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Classificação dos bens (Direito Civil I - Parte Geral)

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Bens considerados em si mesmos
Classificação dos bens quanto à fungibilidade (art. 85 do CC)
a) Bens fungíveis: aqueles que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Ex: caneta.
b) Bens infungíveis: aqueles que não admitem a substituição por outros da mesma espécie, quantidade e qualidade. Ex: quadro de pintor famoso, imóveis, automóveis (se de coleções)
Classificação dos bens quanto à consuntibilidade (art. 86 do CC)
a) Bens consumíveis: aquele bem móvel cujo uso acarreta a destruição imediata da coisa (consuntibilidade física) – só pode ser consumido uma vez - ou aquele destinado à alienação (consuntibilidade jurídica). Ex: comida, vinho (sem ser de coleção)
b) Bens inconsumíveis: bens passíveis de utilização reiterada, sem deterioração ou destruição imediata. Ex: sapatos, roupas, garrafa de vinho (de coleção) etc
Classificação dos bens quanto à divisibilidade (art. 87 a 88 do CC)
a) Bens divisíveis: aqueles que podem ser fracionados sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor ou prejuízo do uso a que se destinam (art. 87). O artigo 88 do CC estabelece que os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. Ex: pedaço de ouro
b) Bens indivisíveis: aqueles que não podem ser fracionados, acarretando desvalorização ou perda das qualidades essenciais. Percebe-se que a indivisibilidade pode decorrer da natureza do bem, de imposição legal ou da vontade das partes (art. 88). Ex: divisão de um relógio, carro, etc.
Classificação dos bens quanto à indivisibilidade
a) Bens singulares ou individuais: aqueles que, embora reunidos, possam ser considerados de per si, independentemente dos demais (artigo 89 do CC). Ex: livro, boi, casa etc.
b) Bens coletivos ou universais: aqueles que são constituídos por várias coisas singulares, consideradas em conjunto pra formar um todo individualizado.
· Universalidade de fato: “é o conjunto de bens singulares, corpóreos e homogêneos, ligados entre si pela vontade humana e que tenham utilização unitária ou homogênea, sendo possível que tais bens sejam objeto de relações jurídicas próprias” (Flávio Tartuce / artigo 90 do CC). Ex: biblioteca; estabelecimento empresarial. 
· Universalidade de direito: complexo de relações jurídicas de uma pessoa, dotadas de valor econômico (artigo 91 do CC). Ex: herança de determinada pessoa.
Classificação dos bens quanto a mobilidade
a) Bens imóveis (arts. 79 a 81 do CC): são aqueles que não podem ser removidos ou transportados sem a sua deterioração ou destruição. Subclassificação:
· Bens imóveis por natureza ou por essência: o solo e tudo quanto se lhe incorporar naturalmente (subsolo e espaço aéreo / artigo 79 do CC). Ex: árvores
· Bens imóveis por acessão física industrial ou artificial: bens formados por tudo o que o ser humano incorporar permanentemente ao solo, não se podendo mais remover sem a destruição ou deterioração (construções ou plantações). Ex: artigo 81 do CC.
· Bens imóveis por disposição legal: a lei considera bens imóveis (artigo 80 do CC: os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; o direito à sucessão aberta).
b) Bens móveis (artigos 82 a 84 do CC): aqueles que podem ser transportados ou removidos, por força própria (semoventes – animais) ou de terceiro (móveis propriamente ditos), sem a deterioração, destruição e alteração da substância ou da destinação econômico-social. A doutrina subdivide em: 
· Bens móveis por natureza ou essência: bens corpóreos que podem ser transportados sem qualquer deterioração ou destruição, por força própria ou alheia. Exemplo: artigo 84 do CC (bens móveis por antecipação – ex: transportar casas de um lugar para outro).
· Bens móveis por determinação legal: a lei determina que o bem é móvel (artigo 83 do CC): energias que tenham valor econômico; os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; os direitos pessoais de caráter patrimoniais e respectivas ações.
· os navios e as aeronaves consistem em bens móveis especiais, pois a lei trata como se fossem imóveis ao exigir registro especial e admitir hipoteca.
