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Anne Riley Dispensada - Aluna Cristine Picolli

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1 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS 
 
 
Resenha Crítica de Caso 
Cristine Picolli 
 
 
 
Trabalho da disciplina de Visão Estratégica no Gerenciamento de Pessoas 
 Tutor: Prof. Marcelino Tadeu de Assis 
 
 
Canoas 
2020 
http://portal.estacio.br/
 
 
 
2 
 
 ANNE RILEY: DISPENSADA 
 
 
Referências: Sandra J. Sucher; Phillip Andrews; Harvard Busines School-15/09/2011 
 
Em janeiro de 2011 Anne Riley então com 28 anos e aluna do primeiro ano do MBA 
aguardava no centro estudantil da Harvard Business School (HBS) para participar do 
processo de recrutamento, ela seria entrevistada pela recrutadora da Goldman Sachs’ Private 
Equity Group para um trabalho de verão, com intenção de obter uma oferta de trabalho 
permanente após formada. Riley estava confiante que possuía as habilidades que a Goldman 
Sachs procurava em um Associado sênior de PE, porém não gostava nem um pouco do 
processo de entrevista. 
Quando a recrutadora chegou, elas se cumprimentaram e iniciaram uma conversa, onde a 
recrutadora disse: “Você trabalhou na Storrow Capital por algum tempo antes de ir para a 
HBS. Eu também trabalhei em uma empresa de PE parecida antes do meu MBA." Riley ficou 
preocupada, pois não desejava que o foco da entrevista fosse o período de cinco meses 
trabalhou na Storrow, de onde foi dispensada em novembro de 2008. 
 
Ane Riley, foi criada por sua mãe nos arredores de Buffalo, NY, ela sempre se destacou na 
escola, sendo a primeira pessoa da família a fazer faculdade, estudou em uma universidade 
de alto nível onde obteve diploma de Bacharel e Ciências em contabilidade com foco em 
finanças, formou-se em 2005. Foi contratada por um dos maiores bancos de investimento do 
mundo, exercendo o cargo de analista e trabalhando na filial situada em Nova York. Após 
trabalhar três anos no banco de investimentos foi oferecido a Riley um cargo de analista na 
Storrow, para o qual ela teve que participar de um processo de entrevista “desgastante”. Em 
julho de 2008 ela se mudou para a sede da empresa em Chicago, Illinois, onde trabalhou nos 
investimentos de fabricação da empresa, por se tratar do melhor setor do grupo, onde a 
Storrow se iniciou. A Storrow era uma empresa fundada em 1989 e que administrava mais de 
$50 bilhões em ativos em 2010, possuía 700 funcionários que trabalhavam em 12 países, e 
as empresas de seu portfólio empregavam mais de 200.000 pessoas em todo mundo. 
A equipe de analistas da Storrow em 2008 era composta de 25 analistas pré-MBA, 
contratados e treinados juntos, sendo que, para cada grupo de setor da empresa eram 
destacados dois analistas e para cada analista era designado um tutor sênior. A equipe havia 
sido montada em 2008, no mesmo momento em que a economia global começou a implodir, 
deixando todos os envolvidos em finanças preocupados com a economia, mesmo que a 
Private Equity tendia a ser o último setor de serviços financeiros a ser afetado pela crise, 
sendo assim, ninguém do grupo de analistas cogitou ser dispensado. 
 
No dia em que a Storrow anunciou as dispensas pela primeira vez em sua história, pegou 
todos desprevenidos, Riley e os outros analistas conversaram durante o almoço sobre os 
rumores de dispensas naquela manhã, porém, como o chefe de seu grupo não a chamou 
para conversar, ela estava tranquila quanto a situação. Segundo Riley observou “parecia que 
 
 
 
