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O Impacto da Pandemia na Área de TI

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Gestão de Tecnologia da Informação 
 
 
 
 
 
 
 
O IMPACTO DA PANDEMIA (COVID-19) NA ÁREA DA TI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília 
2020 
Aluno: André Luiz Fernandes de Sousa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O IMPACTO DA PANDEMIA (COVID-19) NA ÁREA DA TI 
 
 
Trabalho apresentado à Universidade 
Paulista - UNIP para a conclusão do quarto 
semestre do curso de Tecnólogo de 
Gestão de Tecnologia da Informação. 
 
 
Orientador: Diego 
 
 
 
 
Brasília 
2020 
 
 
 
Aluno: André Luiz Fernandes de Sousa 
 
 
 
 
O IMPACTO DA PANDEMIA (COVID-19) NA ÁREA DA TI 
 
 
Trabalho apresentado à Universidade 
Paulista - UNIP para a conclusão do quarto 
semestre do curso de Tecnólogo de 
Gestão de Tecnologia da Informação. 
 
Orientador: Diego 
Aprovado em: 
 
 
 
 
 
_______________________/__/___ 
Prof. Diego 
Universidade Paulista – UNIP 
 
 
 
RESUMO 
 
 O ano de 2020 teve momentos especiais para o mundo, todos foram 
surpreendidos por uma pandemia mundial que até hoje assola os países. Houve uma 
mudança extrema em relação a trabalho, estudos e meios de comunicação. A área de 
tecnologia teve um impacto muito maior, pois durante esse tempo houveram muitas 
mudanças em relação a forma como as pessoas vivem. Ao longo desse trabalho será 
apresentado pontos cruciais que mudaram a área de TI. 
 
Palavras chaves: Tecnologia da Informação, pandemia, Covid, Cultura, Tecnologia 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 The year 2020 had special moments for the world, everyone was surprised by a 
global pandemic that still plagues countries today. There has been an extreme change 
in terms of work, studies and the media. The technology area had a much greater 
impact, as during that time there were many changes in the way people live. During 
this work, crucial points that changed the IT area will be presented. 
Keyword: Information Technology, pandemic, Covid, Culture, Technology 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8 
2. Novo normal ......................................................................................................... 9 
2.1. ............................................................................................................................ 10 
3. Riscos Cibernéticos ............................................................................................... 13 
4. Programador de sistemas durante a pandemia ..................................................... 16 
4.1. Boas oportunidades ampliadas com a pandemia ............................................... 16 
5. Proteção de Dados ................................................................................................ 17 
5.1 Camadas de proteção ......................................................................................... 17 
6. Empresas que estão inovando durante quarentena .............................................. 21 
7. Isolamento deve promover mudança cultural ........................................................ 25 
8.CONCLUSÃO ......................................................................................................... 27 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29 
 
 
 
8 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Durante 2020 acreditava-se que seria um ano muito diferente dos demais, pela 
expectativa de ser um novo ano com novas oportunidades. Acontece que o mundo foi 
surpreendido por um vírus que inicialmente estava concentrado em apenas um país e 
acabou tomando proporções mundiais. A Pandemia teve seu início na China e foi se 
espalhando muito rapidamente. Vários países entraram em quarentena e Lockdown 
(bloqueio total ou confinamento). 
O mundo passou por momentos difíceis e teve que inovar seus métodos de trabalho 
e estudo. A área de Tecnologia teve um aumento muito significativo, pois as 
empresas, faculdades e escolas agora dependiam (ainda mais da TI como atividades 
de gestão, de processos,) de vídeo chamadas e reuniões online (entre outros) para 
continuar seus trabalhos, aulas e estudos. Agora o mundo todo estaria (mais) 
conectado virtualmente (do que estamos acostumado). 
 
 
 
9 
 
 
2. Novo normal 
 
Apontada por praticamente todos os setores como a solução para o enfrentamento do 
caos econômico trazido pela pandemia e a construção de um “novo normal” quando, 
pelo menos, a fase mais aguda da crise passar, a Tecnologia da Informação (TI) 
também tem a sua própria transformação para tocar. 
Responsável por operacionalizar a digitalização de negócios, a TI, acostumada a 
índices constantes de crescimento, vive, talvez, o seu maior surto de desenvolvimento 
tanto em novos clientes como em de projetos em setores mais íntimos da tecnologia. 
Pesquisa realizada pela Spring Professional mostrou que as companhias de 
tecnologia são as que mais permaneceram com ritmo de contratações pré-pandemia, 
totalizando 23%. Entre os profissionais mais requisitados, segundo a Pagegroup, 
estão o líder de cibersegurança e o especialista em nuvem. 
Cada vez mais preditiva e acelerada pela digitalização em massa, a TI se aproxima 
do campo estratégico e abandona definitivamente o estereótipo do “menino do 
suporte”, detentora de um conhecimento inalcançável para os simples usuários. As 
entregas desmaterializadas e o modelo de assinatura de serviços, já comum mesmo 
antes do Covid-19, induzem um modelo que já ultrapassa o consultivo e se coloca 
como apoiador direto das tomadas de decisões da alta gestão. 
E assim o “novo normal” da TI já passou cinco minutos antes do “novo normal” dos 
demais setores (Não entendi o sentido dessa frase de cinco minutos ae) e pavimenta 
a pista para que os outros possam andar com um pouco menos de dificuldade. As 
próximas tecnologias talvez não precisem ser inventadas, mas, certamente, serão, 
cada vez mais, dedicadas e customizadas. 
 
