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ANÁLISE DO FILME ERIN BROCKOVICH: RELATÓRIO DE PESQUISA DOUTRINÁRIA E JURISPRUDENCIAL, SOBRE TUTELA COLETIVA DOS DANOS AMBIENTAIS

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NOME: CAROLINE PEREIRA DE MAGALHÃES 
RA: 8044324 
 
ANÁLISE DO FILME ERIN BROCKOVICH: RELATÓRIO DE PESQUISA 
DOUTRINÁRIA E JURISPRUDENCIAL, SOBRE TUTELA COLETIVA DOS 
DANOS AMBIENTAIS 
 
 
 No início do filme Erin Brockovich é uma mãe solteira, com três filmes, que se 
envolve em um acidente de carro, e contrata um advogado. Ao perder a ação, Erin pede 
emprego ao escritório advocatício responsável por sua ação perdida, e é admitida. 
Responsável pela organização de arquivos, acaba se envolvendo na investigação 
em face de uma grande e poderosa empresa, PGE- Gás e Eletricidade do Pacífico. Com 
a investigação, descobre que PGE vem contaminando as águas de uma pequena cidade 
localizada na Califórnia. 
Erin, dessa forma, começa a ir atrás de diversas famílias e passa a descobri que 
esse ato trouxe diversas doenças e mortes. Ou seja, a reiterada degradação do meio 
ambiente, cometida pela PGE resulta no impacto direto a vida das pessoas da pequena 
cidade, com o elevado número de mortes e contágio de doenças. Conforme acima, Erin 
se envolve com todos os cidadãos atingidos, reunindo informações, organizando provas 
e depoimentos para compor a ação contra a empresa que vem causando as enfermidades 
à população local. 
Porém, o escritório em que Erin trabalha é pequeno e não será capaz de arcar 
com as custas que precisam para seguir em frente com a enorme ação em face da PGE, 
se vendo obrigada a se juntar a outro escritório para suportar o caso. 
A protagonista fica preocupada, pois ninguém irá entender como ela entende 
sobre o caso que tanto se emprenhou. O segundo escritório não possui toda compaixão e 
empenho. Dessa forma, Erin passa a ter medo de perder o caso, mas não desiste e se 
associa ao novo escritório para dar prosseguimento à ação no Tribunal em face de PGE- 
Gás e Eletricidade do Pacífico. 
Por fim, após conseguir provas contundentes para associação da Matriz com a 
Filial da cidade, a PGE é condenada a pagar 333 milhões de dólares em indenizações, 
ficando Erin com 2 milhões de dólares. 
Associando a temática do filme com a legislação brasileira, tem-se as ações 
coletivas que constituem importante mecanismo de participação popular na proteção do 
meio ambiente. É por meio desta que a sociedade acessa à jurisdição em busca de defesa 
do direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, permitindo, com isso, 
o controle social sobre a legalidade e a legitimidade de ações e omissões públicas e 
privadas que interferem na qualidade ambiental. 
No filme, podemos perceber a vulnerabilidade dos habitantes de Hinkley no 
aspecto técnico, por não conhecerem os malefícios causados pelo cromo hexavalente 
utilizado nos serviços da empresa, e ainda a informacional, visto que foram 
incorretamente avisados quanto ao composto químico presente em sua água, pensando 
que fazia bem à saúde, quando provocava a exata reação oposta, 
A ação coletiva é um tipo de ação que reúne diversos agentes da sociedade que 
têm um objetivo e uma problemática em comum, de direito difuso e coletivo. É 
fundamental, pois com apenas uma ação, o judiciário não fica sobrecarregado com 
milhares de processos sobre um mesmo tema e, com isso, a decisão é imediata e 
uniforme. 
A Constituição Federal considera como uns dos remédios constitucionais em 
que o titular da ação somente pode ser pessoa física que propõe ação em defesa do 
interesse coletivo, conforme Art. 5º, inciso LXXIII. 
A Ação Popular é prevista na Lei nº 4.717/65 que descreve a qualificação do 
cidadão, as espécies de nulidade, a competência da ação, as categorias dos sujeitos 
passivos, as funções obrigatórias ou facultativas atribuídas ao Ministério Público. 
No Brasil, uma das situações em que essas ações poderiam ser benéficas são os 
desastres recentes nas cidades de Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais. 
