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Resumo Caso Dora

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Graduação em Psicologia 
 
 CASO DORA
 
 São José do Rio Pardo - 2020
 Caso Dora
O caso conta a história de uma jovem, recebendo o nome fictício de Dora, de dezoito anos que foi encaminhada por seu pai para ser atendida por Freud. O tratamento foi interrompido pela paciente e durou três meses.
Doria procura Freud após uma tentativa de suicídio, a jovem sofria de uma fadiga crónica, dispnéia, afonia, insociabilidade, tosse nervosa, sentimento de desânimo, dificuldade em se concentrar, momentos de amnesia, enxaquecas e outra série de sintomas físicos e psicológicos. Sendo colocada por Freud como histérica.
Dora vivia com seus pais, que tinham uma relação distante, e seu único irmão mais velho. Seu pai constantemente recebia os cuidados da filha, que nutria grande ternura por ele, tendo problemas de visão e tuberculose. Sua mãe tem uma relação pouco afetiva, sendo descrita como uma mulher que sofre de uma “psicose doméstica” atentada aos afazeres domésticos. 
Em determinado momento da infância da garota, a família se mudou para outra cidade (B). Lá Dora conheceu o casal, descritos por Freud como Sr. K e Sra. K, importantes para a análise do caso.
Inicialmente Dora nutriu uma grande afeição e identificação pela Sra. K, que passou a cuidar de seu pai durantes suas enfermidades. O Sr. K por sua vez se aproximou da jovem. 
Com quatorze anos, Sr. K beijou Dora sem sua permissão, despertando na jovem repugnância. Em um passeio no lago, Sr. K faz uma proposta amorosa para Dora, a mesma denuncia o ato para seu pai, que prefere desacreditar para manter as relações amorosas que está tendo com a Sra. K. 
A experiência de Dora com o Sr. K teriam formado um trauma psíquico, sendo uma condição prévia para o estado patológico histérico e trazendo sintomas. Havendo assim um conflito no processo simbólico. 
Dora a partir de então pede várias vezes para que o pai rompa as relações com a família K, principalmente com a Sra. K, mas ele sempre negava o pedido.
Freud concluiu que Dora tinha um complexo de Édipo, se identificando com a mulher que seu pai amava, senhora K e mantendo um amor pelo pai.
 Os sintomas gerados pelo beijo do Sr. K seriam um desloca mento de afeto e da sensação. Pra Freud, Dora teria sentido a pressão do membro ereto de Sr. K contra seu ventre, mas isso foi excluído de sua mente, sendo recalcada e substituída pela sensação de pressão contra o tórax. Assim surgiram sintomas como a aversão pelos alimentos e a evitação de homens com conversas afetuosas.
Para Freud a relação de Dora com seu pai era repleta de autocensuras de conteúdo idêntico. A tosse de Dora tinha por causa da coceira na garganta, era uma representação imaginária da sucção do pênis. A tosse e perda de voz de Dora estaria relacionada ausência do Sr. K, ela ficava doente exatamente o tempo que ele se ausentava.
Por meio do caso Freud reafirmou em uma de suas premissas básicas: os sintomas da histeria são resultado de fantasias sexuais reprimidas
Foi a interpretação de dois sonhos que possibilitou Freud esclarecer o sintoma, tendo acesso ao conteúdo recalcado, assim os pensamentos rejeitados da consciência encontrem uma maneira de se exprimir. 
 O primeiro sonho foi descrito assim por Dora, “uma casa estava em chamas, papai estava ao lado da minha cama e me acordou. Vesti –me rapidamente. Mamãe ainda queria salvar sua caixa de jóias, mais papai disse:” não quero que eu e meus dois filhos nos queimemos por causa da sua caixa de jóias. “Descemos a escada ás pressas e, logo que me vi do lado de fora acordei.” Dora recordava ter tido este mesmo sonho três noites sucessivas no lago onde acorrera à cena do lago com o Sr. K.
 O primeiro sonho aconteceu pouco depois da cena no lago e as associações feitas a partir dele permitiram identificar várias substituições. Dora, sua mãe e a Sra. K. Seu pai e o Sr. K. A palavra alemã utilizada para designar “caixa de jóias” é comumente empregada também para designar os órgãos genitais femininos imaculados.
Segundo sonho: “Eu estava passeando por uma cidade que não conhecia, vendo ruas e praças que me eram estranhas. Cheguei então a uma casa onde eu morava, fui até o quarto e ali encontrei uma carta d a mamãe. Dizia que, como eu saia de casa sem o conhecimento dos meus pais, ela não quisera escrever-me que o papai estava doente. Agora ele morreu e, se quiser você pode vir. “Fui então para estação e perguntei umas cem vezes: ” Onde fica a estação?” Recebia a resposta:” Cinco minutos. ”Vi depois à minha frente um bosque espesso no qual penetrei, a ali fiz a pergunta a um homem que eu encontrei. Disse -me: Mais duas horas e meia. Pediu-me que eu deixasse acompanhar-me. Recusei e fui sozinha. Vi a estação a minha frente não conseguia alcançá-la. Ai me veio um sentimento habitual de angustia de quando, n os sonhos, não se consegue ir adiante. Depois, eu estava em casa; nesse meio tempo, tinha de ter viajado, mas nada sei sobre isso. Dirigi-me à portaria e perguntei ao porteiro por nossa casa. “A criada abriu para mim e respondeu: A mamãe e os outros já estão no cemitério.”
Durante a análise, Freud fica intrigado com o profundo sentimento de ofensa manifestado por Dora em relação à proposta do Sr. K. Nas associações que se seguiram ao sonho apareceu, surgiram termos alusivos aos órgãos genitais. 
Em certo momento, Dora revela a Freud, que quando Sr. K. lhe fez a proposta amorosa ele disse: “Você sabe que minha mulher não é nada para mim”. Ela, então, esbofeteou-o e fugiu apressadamente. O significado do sonho, para Freud, estava ligado a um ardente desejo de vingança contra o seu pai e a uma fantasia de defloração: um homem procurando forçar a entrada nos órgãos genitais femininos. Quando a conclusão lhe foi comunicada, Dora reagiu imediatamente, lembrando-se de uma parte do sonho que havia esquecido: “Eu entrei calmamente no apartamento e comecei a ler um grande livro que estava sobre sua escrivaninha”. As associações levaram para uma enciclopédia onde se procura satisfazer a curiosidade sexual. O pai estava morto, ela poderia ler o que quisesse.
Em meio as sessões de análise do segundo sonho, Dora decide abandonar o tratamento. Em páginas do livro, Freud escreve ter deixado “passar” o desejo homossexual de Dora pela Sra. K.
O caso Dora é importante para a inserção da interpretação de elementos oníricos na psicanálise, aprofundando o conhecimento sobre fantasia e a teoria da sexualidade. 
Referências:
FREUD, S. “Fragmento da análise de um caso de histeria”. In: Obras completas, vol. VII. Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda.

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