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Fármaco II farmacos ansiolitocs e neurolepticos

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Mirian Cardinot – Med. Veterinária (UFRRJ)
Farmaco II:
Fármacos ansiolíticos e neurolépticos:
Conceitos: Tranquilizantes são fármacos que causam tranquilização, reduzem a agitação e a hiperatividade. ‘’Sedativos, sedantes, calmantes.’’
Esses compostos foram desenvolvidos então entre os anos de: 1947- 1951
Quando desenvolveram esses medicamentos que tratassem doenças psíquicas a ideia era tranquilizar o inviduos, daí o nome ‘’tranquilizantes’’, em relação a psicoses sendo esta no ponto de vista da época mais graves, os fármacos criados eram chamados de ‘’tranquilizantes maiores’’ e em relação e neuroses eram denominados ‘’tranquilizantes menores.’’ *essa terminologia é mais usada em veterinária. Os tranquilizantes maiores são denominados antipisicóticos, porém na vet. esse termo não cabe é usado como fármacos de contenção;
 Fármacos tranquilizantes maiores ‘’antipsicóticos’’: 	
Esses fármacos podem causar o que chamamos de síndrome neuroleptica: o animal pode ter rigidez muscular e certa alienação e estímulos externos. Essa síndrome deu nome aos fármacos de primeira geração dessa classe de ‘’neurolepticos’’; Os efeitos adversos em humanos do tratamento com esses fármacos são altos, porém em animais isso não ocorre uma vez que, são usados não de forma crônica, mas sim para conter esses animais.
 Fármacos tranquilizantes menores:
Entre eles temos os benzodiazepínicos, são fármacos importantes no tratamento de ansiedade, entre eles temos o diazepam, rivotril etc. Os efeitos gerais desses fármacos são; redução da ansiedade, relaxamento muscular, hipnose, ação anticonvulsivante, e eles não produzem analgesia. Quando o animal está pelo efeito desse fármaco ele sofre o que chamamos de ‘’Amnésia anterógrada’’, esse composto foi muito utilizado para a ocorrência de crimes, era conhecido como ‘’boa noite cinderela’’. – Esses efeitos podem ser desejados ou não, depende da situação em que o animal é submetido.
Aplicações clínicas: podem ser usados em : 
Sedação (especialmente em animais muito jovens, muito idosos ou criticamente doentes );
Usados para acalmar pacientes em período pós-operatório;
Indução da anestesia geral, esses compostos benzodiazepínicos não são anestésicos, porém associados com anestésicos causam esse efeito. Ex: zolazepam + tiletamina;
Diazepam: fármacos de escolha para o tratamento de estado epilético.
Estímulo do apetite em gatos com anorexia;
Indicações específicas para o tratamento do tétano e alívio do espasmo uretral; (promove relaxamento muscular);
Mecanismo de Ação Benzodiazepínicos:
São fármacos depressores do sistema nervoso central, nos casos dos benzodiazepínicos eles potencializam os neurotransmissores inibitórios (GABA); *lembrando que gaba são neurotransmissores inibitórios.
Eles afetam a interação entre gaba e um dos seus receptores, mais especificamente o receptor ionotrópico (GabaA); 
Normalmente o gaba se liga em seu sítio de interação, abrindo o canal fazendo com que entre cloreto dentro da célula, hiperpolarizando a célula, assim o estimulo é inibido. Isso ocorre em uma determinada frequência (Ex: ‘’isso ocorre 3x em 3s’’);
Quando se administra o fármaco, esse fármaco não é capaz de atuar no receptor, só quando este é administrado juntamente com o Gaba, ele aumenta essa frequência do neurotransmissor Gaba. Logo, o composto benzodiazepínico na presença de Gaba, aumenta a abertura do canal de cloreto associado ao GabaA. 
Ele faz isso, pela mudança de conformação da proteína do canal, favorecendo a interação do Gaba com seu sítio, ou seja, ele ‘’aumenta’’ a afinidade do Gaba pelo seu sítio de ligação;
Será que os benzodiazepínicos fazem isso só com GABA ¿
Sim, apenas o receptor GABAa possui o sítio de ligação para o fármaco benzodiazepínico, que relembrando vai aumentar a corrente de cloreto intracelular, levando assim, a hiperpolarização da célula.
Porque o benzodiazepínico reduz ansiedade¿
Isso ocorre pelos receptores GabaA presentes na amigdala, que quando estimulados nessa área diminuem o estado de alerta. 
 Ação dos benzodiazepínicos
Ação ansiolítica: Efeito dose dependente – Promove ao agir na amigdala. 