3 
um analista por grupo estava sendo chamado para sair e alguns haviam recebido as notícias 
logo após o almoço, então imaginei que a tarde o processo já estaria terminado”. Riley 
manteve a calma, mesmo após receber um e-mail de seu chefe no final da tarde, solicitando 
que ela passasse em seu escritório, mas sem necessidade de urgência, ela acreditava que 
as chances de ser demitidas eram pequenas, pois o e-mail não denotava nenhuma urgência. 
Antes de ir até a sala de seu gerente, Riley ficou por alguns instantes em sua sala se 
recompondo, pois não queria agir emocionalmente caso a conversa tomasse um rumo 
desagradável. Ser dispensada neste momento seria um percalço em sua carreira 
metodicamente organizada, ela perderia o conforto de saber quais seriam os próximos 
passos em seu desenvolvimento profissional, sem contar que, seu cargo em uma grande 
empresa como a Storrow seria difícil de substituir. 
Quando entrou na sala de seu chefe, Riley percebeu imediatamente uma pasta vermelha em 
suas mãos, ela nunca havia visto uma pasta igual àquela, outro fator relevante foi o olhar que 
ele lhe dirigiu, quando ela se sentou seu chefe lhe disse “Sinto muito Anne, eu sei que isso é 
um choque para você. Este processo foi feito muito rapidamente e as despesas só foram 
oficializadas nesta manhã, queríamos evitar que a empresa ficasse inquieta. Nós temos um 
pacote de rescisão para você, mas quero assegurar que você ficará bem.” Todo o restante 
da conversa foi em torno de amenizar o golpe sofrido, seu chefe explicou que por definição 
da empresa os cortes seriam principalmente no nível júnior, mesmo que isso prejudicasse 
futuros recrutamentos, ele também fez questão de mencionar que a decisão não havia sido 
baseada em habilidades ou mérito, porém nada disso fez com que Riley se sentisse melhor 
em relação a dispensa. Nos 20 minutos finais da conversa foram acertados detalhes do 
pacote de rescisão e Riley foi informada que poderia permanecer no escritório até 31 de 
dezembro, podendo usar todos os recursos da Storrow para encontrar novo emprego. 
Retornando para sua sala Riley começou a pensar sobre todas as mudanças que fez em sua 
vida para trabalhar na Storrow, mudou-se de Nova York para Chicago, o que resultou no 
término de seu namoro, deixou toda a família e amigos para viver em Chicago, agora as 
poucas pessoas que conhecia eram seus ex-colegas de trabalho, sem contar todas as 
preocupações de curto e longo prazo, será que seu bônus seria suficiente até encontrar um 
novo emprego? Ela sentia raiva, preocupação, sentia que estava regredindo, tentava 
imaginar o motivo de ter sido dispensada, se teria feito algo de errado, ficava se comparando 
com o outro analista que havia sido mantido. Metade do grupo de analistas foi cortado, ou 
seja, empresa optou por manter o outro analista e não ela, Riley explicou: “Para ajustar o 
tamanho do grupo, a gerência teve de pesar os analistas entre si. A balança não pendeu a 
meu favor e isso foi preocupante.” 
A cabeça de Riley estava cheia de possíveis motivos, ela buscava repostas para sua 
dispensa, porém nada fazia sentido, pois o outro analista possuía base técnica e não de 
finanças, sendo necessário que ela o ajudasse com suas dúvidas. Talvez fosse porque ele 
tenha entrado duas semanas antes na empresa e recebia tarefas que não eram abordadas 
por ela, outros fatores relevantes eram que a contraparte de Riley socializava mais com os 
colegas seniores, além de ser casado e ter uma família para sustentar. 
Riley se sentia punida por sus escolhas, sentia raiva da empresa, pois ela havia se 
comprometido com essa empresa de PE e sentia que eles não estavam honrando o 
compromisso com ela. Sua frustração aumentou nas semanas seguintes a dispensa, pois 
descobriu que em todos os casos possíveis foram dispensadas as analistas mulheres, isso 
era totalmente contra as políticas de diversidade que a empresa afirmava promover. 
Quando deu as notícias a seus amigos e familiares ficou surpresa, pois a maioria foi 
indiferente a situação, inclusive alguns chegaram a sugerir que ela reavaliasse suas 
 
 
 
4 
prioridades e intenções profissionais, sem realmente se preocupar com o que ela buscava e 
desejava para sua carreira, ela se sentia moralmente derrotada, havia feito tudo certo e 
mesmo assim tinha sido dispensada. Outra preocupação no momento era que sua passagem 
na Storrow havia sido breve e coincidira com um período onde havia pouco capital para 
aquisições, sendo assim, ela não teria grandes negócios para apresentarem suas futuras 
entrevistas. 
 
