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APELAÇÃO CRIMINAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA DO TRIBUNAL DO JURI DA COMARCA DA CAPITAL.XXXXXX.
PROCESSO N°: XXXX
FERNANDO, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por meio de seu advogado que este subscreve, vem perante vossa excelência, irresignado com a respeitável sentença que o condenou pelo crime do art. 121, §2º, II do Código Penal, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, com fundamento no art. 593,I do Código de Processo penal.
Requer que seja recebida e processada, a presente apelação, e remetida com as inclusas razões, ao Egrégio Tribunal de Justiça.
Termos em que pede e espera deferimento.
Cidade, xx de xx de xxxx.
Advogado                                                     Advogado
OAB/UF xxxx                                              OAB/UF xxxx
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO XXXXX
RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO
PROCESSO N° XXXXXXX
AÇÃO: Ação Penal
JUIZO DE ORIGEM: MINISTERIO PÚBLICO
PROMOVIDO: FERNANDO
FERNANDO, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, por seu procurador abaixo assinado, respeitosamente, perante VOSSA EXCELÊNCIA, apresentar Razões do Recurso de Apelação em face da sentença condenatória proferida nos autos deste processo criminal sobre a qual paira irresignação pelos motivos que passa a expor de fato e de direito.
No caso em tela, é necessária a reforma da r. Sentença, conforme se verá a seguir.
I. SÍNTESE DO PROCESSO
Na situação fática ora em análise, o réu foi denunciado como incurso no artigo 121, § 2º, II do Código Penal . No Plenário, uma das teses para defesa de Fernando foi a ausência do animus necandi, isto é, ausência de dolo por parte do denunciado.
Terminados os debates e dando início aos votos, os jurados por maioria destes rejeitaram todos os quesitos formulados pela defesa, sendo certo que não foi formulado quesito acerca da referida tese defensiva, ou seja, não houve nenhum quesito sobre a inexistência de dolo do acusado em sua ação.
Fernando foi condenado a cumprir a pena de 12 anos de reclusão em regime fechado.
II. DO DIREITO 
A ausência do dolo deve ser considerada para avaliação do presente caso, pois nitidamente o acusado não teve qualquer intenção de cometer o ato ilícito.
Segundo a lição de Guilherme Nucci:
Elemento subjetivo: é o Dolo. Exige-se elemento subjetivo do tipo específico, consistente no ânimo de associação, de caráter duradouro e estável;(NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. São Paulo: Editora RT, 2006, p.785.)
A condenação interposta ao apelante não merece prosperar. O denunciado foi acusado nos termos dos artigos 29 e 121, § 2º, II, do Código Penal, porém, conforme verificado acima, um dos quesitos de defesa não foi formulado aos Jurados. Sendo assim, pode-se dizer com toda a certeza que a defesa do acusado restou prejudicada.
O tipo de pena, neste caso, exige a presença do dolo para sua configuração, pois: 
É o meio da análise do Animus agendi que se consegue identificar e qualificar a atividade comportamental do agente. Somente conhecendo e identificando a intenção __ vontade e consciência __ deste se poderá classificar um comportamento como típico. (...)Para a configuração do dolo exige-se a consciência daquilo que se pretende praticar, no caso do homicídio, matar alguém, isto é, suprimir-lhe a vida. Essa consciência deve ser atual, isto é, deve estar presente no momento da ação, quando ela está sendo realizada.” (BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Geral 2. 24 edi. Saraiva, 2018. Versão ebook p.1663).
Ademais, como dispõe o artigo 593, III, a, do CPP e a Súmula 156 do STF, cabe apelação da decisão do Tribunal do Júri quando ocorrer nulidade posterior à denúncia, que é o caso em tela, pois não houve quesitação obrigatória sobre a desclassificação do homicídio doloso para culposo, tese apresentada no Plenário pela ausência de animus necandido apelante.
Nossa jurisprudência assim se manifesta:
JÚRI. AGLUTINAÇÃO DE QUESITOS. AUSÊNCIA DE QUESITO OBRIGATÓRIO. NULIDADE DECLARADA. Como destacou o Procurador de Justiça, cujo parecer é acolhido pela Câmara, após analisar o pedido de nulidade formulado pela Defesa: "Assim, diante de falta de quesito obrigatória, eis que houve aglutinação indevida, tendo atentado Juíza Presidente contra os comandos legais do art. 483, I e II, do CPP, deve ser anulado o julgamento, por ocorrência de nulidade - absoluta - posterior à pronúncia (art. 593, III, a, do CPP), devendo outro ser realizado, forte no entendimento da Súmula 156 do STF." DECISÃO: Apelo defensivo provido. Unânime. (Apelação Crime Nº 70055780050, Primeira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sylvio Baptista Neto, Julgado em 16/10/2013) (TJ-RS - ACR: 70055780050 RS, Relator: Sylvio Baptista Neto, Data de Julgamento: 16/10/2013, Primeira Câmara Criminal, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 31/10/2013)
Tais elementos caracterizam facilmente que o acusado não teve qualquer conduta volitiva direcionada à ilicitude, mas, pelo contrário: teve uma errada percepção da realidade, incorrendo erroneamente nas condutas mencionadas. 
Por fim, em razão da nulidade absoluta devido à falta de elaboração de quesito obrigatório sobre a inexistência de dolo, requer seja declarado nulo o julgamento, sendo o apelante submetido a novo Júri.
III. DO PEDIDO
Pelo exposto, requer seja dado provimento ao recurso interposto, com fundamento no artigo 593, III, a do CPP e Súmula 156 do STF, para que o julgamento do Tribunal do Júri seja anulado, tendo em vista a ausência de elaboração de quesito obrigatório, sendo o apelado submetido a novo júri, como medida de justiça.
Termos em que pede Deferimento
Local, 17 de abril de 2017.
Advogado
OAB/UF nº

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