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FUNDAMENTOS E MÉTODOS DA 
GESTÃO ESCOLAR
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar – Profª. Ms. Célia Gaia. e Prof. Dr. Eurípedes 
Ronaldo Ananias Ferreira
Meu nome é Célia Gaia. Sou mestre em Estudos Comparados 
de Literaturas de Língua Portuguesa pela USP-SP, bacharel 
em Letras e licenciada em Pedagogia. No mestrado, pesquisei 
sobre a representação estética no texto intersemiótico. Na 
área pública, exerci os cargos de supervisão escolar e direção 
de escola junto à Prefeitura Municipal de São Paulo e, no setor 
privado, atuei na assessoria educacional como monitora de 
cursos de Formação Permanente, subsidiando e orientando 
equipes escolares na elaboração e no desenvolvimento de 
projetos pedagógicos e projetos de área. Concomitantemente, 
lecionei Português em todas as séries do Ensino Fundamental e 
Médio e, atualmente, trabalho como tutora de EaD, no Centro 
Universitário Claretiano.
e-mail: celia@claretiano.edu.br
Meu nome é Eurípedes Ronaldo Ananias Ferreira. Sou graduado 
em Zootecnia pela Faculdade de Zootecnia de Uberaba (FAZU) 
e doutor em Educação Escolar pela Universidade Estadual 
Paulista (Unesp) – Araraquara. Fiz complementação pedagógica 
pela Universidade Federal de Lavras MG, especialização em 
uso múltiplo de territórios e sistemas agro-silvo-pastoris pela 
Universidade de Córdoba (Espanha) e estágio em atividades 
administrativo-pedagógicas pela ENFA (Toulouse – França). 
Atualmente, sou reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência 
e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IF – Triângulo), membro de 
diversas comissões de trabalho do Ministério da Educação, 
professor de Sociologia da Educação e Gestão da Educação e palestrante sobre educação 
e políticas públicas.
e-mail: reitor@iftriangulo.edu.br
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
FUNDAMENTOS E MÉTODOS DA 
GESTÃO ESCOLAR
Caderno de Referência de Conteúdo
Célia Gaia
Eurípedes Ronaldo Ananias Ferreira
Batatais
Claretiano
2013
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
© Ação Educacional Claretiana, 2012 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013 
 
 
 
 
 
 371.2 G131f
 Gaia, Célia
 Fundamentos e métodos da gestão escolar / Célia Gaia, Eurípedes Ronaldo 
 Ananias Ferreira – Batatais, SP : Claretiano, 2013. 
 310 p.
 ISBN: 978-85-67425-97-9
 
 1. Gestão escolar: conceitos, funções e princípios básicos. 2. A função 
 administrativa da unidade escolar e do gestor: contextualização teórica e 
 tendências atuais. 3. A dimensão pedagógica do cotidiano da escola e o 
 papel do administrador escolar. 4. Levantamento e análise da realidade 
 escolar: o projeto político pedagógico, o regimento escolar, o plano de
 direção, planejamento participativo e órgãos colegiados da escola. I. 
 Fundamentos métodos da gestão escolar. II. Ferreira, Eurípedes Ronaldo 
 Ananias. 
 CDD 371.2
 
 
 
 
 
 
 
 
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
Cátia Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori Martins
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza
Patrícia Alves Veronez Montera
Rita Cristina Bartolomeu 
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Claretiano - Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
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Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
SUMÁRIO
CADERnO DE REFERênCIA DE COnTEúDO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9
2 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO ..................................................................... 10
3 REFERêNCIAS BIBlIOGRáFICAS ...................................................................... 26
4 E-REFERêNCIAS ................................................................................................ 26
UNIDADE 1 – DAS TEORIAS ADMINISTRATIvAS à GESTÃO EDUCACIONAl E 
ESCOlAR
1 OBJETIvOS ........................................................................................................ 27
2 CONTEúDOS .................................................................................................... 28
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 28
4 INTRODUÇÃO à UNIDADE .............................................................................. 29
5 OS ANTECEDENTES DA GESTÃO: PRINCIPAIS ABORDAGENS DA 
ADMINISTRAÇÃO GERAl ................................................................................ 30
6 AS ABORDAGENS ADMINISTRATIvAS ............................................................. 33
7 O ENFOQUE CUlTURAl E AS CRÍTICAS àS ABORDAGENS CláSSICAS ........ 44
8 OS QUESTIONAMENTOS DE vÍTOR HENRIQUE PARO ................................... 49
9 GESTÃO DA EDUCAÇÃO: GêNESE E CONCEITUAÇÃO .................................... 51
10 GESTÃO ESCOlAR COMO PRáTICA CONSTRUTIvA DA CIDADANIA E O 
CONTEXTO SOCIOPOlÍTICO ............................................................................ 59
11 QUESTÕES AUTOAvAlIATIvAS ........................................................................ 63
12 CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 63
13 E-REFERêNCIAS ................................................................................................ 65
14 REFERêNCIAS BIBlIOGRáFICAS ..................................................................... 66
UNIDADE 2 – GESTÃO DA EDUCAÇÃO: GlOBAlIzAÇÃO, NOvAS 
TECNOlOGIAS, NOvOS PARADIGMAS
1 OBJETIvOS ........................................................................................................ 69
2 CONTEúDOS ..................................................................................................... 70
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 70
4 INTRODUÇÃO à UNIDADE ..............................................................................71
5 AS MUDANÇAS OCORRIDAS NA EDUCAÇÃO NA DÉCADA DE 1990 .............. 71
6 NOvAS TENDêNCIAS NA GESTÃO DA EDUCAÇÃO: DESCENTRAlIzAÇÃO E 
GESTÃO lOCAl ................................................................................................. 82
7 GESTÃO DA EDUCAÇÃO: TENDêNCIAS E PARADIGMAS ................................ 91
8 DETERMINAÇÕES SOCIOCUlTURAIS DA GESTÃO: UM REEXAME DOS 
CONCEITOS ESTUDADOS ................................................................................. 96
9 QUESTÕES AUTOAvAlIATIvAS ........................................................................ 105
10 CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 106
11 E- REFERêNCIAS ............................................................................................... 107
12 REFERêNCIAS BIBlIOGRáFICAS ..................................................................... 108
UNIDADE 3 – GESTÃO ESCOlAR: PRINCÍPIOS, FUNÇÕES, ORGANIzAÇÃO E 
áREAS DE ATUAÇÃO
1 OBJETIvOS ........................................................................................................ 111
2 CONTEúDOS .................................................................................................... 112
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 112
4 INTRODUÇÃO à UNIDADE .............................................................................. 112
5 GESTÃO DA EDUCAÇÃO E DA ESCOlA: SUPERANDO A vISÃO 
FRAGMENTADA PElA óPTICA SISTêMICA ..................................................... 113
6 PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DA GESTÃO ESCOlAR .............................. 124
7 OBJETIvOS DA ESCOlA E PRáTICAS DE ORGANIzAÇÃO E GESTÃO .............. 131
8 CONCEPÇÕES DE ORGANIzAÇÃO E DE GESTÃO ESCOlAR ............................ 137
9 áREAS DE ATUAÇÃO DA ORGANIzAÇÃO E DA GESTÃO ESCOlAR ................ 146
10 QUESTÕES AUTOAvAlIATIvAS ........................................................................ 148
11 CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 148
12 E-REFERêNCIAS ................................................................................................ 150
13 REFERêNCIAS BIBlIOGRáFICAS ..................................................................... 150
UNIDADE 4 – lIDERANÇA E GESTÃO NA ESCOlA PARTICIPATIvA
1 OBJETIvOS ........................................................................................................ 153
2 CONTEúDO ....................................................................................................... 153
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 154
4 INTRODUÇÃO à UNIDADE .............................................................................. 154
5 NOvAS CONCEPÇÕES DE GESTÃO E lIDERANÇA ........................................... 155
6 CONCEITUAÇÃO, CARACTERÍSTICAS E DIMENSÕES DA lIDERANÇA ........... 161
7 O PAPEl DO lÍDER NAS DIFERENTES TEORIAS ............................................. 164
8 AS CONTINGêNCIAS E A lIDERANÇA SITUACIONAl...................................... 169
9 PAPEl DO lÍDER PARTICIPATIvO: CARACTERÍSTICAS, ESTRATÉGIAS, 
ATUAÇÃO .......................................................................................................... 171
10 GESTÃO E lIDERANÇA PARTICIPATIvA ........................................................... 182
11 O COTIDIANO ESCOlAR EM SUA DIMENSÃO PEDAGóGICA: O PAPEl DO 
ADMINISTRADOR ESCOlAR ............................................................................ 187
12 GESTÃO DEMOCRáTICA E UMA NOvA POSTURA DOCENTE ........................ 190
