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: Características Físicas e Químicas da urina Prof.ª Msc. Camila Amato Montalbano Doutoranda do Programa de Pós- Graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias- UFMS Urinálise Sequência de uma amostra de urina: Solicitação Médica Orientação Coleta Entrega da Amostra Armazenamento Realização das Análises Liberação dos Resultados Urinálise Etapa pré-analítica: responsável por 70% dos erros Orientações ao cliente/paciente; Coleta da amostra: - tipo de amostra; - orientações de coleta; - frasco de coleta. Aceitabilidade da amostra; Estabilidade da amostra; Uso de preservantes; Armazenamento da amostra. Urinálise Etapa Pré-Analítica Critérios de Aceitabilidade da amostra: volume insuficiente; contaminação visível; preservação inadequada; - identificação incorreta; - frasco de coleta inadequado. Urinálise Exame de Urina (EAS, Tipo I) Material de Coleta e Preparo Padronizado EAS ou URINA TIPO I O EAS é o exame de urina tipo I Através da coleta de 40-50 ml de urina Solicita-se que se use a primeira urina da manhã, desprezando o primeiro jato. Esta pequena quantidade de urina desprezada serve para eliminar as impurezas que possam estar na uretra. URINA TIPO I O Exame de urina tipo 1 é divido em duas partes: a primeira é feita através de reações químicas e a segunda por visualização de gotas da urina pelo microscópio (sedimentoscopia). Na primeira parte mergulha-se uma fita na urina. Cada fita possuiu vários quadradinhos coloridos compostos por substâncias químicas que reagem com determinados elementos da urina. EAS Após 1 minuto, compara-se a cores dos quadradinhos com uma tabela de referência. Através destas reações pode-se detectar a presença e a quantidade dos seguintes dados da urina: - Densidade - pH - Glicose - Proteínas - Hemácias - Leucócitos - Cetonas - Urobilinogênio e bilirrubina - Nitrito - Cristais - Células epiteliais e cilindros EAS Os resultados da fita são qualitativos: a fita identifica a presença dessas substâncias citadas, mas a quantificação é apenas aproximada. O resultado é normalmente fornecido em uma graduação de cruzes de 1 a 4. Características Físicas VOLUME O determinante principal do volume urinário é a ingestão hídrica. O volume varia também com a perda de fluídos por fontes não renais (ex. transpiração), variação na secreção do hormônio antidiurético e necessidade de excretar grandes quantidades de soluto. Características Físicas VOLUME Alterações no volume: Poliúria: aumento do volume urinário (DM, glomerulonefrite, uso de diuréticos, álcool,...) Oligúria: diminuição do volume urinário (desidratação, vômitos, diarréias, transpiração, queimaduras graves, ...) Características Físicas VOLUME Alterações no volume: Anúria: volume inferior a 50 ml em 24 h (obstrução das vias excretoras urinárias, lesão renal grave ou diminuição do fluxo sanguíneo para os rins – IRA) Características Físicas COLORAÇÃO A cor da urina é devido a um pigmento denominado urocromo, que é um produto do metabolismo endógeno, produzido em velocidade constante. A coloração indica de forma grosseira, o grau de hidratação e o grau de concentração de solutos. Características Físicas COLORAÇÃO Procedimento: observar macroscopicamente a coloração da urina. Cores: incolor, palha, amarelo-citrino, amarela-escura, âmbar, laranja, amarelo-esverdeada, marrom-amarelada, verde, azul-esverdeada, rosada, vermelha, marrom, preta. Características Físicas COLORAÇÃO Condições que alteram a coloração da urina: presença anormal de bilirrubina : amarelo- escuro ou âmbar; doenças hepáticas : amarelo-esverdeado, castanho ou esverdeado; urina com hemáceas: vermelho; medicamentos: laranja, vermelha, castanho, verde. 