alguns pacientes→ gastroenterites (Sintomas: diarreia aquosa, febre, náuseas, dor ce cabeça, mialgias e artralgias). o Grave→ Pacientes idosos e imunidade comprometida. • Meningite em adultos: o Forma mais comum de infecção disseminadaem adultos. o Não apresentam sinais característicos. o Suspeitar em pacientes transplantados, com câncer e gestantes com meningite. o Taxa de mortalidade (20% a 50%). o Sobreviventes→ Sequelas neurológicas. • Diagnóstico: o Gram→ Bacilos ou coco bacilos Gram+ intracelulares e extracelular. o Amostras→ Sangue, LCR, placenta. o LCR→ Pouca quantidade de bactéria. o Cultura: ▪ Cresce na maioria dos meios convencionais. (agar- sanguepequenas colônias circulares) ▪ Pode ser necessário uso de meios seletivos→ Detectar Listeria em amostras contaminadas. ▪ Motilidade da Listeria→ Em meio líquido ou água semissólido. o Identificação: ▪ Útil para diferenciar de outros tipos de Listeria que não causam doença. ▪ Eletroforese e de sequenciamento do genoma→ Investigação epidemiológica de surtos. o Tratamento ▪ Penicilina ou ampicilina associada à gentamicida→ infecções graves. ▪ Resistência natural→ Cefalosporinas, macrolídeos, fluoroquinonas e tetraciclinas. ▪ As pessoas com alto risco de infecções→ Devem evitar ingerir alimentos de origem animal crus ou parcialmente cozidos, queijos cremosos, verduras e legumes crus e não lavados. ✓ Corynebacterium diphtheriae o Agente etiológico da difteria. o Gram→ Bacilos de cadeia curta com forma irregular (claviformes). o Aeróbios ou anaeróbios facultativos. o Catalase-positivos. o Subdivida em 4 biotipos → de acordo com: ▪ Morfologia da colônia. ▪ Propriedade bioquímicas. ▪ Biotipos ((intermedius, mitis e belfanti). o Patogênese e imunidade: ▪ Toxina entérica (Exotoxina A-B) →Principal fator de virulência. ▪ Exotoxina A-B→ 3 regiões funcionais. • Região catalítica→ Na subunidade A. • Região de ligação com o receptor e região de translocação→ Na subunidade B. ▪ Receptor para a toxina→ Fator de crescimento epidérmico ligante de heparina- células cardíacas e nervosas. ▪ Após ligação toxina- Célula hospedeira→ Região de translocação- inserida na membrana endossômica→ Transporte da subunidade A para o citosol. ▪ Subunidade A→ Bloqueia síntese proteica → Inativação do fator de alongamento-2 (EF-2). o Doenças clínicas: ▪ Difteria respiratória: • Microrganismos se multiplicam nas células epiteliais da faringe (lesão- causada pela exotoxina). • Mal-estar, dor na garganta, faringite exsudativa e febre baixa. • Exsudato evolui→ espessa pseudomembrana (bactérias, linfócitos, células plasmáticas, fibrina, células mortas) → Recobre tonsila, palato, úvula. • Pseudomembrana pode se entender→ Nasofarigne/Laringe. • Podem ocorrer complicações sistêmicas→ Coração e sistema nervoso. • Causa miocardite e neurotoxicidade (neuropatia no palato mole e faringe) → Envolvendo o sistema oculomotor→ Paralisia ciliar→ Neurite periférica. ▪ Difteria cutânea: • Adquirida pelo contato da pele com pessoas infectadas. • Microrganismos→ Coloniza a pele e invade o tecido subcutâneo. • Início (Pápula) → Ulcera crônica que não cicatriza. o Diagnóstico laboratorial: ▪ Resultados definitivos disponibilizados em uma semana→ Tratamento base clínica. ▪ Exames microscópicos→ Não confiáveis. ▪ Cultura. ▪ Teste de toxicidade: • Visa detectar a toxina. ▪ Teste Elek: • Teste de imunodifusão in vitro. o Tratamento: ▪ Uso precoce de antitoxina diftérica- Neutralizar a exotoxina. Após penetrar na célula alvo não pode mais ser neutralizada. ▪ Uso de penicilina ou eritromicina