13 QUESTÕES AUTOAvAlIATIvAS ........................................................................ 193
14 CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 193
15 E-REFERêNCIAS ................................................................................................ 195
16 REFERêNCIAS BIBlIOGRáFICAS ..................................................................... 195
UNIDADE 5 – óRGÃOS COlEGIADOS: COPARTÍCIPES DA GESTÃO 
EDUCACIONAl E ESCOlAR
1 OBJETIvOS ........................................................................................................ 197
2 CONTEúDOS .................................................................................................... 198
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 198
4 INTRODUÇÃO à UNIDADE ............................................................................... 199
5 CONTEXTO DA ORIGEM DOS CONSElHOS .................................................... 199
6 HISTóRICO DOS CONSElHOS .......................................................................... 204
7 PAPEl DOS CONSElHOS DE EDUCAÇÃO NA PERSPECTIvA DA 
GESTÃO DEMOCRáTICA ................................................................................... 211
8 CONSElHOS DE EDUCAÇÃO NO BRASIl: CNE, CEE, CME .............................. 217
9 CONSElHOS DE ESCOlA .................................................................................. 223
10 COlEGIADOS, GESTÃO DEMOCRáTICA E PARTICIPAÇÃO POPUlAR ............ 231
11 QUESTÕES AUTOAvAlIATIvAS ........................................................................ 240
12 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 241
13 E-REFERêNCIAS ............................................................................................... 242
14 REFERêNCIAS BIBlIOGRáFICAS ...................................................................... 243
UNIDADE 6 – GESTÃO DOS PROCESSOS RElATIvOS AO PlANEJAMENTO 
EDUCACIONAl
1 OBJETIvOS ........................................................................................................ 245
2 CONTEúDOS .................................................................................................... 246
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 246
4 INTRODUÇÃO à UNIDADE ............................................................................... 247
5 PlANEJAMENTO: CONCEPÇÕES E SIGNIFICADOS ........................................ 247
6 PlANEJAMENTO TRADICIONAl E PlANEJAMENTO ESTRATÉGICO .............. 254
7 O PlANEJAMENTO PARTICIPATIvO E O DIAlóGICO ...................................... 262
8 A GESTÃO DO SISTEMA: PlANO NACIONAl DE EDUCAÇÃO (PNE) .............. 266
9 A GESTÃO DA INSTITUIÇÃO: PlANO DE DESENvOlvIMENTO 
INSTITUCIONAl (PDI) ...................................................................................... 268
10 A GESTÃO DA ESCOlA: REFlEXÃO EM TORNO DO PPP ................................ 274
11 A METODOlOGIA DE CONSTRUÇÃO DO PPP PElO MÉTODO DIAlóGICO .. 291
12 A METODOlOGIA DE CONSTRUÇÃO DO PPP PElO MÉTODO 
PARTICIPATvO .................................................................................................. 298
13 O REGIMENTO ESCOlAR ................................................................................. 301
14 QUESTÕES AUTOAvAlIATIvAS ........................................................................ 302
15 CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 303
16 E- REFERêNCIAS .............................................................................................. 304
17 REFERêNCIAS BIBlIOGRáFICAS ...................................................................... 304
ANEXO .......................................................................................................... 306
EA
D
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
Ementa –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––Gestão escolar: conceitos, funções e princípios básicos. A função administrativa 
da unidade escolar e do gestor: contextualização teórica e tendências atuais. A 
dimensão pedagógica do cotidiano da escola e o papel do administrador escolar. 
Levantamento e análise da realidade escolar: o projeto político pedagógico, o 
regimento escolar, o plano de direção, planejamento participativo e órgãos cole-
giados da escola. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. InTRODUÇÃO
O Caderno de Referência de Conteúdo Fundamentos e Mé-
todos da Gestão Escolar oportuniza ao aluno a compreensão e a 
reflexão crítica acerca dos princípios e conceitos que fundam a 
gestão da educação na perspectiva do modelo democrático-par-
ticipativo. 
A partir desse estudo, o aluno compreenderá a forma como 
a escola se organiza no contexto de uma sociedade globalizada. 
São apresentados pontos de relevância como o perfil do gestor 
na condição de líder, o papel dos órgãos colegiados no processo 
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar10
de gestão escolar e a importância dos processos de planejamento 
como instrumento que proporciona um momento de reflexão, de 
organização e de crescimento da qualidade da educação.
Após essa introdução aos principais conceitos deste Caderno 
de Referência de Conteúdo, apresentaremos, no tópico a seguir, 
algumas orientações de caráter motivacional, dicas e estratégias 
de aprendizagem que poderão facilitar o seu estudo. 
2. ORIEnTAÇÕES PARA ESTUDO
Abordagem Geral
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será estu-
dado neste Caderno de Referência de Conteúdo. Aqui, você entrará 
em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma 
breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões 
no estudo de cada unidade. Desse modo, essa Abordagem Geral 
visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a partir do 
qual você possa construir um referencial teórico com base sólida 
– científica e cultural – para que, no futuro exercício de sua profis-
são, você a exerça com competência cognitiva, ética e responsabi-
lidade social. Vamos começar nossa aventura pela apresentação 
das ideias e dos princípios básicos que fundamentam este Caderno 
de Referência de Conteúdo.
Inicialmente, esclarecemos que as unidades deste material 
foram organizadas de forma a proporcionar a você, caro aluno, 
subsídios que contribuam para uma reflexão sobre as bases da 
gestão educacional e escolar e o papel do gestor, mas também so-
bre os principais processos que permeiam seu trabalho na escola, 
tais como organização e concretização de conselhos e desenvolvi-
mento de processos de planejamento. 
A gestão educacional, numa perspectiva geral, acontece no 
âmbito dos sistemas com a implementação de políticas educacio-
nais e planos de educação, com a elaboração de normas e diretri-
Claretiano - Centro Universitário
11© Caderno de Referência de Conteúdo
zes para todas as modalidades de ensino, com propostas de avalia-
ção da produtividade dos sistemas etc. 
No que tange à gestão, no âmbito específico da escola, 
buscou-se delinear os processos de gestão de pessoas, a lideran-
ça participativa, as estratégias de compartilhamento do poder via 
conselhos e as opções de planejamento para a transformação da 
realidade.
Na Unidade 1, foram apresentadas resumidamente as prin-
cipais teorias da administração geral que influenciaram a adminis-
tração escolar mais de perto e o contexto no qual se originou o 
termo gestão. 
O ideário das escolas administrativas foi disseminado e ado-
tado nas organizações, e, em especial, nas instituições educativas 
com a preocupação de resolver problemas de eficiência, eficácia 
e efetividade da educação pública. Isso levou as administrações 
escolares à racionalização de processos administrativos, à adoção 
de aspectos organizativos centrados na racionalização e na divisão 
do trabalho em áreas específicas, à desconsideração de aspectos 
pedagógicos e de formação e à criação de estruturas hierárquicas 
de poder bastante rígidas.
Em seguida, contrapondo-se ao exposto anteriormente, fo-
ram delineadas as principais ideias e críticas de dois teóricos: Ben-
no Sander, que propõe uma nova perspectiva para a eficiência da 
eficácia e da efetividade dentro de um enfoque cultural, explicitan-
do a necessidade de que todos esses aspectos sejam redimensio-
nados em um enfoque cultural e considerem as especificidades e 
os objetivos da escola na condição de organização social; e Vítor 
Henrique Paro, que critica mais acentuadamente as teorias admi-
nistrativas, referindo-se ao posicionamento conservador de alguns 
administradores, destacando a importância da emancipação da 
classe trabalhadora e de uma administração capaz de viabilizar a 
formação para a cidadania. Mostrou-se, ainda, como o termo "ges-
tão" surgiu num contexto de mobilização social nos anos 1980 e 
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar12
que, embora esse termo também seja oriundo das empresas, am-
pliou os conceitos de administração e direção escolar, abarcando-
-os como dimensões de um processo mais amplo. 
Na Unidade 2, a abordagem foi sobre o processo de globa-
lização e a revolução científico-técnico-informacional que impôs 
novos desafios à educação, numa mudança de paradigmas de en-
sino e aprendizagens e, também, de gestão.
Num contexto de transformações rápidas, as empresas pas-
saram a procurar um trabalhador polivalente, com maior nível de 
escolaridade, capaz de atuar em equipe e em diversos setores e a 
navegar nas conexões em rede. 