 
 
 
 
10 
 
 
2.1. Adaptação do trabalho na Pandemia 
Algo bem curioso que podemos notar em meio às inúmeras mudanças para adaptação 
ao novo normal devido à pandemia de coronavírus é que hoje todo mundo tem algo a 
dizer sobre home office, colaboração on screen com equipes de trabalho e como 
conciliar o próprio equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Muitos compartilham 
suas histórias longamente. E com bastante assertividade. Já os departamentos de TI 
das organizações afetadas pela Covid-19 – e seus incríveis profissionais que tornam 
possível manter o trabalho e a produtividade de forma remota – têm uma visão 
bastante única e nada sentimental sobre as tecnologias que viabilizam aos 
funcionários trabalhar de casa e sobre a prontidão de suas próprias empresas para 
futuros desastres – incluindo a contínua pandemia global que infelizmente tem afetado 
a todos. 
Para descobrir o que esse grupo essencial de profissionais aprendeu durante os 
primeiros meses de lockdown para impedir a propagação do coronavírus, se planejam 
uma possível interrupção contínua e quais tecnologias esperam manter durante a 
crise, a TeamViewer conduziu uma pesquisa com profissionais de TI em empresas de 
diferentes portes e segmentos nos Estados Unidos. 
Uma das coisas mais importantes era descobrir e aprender como os líderes de TI 
responderam à Covid-19. Dado o início inesperado da pandemia e a rapidez com que 
as empresas reagiram, será que os profissionais de TI se sentiram mal preparados ou 
pegos de surpresa? 
Em vez disso, a pesquisa revelou que a grande maioria dos entrevistados está bem 
preparada para gerenciar a mudança repentina do trabalho presencial para o trabalho 
remoto durante o surto. Isso pode ter ocorrido porque, como muitos afirmaram, eles 
já haviam recebido treinamento para gerenciar sistemas de TI em um ambiente de 
trabalho predominantemente remoto, mesmo antes da pandemia.Ao mesmo tempo, 
porém, mais de três quartos dos profissionais ouvidos sentiram que o aumento 
contínuo do fluxo de trabalho remoto acabaria mudando os treinamentos e as práticas 
necessários para o trabalho das equipes mais jovens, ou recém contratados, dos 
departamentos de TI. 
A transição abrupta da força de trabalho do escritório para casa incluiu fortes 
elementos de improvisação. Por exemplo, os dispositivos utilizados pelos funcionários 
11 
 
 
para o trabalho remoto eram frequentemente os mesmos que eles e seus filhos 
usavam para recreação, correspondência pessoal, compras etc. Tais equipamentos 
vieram de diferentes fabricantes, com diferentes sistemas operacionais, diferentes 
recursos e, é claro, diferentes capacidades. Além disso, as configurações físicas das 
equipes e colaboradores em home office não incluíam as comodidades que um 
escritório físico oferece, como mesas exclusivas, cadeiras adequadas, linhas 
telefônicas, copiadoras e equipamentos de arquivamento, entre outros. Ainda assim, 
de acordo com uma pesquisa realizada antes da pandemia com gerentes de 
contratação, mais da metade concordou que o trabalho remoto entre funcionários em 
tempo integral já estava se tornando mais comum. 
Se o aumento do trabalho remoto é, de fato, a nova realidade do emprego, isso exigirá 
que as empresas planejem um futuro em que o escritório tradicional seja muito menos 
relevante para a forma como as pessoas fazem negócios. De certa maneira, estamos 
em um ponto análogo à primeira iteração da Internet. Desde então, o desenvolvimento 
da rede mudou completamente como nos comunicamos, como realizamos transações 
comerciais, como nos relacionamos com os clientes e uns com os outros. Acredito 
que, à medida que o modelo home office amadurece, será inevitável passarmos por 
turbulências semelhantes em nosso modo de vida e de trabalho. 
No entanto, uma coisa é certa: o futuro do ‘work from home’ continuará a depender de 
tecnologias e ferramentas, tanto as atuais como as que ainda estão por vir. Entre as 
mudanças que muitos gerentes de TI visualizam atualmente estão uma maior ênfase 
em serviços baseados em nuvem, um maior foco em segurança de rede e 
treinamentos de segurança, mais horas de trabalho gastas trabalhando em casa, com 
muito menos tempo nos data centers dos empregadores, e a disponibilidade de 
orçamentos maiores para ferramentas de trabalho remoto mais avançadas. 
É claro que a pressão institucional para aumento de orçamento nos departamentos 
está embutida na maioria das corporações, e a TI não é exceção. Mas, no caso da 
Covid-19, os executivos revelaram áreas de despesas específicas, como 
armazenamento em nuvem, maior segurança de rede, expansão do arsenal de 
ferramentas de conferência e ampliação da capacidade VPN – quesitos que, em 
muitos casos, foram atendidos até antes da pesquisa da TeamViewer. 
12 
 