Após ser dispensada Riley permaneceu por dois dias em casa, usou o primeiro dia para ficar 
triste e o segundo para pensar no que ia fazer, retornou na empresa rapidamente para 
buscar seus pertences e decidiu que aceitaria a ajuda em networking que havia sido 
oferecido pela Storrow, porém sem estar fisicamente em seu antigo escritório. Após algumas 
reuniões, ela acreditou que o melhor a se fazer seria trabalhar para uma empresa do portfólio 
da Storrow, mesmo que de modo mais gerencial, sendo assim, foi sugerido pelo gerentes 
que Riley tentasse um cargo na Memorial Automotive Technologies (MAT), uma empresa 
que fabricava peças automotivas e que já havia sido gerenciada pelo grupo do qual ela fazia 
parte na Storrow, sendo um de seus maiores investimentos. Após um breve encontro com os 
executivos da MAT, Riley sentia que sua vida voltava para os trilhos, ela aceitou o cargo na 
MAT em dezembro de 2008, sendo que, sua a data de início deveria ser em 12 de janeiro de 
2009, porém, nesse intervalo de tempo um antigo colega da Storrow também foi dispensado, 
ele possuía um MBA em uma escola de alto nível e acabou por ocupar o cargo que Riley 
havia negociado, desta forma, ela acabou ficando mais abaixo na hierarquia, ela passaria a 
trabalhar junto ao diretor financeiro de um dos seis negócios da MAT, sua função seria reunir 
relatórios financeiros de mais de 30 unidades de negócios, além de treinar diretores e 
executivos em previsões de orçamentos. Neste caso, Riley ficou em segundo plano, pois a 
Storrow sabia que ela ocuparia seu cargo na MAT somente por dois anos, prazo até a escola 
de negócios. 
Riley trabalhou na MAT por 18 meses, o trabalho acabou sendo diferente do que foi proposto 
inicialmente, para se motivar e buscar aprendizado ela se encontrava com diversas pessoas 
das mais diferentes áreas – marketing, recursos humanos e gerenciamentos de vendas, isso 
foi imprescindível para seu crescimento, pois desta forma ela pode participar em projetos 
voltados para a estratégia de vendas e definição de preços, além de reformular a estrutura de 
comissões para vendas especificas e reorganizar os seis negócios da MAT. Para Riley foi 
muito difícil continuar a interagir com a Storrow enquanto trabalhava para a MAT, ela sentia 
ressentimento pelo fato de seus antigos colegas ainda estarem no emprego que ela lutou 
para conquistar, enquanto ela havia sido dispensada sem explicações. 
No mês de agosto de 2010 Riley se matriculou no programa de MBA da HBS, onde 
conheceu alunos que também haviam sido dispensados, isso contribuiu para diminuir a raiva 
e trocar experiencias sobre o assunto. Outro fator relevante foi que ela percebeu que os 
alunos que permaneceram em seus cargos se consideravam mais espertos e habilidosos e 
julgavam que havia um motivo para os demais terem sido dispensados, afinal, sempre há 
uma escolha a ser feita quando uma dispensa acontece. 
No outono daquele ano Riley decidiu que tinha energias para voltar aos processos de 
seleção para PE, assim que os convites para entrevistas começaram a ser recebidos ela 
perdeu o medo e percebeu que não tinha nada a perder. 
 
Creio que a grande incoerência neste caso tenha sido a forma deliberada pela qual a Storrow 
escolheu os analistas que seriam demitidos, primeiramente em virtude de o processo ter sido 
realizado de forma rápida, a decisão tenha sido tomada pelo alto nível da empresa e 
 
 
 
5 
vinculada diretamente ao corte de custos, em seguida, não se pode deixar de mencionar que 
os critérios para a dispensa não foram claros o que acabou por gerar um sentimento de 
revolta em Riley, pois ela sentiu que a empresa não estava honrando com o compromisso 
firmado com ela. Outro fator relevante e que não pode ser esquecido, foi que, em todos os 
casos possíveis haviam sido demitidas as analistas mulheres, o que denota que a empresa 
estava usando o gênero como forma de decidir quem seria dispensado e quem seria 
mantido, essa era uma atitude completamente contrária as políticas progressistas e que 
encorajavam a diversidade, que os recrutadores fizeram questão de promover durante a 
entrevista.

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