A questão que enfraquece o instituto é a dificuldade de se conseguir a 
mobilização das pessoas para, isoladamente, buscarem a proteção jurisdicional do meio 
ambiente. De maneira prática, é pouco provável que o cidadão se sinta estimulado a 
envolver-se sozinho em complexo litígio judicial para a defesa de um direito coletivo 
que, apesar de ser seu próprio, não tem, repercussão positiva direta e imediata em sua 
esfera pessoal e patrimonial. 
Por essas razões, vê-se frequentemente com reservas a iniciativa individual nas 
demandas coletivas. 
Abaixo jurisprudência análogas ao caso: 
 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DANOS MATERIAIS E MORAIS A PESCADORES 
CAUSADOS POR POLUIÇÃO AMBIENTAL POR VAZAMENTO DE NAFTA, 
EM DECORRÊNCIA DE COLISÃO DO NAVIO N-T NORMA NO PORTO DE 
PARANAGUÁ - 1) PROCESSOS DIVERSOS DECORRENTES DO MESMO 
FATO, POSSIBILIDADE DE TRATAMENTO COMO RECURSO REPETITIVO 
DE TEMAS DESTACADOS PELO PRESIDENTE DO TRIBUNAL, À 
CONVENIÊNCIA DE FORNECIMENTO DE ORIENTAÇÃO 
JURISPRUDENCIAL UNIFORME SOBRE CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS 
DO FATO, QUANTO A MATÉRIAS REPETITIVAS; 2) TEMAS: a) 
CERCEAMENTO DE DEFESA INEXISTENTE NO JULGAMENTO 
ANTECIPADO, ANTE OS ELEMENTOS DOCUMENTAIS SUFICIENTES; b) 
LEGITIMIDADE DE PARTE DA PROPRIETÁRIA DO NAVIO 
TRANSPORTADOR DE CARGA PERIGOSA, DEVIDO A 
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR; 
c) INADMISSÍVEL A EXCLUSÃO DE RESPONSABILIDADE POR FATO DE 
TERCEIRO; d) DANOS MORAL E MATERIAL CARACTERIZADOS; e) JUROS 
MORATÓRIOS: INCIDÊNCIA A PARTIR DA DATA DO EVENTO DANOSO - 
SÚMULA 54/STJ; f) SUCUMBÊNCIA. 3) IMPROVIMENTO DO RECURSO, 
COM OBSERVAÇÃO. 
1.- É admissível, no sistema dos Recursos Repetitivos (CPC, art. 543-C e 
Resolução STJ 08/08) definir, para vítimas do mesmo fato, em condições 
idênticas, teses jurídicas uniformes para as mesmas consequências jurídicas. 
2.- Teses firmadas: a) Não cerceamento de defesa ao julgamento antecipado da 
lide.- Não configura cerceamento de defesa o julgamento antecipado da lide 
(CPC, art. 330, I e II) de processo de ação de indenização por danos materiais e 
morais, movida por pescador profissional artesanal contra a Petrobrás, 
decorrente de impossibilidade de exercício da profissão, em virtude de poluição 
ambiental causada por derramamento de nafta devido a avaria do Navio "N-T 
Norma", a 18.10.2001, no Porto de Paranaguá, pelo período em que suspensa a 
pesca pelo IBAMA (da data do fato até 14.11.2001); b) Legitimidade ativa ad 
causam.- É parte legítima para ação de indenização supra referida o pescador 
profissional artesanal, com início de atividade profissional registrada no 
Departamento de Pesca e Aquicultura do Ministério da Agricultura, e do 
Abastecimento anteriormente ao fato, ainda que a emissão da carteira de 
pescador profissional tenha ocorrido posteriormente, não havendo a ré alegado 
e provado falsidade dos dados constantes do registro e provado haver recebido 
atenção do poder público devido a consequências profissionais do acidente; 
c) Inviabilidade de alegação de culpa exclusiva de terceiro, ante a 
responsabilidade objetiva.- A alegação de culpa exclusiva de terceiro pelo 
acidente em causa, como excludente de responsabilidade, deve ser afastada, 
ante a incidência da teoria do risco integral e da responsabilidade objetiva 
ínsita ao dano ambiental (art. 225, § 3º, da CF e do art. 14, § 1º, da Lei nº 
6.938/81), responsabilizando o degradador em decorrência do princípio do 
poluidor-pagador. d) Configuração de dano moral.- Patente o sofrimento 
intenso de pescador profissional artesanal, causado pela privação das 
condições de trabalho, em consequência do dano ambiental, é também devida a 
indenização por dano moral, fixada, por equidade, em valor equivalente a um 
salário-mínimo. e) termo inicial de incidência dos juros moratórios na data do 
evento danoso.- Nos termos da Súmula 54/STJ, os juros moratórios incidem a 
partir da data do fato, no tocante aos valores devidos a título de dano material e 
moral; f) Ônus da sucumbência.- Prevalecendo os termos da Súmula 326/STJ, a 
condenação em montante inferior ao postulado na inicial não afastaa 
sucumbência mínima, de modo que não se redistribuem os ônus da 
sucumbência. 
