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Era uma vez um jovem alemão: uma história sobre Bert Hellinger (Ipê Roxo - Instituto de Constelação Familiar) Bert Hellinger é hoje um autor e terapeuta reconhecido mundialmente, que vê a aplicação do seu trabalho gerar frutos e movimentos todos os dias. As Constelações são muito mais do que um método de trabalho: elas são uma postura nova, uma postura de vida. Quem entra em contato de forma profunda com a Obra de Hellinger, se transforma e adquire um novo olhar perante a vida e os desafios que ela impõe: um olhar leve, confiante e que leva a encontrar as próprias fontes de força e alegria. No texto a seguir, a consteladora do Instituto Ipê Roxo Maria Inês Araujo Garcia Silva nos traz, de uma forma muito particular e especial, uma história da trajetória deste homem, que se pôs a serviço da vida, mesmo nas horas mais difíceis. Bert Hellinger: Era uma vez um jovem alemão Um dia, um jovem alemão cheio de ideais e ideias, precisou adiar seus projetos, pois a guerra chegou à sua cidade, à seu bairro, à seu quintal. Este jovem aceitou esse viés do destino, como lhe era habitual fazê-lo, com entrega, com dedicação, também com curiosa aceitação, esperando na experiência a próxima lição, que talvez… talvez… o aproximasse de sua verdadeira missão e propósito. A guerra em sua verdade crua e nua, lhe feriu a alma, mas também a curou… É, curou de ideias, juízos sobre o certo e errado, o provável e o improvável, sobre o justo e injusto… Assim, naquilo que é uma guerra, foi feito prisioneiro em um campo de concentração, sendo cuidado por um soldado, que pensavam, ele e seus colegas, desconhecer sua língua. Desta forma zombavam dos soldados que os tinham feito prisioneiros, mas este jovem alemão, com sua natureza devocional na crença de que todos os homens são bons, repreendia os colegas dizendo: – Ele está cumprindo seu papel, assim como nós o nosso. Eu o respeito por isso, pois sei como é duro renunciar ao que conheço como certo, para cumprir, em nome de um bem maior, a pátria, tarefas que ferem minha consciência. Passaram-se os dias, os meses, e em um determinado momento o jovem fugiu. Abrigou-se em um trem de carga e diz saber, que seu carcereiro facilitou-lhe o feito ou talvez o auxiliou pois, na medida em que o respeitava em seu dever, digna e silenciosa simpatia se instalou entre eles. A guerra acabou, e o jovem, com todas as marcas que conquistou, estava pronto para o próximo passo que o levou anos depois a outro país, onde pessoas viam e viviam a vida de forma muito diferente da sua. Tinha muitas ideias, achava que iria servir a este povo com todo o conhecimento que uma vida abastada em um país “civilizado” pode oferecer. Muitas ideias, muitos livros, muitos “hábitos corretos”. E a vida lhe presenteou com a riqueza de culturas milenares totalmente diferentes, onde o respeito aos antepassados e ao que é, como é, refletiam um equilíbrio nos relacionamentos que levavam este povo, mesmo sendo considerado tão primitivo, a viver e experimentar o que hoje ele ensina: olhar e ver, ouvir e escutar, estar presente em estado de gratidão genuína ao que aconteceu, exatamente como é. Esta postura, esta forma de viver, possibilitava à estas pessoas, exercitar com consciência e responsabilidade, o bem querer ao outro, pois tinham certeza que cada um dos integrantes do povo estavam totalmente conectados e eram igualmente importantes. Este jovem e estudioso homem observou, que doenças da mente e da alma tão comuns no mundo civilizado, não existiam ali, como depressão por exemplo. Isto inquietou seu coração e o fez “afinar” sua percepção e assim ele foi aprendendo sobre os vínculos de amor que ligam os seres humanos e como mantê-los saudáveis. Aprendeu, que honrar, respeitar e se curvar aos pais e antepassados, evitavam problemas de coluna, dor nas costas, nas articulações, pois curvar-se ao que vem antes, significa aceitar o destino como é, como foi possível. Assim o caminho é claro. Não se tem dúvidas. Assim é possível liberar-se para cumprir seu destino com suas habilidades e com a força de seus antepassados. Assim ele foi observando vivendo e descrevendo as leis que na sua experiência são a chave da felicidade… Sim, pois felicidade é mais que sorriso e bem estar, é tudo que faz parte. Bert Hellinger: Um breve biografia Bert Hellinger nasceu em 16 de dezembro de 1925, em Leimen, Alemanha. Nascido em uma família católia, aos 10 anos foi enviado para a Monastério Católico escolar para estudar. Mais tarde, foi ordenado e seguiu para África como missionário. Em 1942 foi para a guerra, onde acabou prisioneiro na Bélgica, em um campo de concentração. Conseguiu escapar e retornou para Alemanha, onde entrou na ordem dos Jesuítas. Dentro deste caminho, foi enviado para Àfrica para trabalhar como missionário nas tribos Zulus. Permaneceu na África por 16 anos. Lá, também estudou na Universidade da Àfrica do Sul onde se formou em Educação. Durante este tempo, chegou a ser o administrador responsável por mais de 150 escolas da diocese. Nos anos 60, entrou em contato com grupos de estudos onde começou a perceber a fenomenologia como fonte de conhecimento. Neste período ele saiu do seu trabalho como missionário e como padre. Nos começo dos anos 70, estudou psicanálise em Viena, completando os estudos dessa vertente em Munique. Em 73, foi para os EUA estudar com Arthur Janov a Terapia Primal. Também encontrou em Eric Berne e sua Análise Transacional algumas bases que mais tarde serviriam para o insight da Constelação Familiar. Aos 70 anos, ainda não havia escrito nenhum dos livros que conhecemos hoje. Então, por um convite de Gunthard Weber, psiquiatra alemão, gravou e transcreveu uma série de workshops que se tornou seu primeiro livro. Bert Hellinger: Era uma vez um jovem alemão Bert Hellinger: Um breve biografia
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