 
Os computadores pessoais se tornaram um equipamento doméstico comum nos 
últimos 30 anos. Mas nem todo mundo possui a tecnologia certa para fazer seu 
trabalho diário. Como resultado, muitas empresas compraram laptops, impressoras, 
scanners e software para os membros de suas equipes, mesmo sem saber se seriam 
reembolsados por subsídios do governo para cobrir os custos. 
O vice-presidente de Recursos Humanos da Pace University citou formas criativas 
que a instituição encontrou para lidar com a situação. “Alocamos recursos e 
priorizamos a entrega de computadores aos funcionários que necessitavam do 
equipamento”, disse ele. “Em alguns casos, os colegas emprestaram iPads e laptops 
uns aos outros.” 
Não surpreendentemente, o número de solicitações direcionadas aos help desks dos 
departamentos de TI durante a mudança para o trabalho remoto disparou. A eficácia 
de suas respostas – confirmada pela alta produtividade do home office – acabou por 
também apoiar a convicção da maioria dos gerentes de TI de que o futuro das 
empresas depende da capacidade do pessoal de TI criar um ambiente de trabalho 
estável. 
Mas o que isso significa? 
Simples! Embora possa haver alguma dúvida sobre como as organizações estavam 
preparadas para uma saída imediata do ambiente de escritório na eclosão da 
pandemia, os departamentos de TI certamente cumpriram a tarefa: articularam-se 
dinamicamente em torno de ferramentas já existentes de trabalho remoto seguro, 
rápido e eficaz, sem perda de produtividade, mantendo os olhos abertos para as novas 
tecnologias em desenvolvimento. 
A maioria das organizações também reconheceu a importância e o potencial de suas 
equipes de TI, reforçando-as com aumentos de orçamento. E embora ninguém saiba 
quando ou como a crise do coronavírus terminará ou quais mudanças ocorrerão 
futuramente na dinâmica de trabalho, os líderes de TI estão confiantes porque 
possuem os recursos necessários para manter o trabalho das organizações em 
andamento, mesmo no caso de um novo surto. 
 
 
13 
 
 
3. Riscos Cibernéticos 
Estamos inseridos em momento muito volátil, sem certeza quanto a como e quando 
será a retomada das atividades corporativas presenciais. Sendo assim, os esforços 
imediatos devem ser direcionados à segurança do funcionamento das redes. 
Antes mesmo dos acontecimentos de 2020, já sofríamos demais na mão dos 
criminosos cibernéticos, que criam por ano em torno de 120 milhões de tipos de 
malwares. Na última década tivemos ataques de espionagem industrial a empresas 
da Europa e da América do Norte, pela organização criminosa conhecida como 
Dragonfly, e também ataques ramsonware propagados pela ameaça WannaCry, que 
vitimou entidades privadas e públicas. Recentemente tivemos ameaças que 
exploraram vulnerabilidades de hardware, entre elas o malware conhecido como 
Spectre. 
Na medida em que a pandemia força o mercado a explorar cada vez mais o trabalho 
remoto, expandindo de maneira improvisada suas capacidades de TI, é importante 
ressaltar que as empresas já se encontravam despreparadas para os riscos 
cibernéticos, agravados agora pela pandemia. De acordo com levantamento realizado 
pela Consultoria Mckinsey, apenas 16% das empresas no mercado norte-americano 
se encontram preparadas para lidar com os riscos cibernéticos da atualidade, e as 
brasileiras infelizmente se encontram ainda menos preparadas. Aliados aos riscos 
conhecidos, surgem novos desafios a cada segundo, já que os criminosos estão em 
constante busca de fragilidades em cada sistema. 
As empresas em média precisam de mais de 100 dias para identificar um ataque bem 
sucedido contra seu sistema. Sendo assim, estão cada vez mais vulneráveis, devido 
ao aumento do trabalho remoto que envolve toda a rede. A expectativa do mercado 
era que no final de 2020 haveria 30 bilhões de equipamentos de operação com 
Internet das Coisas (IoT), e com a pandemia essa evolução tecnológica já está se 
acelerando, expondo significativamente fraquezas que podem ser facilmente 
exploradas, por exemplo, em ataques de negação de serviço distribuída (denial-of-
service). 
Entre esses riscos, há um em especial que considero dos mais importantes, que se 
materializa quando as empresas tratam ameaças cibernéticas como uma questão 
meramente técnica, que poderia ser resolvida de forma isolada por seu departamento 
14 
 
 
de TI. Na verdade, as ameaças cibernéticas são e devem ser encaradas como uma 
questão de gestão de riscos, e a administração corporativa poderá enfrentar 
adequadamente essa realidade apenas quando se organizar para dar prioridade à sua 
estrutura digital. 
A governança corporativa colaborativa como ferramenta para segurança cibernética 
Logo, os riscos cibernéticos devem ser encarados como um problema de todos 
empresários e colaboradores, sendo considerados desde a constituição das empresas 
e priorizados nos modelos de negócio, numa cultura pela segurança cibernética, 
principalmente para enfrentar as novas ameaças trazidas neste contexto de 
pandemia. 
Comtodas as pessoas operando em rede, cresce o potencial elo a ser explorado por 
criminosos. Portanto, não adianta apenas investir em capacidade técnica. Sem 
treinamento aos usuários, um sofisticado firewall seria inútil contra a maioria das 
ameaças que geram dano efetivo, levando as pessoas a caírem em ataques de 
phishing, que dependem de colaboração passiva ou ativa da vítima. 
A empresa EQUIFAX, por exemplo, sofreu em 2017 um ataque que permitiu a 
criminosos roubar dados de milhões de americanos. Nesse caso foi necessário 
envolvimento multilateral de vários entes públicos e privados para conseguir recuperar 
a segurança do sistema, e a empresa agora lida com multas a pagar e com processos 
judiciais daquelas pessoas prejudicadas por golpes com seus dados pessoais. 
Considerando que uma crise como essa prejudica a disposição para gastos e 
investimentos, o foco da empresa deve ser no planejamento cuidadoso, levando em 
conta todos os stakeholders, para evitar possíveis ameaças. 
A Oportunidade Trazida pela Medida Provisória n° 959/20 e o Projeto de Lei n° 
1.179/20 
Apesar da suspensão dos efeitos da LGPD até 2021, a adequação aos Princípios 
Gerais de Proteção de Dados trará necessariamente às empresas maior segurança 
cibernética, pois para cumprir as normas as empresas que manuseiam dados 
pessoais devem tomar medidas tecnicamente razoáveis para proteger os mesmos de 
indevido acesso, utilização ou divulgação. 
15 
 