3.- Recurso Especial improvido, com observação de que julgamento das teses 
ora firmadas visa a equalizar especificamente o julgamento das ações de 
indenização efetivamente movidas diante do acidente ocorrido com o Navio N-T 
Norma, no Porto de Paranaguá, no dia 18.10.2001, mas, naquilo que encerram 
teses gerais, aplicáveis a consequências de danos ambientais causados em 
outros acidentes semelhantes, serão, como natural, evidentemente considerados 
nos julgamentos a se realizarem. 
(REsp 1114398/PR, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, SEGUNDA SEÇÃO, 
julgado em 08/02/2012, DJe 16/02/2012)(grifos nossos) 
DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO 
AMBIENTAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA PELA EMISSÃO DE FLÚOR 
NA ATMOSFERA. TEORIA DO RISCO INTEGRAL. POSSIBILIDADE DE 
OCORRER DANOS INDIVIDUAIS E À COLETIVIDADE. NEXO DE 
CAUSALIDADE. SÚMULA N. 7/STJ. DANO MORAL IN RE IPSA. 
1. Inexiste violação do art. 535 do Código de Processo Civil se todas as 
questões jurídicas relevantes para a solução da controvérsia são apreciadas, de 
forma fundamentada, sobrevindo, porém, conclusão em sentido contrário ao 
almejado pela parte. 
2. É firme a jurisprudência do STJ no sentido de que, nos danos ambientais, 
incide a teoria do risco integral, advindo daí o caráter objetivo da 
responsabilidade, com expressa previsão constitucional (art. 225, § 3º, da CF) e 
legal (art. 14, § 1º, da Lei n. 
6.938/1981), sendo, por conseguinte, descabida a alegação de excludentes de 
responsabilidade, bastando, para tanto, a ocorrência de resultado prejudicial 
ao homem e ao ambiente advindo de uma ação ou omissão do responsável. 
3. A premissa firmada pela Corte de origem, de existência de relação de causa e 
efeito entre a emissão do flúor na atmosfera e o resultado danoso na produção 
rural dos recorridos, é inafastável sem o reexame da matéria fática, 
procedimento vedado em recurso especial. Aplicação da Súmula 7/STJ. 
4. É jurisprudência pacífica desta Corte o entendimento de que um mesmo dano 
ambiental pode atingir tanto a esfera moral individual como a esfera coletiva, 
acarretando a responsabilização do poluidor em ambas, até porque a reparação 
ambiental deve ser feita da forma mais completa possível. 
5. Na hipótese, a leitura da exordial afasta qualquer dúvida no sentido de que 
os autores - em sua causa de pedir e pedido - pleiteiam, dentre outras, a 
indenização por danos extrapatrimonias no contexto de suas esferas individuais, 
decorrentes do dano ambiental ocasionado pela recorrente, não havendo falar 
em violação ao princípio da adstrição, não tendo a sentença deixado de 
apreciar parcela do pedido (citra petita) nem ultrapassado daquilo que fora 
pedido (ultra petita). 
6. A admissibilidade do recurso especial, na hipótese da alínea "c" do 
permissivo constitucional, exige a indicação das circunstâncias que identificam 
ou assemelham os casos confrontados, mediante o cotejo dos fundamentos da 
decisão recorrida com o acórdão paradigma, a fim de demonstrar a divergência 
jurisprudencial existente (arts. 541 do CPC e 255 do RISTJ). 
7. Recurso especial a que se nega provimento. 
(REsp 1175907/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA 
TURMA, julgado em 19/08/2014, DJe 25/09/2014)

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