A educação, por sua vez, passou a ser cobrada para prepa-
rar um trabalhador com capacidade de lidar com os imprevistos e 
adaptar-se a novas situações, com competência para inovar e criar 
diante de situações diversas. No contexto atual, há um paradoxo 
que exige uma gestão democrática com a descentralização das 
responsabilidades para as autoridades locais e, ao mesmo tempo, 
com o controle e a pressão das instâncias superiores por índices e 
aumentos do patamar de competências e habilidades dos alunos.
Dentro dessa perspectiva contraditória, cabe ao gestor ado-
tar um comportamento proativo a fim de assegurar o passaporte 
para a cidadania e o mundo do trabalho. No entanto, a gestão da 
educação nos tempos atuais não escapa de uma reflexão sobre o 
que seria a cidadania numa cultura globalizada. 
Realizar o processo de hominização que se exige da educa-
ção significa "aprender com cada ‘mundo’ diferenciado que se co-
loca, suas razões e lógica, seus costumes e valores que devem ser 
respeitados, por se constituírem valores, suas contribuições que 
são produção humana" (FERREIRA, 2004, p. 1241). Isso implica a 
adoção de uma ética e uma gestão comprometidas com a forma-
ção menos excludente e mais democrática. 
Claretiano - Centro Universitário
13© Caderno de Referência de Conteúdo
Na Unidade 3, tratou-se dos princípios, conceitos e funções 
da gestão escolar, relacionando as concepções de gestão da edu-
cação com a perspectiva da escola enquanto organização social. 
Foram discutidos os processos de descentralização e partici-
pação e suas implicações na gestão escolar e, assim, a importân-
cia dos gestores escolares atuarem conjuntamente com as demais 
equipes e comunidade, superando o autoritarismo e a centrali-
zação. Tratou-se também da gestão como prática política para a 
construção da cidadania. 
Em seguida, focou-se a organização da escola e nas áreas de 
atuação do gestor escolar. A gestão é uma atividade que coloca em 
ação um sistema organizacional de acordo com uma concepção 
de educação, assumida implícita ou explicitamente pelo gestor ou 
equipe gestora. Salientou-se, em seguida, os processos organiza-
cionais que ocorrem em uma lógica neoliberal e os que podem evi-
denciar uma visão sociocrítica. Abordou-se também a necessidadede o gestor analisar e transformar o espaço escolar,caminhando a 
partir da cultura organizacional que desvela nos fazeres e relações 
consolidados. 
Na Unidade 4, o tema foi a liderança como um fator de de-
senvolvimento da participação e do alcance dos objetivos da es-
cola. A liderança é uma dimensão importante da gestão escolar, 
pois, sem ela, adota-se uma tendência de viabilizar um trabalho 
de continuidade para o que já está estabelecido. É ela que traz a 
mobilização e a criatividade para a resolução dos problemas e a 
transformação do espaço escolar. Tratou-se não só dos estilos e 
estratégias de liderança, mas também da necessidade de o gestor 
considerar as contingências do cotidiano na adoção de uma postu-
ra mais diretiva ou de delegação. 
Conceituou-se "liderança compartilhada" como aquela em 
que a decisão é disseminada pelos participantes da comunidade 
escolar e seus representantes diante de objetivos definidos cole-
tivamente. A coliderança é a repartição do poder com a própria 
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar14
equipe gestora, ora um ora outro membro assumindo papéis e 
funções de líder. 
Enfim, buscou-se mostrar que a liderança é um fator impor-
tante para a transformação e a superação da tendência reproduti-
vista que limita a criação de novas práticas. A liderança abre novos 
horizontes. 
Na Unidade 5, focou-se o papel que órgãos colegiados de-
vem desempenhar no processo da gestão na perspectiva da de-
mocratização dos processos decisórios e da participação popular. 
Buscou-se mostrar o processo histórico de criação dos conselhos 
em seus diversos níveis (federal, estadual, municipal e escolar), a 
fim de que a gestão da escola possa perceber a ligação das atuais 
determinações legais e a relação dialética entre as diversas instân-
cias de poder.
Tratou-se mais especificamente do conselho escolar, obser-
vando-se as dificuldades que os diversos segmentos ainda encon-
tram para uma participação igualitária e justa.
Na Unidade 6, os processos de gestão relativos ao planeja-
mento da educação foram tratados sem, no entanto, esgotar o es-
tudo. Planejar a educação no âmbito de sistemas e redes de ensi-
no implica a tomada de decisões, bem como a implementação de 
ações que compõem a esfera da política educacional por meio dos 
planos nacionais, estaduais e municipais de educação. 
O planejamento das instituições escolares busca a unidade 
entre teoria e prática e se institui como momento privilegiado de 
tomada de decisões acerca das finalidades diante de um contexto 
específico e mais próximo da realidade do aluno. Configura-se no 
PDI nas instituições universitárias e no PPP nas escolas da educa-
ção básica. 
Enfim, esperamos que os temas tratados possam auxiliar os 
futuros gestores a desencadear os necessários processos para a 
transformação dos espaços escolares em comunidades aprenden-
tes de conhecimento, saberes e democracia. 
Claretiano - Centro Universitário
15© Caderno de Referência de Conteúdo
Glossário de Conceitos 
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápi-
da e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom 
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de co-
nhecimento dos temas tratados no Caderno de Referência de Con-
teúdo Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar. Veja, a seguir, a 
definição dos principais conceitos: 
1) Automação: "sistema automático de controle pelo qual 
os mecanismos verificam seu próprio funcionamento, 
efetuando medições e introduzindo correções, sem a 
interferência do homem" (NOvO DICIONáRIO AURÉlIO: 
s.d., p. 163). No contexto escolar, a automação qua-
se não se faz presente, na medida em que a gestão da 
aprendizagem se processa mais por interações. No en-
tanto, repercute em padronização de processos adminis-
trativos, sobretudo da secretaria. 
2) Colegiado: o termo "colegiado" refere-se a uma forma 
de gestão na qual a direção é compartilhada com grupos 
de representantes dos diversos segmentos da comunida-
de escolar, podendo se concretizar em conselhos, asso-
ciações, grupos etc., com funções consultivas, delibera-
tivas ou fiscalizadoras. Indicam a adoção de uma gestão 
participativa e democrática na escola, mas suas decisões 
são tomadas dentro dos limites da legislação em vigor 
e das diretrizes emanadas das secretarias de educação 
e outros órgãos hierárquicos dos sistemas educativos. A 
criação de colegiados gestores é utilizada em vários se-
tores, públicos e privados, como ferramenta de gestão 
com objetivo de realizar mudanças. O Conselho Escolar 
é um dos colegiados da escola. 
3) Conselhos: os conselhos são espaços de compartilha-
mento do poder e sua realização produtiva depende das 
possibilidades culturais dos participantes ou represen-
tantes. Werle (2003, p. 12) os considera como espaços 
não só de aprendizagem conceitual e teórica de demo-
cracia, mas como "local de fazer democracia" e, ainda 
como "espaço de discordar ou propor pontos de vista, 
sem constrangimentos ou passividade". Conforme Cury 
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar16
(2001, p. 50), um conselho é, então, o lugar onde "a ra-
zão se aproxima do bom senso e ambos do diálogo pú-
blico, reconhecendo que todos são intelectuais, ainda 
que nem todos façam do intelecto uma função perma-
nente". 
4) Conselhos escolares: constituem-se em mecanismos de 
gestão nos quais são discutidos um conjunto de ques-
tões da escola, que vão de assuntos financeiros a aspec-
tos pedagógicos e administrativos.
5) Cultura organizacional: constitui-se num conjunto de 
comportamentos, normas e valores sociais que uma em-
presa ou escola toma como referência e que influenciam 
a forma como as pessoas agem. É, portanto, um conjun-
to de características únicas que fazem a identidade de 
um grupo. Essa identidade é formada ao longo da exis-
tência da escola. Acontece por meio da interação de três 
dimensões: "(1) os regulamentos, os valores, as políticas 
administrativas e a forma como se exerce o poder; (2) o 
conjunto de processos utilizados para o desenvolvimen-
to das atividades na escola, levando em conta a divisão 
das tarefas, a estrutura das funções, as metodologias 
utilizadas etc; (3) o conjunto de traços particulares, o 
modo de ser da equipe escolar. Essas três dimensões são 
interdependentes" (UFRJ, 2006, s/p.). Por exemplo, uma 
escola pode valorizar mais os aspectos técnico-científi-
cos do que os aspectos culturais porque historicamen-
te teve professores dinâmicos nessa área, espaço físico 
que comportava vários laboratórios e sua localização em 
meio a um conglomerado de indústrias. Esse aspecto 
pode tornar-se a identidade da escola. 
