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Tumores Cerebrais do SNC · Epidemiologia: - Tumores do SNC correspondem a 20% dos canceres na infância e 70% destes surgem na fossa posterior; um numero comparável de tumores em adultos surge nos hemisférios cerebrais. - Taxa de mortalidade: 6 por 100.000 (EUA). - Metástase -> tumores cerebrais secundária - tumores gliais: 50-60% Tumores cerebrais primários - Meningiomas: 25% - Schwannomas:10% · Manifestações clinicas: - Crise epiléptica (principalmente tumores corticais) - Deficit neurológico focal: progressão subaguda*, vai perdendo aos poucos. - Distúrbio neurológico não-focal: cefaleia*, demência, alteração da personalidade e distúrbios de marcha. Refletem a hipertensão intracraniana, hidrocefalia ou disseminação tumoral difusa. · Tumores do SN – quadro clinico: - Síndrome de hipertensão intracraniana - Convulsões - manifestações focais - Hidrocefalia - Síndromes hormonais - Depende diretamente de sua localização e do seu tamanho. · Origem dos sintomas: Infiltração: quando o tumor se infiltra no cérebro causando as crises focais como crise convulsiva. Deslocamento: o tumor empurra a massa encefalica HIC: obstrui o canal liquorico e causa a HIC. · Manifestações clinicas: - A existência de sintomas sistêmicos é mais sugestiva de tumor metastático do que cerebral primário. O tumor secundario geralmente vem de outro órgão e causa metástase para a medula e atinge o SNC. - Exemplos: mal estar, perda ponderal, anorexia e febre. · Origem do tumor: - Primaria - Secundaria (metástase): pulmão*, pele (melanoma), mama, TGI e rim. · Neuroimagem: A TC e RM podem revelar efeito de massa e captação de contraste -> Reflete a ruptura da barreira hematoencefálica dentro do tumor -> Reflete o volume de tecido neoplásico e edema. · Exames Laboratoriais: - Os tumores cerebrais primários geralmente não produzem anormalidades sorológicas. Ou seja, não são pedido por não ter muitas alterações laboratoriais. - O LCR raramente contém células malignas, exceto, por exemplo: meduloblastoma e metástase leptomeningeas. · Classificação dos tumores primários do SNC – origem celular: - Derivadas do tubo neural: células gliais, neurônios e pinealócitos. - Derivadas da crista neural: células de Schwann, células aracnoide e melanocitos. - Remanescentes Embrionários: ectodérmicos, notocorda, células adiposas, células germinativas e 3 folhetos embrionários. · Graduação das neoplasias intracranianas (OMS): - É a avaliação do comportamento biológico de um tumor. - Auxilia na escolha do tratamento adequado. - avaliação: anaplasia, mitose, neovascularização e necrose -> GRAU I, GRAU II, GRAU III e GRAU IV. · Prevalência: - Criança: astrocitoma, meduloblastoma, ependimoma e oligodendroglioma. - Adulto: Meningioma, astrocitoma, oligodendroglioma, glioblastoma, metástase, ependimoma, schwannoma. · Tumores do SN – Gliomas: - São os tumores mais frequentes do SN. - São classificados conforme suas células de origem em: Astrocitoma (baixo grau de malignidade ou alto grau de malignidade) e Oligodendroglioma (baixo grau de malignidade ou alto grau de malignidade). · Astrocitoma: - Neoplasia intracraniana primaria mais comum - Astrocitoma de baixo grau: astrocitoma pilocitico (GRAU I) e astrocitoma difuso bem diferenciado (GRAU II). - Astrocitoma de alto grau: astrocitoma anaplasico (GRAU III) e glioblastoma multiforme (GRAU IV). - O prognostico esta intimamente associado ao grau histológico do tumor. 1- Astrocitoma GRAU I - Pilocitico: é o mais comum em crianças. Onde ocorre frequentemente no cerebelo com evolução benigna. - Boa demarcação entre células neoplásicas e células normais. - Evolução lenta, com cura em ate 90% dos casos. - ocorrência em crianças e jovens adultos. - frequentemente no cerebelo: mais geralmente hemisférios cerebelares. - Tumores bem delimitados e geralmente císticos. - Histologicamente: são bem diferenciados, com baixa celularidade. - Tratamento: cirúrgico (bom prognostico) e radioterapia não é indicada. - TC: são tipicamente massas arredondadas ou ovais, bem demarcadas, de bordas