 
Olhando o lado positivo, apesar da crise humanitária e sanitária que nos afeta, o prazo 
concedido pelas iniciativas concorrentes do Legislativo e o Executivo traz algum alento 
para o empresário, que pode usar esse período extra para se inteirar sobre quão 
preparada sua organização realmente se encontra frente aos riscos cibernéticos que 
se avolumam. 
As empresas devem definir quais bens devem ser protegidos, e inventariar os pontos 
de acesso à rede da empresa que podem vulnerabilizar esses bens, para então adotar 
a postura de envolver, senão toda a empresa, todas as pessoas que tenham acesso 
a essas informações e dados, capacitando-as com treinamento adequado e, assim, 
evitando fragilidades do sistema. 
O trabalho remoto já é uma realidade, independentemente de quando a humanidade 
vencerá o COVID19, e cada vez mais existirão pontos de acesso conectados às redes 
das empresas, e, portanto, ameaças a seus bens. Cabe a elas priorizar as iniciativas 
de colaboração como caminho para se preparar coletivamente para os riscos 
cibernéticos e outros que virão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
4. Programador de sistemas durante a pandemia 
Criar, arquitetar e implantar sistemas de tráfego de informações digitais e aplicativos 
para celulares são algumas das muitas atribuições do programador, profissão que se 
tornou ainda mais relevante neste tempo de pandemia, onde o fluxo de dados na 
internet aumentou exponencialmente pela necessidade de migração das empresas 
para o meio virtual. Para se ter ideia dessa importância, mais de 135 mil lojas aderiram 
às vendas pelo comércio eletrônico durante o período de pandemia, segundo dados 
da Associação Brasileira de Comércio 
Eletrônico (ABComm). Até o mês de abril, estima-se que o e-commerce ganhou cerca 
de 4 milhões de novos clientes. 
Diante desse cenário e da importância da profissão, os programadores ganharam um 
dia para ser celebrar: sempre no 256º dia do ano, número simbólico para esses 
profissionais. Ele representa a quantidade de valores diferentes que podem ser 
representados com um byte de oito bits. Assim, esse ano a data é celebrada neste 
sábado, 12 de setembro. 
4.1. Boas oportunidades ampliadas com a pandemia 
A valorizada profissão, que agora deve ter ainda mais aumento de demanda, está na 
lista das que apresentam maior dificuldade para preenchimento de vagas, segundo 
levantamento do site de empregos Indeed, que destaca a profissão como a 5ª mais 
difícil de ser preenchida, o que indica excelentes oportunidades disponíveis para os 
novos profissionais. No quesito de dificuldade de preencher vagas, programador fica 
atrás apenas de outras três relacionadas ao setor da tecnologia (Analista de 
Segurança da Informação, Webmaster e Analista de Desenvolvimento) e de Arquiteto. 
Leandro Pedroso destaca que a profissão já apresentava boas opções de trabalho 
antes da crise sanitária, mas agora se intensificou. “Muitas empresas já viam esse 
processo digital como uma grande oportunidade para sobreviver e superar a 
concorrência no futuro. Com a chegada da pandemia, isso se potencializou porque 
todos passaram a investir no digital e a quantidade de profissionais no mercado ainda 
é insuficiente para suprir todas as demandas”, destaca o programador. 
17 
 
 
5. Proteção de Dados 
Com a pandemia de Covid-19, muitas empresas se viram forçadas a interromper suas 
operações ou pensar em formas alternativas de continuar trabalhando e mantendo 
seus colaboradores à salvo. Boa parte das empresas que se depararam com esse 
tipo de necessidade pela primeira vez optaram por fazer com que seus funcionários 
trabalhassem remotamente a partir de suas casas e, com isso, muitas incertezas e 
dúvidas surgiram. Alguns dos principais meios de comunicação do país nos 
procuraram para respondermos a perguntas como: “trabalhar de casa é realmente 
seguro? ”, “quais os riscos atrelados a isso? ”. A resposta mais sincera é: “depende 
do cenário! ”. Essa transformação digital forçada pode fazer com que empresas 
adotem tecnologias de forma muito rápida e sem o devido amadurecimento, podendo 
trazer sérios riscos à segurança dos colaboradores e dos dados em si. Neste post, 
citarei alguns pontos relacionados a criptografia que podem ser aplicados tanto para 
a LGPD quanto para a segurança das informações em tempos de confinamento 
forçado. 
Para ilustrar, vamos imaginar uma pessoa que precisa trabalhar de casa, ou de 
qualquer outro local que não seja o ambiente interno da empresa. Para tornar um 
ambiente cada vez mais seguro é interessante utilizar diversas camadas de proteção 
para que haja o mínimo de exposição possível de dados sigilosos, e as medidas 
tomadas para isso envolvem diversos aspectos tecnológicos. 
5.1 Camadas de proteção 
#HTTPS 
Tendo em vista nosso exemplo, digamos que todos os colaboradores precisam 
acessar o principal portal da empresa onde trabalham, seja para abrir seu webmail, 
ver informações sobre pagamentos e benefícios, ou usufruir de algum serviço 
disponibilizado pela página. Para que haja mais segurança no quesito comunicação 
entre o site e os colaboradores, o protocolo HTTPS precisa ser habilitado. O HTTPS 
fará com que toda a comunicação entre o navegador do colaborador e o portal da 
empresa seja criptografada, ou seja, se houver algum tipo de interceptação de tráfego, 
o criminoso não vai conseguir decifrar dados importantes, como, por exemplo, o 
usuário e a senha utilizados para acessar o portal, dados sigilosos que tal colaborador 
pode ter acesso, ou até mesmo eventuais arquivos que tenham sido baixados. 
18 
 