6) Estado mínimo: é defendido pelo Estado Liberal, que 
concebe sua existência apenas para garantir os direitos 
individuais de segurança, vida e propriedade. A ideia 
de Estado Mínimo pressupõe uma descentralização das 
atribuições do Estado para a sociedade civil. Há um prin-
cípio de não intervenção e um afastamento estatal a fa-
vor da liberdade, tanto individual quanto dos mercados. 
Assim, o Estado abre mão de toda e qualquer forma de 
Claretiano - Centro Universitário
17© Caderno de Referência de Conteúdo
atuação econômica direta, fazendo, por exemplo, a pri-
vatização das empresas estatais. 
7) Estratégia: de acordo com Maximiano (2006, p. 329), é 
"a seleção dos meios para realizar objetivos", sendo um 
conceito herdado dos gregos e fazendo referência aos 
meios de vencer uma batalha na guerra. Prevê a aná-
lise da realidade em suas fragilidades e possibilidades 
e a adoção de procedimentos para a construção de um 
futuro.
8) Fordismo: termo baseado nos princípios criados pelo 
norte-americano Henry Ford, que introduziu as linhas de 
montagem, nas quais cada operário realizava uma tarefa 
específica, enquanto o automóvel (produto fabricado) 
se deslocavapelo interior da fábrica em uma espécie de 
esteira. As máquinas determinavam o ritmo do trabalho. 
O objetivo é gerar uma grande produção em massa, se-
gundo determinada padronização. 
9) Gestão: De acordo com lück (2008, p. 21), a gestão é 
uma área-meio e não um fim em si mesma, pois "cons-
titui-se num processo de mobilização da competência e 
da energia de pessoas coletivamente organizadas" para 
que "promovam a realização, o mais plenamente possí-
vel, dos objetivos de sua unidade de trabalho, no caso, 
os objetivos educacionais". É um processo cooperativo 
de pessoas para a análise de situações e tomada de deci-
sões sobre o que deve ser realizado para que se atinjam 
objetivos construídos em conjunto com a participação 
de todos. Há a gestão mais ampla do sistema educacio-
nal e a gestão mais específica da escola. 
10) Globalização: o termo "globalização" surgiu ao final dos 
anos 1980 para sugerir a ideia de unificação e transfor-
mação do mundo como uma aldeia global, levando em 
consideração aspectos econômicos, sociais, culturais e 
políticos. As principais ideias que impulsionaram essa 
revolução acompanharam o neoliberalismo, com o livre-
-comércio entre as nações e o desenvolvimento das tec-
nologias informacionais que permitiram ao mundo uma 
rápida comunicação. 
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar18
11) Liderança: Segundo lück (2010, p. 20), é a capacidade 
de "influenciar a atuação de pessoas (professores, fun-
cionários, alunos, pais) para a efetivação dos objetivos 
educacionais propostos pela escola". A liderança é uma 
característica da gestão que deve mobilizar pessoas e or-
ganizar talentos.
12) Hominização: o processo evolutivo pelo qual a espécie 
humana se constituiu, tomando as características físi-
cas, fisiológicas e psíquicas que a distinguem dos demais 
primatas (Dicionário Aurélio eletrônico). Em educação, 
o termo ganha um sentido mais amplo, visando a uma 
articulação mais integrada entre o ser humano e sua 
atuação no mundo. Assim, a educação deve pautar suas 
ações num papel ao mesmo tempo humanizador e so-
cializador e que atenda aos propósitos de sua evolução. 
A educação é um "fazer humano". 
13) Organizações: são unidades sociais, constituídas de pes-
soas que trabalham juntas para alcançar determinados 
objetivos, que podem ser tanto o lucro e as transações 
comerciais quanto o ensino, a prestação de serviços, o 
voluntariado, o lazer etc. "Nossas vidas estão intimamen-
te ligadas às organizações, porque tudo o que fazemos é 
feito dentro de organizações" (CHIAvENATO, 1989, p. 3 
apud lIBÂNEO, 2005, p. 316). A escola se constitui numa 
organização cuja base são as interações com o objetivo 
de realizar a formação humana, e, portanto, diferen-
ciam-se das empresas. 
14) Planejamento: "ato ou efeito de planejar; trabalho de 
preparação para qualquer empreendimento segundo 
roteiro e métodos determinados; planificação elabora-
da, por etapas, com bases técnicas (especialmente no 
campo econômico), de planos e programas com objeti-
vos definidos; planificação" (NOvO DICIONáRIO AURÉ-
lIO, s/d., p. 1097). Na educação, temos três níveis bási-
cos de planejamento: o PNE, PDI e o PPP.
15) Plano nacional de Educação (PnE): plano com duração 
de dez anos no qual devem ser fixadas metas e estraté-
gias de implementação de forma que a sociedade civil 
possa acompanhar e cobrar a execução das mesmas pe-
Claretiano - Centro Universitário
19© Caderno de Referência de Conteúdo
las autoridades do poder público. Para que esse plano 
não fique como uma carta de intenções, é preciso que a 
sociedade civil se mobilize. 
16) Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI): consiste 
num documento em que se definem a missão da insti-
tuição de Ensino Superior e as estratégias para atingir 
suas metas e objetivos para um período de cinco anos. 
Deve conter: cronograma, metodologia de implementa-
ção dos objetivos, metas e ações, quadro com indicado-
res atuais e futuros, com vistas ao desenvolvimento da 
instituição. 
17) Projeto Político-Pedagógico (PPP): é o documento que 
registra as intenções da escola com vistas a objetivos 
futuros, o que exige transformações no presente. Sua 
dimensão política refere-se ao fato de a escola ter de 
cumprir sua finalidade de educar. Sua dimensão peda-
gógica refere-se às ações educativas a serem tomadas 
para viabilizar a aprendizagem. São duas dimensões in-
dissociáveis. 
18) Sinergia: "ato ou esforço coordenado de vários órgãos 
na realização de uma função. Associação simultânea de 
vários fatores que contribuem para uma ação coordena-
da" (NOvO DICIONáRIO AURÉlIO, s/d. p. 1305).
19) Stakeholder: é qualquer pessoa, de fonte interna ou ex-
terna, grupo ou outra organização, que possa reivindicar 
a atenção, os recursos ou os produtos da organização, e/
ou é afetado por esses produtos. 
20) Taylorismo: termo referente às ciências da adminis-
tração do início do século 20, baseado na proposta de 
Taylor. Este, com objetivo de acabar com o desperdício, 
a ociosidade e a morosidade operária, analisou e contro-
lou a ação do operário e das máquinas. Assim, criou uma 
metodologia racional que divide o trabalho em tarefas 
específicas. No taylorismo, o trabalhador é monitorado 
e tem de cumprir sua tarefa no menor tempo possível, o 
que chamamos de "dar produção". São premiados aque-
les que se sobressaem, o que provoca a exploração do 
trabalhador que tem de se "desdobrar" para cumprir o 
tempo cronometrado.
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar20
21) Unesco: sigla para Organização das Nações Unidas para 
a Educação, Ciência e Cultura. A Unesco foi fundada 
após o fim da Segunda Guerra Mundial, com o objetivo 
de contribuir para a paz e a segurança no mundo por 
meio da educação, da ciência, da cultura e das comuni-
cações. Sua sede fica em Paris, e sua atuação se estende 
por 112 países, colaborando com a formação de profes-
sores, a construção de escolas, a doação de equipamen-
tos e livros e a promoção de atividades de valorização do 
patrimônio cultural. Em 1999, solicitou ao filósofo Edgar 
Morin, nascido na França, em 1921 e um dos maiores 
expoentes da cultura francesa no século 20, a sistemati-
zação de um conjunto de reflexões que servissem como 
ponto de partida para se repensar a educação do século 
21. Daí surgiu seu livro sobre os sete saberes.
Esquema dos Conceitos-chave 
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Es-
quema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteú-
do. O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema de 
conceitos-chave ou até mesmo o seu mapa mental. Esse exercício 
é uma forma de você construir o seu conhecimento, ressignifican-
do as informações a partir de suas próprias percepções. 
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos 
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações entre 
os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais com-
plexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na or-
denação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. 
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-
-se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em 
esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu co-
nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe-
dagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendizagem. 
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es-
colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas 
Claretiano - Centro Universitário
21© Caderno de Referência de Conteúdo
em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, 
na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-
tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novosconceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, 
novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem 
pontos de ancoragem. 
Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados. 
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você 
o principal agente da construção do próprio conhecimento, por 
meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas e 
externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tornar 
significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhecimen-
to sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabelecendo 
uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com o que 
já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do site dis-
ponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapasconceituais/
utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 set. 2012). 