lisas, hipo ou isodensas. Há geralmente, impregnação de contraste anular. - Perda do contrapeso (equilíbrio), dificuldade de andar, piora da escrita e fala lenta; dor de cabeça de manhã ou que vai diminuindo depois de vomito; mudança da personalidade ou comportamento; perda de peso ou ganho inexplicável de peso. 2- Astrocitoma Difuso GRAU II: - Substancia branca de um dos hemisférios cerebrais - São mal delimitados: a consistência similar ao tecido nervoso normal - São bem diferenciados histologicamente: fibrilares, protoplasmáticos e gemistociticos. - Estes vários padrões podem ocorrer em diferentes áreas do mesmo tumor - Menos diferenciados são denominados astrocitomas anaplasicos – GRAU III. - Mais malignos, glioblastoma multiforme GRAU IV. 3- Glioblastoma – astrocitoma GRAU IV: - Malignização de um astrocitoma difuso pré-existente ou tumor de alto grau. - A localização e incidência etária idem aos astrocitomas difusos de baixo grau. - Mal delimitada na substancia branca - Necrose é muito comum e pode envolver a maior parte do tumor. - Cistos e/ou hemorragia - Edema peritumoral e desvio da linha media, com hérnias. - Tumor infiltra o corpo caloso, passando ao hemisfério contralateral (tumor em asa de borboleta). - Histologicamente: atipias celulares, mitoses, proliferação vascular e necrose. - Clinica: * Síndrome de hipertensão intracraniana (cefaleia, vômitos em jato, edema de papila). * Sinais de localização conforme a área atingida (hemiparesias, Parestesias, afasias e hemianopsia) * Crises convulsivas em paciente adulto não epiléptico devem sempre levantar suspeita de tumor intracraniano. - Tratamento: cirúrgico visando a retirada da maior quantidade possível, radioterapia e quimioterapia. - Prognostico: péssimo e dificilmente ultrapassa 6 meses a 1 ano após o diagnostico. 4- Ependimomas: - Quadro clinico: hipertensão intracraniana precoce e sinais de comprometimento do tronco encefálico e cerebelo (perda de equilíbrio e dificuldade de andar). - Pode haver disseminação pelo LCR - Os ependimomas que não são retirados por completo durante a cirurgia são tratados com radiocirurgia estereotaxica ou com um ciclo de radioterapia com feixe externo. - são neoplasias de células ependimaria -> relação topográfica com os ventrículos. - Bem delimitado - Nas primeiras duas décadas: 5-10% dos tumores cerebrais primarios (é o 3º mais frequente). - Predominantemente infratentoriais, implantados no teto do IV ventrículo. Quanto supratentorial, origina-se na parede dos ventrículos laterais ou III ventrículo. 5- Meduloblastoma: - Derivam de neuronios imaturos (embrionários) - Ocorrem em crianças e, exclusivamente, no cerebelo. Sendo mais comum em crianças. - É indiferenciado - O crescimento rápido pode ocluir o fluxo de LCR, levando a hidrocefalia (Extensão para o IV ventrículo). - Cursa com uma sintomatologia cerebelar, mesclada com sinais de HIC. - acontece no vermis cerebelar. - Tratamento: retirada cirúrgica, seguida de radioterapia em todo o neuroeixo. Com isso, há uma sobrevida de 5 anos da ordem de 50%. 6- Oligodendroglioma: - representa cerca de 10-15% dos gliomas, sendo GRAU II. - Localidade predominante supratentorial - Convulsao é o sintoma mais proeminente - Muitos são acessíveis a ressecção cirúrgica total - Respondem de maneira ótima á poliquimioterapia: procarbozina + iomustina + PCV (ventristina) ou temozolomida. 7- Meningiomas: - tumores benignos, prevalente em adultos acima de 45 anos. - Origem mesodérmica: fibroblasto aracnoideo, superfície externa da aracnoide. - Convexidade cerebral ao longo do seito sagital superior. - Base do crânio, na goteira dos nervos olfatórios, e na região da sela turca (meningioma do tubérculo da sela). - Metade anterior da cavidade craniana - No canal espinhal são intradurais e extramedulares, mais comuns na região torácica. - Bem delimitados - Aderidos a dura-máter, esféricos ou achatados. - Não infiltrem o cérebro. - Comum que infiltrem a dura-máter eos seio venosos. - Malignos quando infiltra o tecido nervoso – meningossarcomas. - Clinica: geralmente passam desapercebidos. Não causam edema cerebral e podem atingir volumes consideráveis, provocando pouco ou nenhum sintoma. A sintomatologia pode ser cefaleia, epilepsia e déficits focais como hemiparesias e hemianopsias. A anosmia (perda do olfato) pode ser o único sintoma no meningioma da goteira do olfatório. - Tratamento: cirúrgico, radioterapia não indicada e há recidiva em pequena porcentagem. 