 
#Banco de dados 
Uma outra prevenção, agora adotada apenas na parte do servidor, é a criptografia das 
informações que são salvas no banco de dados. 
Quando se começa a lidar com estruturas de bancos de dados sempre surge a dúvida: 
“mas afinal, o que deve ser mantido criptografado?”. E a resposta que considero mais 
adequada é que se deve criptografar apenas aquilo que ninguém deverá saber e o 
que ninguém precisará pesquisar. Tudo que é criptografado não consegue mais fazer 
parte de uma busca, pois se torna ilegível, ou seja, para um banco de dados que 
possui informações cadastrais não costuma ser viável a criptografia de nome, 
sobrenome, endereço e telefone pois eles não poderão ser utilizados como campos 
localizadores daquele usuário*. Ao invés disso criptografa-se a senha, ou dados de 
cartão de crédito, por exemplo, para que não seja legível nemmesmo para os 
administradores que tiverem acesso àquele banco de dados. 
*Outras medidas de proteção devem ser tomadas para os dados não criptografados, 
como restringir adequadamente o acesso a eles, por exemplo. 
#VPN 
Um outro ponto que aumenta bastante a segurança de um ambiente é não permitir 
que seus serviços sejam acessados diretamente da Internet. Uma das principais 
formas de não deixar os serviços expostos é a adoção da VPN, um túnel criptografado 
que faz com que os usuários consigam acessar todos serviços e servidores como se 
estivessem dentro da rede. Ou seja, é possível retirar boa parte dos serviços da 
exposição direta à Internet. 
As VPNs que vejo sendo mais utilizadas para esse período de quarentena são as 
chamadas “Cliente x Servidor”, onde um pequeno software é instalado no computador 
do colaborador permitindo que, quando necessário, este colaborador abra o software, 
preencha os dados de usuário e senha fornecidos pela empresa, e se conecte ao 
ambiente de forma remota, permitindo o acesso a tudo* o que estiver disponível dentro 
da empresa, mas sem a necessidade de estar fisicamente lá. 
*Os acessos são concedidos mediante a criação prévia de regras. 
#Cripto de HD 
19 
 
 
Quando tratamos de dispositivos empresariais esse tipo de criptografia deve ser uma 
iniciativa da empresa, pois é ela que deve gerenciar todo o processo de adequação e 
inserção de chaves, no entanto essa tecnologia costuma ser amplamente utilizada 
pelos colaboradores. 
A criptografia completa do disco consiste em transformar o HD em um container 
seguro, fazendo com que ele só seja acessado após o preenchimento correto da 
senha que foi previamente definida. Isso traz uma camada adicional de segurança 
física às empresas e pessoas pois, caso o dispositivo seja roubado e o HD inserido 
em outro computador para o roubo de dados, essas informação estarão 
adequadamente protegidas. 
Existem outros meios para a segurança física de dispositivos com o intuito de impedir 
que eles sejam subtraídos, como por exemplo lock cables, a criptografia inibe apenas 
o acesso aos dados, não ao dispositivo em si. 
#Transferência de arquivos (zip com senha) 
Também costuma ser uma necessidade comum entre pessoas e empresas a 
transferência de arquivos restritos, ou algumas vezes até confidenciais, mas nem 
sempre elas dispõem de uma forma adequada para fazer essa transferência. Se não 
houver um local previamente definido para transferência destes arquivos onde tudo 
ocorrerá de forma segura e autenticada, pode-se considerar como alternativa a 
criptografia destes arquivos e pastas a serem enviadas. Esta criptografia pode ser 
feita de diversas formas, incluindo criptografia com compactação de arquivos como, 
por exemplo, o 7-zip. Basta compactar os arquivos especificando uma senha, que seja 
preferencialmente longa e complexa o suficiente para não ser adivinhada, e transferir 
o novo arquivo à pessoa ou departamento que deverá recebê-lo. 
Um ponto importante sobre essa prática é nunca enviar o arquivo criptografado e a 
senha pelo mesmo meio, pois se o meio estiver comprometido o criminoso terá a faca 
e o queijo nas mãos. 
Caso mande o arquivo por e-mail, passe a senha por WhatsApp, se o arquivo for 
enviado pelo WhatsApp a senha pode ser passada via telefone, o mais importante é 
sempre usar meios diferentes para mandar arquivo e senha. 
#WiFi seguro 
20 
 