Como poderá observar, esse Esquema oferecerá a você, 
como dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos 
mais importantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível transi-
tar entre os principais conceitos deste Caderno de Referência de 
Conteúdo e descobrir o caminho para construir o seu processo de 
ensino-aprendizagem. 
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de 
aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien-
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar22
te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como 
àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza-
das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, 
deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co-
nhecimento. 
Claretiano - Centro Universitário
23© Caderno de Referência de Conteúdo
Cultura Organizacional 
Globalização e Educação 
Fundamentos e Métodos da Gestão 
Escolar 
Gestão Democrático Participativa: 
Pressuposto Teórico Conceituais 
Gestão Educacional: Concepções 
Lógica: Neoliberal Concepções de Organização e de 
Gestão Escolar: Áreas de Atuação 
da Gestão 
A escola como instituição social 
Lógica: Sociocrítica 
Novos Paradigmas para a educação na 
perspectiva de Edgar Morin 
Estilos de liderança O cotidiano escolar em sua 
dimensão pedagógica 
Os conselhos de educação 
e a gestão democrática 
Plano de Desenvolvimento 
Institucional (PDI) 
Projeto Político 
Pedagógico 
Gestão Democrático Participativa: um 
modelo em construção 
Resultados da Pesquisa 
Atividades 
Teórico Práticas 
Paradigmas da escola cidadã 
O gestor e o seu papel de 
líder 
O Regimento Escolar 
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo Fundamentos 
e Métodos da Gestão Escolar. 
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar24
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem 
ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati-
vas. 
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como 
relacioná-las com a prática do gestor pode ser uma forma de você 
avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a resolução de ques-
tões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando 
para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma 
maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e adquirir 
uma formação sólida para a sua prática profissional.
As questões dissertativas obtêm por resposta uma interpretação 
pessoal sobre o tema tratado. Por isso, não há nada relacionado a 
elas no item Gabarito. Você pode comentar suas respostas com o 
seu tutor ou com seus colegas de turma.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus 
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte in-
tegrante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilus-
trativas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados 
no texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os 
conteúdos do Caderno de Referência de Conteúdo, pois relacionar 
aquilo que está no campo visual com o conceitual faz parte de uma 
boa formação intelectual. 
Claretiano - Centro Universitário
25© Caderno de Referência de Conteúdo
Dicas (motivacionais)
O estudo deste Caderno de Referência de Conteúdo convida 
você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo 
de emancipação do ser humano. É importante que você se atente 
às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes 
nos meios de comunicação, bem como partilhe suas descobertas 
com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas aqui-
lo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não se 
conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido perce-
bido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele 
à maturidade.
Você, como aluno do curso de Fundamentos e Métodos da 
Gestão Escolar na modalidade EaD e futuro profissional da educa-
ção, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. 
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor 
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades 
nas datas estipuladas. 
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em 
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta 
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar26
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com 
seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você.
3. REFERênCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CURY, C. J. O conselho de educação e a gestão dos sistemas. In: FERREIRA, N. S. C.; 
AGUIAR, M. A. S. Gestão da educação: impasses, perspectivas e compromissos. São 
Paulo: Cortez, 2001.
FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
lIBÂNEO, J. C.; OlIvEIRA, J.F.; TOSCHI, M. S. Educação escolar: políticas, estrutura e 
organização. São Paulo: Cortez, 2005.
LÜCK, H. A gestão participativa na escola. Rio de Janeiro: vozes, 2008. (Série Cadernos 
de Gestão).
______. Liderança em gestão escolar. Rio de Janeiro: vozes, 2010. (Série Cadernos de 
Gestão).
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração. São Paulo: Atlas, 2006.
WERlE, F. O. C. Conselhos escolares: implicações na gestão da escola básica. Rio de 
Janeiro: DP&A, 2003.
4. E-REFERÊNCIAS
FERREIRA, N. S. C. Repensando e ressignificandoa gestão democrática da educação na 
"cultura globalizada". Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v25n89/22619.
pdf>. Acesso em: 9 jul. 2012. 
UFRJ. Programa de Apoio à Melhoria de Ensino Municipal. Relações da qualidade do 
ensino com a vida formal e informal de uma escola. Disponível em: <http://www.race.
nuca.ie.ufrj.br/ceae/m3/complementar3.htm.>. Acesso em: 9 jul. 2012. 
1
EA
D
1
Das Teorias 
Administrativas à Gestão 
Educacional e 
Escolar
1. OBJETIVOS
• Identificar e compreender as principais abordagens e teo-
rias da administração em geral que formaram as bases da 
administração escolar no Brasil. 
• Compreender o contexto no qual se constrói a crítica ao 
modelo tradicional de administração escolar e no qual se 
originam os princípios da gestão escolar. 
• Compreender e identificar os fundamentos, princípios, 
conceitos e funções da gestão da educação. 
• Compreender as diferentes concepções e abordagens 
da administração capitalista e a especificidade da gestão 
educacional. 
• Caracterizar a gestão escolar como uma prática social e 
constituinte da cidadania.
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar28
2. COnTEúDOS 
• Trajetória das principais abordagens da administração ge-
ral e suas influências no contexto educacional.
• Relações entre os princípios e os métodos da administra-
ção geral com a administração escolar. 
• O contexto que deu origem à gestão da educação.
• Conceito, princípios e funções da gestão da educação. 
• A gestão democrático-participativa.
3. ORIEnTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UnIDADE 
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Preocupe-se em entender os conceitos fundamentais de 
cada teoria da administração em geral, sem, no entanto, 
se fixar em nomes de representantes. Os nomes servem 
para identificar os estudiosos de cada teoria. 
2) Procure entender o contexto no qual se originou a ges-
tão educacional, identificando os conceitos e os princí-
pios a partir dos quais se deve orientar a práxis da gestão 
escolar na perspectiva do modelo da gestão democráti-
co-participativa. É importante a compreensão crítica das 
diferentes concepções da organização e gestão da esco-
la para que você entenda como acontece o exercício da 
gestão no cotidiano escolar.
3) Além da compreensão da base teórico-conceitual, é im-
portante o reconhecimento das dimensões desse mode-
lo e a maneira pela qual é organizada a gestão da unida-
de escolar. Caso tenha vivência no espaço escolar, reflita 
sobre como se dá a organização e a gestão desse espaço. 
Se ainda não exerce a profissão de educador, converse 
com os colegas. 
4) Relacione os termos desconhecidos e procure no dicio-
nário os seus significados. Assim, você facilitará a con-
textualização dos mesmos.
Claretiano - Centro Universitário
29© U1 - Das Teorias Administrativas à Gestão Educacional e Escolar
5) Discuta e troque opiniões com os colegas sobre o tema 
em questão. Os seus estudos não devem se limitar às 
referências bibliográficas elencadas para a unidade. Ex-
plore outras fontes de pesquisa para aprofundar seus 
conhecimentos, tais como internet e referências biblio-
gráficas indicadas por seu tutor.
6) Caso queira se aprofundar um pouco mais, acesse a bi-
blioteca Pearson e leia o primeiro capítulo do livro Ges-
tão Educacional, de Helena leomir de Souza Bartinik. 
4. InTRODUÇÃO à UnIDADE 
Você está iniciando o estudo da primeira unidade de Funda-
mentos e Métodos da Gestão Escolar.
O objetivo geral desta unidade é identificar e compreender 
os fundamentos, os princípios, os conceitos e as funções da gestão 
educacional democrático-participativa. 
É importante compreender essa forma de gestão como um 
instrumento de promoção humana e como processo social que 
pode favorecer a formação ética e cidadã. Você será capaz de con-
ceber a escola como uma instituição social cuja existência tem a fi-
nalidade de atingir objetivos que atendam à aprendizagem escolar 
e favoreçam a formação da cidadania.
Para que você chegue a essa compreensão, refletiremos 
sobre como a administração da educação passou por um longo 
processo de absorção e aplicação de conceitos da administração 
geral, sem levar em consideração a validade destes diante das es-
pecificidades educativas. Dessa forma, a administração escolar se 
restringiu aos aspectos puramente administrativos, burocráticos e 
instrumentais, distanciando-se das discussões pedagógicas. 
No entanto, nas décadas de 1980 e 1990, vários autores con-
frontaram esses princípios, abrindo espaço para a crítica diante do 
novo cenário político-social. Esses educadores analisaram e apre-
sentaram questionamentos e propostas que mostram a importân-
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar30
cia de uma ressignificação conceitual em relação à administração 
escolar. 