8- Schwannomas: - Principais tumores do sistema nervoso periférico (nervos e raízes). Acontecem nas células de Schwann. - São benignos e incidem na meia idade. - Denominações antigas, ainda utilizadas, são neurinoma e neurilemoma. - Localização: os schwannomas de raízes tem preferencia pelas raízes sensitivas. No crânio – nervo-coclear (VIII PNC), ângulo ponto (cerebelar) e meato acústico interno. - Crescem lentamente e comprimindo. Nunca invadindo o cérebro ou a medula. Se apresentam intradurais ou extradurais. - Clinica: surdez progressiva, tonturas, vertigens, perda de equiibrio, ataxia e dor retroauricular. Pode haver paresia facial, disfonia e disfagia. Os sintomas duram meses ou anos. Pode desenvolver HIC e hidrocefalia por compressão do IV ventrículo. Nos schwanomas espinais há dor radicular, compressão medular (paraplegia, anestesia abaixo do nível de tumor) e bloqueio liquorico com hiperproteinorraquia lombar. - Tratamento: cirúrgico. Com risco de infarto e paralisia facial. Nos dos acústicos, a dificuldade e a mortalidade aumentam com o tamanho do tumor. Quando não é possível remoção total, o tumor recidiva e o prognostico piora. Não há resposta a radioterapia 9- Derivados ectodérmicos: - Craniofaringeomas: crianças/jovens. Com histologia benigno e comportamento maligno devido a uma compressão da hipófise. Local de ocorrência é perto da hipófise. - Cisto dermóide - Cisto epidermóide 10- Tumores remanescentes da notocorda: - Cordomas: tumores raros, derivado da remanescentes da notocorda. Acometendo a base do crânio e histologicamente benigno com comportamento agressivo. 11- Tumores derivados das células adiposas: - Lipomas: raros, incidentes e benignos 12- Tumores derivados de células germinativas: - Germinomas: localização pineal, que secreta betaHCG no LCR. 13- Tumores derivados de 3 folhetos embrionários: - Teratomas: derivados de pelos, cabelo, dente. Com comportamento benigno e localização pineal. 14- Tumores hipofisario: Origina da Hipofise provavelmente esta na adenohipofise. - classificação: Secretores: tumores que estão na adenohipofise < 1 cm (não sendo cirurgico). Então ele vai secreta algum hormônio como ACTH, prolactina ou outros. O paciente então apresenta galactorreia. Ou ACTH por síndrome de cushing ou com acromegalias. Não secretores: geralmente não secretam nenhum hormônio e terá sinais de efeito de massa somente. Podendo ser macroadenomas > 1 cm que pode comprimir nervo optico com perda de campo visual bitemporal é característico de tumor de hipófise. É indicado cirurgia. 15- Metastases cerebrais: - Via sanguínea com frequência é alta e prevalente na meia idade. - Origem: carcinomas broncogenicos, mama feminina, melanomas. - O tumor metastático manifesta-se antes do primário (carcinoma oculto). - As metástases no crânio rapidamente ultrapassam a dura-máter. Por infiltração das meninges (meningite carcinomatosa). - Tecido nervoso: cérebro e no cerebelo e raras no tronco cerebral e medula devido diferenças na perfusão sanguínea. - Habitualmente múltiplas, bem delimitadas, com necroses e as vezes hemorrágicas. Onde geralmente há edema em torno da metástase. - Tratamento: cirurgia, embolização, radioterapia, radiocirurgia e quimioterapia. · Tratamento geral dos tumores do SN: - cirurgico: a grande maioria dos tumores do SN. Poucos são inoperáveis pela localização. - Radioterapia: metástases e tumores primitivos malignos. - Quimioterapia: ainda não existem quimioterápicos de boa penetração no SNC. - Anticonvulsivantes geralmente são utilizados - Corticosteroides: principalmente a dexametasona tem uma boa ação no edema peritumoral. - Fisioterapia tem um papel importante no tratamento e prevenção de sequelas motoras.