 
Assim como nas empresas, existem várias formas de deixar uma rede doméstica mais 
segura. Uma das formas que os usuários podem se apoiar é utilizar criptografia para 
conexão na rede Wifi. Algumas pessoas consideram mais prático ter um WiFi sem 
senha, e isso é um erro gravíssimo no quesito segurança. Se não há uma senha 
configurada no wifi qualquer pessoa nas proximidades poderá fazer parte da sua rede. 
Isso por si só já é ruim, pois haverá uma menor qualidade de Internet disponível para 
o proprietário do link, mas pode se tornar ainda pior se o intruso for um criminoso, que 
pode atacar dispositivos IoT, tentar descobrir senhas e até instalar softwares dentro 
dos computadores e smartphones da rede. Habilitar a configuração segura de redes 
WiFi, utilizando-se de WPA2 ou 3 e atribuindo uma chave de acesso longa e complexa 
costuma ser uma tarefa simples, e pode evitar uma série de transtornos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
6. Empresas que estão inovando durante quarentena 
 
Com o atual cenário, gerado através do surgimento da Crise do Coronavírus, muitas 
empresas tiveram que encontrar soluções reais para desafios que surgiram no âmbito 
econômico, empresarial, social e cultural. 
Considerando a impossibilidade de contato direto e a necessidade de um consumo 
mais digital, muitas empresas promoveram alternativas para suprir as necessidades 
de seus clientes, mostrando que soluções digitais, apesar de serem constituídas de 
componentes tecnológicos, se constroem de pessoas e promovem a vida delas. 
MRV Engenharia 
No Brasil, a Engenharia Civil deu seus primeiros passos no período colonial. Mas foi 
na década de 1940 que o setor teve seu considerado auge, em razão do País ter sido 
um importante detentor da tecnologia do concreto armado. 
Unir algo tão consolidado historicamente com a tecnologia, que teve sua maior 
ascensão nas duas últimas décadas, foi o que a MRV fez. A construtora possui como 
princípio a procura por soluções criativas e estratégias inovadoras. 
Em um momento onde foi preciso reinventar as maneiras de convivência, a MRV 
lançou a campanha #FiqueEmCasa e preparou seus canais digitais para que a busca 
pela compra dos apartamentos e o processo de documentação fossem feitos de 
maneira totalmente online. 
O investimento na experiência do usuário foi possível através da digitalização de seus 
processos, que ocorrem desde a escolha do apartamento ao acompanhamento das 
obras. 
Como resultado, mesmo com fechamento de seus stands de vendas e adiamento de 
lançamentos previstos para o primeiro trimestre, a companhia reportou um aumento 
de 28% em suas vendas, em comparação aos três primeiros meses do ano passado. 
A MRV, que se encontra entre as 10 empresas mais inovadoras do Brasil, de acordo 
com a Forbes, conseguiu reduzir os impactos da crise em seu negócio não só ao 
reinventar uma forma segura de estar ao lado de seus clientes, como pelo fato de ter 
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estabelecido a inovação como um de seus valores, possuindo este atributo inerente 
ao negócio. 
 
Empresas de Telecomunicações 
Em um momento onde a conexão à internet se tornou ainda mais essencial, seja para 
o trabalho home office ou para a comunicação entre parentes e amigos, as maiores 
empresas de telecomunicação e principais fornecedoras de internet banda larga do 
País lançaram uma campanha conjunta, assegurando a conexão de seus usuários, 
sem que precisem sair de casa. 
A necessidade de as pessoas se isolarem fez com que as companhias 
abandonassem, ainda que temporariamente, a competição. Desse modo, mostraram 
estar unidas em um cenário onde foi necessário a reformulação do fornecimento de 
seus serviços. 
Juntas, as empresas somaram esforços para garantir que seus usuários trabalhem, 
estudem e tenham seus momentos de entretenimento, mesmo que à distância e 
enquanto houver a orientação de isolamento social. 
Dentre as medidas adotadas pelas empresas – Vivo, Claro, TIM e Oi – está o 
atendimento 100% digital, disponibilização de suporte técnico virtual, liberação de 
canais da TV por assinatura, bônus de internet e isenção de franquia para acessar os 
aplicativos oficiais do Governo e autoridades sanitárias. 
Assim, o movimento #FiqueBemFiqueEmCasa gerou a conexão das companhias 
concorrentes para que seus usuários também pudessem permanecer conectados 
Magazine Luiza 
O Magazine Luiza lançou uma plataforma digital gratuita denominada de Parceiro 
Magalu, o projeto que estava sendo planejado para operar em cinco meses,após as 
indicações de isolamento social, foi executado em cinco dias. 
Segundo Frederico Trajano, CEO do Magalu, a crise acelerou o desenvolvimento do 
projeto, e o fizeram em cinco dias mesmo sabendo das instabilidades que poderiam 
enfrentar, mas era um risco que acharam preciso correr. Frederico Trajano ainda 
conta: 
23 
 