Assim, após esse estudo, você será capaz de "ler além das 
linhas e ater-se às entrelinhas". Você compreenderá que a gestão 
educacional vai muito além de conceitos e teorias, visto que se 
trata de ação, de responsabilidade pela direção e pela garantia da 
qualidade do processo educacional nos diversos níveis do ensino.
5. OS AnTECEDEnTES DA GESTÃO: PRInCIPAIS ABOR-
DAGEnS DA ADMInISTRAÇÃO GERAL 
Vivenciamos em nossas escolas, diariamente, complexos as-
pectos organizativos dos quais pouco nos damos conta. Organização 
de horários e calendários, aproveitamento e arrumação de espaços 
físicos, controle de portões de entrada e saída, divisão de departa-
mentos, organização curricular em ciclos/anos, pautas de reuniões, 
períodos de planejamento, atribuições de cargos e funções que con-
figuram o cotidiano escolar. Todos esses aspectos indicam a adoção, 
consciente ou inconscientemente, de concepções pedagógicas ou 
de teorias de administração ou gestão educacional. 
Podemos nos perguntar: o que leva uma escola a se organizar 
dessa ou daquela maneira? Seria uma prática administrativa tradi-
cional que vem se reproduzindo sem uma necessária reflexão? 
Neste tópico, vamos estudar como algumas formas de or-
ganização da educação e das escolas são decorrentes de teorias 
e tendências administrativas – nem sempre oriundas do contexto 
educacional. 
Para melhor entender o que se propõe para a gestão da 
educação de hoje, é preciso discutir o conceito de administração 
em geral e compreender a sua evolução histórica e as influências 
que elas exerceram sobre a gestão da educação. Transformações 
decorrentes de fatores econômicos e tecnológicos interferem nas 
práticas de estruturação e organização educacionais. 
Claretiano - Centro Universitário
31© U1 - Das Teorias Administrativas à Gestão Educacional e Escolar
Nas últimas décadas, as transformações sociais redimensio-
naram os paradigmas da educação e o papel da escola no Brasil. 
Vivenciamos um processo acelerado de mudanças decorrentes da 
revolução tecnológica e informacional que, por sua vez, gerou a 
globalização política, econômica e social, com uma forte repercus-
são no campo do trabalho e da educação. 
Em um contexto de contínuas e rápidas transformações das 
estruturas sociais, as políticas educacionais evidenciam uma ur-
gente necessidade de mudanças nos processos de organização e 
gestão da escola. No entanto, observamos que as orientações tra-
zem, de forma explícita ou implícita, uma forte tendência de regu-
lação dos procedimentos educacionais, tomando como referência 
ações gerenciais pragmatistas, oriundas do contexto industrial e 
empresarial. 
Esses novos paradigmas não surgiram aleatoriamente, assim 
como também não é aleatória a mudança de denominações. Como 
nos alerta Tomás Tadeu Silva (1996), as palavras ganham novos sig-
nificados em qualquer projeto de transformação. Os discursos não 
são vazios de significação. Assim, podemos nos perguntar: 
Direção,Administração ou Gestão? Que concepções impli-
cam o uso de um ou outro termo? 
Um longo percurso histórico demonstra a evolução das te-
orias administrativas empresariais e a estreita relação destas com 
a administração escolar. libâneo (2007, p. 10), ao analisar a legis-
lação e os conteúdos dos cursos de Pedagogia no Brasil, mostra 
que, até pelo menos os anos 1960, as disciplinas de Administração 
Escolar "seguiram pari passu os estudos da Administração Geral, 
mesmo considerando-se as peculiaridades de funcionamento de 
uma instituição escolar". 
Para iniciar a reflexão, é interessante pensarmos: 
• Que influência tiveram (ou ainda têm) os princípios e mé-
todos propostos pela administração empresarial na admi-
nistração escolar?
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar32
• Que contexto fez com que surgisse o termo gestão em 
detrimento do termo administração escolar?
Na tentativa de estabelecer as relações entre escolas e em-
presas no que tange à forma de administrá-las, buscaremos en-
tender o conceito de administração e faremos um retrospecto das 
teorias administrativas clássicas mais significativas do século 20. 
O que é administração?
O conceito de administração não pode ser entendido de ma-
neira estática, pois vem se aprimorando há muito tempo, desde 
quando determinado grupo humano buscou a solução de um pro-
blema ou situação. Vários autores definem a palavra administra-
ção. Alguns dentro de teorias mais atuais, outros dentro de teorias 
mais clássicas.
Segundo o dicionário Aurélio (s.d., p. 38),
Administração é um conjunto de princípios, normas e funções que 
têm por fim ordenar os fatores de produção e controlar a sua pro-
dutividade e eficiência, para se obter determinado resultado. 
De acordo com Martins (1991 p. 22), administração é um 
"processo de planejar para organizar, dirigir e controlar recursos 
humanos, materiais, financeiros e informacionais visando à reali-
zação de objetivos".
Chiavenato (2000, p. 6-7) resume esses conceitos como:
A palavra administração vem do latim ad (direção, tendências para) 
e minister (subordinação ou obediência) e significa aquele que rea-
liza uma função abaixo do comando de outrem, isto é, aquele que 
presta um serviço a outro. No entanto, a palavra administração so-
freu uma radical transformação em seu significado original. A tare-
fa da administração é a de interpretar os objetivos propostos pela 
organização e transformá-los em ação organizacional por meio do 
planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços 
realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, 
a fim de alcançar tais objetivos da maneira mais adequada à situ-
ação. Assim, a administração é o processo de planejar, organizar, 
dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos.
Claretiano - Centro Universitário
33© U1 - Das Teorias Administrativas à Gestão Educacional e Escolar
Se observarmos essas definições, veremos que elas expres-
sam uma ação direcionada para o alcance de um objetivo, realiza-
do por meio de pessoas. Outras definições ressaltam o aspecto de 
processo de planejamento, organização, direção e controle do uso 
de recursos (físicos, materiais e humanos) para determinados fins.
O que inferimos das diferentes definições é que "administrar" 
diferencia-se de "executar". Para um executor, são necessárias ha-
bilidades operatórias para o cumprimento de rotinas e a realização 
de atividades mecânicas (planos, organogramas, calendários, re-
gistros, documentos, balancetes, normas, cotações, etc.). Já o ad-
ministrador deve possuir habilidade para analisar, avaliar, mudar, 
inovar estrategicamente diante de uma situação diagnosticada.
Em todas as definições, vemos também que o conceito de 
administrar implica a ideia de atingir determinados objetivos, 
conseguir determinados fins. Seriam os fins (objetivos últimos) da 
educação idênticos aos da empresa? Entendemos que não. 
Logo, a administração escolar distingue-se, ou deveria dis-
tinguir-se, da administração empresarial. Se na empresa o fim é o 
lucro, na escola é a formação humana. Isso deveria fazer grande 
diferença no perfil do administrador, nas estratégias a serem utili-
zadas e no contexto situacional. Mas será que isso ocorre? 
O que vamos observar nesse retrospecto são as intercone-
xões das teorias organizacionais administrativas com o campo da 
educação. Isso porque a expansão da rede educacional deu-se em 
paralelo com a expansão industrial, o que fez com que a escola se 
tornasse a principal instituição de preparação para o trabalho.
6. AS ABORDAGEnS ADMInISTRATIVAS
Sob uma ótica empresarial, essas abordagens costumam ser 
resumidas em escola clássica e/ou científica, escola das relações 
humanas ou humanista, escola comportamental ou behaviorista, 
escola estruturalista e, mais recentemente, a escola de enfoque 
cultural. Vejamos sinteticamente cada uma delas. 
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar34
A escola clássica e/ou escola científica 
Esse ramo tem como principais representantes Fayol e Taylor, 
que buscaram uma racionalização dos procedimentos industriais. 
Conforme Chiavenato (2003), apesar da utilização das caracteri-
zações clássica (de Fayol) e científica (de Taylor) como sinônimos, 
existem pontos divergentes entre as duas teorias. Taylor destacou 
mais a tarefa, enquanto Fayol enfatizou a estrutura. 
Taylor se preocupou mais com a Organização Racional do Tra-
balho (ORT), propondo as linhas de montagem das empresas com o 
objetivo de aproveitar ao máximo o tempo, os recursos humanos e 
materiais. A ação humana ficou "parcelizada" em várias etapas, com 
a padronização dos métodos e a especialização em uma etapa do 
trabalho. São as famosas linhas de produção das empresas.
Fayol enfatizou a estrutura, dividindo a organização em seis 
funções (técnica, comercial, financeira, de segurança, contábil e 
administrativa), definindo princípios gerais de administração.
No entanto, há que se ressaltar o ponto de convergência en-
tre as duas teorias: a concepção de homo economicus, segundo a 
qual a vantagem financeira é o único fator motivador para a obten-
ção da máxima eficiência.