Na amigdala, há a presença de muitos receptores GabaA, que quando estimulados levam a um efeito ansiolíticos pela diminuição do estado de alerta. Isso ocorre pelo aumento da inibição desse receptor pela administração de fármacos benzodiazepínicos, é dose dependente pois o aumento dose possui ação sedativa – O que explica isso é que os receptores com sítios benzodiazepicos estão concentrados em determinadas áreas, então conforme eu vou aumentando a dose a chance de atingir áreas com densidades menores é maior. (Ex: receptores presentes na formação reticular- diminuição da atenção);
Relaxamento muscular: Esses fármacos causam relaxamento muscular pela inibição do neurônio motor alfa na medula espinhal, através do aumento da via inibitória pelo neurotransmissor gaba, diminuindo a frequência do potencial de ação do neurônio. Existem variações das subunidades GabaA: ou seja esse receptores pode ter subunidade diferentes, em determinados locais, do ponto de vista prático isso pode levar ao desenvolvimento de fármacos que causam do efeito ansiolítico sem sedação por exempl ; *porém é difícil a síntese desses compostos
Ação Hipnótica: Pela ativação de circuitos inibitórios de vigília. 
Farmacocinética:
Absorção: Esses fármacos precisam atravessar a barreira hemato-cefálica, logo eles precisam ser lipossolúveis e em geral são bem absorvidos por via oral;
Em casos específicos desses fármacos:
 São bem absorvidos pelo trato gastrointestinal;
Absorção irregular pela via intramuscular, com risco de formação de precipitados;
Uso intravenoso – pré-anestésica e controle de convulsões;
Distribuição: 
É ampla, como já dito atravessam a barreia hematocefálica;
Atravessam a barreira placentária;
Alta ligação com proteínas plasmáticas;
Pode ocorrer o acúmulo gradual em tecidos adiposos; 
Biotransformação: A única coisa que é relevante para sabermos é que muitos desses compostos formam metabolitos secundários ativos, e eles são classificados de acordo com o tempo de ação: curta, média e longa duração; o tempo de ação define a indicação terapêutica (Ex: para contenção usa-se de curta, para transtorno de comportamento usa-se o longo);
Vantagens desses fármacos:
São fármacos extremamente seguros, pois dependem de receptores Gaba para produzir efeito, se diz que ele tem um efeito ‘’autolimitado pelo Gaba’’. Em geral a alta dosagem vai levar á sonolência excessiva, possui maior risco se for associado com outros depressores do S.N.C (Ex: Etanol);
Além disso, ele possui um antagonista competitivo reversível em casos de intoxicação; Ex: Flumazil;
Efeitos Adversos:
- Podem levar a sonolência, excitação paradoxal, e o tratamento crônico pode levar a dependência. 
Buspirona:
Exemplo : Ansitec, Buspar 
Usados em Transtornos comportamentais: medos crônicos, fobias, comportamentos agressivo e estereotipado.
É um agente ansiolítico não-benzodiazepínico, e um agonista de receptores de serotonina. Não demonstra potenciais riscos de dependência comparado a outras drogas comumente prescritas para ansiedade, especialmente benzodiazepinas. 
Mecanismo de Ação: Agonista 5-HT1A
Enquanto os benzodiazepínicos agem no Gaba A, a Buspirona age no sistema modulatório serotoninérgico favorecendo a liberação de serotonina. Uma das formas do neurônio de 
controlar a liberação de Serotonina, é mandando um sinal para o seu próprio corpo que tem receptores como o 5HT1A em que a serotonina ativa e diminui a frequência de disparo do 
neurônio. A buspirona ativa esse receptor e a ativação constante dessensibiliza o receptor e com isso aumenta a liberação de serotonina a longo prazo.
 Neurolépticos;
- Efeito anti-emético, não induzem analgesia 
- Aumento do tônus muscular 
- Redução do limiar convulsivo 
- Ação antipsicóticas; 
Aplicações Clínicas 
- Facilitar o manuseio ou contenção de animais- Pré medicação anestésica 
- Redução de medo agressividade em suínos recém misturados (azeperona) 
- Neuroleptoanalgesia (droperidol + fentanil): Neuroléptico + analgésico
Mecanismos de ação: 
São antagonistas de receptor dopaminérgico D2. Existem 4 vias dopaminérgicas: Via nigroestriada, via túbero-hipofisial, via mesocortical, via mesolímbica. 
A via mesolímbica acaba modulando comportamentos de ansiedade, medo. Efeitos sobre comportamento são mediados pelo bloqueio de receptor D2 nessa via.
Farmacocinética
Farmacocinética 
Absorção 
Absorção: Absorvidos pelo TGI e pela via Intra Muscular, possui distribuição ampla.
Efeitos Adversos 
Efeitos Adversos: São Relativamente seguros.
Efeitos extrapiramidais (efeitos sobre a via nigro estriadal) e endócrinos pouco importantes na medicina veterinária; 
Hipotensão 
Redução do limiar convulsivo 
Priapismo ou prolapso peniano (acepromazina em equinos);
Efeitos adversos que ocorrem durante o uso terapêutico normal: Sonolência, apatia e 
Efeitos adversos que ocorrem durante o uso terapêutico normal: Sonolência, apatia e 
Efeitos adversos que ocorrem durante o uso terapêutico normal: Sonolência, apatia e excitação paradoxal;
Questões de prova:

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