 
“Digitalizar o varejo e os brasileiros faz parte da nossa estratégia de negócio e do 
nosso propósito como empresa — e ele nunca se mostrou tão necessário quanto 
nesses tempos que estamos vivendo.” 
A plataforma digital de vendas visa ajudar autônomos, micro e pequenos varejistas a 
continuarem a vender mesmo durante a crise. Tendo acesso aos 20 milhões de 
clientes do Magazine Luiza, os pequenos comerciantes podem oferecer seus produtos 
tanto no site, como no aplicativo da companhia. 
Segundo um levantamento feito pela empresa, dos 5 milhões de comércios varejistas 
existentes no Brasil, apenas 1% atuam no comércio digital. 
Desse modo, a nova plataforma visa permitir que pequenos varejistas que ainda não 
possuem uma presença digital possam montar, de maneira simples, suas próprias 
lojas virtuais, uma estratégia que se mostrou grandemente necessária no período da 
quarentena. 
Nike 
Através da base de dados do seu aplicativo de treinamento na China, a Nike identificou 
um quarteto de pilares estratégicos à varejistas mundiais: 
Contenção, determinada pelo fechamento de lojas em larga escala; 
Recuperação, quando as lojas abrirem novamente; 
Normalização, através do retorno à condições pré-crise; 
Crescimento de vendas. 
Para reverter a queda das ações da companhia, a Nike utilizou seus canais de 
comércio eletrônico para mitigar os efeitos do impacto gerado à empresa. A estratégia 
de fortalecimento digital gerou uma expansão de 36% das vendas em seu comércio 
eletrônico, durante o primeiro trimestre da pandemia. 
Enquanto todas suas lojas físicas estavam fechadas, a Nike impulsionou suas 
operações on-line, ativando maneiras digitais de estabelecer a conexão com seus 
clientes. John Donahoe, CEO da Nike, definiu: 
“O que estamos vendo [..] é que a experiência digital/física contínua está respondendo 
ao que os consumidores querem. ” 
24 
 
 
Seu ecossistema de aplicativos digitais foram aproveitados, assim como a rede de 
treinadores especialistas da empresa, para que os cadastros nos aplicativos fossem 
acelerados, aumentando o engajamento dos treinos no aplicativo Nike Training Club. 
Apenas na China, o número de usuários ativos semanalmente em todos os aplicativos 
de atividade da Nike subiu 80%, gerando uma receita de US$ 10,1 bilhões no final do 
primeiro trimestre, o que estava totalmente fora do esperado. 
A capacidade digital da Nike foi responsável pelo gerenciamento dos efeitos do vírus 
sobre o negócio, mostrando que é no ambiente digital que toda a capacidade de 
retomar o crescimento da empresa está. Conforme disse Sam Poser, analista da 
Susquehanna, sobre a empresa: 
“A força da marca, sua perícia digital […] permitirão que a empresa saia ainda mais 
forte dessa crise do que quando entrou nela. ” 
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7. Isolamento deve promover mudança cultural 
O isolamento social, imposto como medida profilática ao Covid-19 nos últimos cinco 
meses, levou a um movimento de digitalização dos negócios em massa jamais visto. 
A partir disso, profissionais e empresas especializados em Tecnologia da Informação 
(TI), que já faziam parte de um mercado aquecido, se viram em meio a um turbilhão 
de pedidos e dúvidas. 
As empresas que estavam estruturadas e gozavam de boa saúde financeira estão 
aproveitando a onda para crescer e diversificar atividades. Para o vice-presidente da 
Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais 
(Assespro-MG), Fernando Santos, mais do que uma aceleração ou radicalização do 
uso da tecnologia, o pós-pandemia deve promover uma mudança cultural. 
“Não é apenas a antecipação do uso de uma ou outra ferramenta em alguns anos, é 
a mudança no modo como vivemos e percebemos o mundo. Uma coisa muito 
importante para a empresa e para o usuário não é a tecnologia em si, mas a 
transformação das pessoas. É uma transformação de mentalidade. Isso já pode ser 
visto”, afirma Santos. 
Toda essa mudança implica na necessidade de uma mão de obra volumosa e bem 
formada. Segundo o especialista, no cenário pré-pandemia já havia a previsão de um 
déficit de 400 mil profissionais de TI no Brasil até 2024. E, apesar de ser um estado 
formador de mão de obra, a situação tende a piorar em Minas Gerais como no resto 
do País. Hoje o Estado é o terceiro que mais forma profissionais para o setor, porém 
está apenas na oitava colocação quando o assunto é a retenção desses talentos. 
“Claro que o setor de TI não vive a pandemia todo da mesma forma. Serviços 
nichados, como para locadoras de veículos, por exemplo, tiveram um impacto 
negativo muito grande. O mesmo para quem atende bares e restaurantes. Em 
contrapartida, empresas de análises de dados, ferramentas para trabalho remoto, 
tecnologia para varejo, tiveram um crescimento exponencial. Também cresceu a 
demanda para ferramentas com viés mais analítico, de BI, de extração de dados e os 
investimentos em cibersegurança. Mas no geral, podemos dizer que o cenário de falta 
de mão de obra qualificada tende a se agravar”, explica. 
Infraestrutura – Além da escassez de profissionais, o Brasil ainda enfrenta dois 
grandes problemas no caminho da construção desse “novo normal” da TI estratégica: 
26 
 
 
a infraestrutura ruim de comunicação e a defasagem educacional piorada pela 
desigualdade entre os sistemas público e privado de educação. 
“Temos que pensar até que ponto a tecnologia é, mesmo, inclusiva. Em um cenário 
de desigualdade gritante como o nosso, ela pode aumentar as diferenças. A tríplice 
hélice tem que funcionar: faculdade, empresa e governo. O governo tem um papel 
fundamental para criação de uma infraestrutura para negócios e para pessoas. É 
fundamental que as empresas entendam que ter maturidade digital é uma questão de 
sobrevivência. A tecnologia deve ser entendida como parte da estratégia, sendo um 
investimento e não um custo”, pontua o vice-presidente da Assespro-MG. 
 