Assim, as empresas são organizadas dentro dos seguintes 
princípios: divisão do trabalho com o objetivo de eficiência, orga-
nização de tarefas semelhantes em departamentos, centralização 
de decisões, foco nas tarefas em detrimento do humano e do pes-
soal, recusa da criatividade e instauração da lógica da cadência, do 
ritmo e da repetição. 
O objetivo é organizar e controlar a atividade dos subordina-
dos com vistas a obter o máximo de produtividade e lucro. Há um 
investimento em "treinamento", "especialização" e "supervisão. 
No filme Tempos Modernos, de Chaplin, podemos ver bem essa 
"parcelização" do trabalho e a "supervisão" que controla o traba-
lho humano. 
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35© U1 - Das Teorias Administrativas à Gestão Educacional e Escolar
Um dos primeiros autores a buscar parâmetros para a admi-
nistração escolar nas teorias clássica e científica foi José Querino 
Ribeiro, com duas obras fundamentais para o estudo da adminis-
tração no Brasil: Fayolismo na administração das escolas públicas 
(1938) e Ensaio de uma teoria de administração escolar (1952). 
Esse educador considerava que a administração escolar de-
veria tomar por base os estudos da administração geral. Observe o 
que ele afirma no fragmento a seguir:
O Estado e as empresas privadas encontraram nos estudos de ad-
ministração os elementos para remover suas dificuldades decor-
rentes do "progresso" social e a escola não precisou mais do que 
inspirar-se neles para resolver as suas. Acresce ainda que, sendo 
evidente a semelhança dos fatores que criam a necessidade dos 
estudos de administração pública ou privada, a escola teve apenas 
de adaptá-los a sua realidade.Assim, a ADMINISTRAÇÃO ESCOlAR 
encontra seu último fundamento nos estudos gerais de administra-
ção (RIBEIRO, 1952, p. 78, apud PARO, 2009, p. 455).
Ele ainda complementa que:
A administração escolar é uma das aplicações da administração ge-
ral; naquela como nesta os aspectos, tipos, processos, meios e ob-
jetivos são semelhantes (RIBEIRO, 1952, p. 113 apud PARO, 2009, 
p. 455).
Paro (2009) critica esse posicionamento. Segundo ele, há um 
paradoxo na obra de Ribeiro quando ele afirma que a administra-
ção escolar tem como finalidade a mediação para a realização de 
objetivos educacionais (a formação de sujeitos autônomos). Paro 
ressalta ainda que José Querino Ribeiro se contradiz ao considerar 
que é possível atingir os objetivos educacionais com a metodolo-
gia da administração geral cujo objetivo é a produção.
Como a educação é entendida nessa abordagem? Segundo 
Corrêa e Pimenta (in: OlIvEIRA, 2005, p. 26-27) "como um con-
junto de funções, onde planejamento, organização, coordenação, 
avaliação e controle são elementos constitutivos." As pessoas não 
são valorizadas, pois o que importa é a sincronia dos papéis. A au-
tora considera também que há uma educação massificada e uma 
administração simplificada. O fluxo de comunicação é centraliza-
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar36
do, de cima para baixo, de forma autoritária e monocrática (o po-
der na mão de uma só pessoa). 
Controlando a escola, temos uma série de órgãos superio-
res que controlam a ação do diretor escolar. Dentro das escolas, 
temos a figura do diretor centralizando as decisões e, na sala de 
aula, o professor com o controle dos alunos. O processo de direção 
é centralizado no diretor e o processo de ensino é centralizado no 
professor. 
Para Corrêa e Pimenta (apud OlIvEIRA, 2005, p. 26), os pro-
fessores-massa acatam as ordens da direção cada um em sua sala 
de aula e os alunos-massa executam suas tarefas isolados em car-
teiras, da mesma forma que o trabalhador industrial. Hierarquia 
absoluta e divisão do trabalho. 
A escola das relações humanas
A escola das relações humanas é uma abordagem que surgiu 
em oposição à Teoria Clássica de Administração, buscando corri-
gir a tendência à desumanização do trabalho criada pela divisão 
e pela rotinização da ação do trabalhador. Seu principal represen-
tante, Mayo, observou a necessidade de participação e autorreali-
zação dos grupos de trabalhadores.
O foco dessa escola desloca-se da organização formal das 
empresas para a observação dos grupos informais e dos proble-
mas psicológicos apresentados nos relacionamentos. O indivíduo 
deixa de ser visto como uma extensão da máquina e passa a ser 
visto como um ser humano, com objetivos e necessidades indivi-
duais de inserção social. 
Segundo Chiavenato (2003, p. 105), essa teoria entendia 
que: 
Quanto maior a integração social no grupo de trabalho, tanto maior 
a disposição de produzir. Se o empregado apresentar excelentes 
condições físicas e fisiológicas para o trabalho e não estiver social-
mente integrado, sua eficiência sofrerá a influência de seu desajus-
te social.
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37© U1 - Das Teorias Administrativas à Gestão Educacional e Escolar
No entanto, essa teoria desconsiderou a estrutura organiza-
cional e sua influência no ambiente, propondo soluções ingênuas, 
como a simples satisfação no trabalho para a consecução da efici-
ência.
Os teóricos das relações humanas estudaram questões como 
a importância da satisfação no trabalho para uma maior produti-
vidade, mostrando que o indivíduo é movido por necessidades de 
segurança, de aprovação social, de prestígio e de autorrealização. 
Considerou-se que, para atingir os objetivos organizacionais, 
deveriam ser levados em conta os sentimentos, as atitudes e as 
relações interpessoais. Esses aspectos fizeram com que surgisse a 
importância de uma liderança que facilitasse a relação das pessoas 
no grupo e que se concentrasse nas necessidades pessoais. 
Corrêa e Pimenta (apud OlIvEIRA, 2005, p. 28) destacam 
que essa escola "ocupa-se da seleção, do treinamento, do adestra-
mento, da pacificação e ajustamento da mão de obra para adaptá-
-la aos processos de trabalho organizados". 
O que depreendemos dessa abordagem é que ela disfarça 
a luta de classes e reforça a perspectiva da dádiva e do compor-
tamento dependente, desenvolvidos pela dimensão humana com 
vistas à produtividade. A dominação não se faz mais pelo autorita-
rismo explícito, mas pela liderança centrada na influência psicoló-
gica com o ajuste do trabalhador aos processos produtivos. 
Você já observou esse tipo de liderança nas escolas? 
Um dos educadores a considerar essas "novas" ideias na 
educação foi lourenço Filho (1976), entendendo-as como comple-
mentares às teorias clássicas. 
Para ele, a organização e a administração escolar precisam 
tanto de atividades de planejamento, coordenação, controle e 
avaliação quanto da valorização das relações humanas que acon-
tecem no espaço escolar. O autor afirma que organizar refere-se a 
"bem organizar elementos (coisas e pessoas) dentro de condições 
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar38
operativas (modos de fazer), que conduzam a fins determinados" 
(lOURENÇO FIlHO, 1976, p. 46). 
No entanto, as novas teorias não trazem para a educação 
uma nova forma de administrar; simplesmente agregam um novo 
elemento, ou seja, trazem a importância de considerar as relações 
humanas nos processos de organização e administração escolar. 
Os mecanismos de divisão racional do trabalho continuam: 
os alunos devem aprender e acatar as orientações do mestre, os 
mestres devem organizar e administrar o trabalho dos alunos, os 
diretores devem exercer a autoridade sobre os demais segmentos 
e cumprir as determinações dos órgãos superiores. 
A direção, responsável direta pela administração da escola, 
deve levar os sujeitos que participam do processo educativo a se 
tornarem solidários, participativos e compromissados com o tra-
balho planejado, embora não tenham participado da elaboração 
do planejamento dessas ações. Cabe aos docentes e aos diretores 
cumprirem planos elaborados por órgãos técnicos.
A escola comportamental ou behaviorista
A teoria comportamental desenvolveu-se com base nas ciên-
cias comportamentais e na Psicologia Social. De acordo com Chia-
venato (2003), a escola comportamental veio como uma crítica 
tanto à teoria clássica, com seu foco nas tarefas e seu posiciona-
mento rígido e mecânico, quanto à teoria das relações humanas, 
com o foco nas pessoas e prescrições ingênuas e românticas. 
Conforme Motta (1997), os teóricos comportamentalistas 
não aceitavam, por exemplo, a ideia de que é suficiente apenas a 
satisfação no trabalho para gerar a eficiência.