para eliminar o C. diphtheriae e paralisar a produção da toxina. ▪ Administração da vacina diftérica (DPT) em 3 doses nos primeiro meses de vida e reforço aos 18 meses e quatro anos. Reforço na idade escolar e para a população suscetível (DT). ✓ Clostridium tetani o Fisiologia e estrutura: ▪ Bacilo Gram-positivo móvel. ▪ Formador de esporo. ▪ Esporo terminal arredondado→ Raquete. ▪ Difícil cultivo→ Muito sensível ao oxigênio. o Patogênese e imunidade: ▪ Tetanolisina: • Hemolisina sensível ao oxigênio. • Importância desconhecida. ▪ Tetanoespasmina: • Neurotoxina termolábil codificada por plasmídeo. o Epidemiologia: ▪ Encontrado no solo. ▪ Formas vegetativas são sensíveis ao oxigênio. ▪ Esporos→ Sobrevivem por muito tempo na natureza. ▪ Vacinação→ Redução casos. o Doenças clínicas: ▪ Tétano generalizado: • Forma mais comum. • Acometimento dos músculos masseteres→ trismo mandibular. • Espasmos fácil e riso sardônico. • Espasmos dorsais persistentes opstotonos • Casos mais graves por ocorrer acometimento SNA: o Arritmia. o Alterações da PA. o Sudorese. o Desidratação. ▪ Tétano localizado: • Raro. • Restrito à musculatura local da infecção primária. ▪ Tétano neonatal: • Associado à infecção no cordão → Torna-se generalizado. • Mortalidade pode chegar a 90%. o Diagnóstico: ▪ Apresentação clínica. ▪ Microscopia ou cultura: • Valor limitado. • Cultura positiva somente 30% casos: o Infecção causada por poucas bactérias. o Crescimento lento. o Inativação quando exposta ao ar. • Toxina não detectada o Se liga rapidamente aos neurônios→ Internalizada. o Tratamento: ▪ Desbridamento da ferida. ▪ Penicilina ou metronidazol. ▪ Imunização passiva→ Imunoblobulina neutraliza toxina. ▪ Vacinação→ Toxoide tetânico (3 doses). ✓ Clostridium botulinum o Fisiologia e estrutura: ▪ Bacilos anaeróbicos grandes. ▪ Gram- positivo. ▪ Formadores de esporos. ▪ Produzem 7 toxinas (A à G). ▪ Doenças humanas → Associadas as toxinas A, B, E e F. o Patogênese e imunidade: ▪ Neurotoxina botulínica: • Permanece na junção neuromuscular. • Inativa as proteínas que regulam a liberação da acetilcolina. • Bloqueia a neurotransmissão nas sinapses→ bloqueando a liberação de acetilcolina. • Apresentação clínica → Paralisia flácida. o Epidemiologia: ▪ Encontrado no solo, agua e intestino de animais. ▪ Botulismo alimentar→ Consumo de conserva caseira. • Enfraquecimento e tontura 1-3 das após consumir o alimento. • Sinais iniciais: o Visão turva. o Pupilas dilatadas. o Boca seca. o Constipação. o Fraqueza muscular. • Doença pode progredir porque toxina é ligada de forma irreversível. • Diagnóstico→ Toxina identificada no alimento, soro ou fezes. ▪ Botulismo infantil→ Consumo mel, leite pó e ingestão poeira contaminada. • Forma mais comum de botulismo nos EUA. • Diferente forma alimentar→ Toxina produzida in vivo por C. botulinium colonizante no TGI criança. • Bactéria consegue colonizar TGI criança e não adulto. • Inicialmente os sintomas são não específicos: o Constipação. o Choro fraco. o Atraso crescimento. • Doença progressiva→ Com paralisia flácida e interrupção respiração. • Diagnóstico→ Toxina no soro ou fezes; isolamento do microrganismo nas fezes. ▪ Botulismo por ferimento→ Rara. • Produção toxina feridas contaminadas. • Sintomas idênticos botulismo alimentar. • Diagnóstico→ Toxina no soro ou nas feridas. ▪ Botulismo inalação→ Rara→ Bioterrorismo. o Tratamento: ▪ Suporte ventilatório. ▪ Eliminação do microrganismo do TGI→ Lavagem gástrica + penicilina ou metronidazol.
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