27 
 
 
8.CONCLUSÃO 
 
 Desde que a crise causada pela pandemia do coronavírus iniciou, ainda existem 
muitas empresas promovendo o isolamento social e o trabalho remoto, com o objetivo 
de diminuir as chances de disseminação do novo vírus e proteger seus colaboradores. 
Esse cenário fez as empresas buscarem diferentes formas para continuarem 
operando em segurança. No entanto, é importante refletir sobre tudo que já passamos 
até aqui e se estamos preparados para o que ainda virá. 
Para os profissionais de TI muitas mudanças já vinham ocorrendo nos últimos anos, 
seja pelo constante movimento nas estratégias dos negócios ou pelo crescente 
avanço da tecnologia. A necessidade de se reinventar e se adaptar passou a ser algo 
do dia a dia. Diferente das gerações anteriores, que mantinham o mesmo emprego 
por longos períodos e estavam acostumadas com mudanças mais graduais. 
De acordo com um estudo inédito do IDC encomendado pela Alteryx, companhia de 
automação de processos analíticos (APA), pouco mais da metade das empresas 
pesquisadas (53%) pretende desenvolver um modelo de trabalho mais dinâmico, que 
automatize processos padrão, e 48% diz que garantirão a oferta de serviços e 
experiências digitais mais confiáveis. 
Esse anseio pela digitalização impactou diretamente os profissionais da área de 
tecnologia. Com a maioria dos colaboradores trabalhando em home office, as 
empresas tiveram que mudar seus modelos de relacionamento com clientes, 
fornecedores e colaboradores e preparar um ambiente tecnológico para suportar esse 
cenário. 
Há dez anos o conhecimento técnico de um programador poderia ser suficiente para 
caracterizar um profissionalcompetente, mas será que atualmente, considerando 
esse cenário, isso basta? 
Agora, mais do que nunca, o profissional dessa área foi desafiado a trabalhar de 
diferentes formas, como em "squads" — equipes multidisciplinares. Neste modelo um 
profissional de TI pode atuar em uma mesma equipe com um profissional de 
marketing, outro de vendas e outro do financeiro, por exemplo. Juntos, eles têm 
autonomia suficiente para tomar decisões para a entrega dos projetos solicitados. 
28 
 
 
Para alcançar os objetivos, soma-se às características citadas anteriormente o 
conhecimento técnico de cada parte e a habilidade de relacionamento interpessoal. 
Vale destacar que a cultura da empresa precisa estar pronta para passar a atuar nesse 
modelo. O primeiro passo é entender que uma empresa só alcançará um bom nível 
de maturidade digital se todas as áreas, incluindo funcionários e lideranças, estiverem 
envolvidas nesses projetos, a área de tecnologia da informação não é a única 
responsável por entregar essas novas soluções. 
Outro fator crucial para o profissional de TI do futuro sair na frente será a criatividade. 
Diante de tantos desafios que temos enfrentado, os "headhunters" (caçadores de 
talentos) tem buscado profissionais de TI que estejam antenados, tenham capacidade 
de resolver problemas rapidamente, se atualizam, não têm receio de expor seus 
pontos de vista. As empresas estão buscando profissionais que busquem soluções 
inovadoras, pensem simples e rápido para gerar eficiência e diferencial competitivo e 
assim, atrair mais clientes. 
O profissional de TI precisa encarar que a partir de agora ele precisará definitivamente 
trabalhar em equipe e colaborar. É hora de entender que o seu papel é parte 
estratégica do negócio, que por sua vez muda o tempo todo, assim como mercado e 
os avanços tecnológicos que dia após dia são apresentadas ao mundo. 
 
 
29 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
FALDI, Finn. Covid-19: Como líderes de TI têm se adaptado à nova economia. INFOE 
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lideres-de-ti-tem-se-adaptado-a-nova-economia/. Acesso em: 2 nov. 2020. 
MAEHARA, Mara. Profissionais de TI terão que integrar equipes multitalentos após 
covid-19, 13 set. 2020. Disponível em: 
https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/09/13/o-que-esperar-de-um-
profissional-de-ti-depois-da-covid-19.htm. Acesso em: 2 nov. 2020. 
MACIEL, Daniela. “Novo normal”: TI vive auge em meio ao caos. Diário do comercio, 
20 ago. 2020. Disponível em: https://diariodocomercio.com.br/negocios/novo-normal-
impulsiona-o-setor-de-ti/. Acesso em: 3 nov. 2020. 
REDAÇÃO. Programador de sistemas se torna profissional ainda mais requisitado 
durante a pandemia. GOBACKLOG, 11 set. 2020. Disponível em: 
https://jornalhoraextra.com.br/noticias/21995-programador-de-sistemas-se-torna-
profissional-ainda-mais-requisitado-durante-a-pandemia/. Acesso em: 3 nov. 2020. 
BARBOSA, Daniel Cunha. Proteção de dados em meio à pandemia de Covid-19. We 
Live Security, 9 abr. 2020. Disponível em: 
https://www.welivesecurity.com/br/2020/04/09/protecao-de-dados-em-meio-a-
pandemia-de-covid-19/. Acesso em: 10 nov. 2020. 
FILHO, Paulo de Tarso Andrade Bastos. Como a pandemia aumenta os riscos 
cibernéticos – e como empresas podem se proteger. Revista Pequenas empresas e 
Grandes negócios, 12 maio 2020. Disponível em: 
https://revistapegn.globo.com/Opiniao-Empreendedora/noticia/2020/05/como-
pandemia-aumenta-os-riscos-ciberneticos-e-como-empresas-podem-se-
proteger.htm. Acesso em: 10 nov. 2020.

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