Os principais representantes dessa escola (Herbert Simon, 
Chester Bernard, Elliot Jacques e Chris Argyris) preocupavam-se 
principalmente com problemas ligados à eficiência, buscando no-
vas variáveis para a solução desses problemas, tais como: motiva-
ção, tensão social e necessidades individuais.
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Embora a teoria comportamental seja decorrente da Teoria 
das Relações Humanas e enfatize o comportamento humano, leva 
em consideração o contexto organizacional de forma mais ampla, 
abrangendo a influência desse comportamento na organização 
como um todo, e as perspectivas das pessoas diante das organiza-
ções. A liberdade deve ser complementada com responsabilidade. 
Corrêa e Pimenta (apud OlIvEIRA, 2005, p. 30) destacam 
que "a organização é entendida como uma rede de tomada de 
decisões que depende de seus entrelaçamentos, articulados estes 
últimos por diversos elementos estruturais e comportamentais". 
Tendo como ênfase as pessoas, busca soluções mais democráticase flexíveis para os problemas da gestão.
A teoria comportamental procura demonstrar uma varieda-
de de estilos administrativos utilizados nas organizações, na medi-
da em que o comportamento das pessoas tem relação direta com 
as convicções e os estilos utilizados pelos administradores. 
Por exemplo, McGregor desenvolveu as teorias X e Y sobre 
os estilos de administração. 
Na teoria X, temos os que não acreditam na potencialidade 
humana e, portanto, desenvolvem um estilo administrativo de fis-
calização e controle rígido. Esse estilo tem como consequência a 
limitação da capacidade de participação e do desenvolvimento de 
habilidades das pessoas. 
Na teoria Y, o administrador deve agir de forma a liberar o 
potencial das pessoas para o autodesenvolvimento. Assim, esse 
administrador deve descentralizar as decisões, ampliar as respon-
sabilidades dos cargos para maior motivação e significado do tra-
balho, possibilitar a participação nas decisões mais altas e realizar 
uma administração consultiva, proporcionando a autoavaliação do 
desempenho. 
Segundo a Escola Comportamental, os princípios administra-
tivos adotados nas empresas podem ser empregados em qualquer 
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar40
tipo de organização e os problemas administrativos devem ser tra-
tados com objetividade. 
Na educação, o que observamos é que essa teoria, com base 
em novas proposições em relação à motivação humana, prega que 
o administrador domine os mecanismos motivacionais e adote 
determinado perfil de administrador para poder dirigir adequada-
mente as pessoas.
A escola estruturalista: a teoria burocrática e a teoria estruturalista
Tanto a teoria da burocracia quanto a teoria estruturalista 
fazem parte da abordagem estruturalista mais ampla. Seus princi-
pais representantes são Max Weber, Robert Merton, Alvin Gould-
ner e Amitai Etzioni.
Como o próprio nome diz, essa abordagem baseia-se no con-
ceito de estrutura, que é entendida como um todo, e não como 
simples soma de partes. A totalidade, a interdependência das par-
tes e o fato de o todo ser maior do que a soma das partes são as 
características do estruturalismo. 
Destacamos, a seguir, a Teoria Burocrática de Weber, base 
para a abordagem estruturalista – e que faz interessantes cone-
xões com as queixas do papel burocrático que os administradores 
da educação assumem e do qual não conseguem se desvencilhar. 
Segundo Chiavenato (2003), Weber foi o primeiro teórico 
dessa abordagem e acreditava que a burocracia era a organização 
por excelência e que, pela organização e pela previsibilidade do 
seu funcionamento, seria possível obter a maior eficiência da ins-
tituição. 
Ainda de acordo com Chiavenato (2003), a burocracia descri-
ta por Weber entende como vantagens: racionalidade dos meios 
para se atingir metas; cargos com responsabilidades bem defini-
das; decisões rápidas via tramitação de ordens e papéis; uniformi-
dade de rotinas e regulamentos que colaboram para a redução de 
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41© U1 - Das Teorias Administrativas à Gestão Educacional e Escolar
erros e custos; critérios de seleção profissional apenas por com-
petência técnica (aspecto que garante a continuidade do sistema 
burocrático e evita o nepotismo). 
O trabalho é profissionalizado: assim, os funcionários são 
treinados e especializados pelo seu mérito, trazendo benefícios 
para as organizações. A mediação dos conflitos é feita por meio 
de normas racionais, escritas e exaustivas, que procuram envolver 
todos os aspectos de uma organização.
No entanto, Chiavenato (2003) considera também que exis-
tem pontos negativos na burocracia de Weber, e os chama de dis-
funções. O autor esclarece que normas e regulamentos tendem 
a se tornar sagrados, absolutos e prioritários, desvinculando-se 
dos objetivos e metas. Isso faz com que os profissionais burocra-
tas tornem-se "especialistas", não por conhecerem suas funções, 
mas, sim, por saberem lidar com o enorme "papelório" das orga-
nizações.
Outro ponto negativo da escola burocrática é a rotinização 
e a padronização dos procedimentos que fazem com que o fun-
cionário se torne um mero executor, sem nenhuma flexibilidade à 
mudança. Ele fica habituado a cumprir o que está prescrito, pois 
tem pouca margem para a criação. Realiza ações sem pensar no 
objetivo das mesmas. 
Uma consequência desse aspecto é o atendimento padroni-
zado dado aos clientes, que lhes causa irritação porque eles não 
se sentem atendidos em suas particularidades. Basta ligar para um 
telefone "0800" para saber o que é um atendimento padronizado. 
O autor destaca ainda a despersonalização das relações, pois 
as pessoas são tratadas como simples ocupantes de cargos. Elas 
passam a ser conhecidas pelos seus cargos e não pelos seus no-
mes (por exemplo, "o delegado de ensino", a "senhora diretora" 
ou "dona professora") ou pelos números de registro funcional. 
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar42
Além disso, por prever uma estrutura hierárquica, o poder 
de decisão está sempre no nível mais alto, mesmo que este desco-
nheça o problema a ser resolvido. 
Sobre isso, Chiavenato (2003, p. 270) destaca: 
O efeito da estrutura burocrática sobre a personalidade dos indiví-
duos é tão forte que leva à "incapacidade treinada" (no conceito de 
Veblen), ou à "deformação profissional" (no conceito de Warnotte), 
ou, ainda, a "psicose ocupacional" (segundo Dewey): o funcionário 
burocrata trabalha em função dos regulamentos e rotinas, e não 
em função dos objetivos organizacionais que foram realmente es-
tabelecidos. 
Esses aspectos de acentuada hierarquia são visíveis na gran-
de utilização de símbolos que deixam claro o status e a posição 
hierárquica do funcionário na empresa. Dentre esses símbolos, o 
autor cita o uniforme, a localização da sala, do banheiro, do esta-
cionamento, do refeitório, o tipo de mesa etc. 
No entanto, outro autor da teoria estruturalista, Robert Mer-
ton (apud Chiavenato, 2003), mostra que a burocracia sofre mu-
danças quando operada pelo homem. A burocracia não tem exis-
tência sem o ser humano, o que compromete todos os esquemas 
preestabelecidos e a previsibilidade burocrática de Weber.
Corrêa e Pimenta (apud OlIvEIRA, 2005) descrevem a re-
percussão dessa escola na prática da administração escolar, des-
tacando que a escola é vista como uma organização normativa. Os 
órgãos diretivos (secretarias, superintendências, diretorias, dele-
gacias etc) utilizam-se de controles normativos e coercitivos. 
Segundo Corrêa e Pimenta (apud OlIvEIRA, 2005, p. 32):
Um outro aspecto importante é o fato da organização burocrática 
e seus elementos se constituírem no centro da gestão das esco-
las, impactando diretamente a sua administração. A administração 
escolar enfatiza a sua dimensão sóciotécnica, conferindo-lhe um 
caráter "neutro". 
O que observamos é que nessa visão sobra pouca autono-
mia para os educadores, os quais sempre estão cumprindo o que 
leis, decretos, portarias, circulares, memorandos e outros instru-
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mentos normativos determinam em relação ao funcionamento da 
educação e da escola. 
A burocracia escolar torna-se um fim em si mesma, confun-
dindo negativamente a ideia de "administrar" com "controlar a pa-
pelada". Paro (2008, p. 4) alerta que:
Essa constatação permite aos educadores escolares perceberem 
que o que há de irracional (e até odioso) nos processos de controle 
e nas exigências escriturais (a chamada "papelada") do diretor, da 
secretaria da escola e dos órgãos superiores, não são esses proces-
sos e exigências em si – posto que muitos são necessários para o 
bom funcionamento da escola – mas precisamente a característica 
burocrática de boa parte deles, ao se erigirem em fins em

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