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INFECÇÕES OSTEOMUSCULARES: OSTEOMIELITE E ARTRITE SÉPTICA 1. Osteomielite Infecção óssea que compromete a cortical, a esponjosa (metafisária) ou a medular óssea Rápida progressão podendo ser fatal Cronificação se não tratada Evolui com sequelas + comum em lactentes e crianças, mas pode atingir qualquer idade É urgência, não podendo ter seu diagnóstico ou tratamento retardado Predileção pelo sexo masculino Classificação: Duração: aguda (<2 semanas); subaguda (2-4 semanas); crônica (>4 semanas) Mecanismo de infecção: hematogênica, exógena. Critérios anatômicos do hospedeiro Acomete principalmente ossos longos e dos membros inferiores: Fêmur proximal > tíbia proximal > úmero Etiologia: S. Aureus é o mais comum Streptococus do grupo A Anemia falciforme: Salmonela Imunodeprimidos, grande queimado: pseudomonas RN: + comum é S. aureus, mas lembrar de gram – e Strepto do grupo B Osteomielite aguda hematogênica + comum; 90% por S aureus; 4 H/1M Criança em vigência de bacteremia MC: crianças com dor em região metafisária, impotência funcional, atitudes antáligas e de defesa. Febre e queda no estado geral podem ou não estar presentes. 0-14 anos: com 2 picos, 1 dos 18-24 meses e outro aos 6 anos 3 vias: -inoculação direta: trauma ou cirurgia -Contiguidade: celulite -Hematogênica: + comum em crianças, infecção de garganta É uma infecção óssea secundária a uma bacteremia (bactéria atinge os ossos através dos vasos linfáticos ou venosos) Aguda: Metáfise de ossos longos Subaguda: qualquer localização do osso Portas de entrada: trato respiratório, geniturinário, digestório e pele Radiografia: sem alteração óssea (edema de partes moles), começa a ter alterações a partir do 7 dia Fisiopatologia: região metafisária; loops e lentidões (vasc. Termino-terminal -lentificação da corrente sanguinea), ausência de fagócitos capilares, êmbolos bacterianos não conseguem passar. Os êmbolos bacterianos geram uma reação inflamatórias que aumenta a pressão dentro do osso. Essa pressão gera uma isquemia e necrose óssea em 48h. Sequestros/ Abscesso ósseo. Etiologia: Qualquer idade: S aureus Adultos: S aureus, outros Neonatos: S aureus, Streto do grupo B e bacilos gram – Acima de 4 meses: S aureus, Strepto do grupo A Quadro clínico: dor metafisária (não melhora com analgésicos comuns), febre alta, calafrios, vômitos, desidratação; história recente de infecção ou lesão (2-3 semanas); neonatos com poucos sintomas (inapetência, irritabilidade, pouco ganho de peso/pseudoparalisia) Exame físico: dor metafisária (primeira queixa/ dor a digitopressão); aumento de volume e calor local (aumento de pressão intra-óssea); piora com movimento/ claudicação antálgica; não consegue apoiar o membro Exames complementares: Exames laboratoriais: hemograma (leucocitose com desvio a esquerda, porém pode estar normal); PCR (importante para diagnóstico e acompanhamento); VHS>15 mm; cultura (hemocultura =40%) e antibiograma Pesquisa de gram Biópsia (diagnóstico e diagnóstico diferencial) Radiografia: 5 a 7 dias sem alterações, apenas aumento de partes moles. 10-14 dias: início da rarefação óssea e necrose RNM é o padrão ouro para diagnóstico de osteomielite, nos primeiros dias já apresenta alterações. Indicado em suspeita de osteomielite de coluna ou pelve US: baixo custo, visualiza pequenas coleções Cintilografia (tecnécio/gálio): alterações precoces (24-48h), aumento da captação, 90% de sensibilidade Diagnóstico diferencial: Sinovite transitória do quadril (comum na infância) Contusões (eleva PCR, mas não VHS) Leucemia (hemograma) Sarcoma de Ewing (biópsia) Tuberculose/ lúpus Tratamento: Coleta de culturas + iniciar antibioticoterapia empírica + internação hospitalar Não resposta ao ATB em 24h = cirurgia Hidratação, correção da anemia, manutenção do equilíbrio proteico, analgesia, repouso, imobilização (evitar fraturas, diminuir a dor), antibioticoterapia (4 a 6 semanas) ATB: início rápido, tratamento empírico inicial, endovenoso, antibióticos bactericidas e que penetrem no osso, +/- 14 dias EV, com melhora passar VO 4 a 6 semanas Adultos: ciprofloxacin + rifampicina Neonatos (0-2m): oxacilina + gentamicina; ou oxacilina/vancomicina + cefalosporina 3 geração Acima de 3 meses – 5 anos: oxacilina + cefalosporina 3 geração; ou clindamicina/ teicoplamina/ vancomicina 5 anos: oxacilina Anemia falciforme: oxacilina + ceftriaxone Cirurgia gastrointestinal ou anomalias do trato urinário: ampicilina + aminoglicosídeos/cefalosporina 3 geração Usuário de drogas: ceftazidima + vancomicina/oxacilina Traumas: ceftiazidima (Pseudomonas) + oxacilina; vancomicina e