Classificação dos bens quanto à tangibilidade
a) Bens corpóreos, materiais ou tangíveis: são aqueles bens que possuem existência corpórea, podendo ser tocados. Exemplos: uma casa, um carro.
b) Bens incorpóreos, imateriais ou intangíveis: são aqueles com existência abstrata e que não podem ser tocados pela pessoa humana. Ilustrando, podem ser citados como sendo bens incorpóreos os direitos do autor, a propriedade industrial, o fundo empresarial, a hipoteca, o penhor, a anticrese, entre outros.
Bens reciprocamente considerados
Classificação quanto à dependência em relação a outro bem (bens reciprocamente considerados) 
1. Bens principais (ou independentes): aqueles que existem de forma autônoma e independente, abstrata ou concretamente (artigo 92 do CC).
2. Bens acessórios (ou dependentes): aqueles que dependem de outro bem para a sua existência e finalidade (artigo 92 do CC). Segundo o princípio da gravitação jurídica, o bem acessório segue o principal (em regra).
a. Fruto: bem acessório retirado do bem principal, sem a diminuição da substância e quantidade desse último, é o bem que não prejudica a sua origem
· Frutos naturais: aqueles provenientes da essência do bem principal. Ex: frutas produzidas por uma árvore.
· Frutos industriais: aqueles provenientes de uma atividade humana. Ex: produção de uma fábrica.
· Frutos civis: aqueles provenientes de uma relação jurídica ou econômica. Ex: aluguéis de um contrato de locação.
· Frutos pendentes: aqueles que não foram colhidos do bem principal. Ex: laranjas ainda ligadas à árvore.
· Frutos percebidos: aqueles já colhidos do principal e separados.
· Frutos estantes: aqueles já colhidos e armazenados.
· Frutos percipiendos (já deveria ter sido percebido): aqueles que deveria ter sido colhidos, mas não foram.
· Frutos consumidos: aqueles que já foram colhidos e consumidos.
b. Produto: bens acessórios retirados do bem principal, com a diminuição da quantidade e substância. Ex: retirada de carvão de uma mina.
c. Pertenças: “bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro” (artigo 93 do CC). Ex: toca CD de um automóvel.
d. Benfeitorias: bens acessórios introduzidos em um bem móvel ou imóvel com a finalidade de conservar ou melhorar a utilidade (artigo 96 do CC).
i. Benfeitorias voluptuárias: aqueles de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, mesmo que o tornem mais agradável ou seja de elevado valor (§1º). Ex: construção de uma piscina na casa.
ii. Benfeitorias úteis: objetivo de aumentar ou facilitar o uso do bem. Ex: construção de um quarto na casa (§2º).
iii. Benfeitorias necessárias: objetivo de conservar ou evitar que o bem se deteriore (§3º). Ex: conserto do encanamento de uma casa.
Bens considerados quanto à titularidade do domínio
a) Bens particulares ou privados: aqueles que pertencem às pessoas físicas ou jurídicas de Direito Privado (artigo 98 do CC / todos os bens que não pertencem às pessoas de Direito Público interno).
b) Bens públicos: aqueles que pertencem a um ente de Direito Público interno (artigo 98 do CC).
Bens públicos considerados em relação ao domínio
3. Bem de uso comum (do povo): aqueles destinados à utilização do público em geral. Ex: praças, rios, mares, estradas etc. O uso desses bens pode ser gratuito ou oneroso (artigo 103 do CC).
4. Bem de uso Especial (afetados a uso específico): aqueles destinados à utilização do próprio ente público para a execução de serviços públicos (afetação). Ex: edifícios e terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração pública, hospitais, escolas
5. Bem de uso Dominical (dominial): aqueles que compõem o patrimônio disponível e alienável do ente público – podem ser vendidos (alienados) se estiverem desafetados. Ex: bem imóvel desafetado – sem destinação/utilização específica de uso. Os bens públicos de uso comum dopovo e os de uso especial são inalienáveis, salvo se houver desafetação (artigo 100 do CC); os bens públicos não estão sujeitos a usucapião (artigo 102 do CC / discussão doutrinária); os imóveis sem donos consistem em terras devolutas (pertencem ao Estado).

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