teicoplamina = resistência e infecções hospitalares Punção em partes moles em caso de dúvida; drenagem cirúrgica Perfurações ósseas Janela óssea Retirada de material necrosado Irrigação contínua- entrada e saída; por 24 a 48h Imobilização do membro Aporte nutricional e hídrico Cuidados: outras fontes Complicações: osteomielite crônica, artrite séptica, fraturas patológicas, destruição da fise, sepse/morte Osteomielite subaguda Caráter mais insidioso Até 35% das infecções primárias >2 semanas de evolução de uma osteomielite aguda Sintomas mínimos: dor moderada Leucócitos normais/ VHS altera 50% dos casos / hemocultura negativa Biópsia e aspirado: sensibilidade de 60% Diagnóstico diferencial: tumores Agente: S aureus Osteomielite crônica >2 semanas Falta ou atraso do tratamento Osteomielite prévia/ presença de fístulas Alterações radiográficas (absesso) Duração inadequada em osteomielites agudas/subagudas Complicações: difícil tratar, tratamentos insuficientes, diagnóstico ou tratamento tardios, são consideradas iatrogenias (hematogênicas) Diagnóstico: presença de sequestro ósseo, periostite, tomografia e RNM para definição Tratamento: ressecção de todo osso e tecido necrosado, algumas vezes retalhos, uso de aparelhos em casos de perdas ósseas, 3 a 6 meses de ATB 2. Artrite séptica Artrite séptica/ artrite infecciosa/ pioartrite Infecção articular, destruição, com rápida propagação (24-48h já está praticamente destruída a articulação) Sequelas devastadoras: subluxação, luxação, destruição da epífise e placa de crescimento Origem: hematogênica, contiguidade (punções da artéria femoral), contaminação direta (ferimentos), por invasão de partes moles, metáfise dentro da região articular Pode ser bacteriana, viral ou fúngica Ocorre em qualquer faixa etária, principalmente crianças ou neonatos Locais acometidos: joelho (41%), quadril (23%, maiores consequências), tornozelo (14%), cotovelo (12%), ombro (4%) Barreira epifisária: de 1 a 16 anos de idade temos a barreira epifisária (B), a fise de crescimento divide a metáfise da epífise os vasos sanguíneos param nessa barreira. Uma osteomielite hematogênica não consegue chegar a epífise. Em <1 ano ou >16 anos, essa barreira não existe, existe a continuidade dos vasos sanguíneos. No quadril, podemos observar que a metáfise óssea faz parte da articulação, a barreira epifisária não protege de osteomielite. Ocorre principalmente em crianças de 1 a 2 anos. RN e lactentes mais quadril. Escolares mais joelho. 3H: 1M Mecanismo de destruição articular: condrólise química (pela ação de enzimas leucocitárias e bacterianas); 24 a 48h observam-se alterações radiológicas; aumento de volume e pressão (pus) Diagnóstico: Clínico: dor não melhora com analgésicos comuns; Febre, inapetência, história prévia de infecção ou procedimento Exame físico: rigidez articular/ aumento de volume/ posição antálgica; movimentos ativos e passivos impedidos; claudicação Exames complementares: Hemograma; PCR>60mm; VHS>20mm; cultura e antibiograma; pesquisa de gram Radiografia: edema de partes moles; aumento do espaço articular; subluxação e luxação US: exame auxiliar, considerado um dos mais importantes RNM: padrão ouro Posição antálgica: quadril em flexão e abdução Etiologia: Qualquer idade: S aureus Adultos: S aureus; gonococo; Streptococo Neonatos: S aureus; estreptococo do grupo B e bacilos gram – Acima de 4 meses: S aureus, estreptococos do grupoA, pneumococo Diagnóstico diferencial: sinovite transitória, osteomielite, artrite reumatoide, febre reumática Tratamento: internação; artrotomia (abre a cápsula articular); lavagem da articulação; aliviar a pressão; remoção mecânica dos agentes; drenagem contínua 24-48h? (deve ou não ser feita) É uma urgência! Imobilização de 10 a 30 dias do membro (tempo > caso subluxação/luxação); aporte nutricional e hídrico; cuidados (outros focos) ATBterapia: início rápido, tratamento empírico inicial, endovenoso, ATB bactericidas e que penetrem no osso. 14 dias com EV, se melhora troca para VO 4 a 6 semanas Adultos: ciprofloxacina + rifampicina Neonatos: oxacilina + aminoglicosídeo; oxacilina/vancomicina + cefalosporina 3 geração Acima de 4 meses: oxacilina +cefalosporina 3 geração; clindamicina/teicoplamina/vancomicina Complicações: osteomielite; sepse; lesão irreversível da articulação; discrepância de comprimento dos membros; deficiência física Base do tratamento: identificar o microorganismo (culturas/punções); selecionar o ATB correto; assegurar que o ATB está chegando no local; interromper a lesão tecidual; drenagem articular com retirada de debris
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