16 Análise Física Cor: Amarela (Claro – Escuro) Amarela Vermelha Características Físicas Características Físicas ASPECTO Refere-se a transparência da amostra de urina. A urina normal, recém eliminada geralmente é límpida, podendo apresentar certa opacidade devido a precipitação de cristais , presença de filamentos de muco e células epiteliais na urina de mulher. 18 Características Físicas ASPECTO Procedimento: observar visualmente a amostra homogeinizada; Aspecto da urina: limpo, ligeiramente turvo, turvo e acentuadamente turvo; Substâncias que provocam turvação: cristais, leucócitos, hemáceas, bactérias, sêmen, células epiteliais e muco. 19 Análise Física Aspecto Transparente Opaca Turva Características Físicas Análise Física Odor: “sui generis” Características Físicas Análise Física Densidade: 1,010 a 1,035 Características Físicas Características Físicas DENSIDADE Avalia a capacidade de reabsorção renal; O volume de urina excretada , e sua concentração de solutos variam nos rins, para a manutenção da homeostase dos fluidos corporais e eletrolítico; O valor da densidade medida na amostra é influenciado pelo número de partículas químicas dissolvidas bem como pelo tamanho das mesmas. 23 Características Físicas DENSIDADE Procedimento: fitas reagente, refratômetro, e o urinomêtro (hidrômetro); Valor normal: 1005 a 1035; Alterações na densidade: A densidade depende do grau de hidratação do paciente Observa-se também um aumento no valor em pacientes que estejam recebendo fluídos intravenosos de elevado peso molecular, proteinúria e glicosúria. 24 Características Químicas REAÇÃO DE pH A determinação do pH urinário é importante por ajudar a detectar possíveis distúrbios eletrolíticos sistêmicos de origem metabólica ou respiratória, também pode indicar algum distúrbio resultante da incapacidade renal de produzir ou reabsorver ácidos ou bases; 25 Características Químicas REAÇÃO DE pH O controle do pH é feito principalmente da dieta, embora possam ser usados alguns medicamentos; O conhecimento do pH urinário, é importante também na identificação dos cristais observados durante o exame microscópico do sedimento urinário. 26 Características Químicas REAÇÃO DE pH Valores : 4,5 a 7,0 Interferentes: o crescimento bacteriano em uma amostra, pode tornar o pH alcalino, devido ao fato da uréia ser convertida em amônio. 27 Características Químicas REAÇÃO DE pH Urinas ácidas: dietas rica em proteínas, acidose metabólica ou respiratória, alguns medicamentos. Urinas alcalinas: dieta rica em frutas e verduras, ingestão de medicamentos com caráter alcalino, após vômitos repetitivos, alcalose metabólica ou respiratória. 28 Características Químicas PROTEÍNA A urina normal contém quantidades muito pequena de proteínas, em geral, menos de 10 mg/dl. Esta excreção consiste principalmente de proteínas séricas de baixo PM (albumina) e proteínas produzidas no trato urogenital; 29 Características Químicas PROTEÍNA Ausência = menos que 10 mg/dL (valor normal) Traços = entre 10 e 30 mg/dL 1+ = 30 mg/dl 2+ = 40 a 100 mg/dL 3+ = 150 a 350 mg/dL 4+ = Maior que 500 mg/dL 30 Características Químicas PROTEÍNA Procedimento: o teste com fita reagente é sensível a albumina, e o teste de precipitação ácida é sensível a todas as proteínas; Resultado: negativo, traços ( +1, +2, +3 ); Proteinúria: lesão da membrana glomerular (complexos imunes, agentes tóxicos), distúrbios que afetam a reabsorção tubular das proteínas filtradas, mieloma múltiplo, hemorragia, febre, fase aguda de várias doenças. 31 Características Químicas PROTEÍNA Método Confirmatório: MÉTODO ÁCIDO SULFOSSALICÍLICO 1,0 ml de urina limpa + 4 gts ácido sulfossalicílico a 3%: quando positivo, haverá turvação do líquido diretamente proporcional a quantidade de proteína na urina. 32 Características Químicas PROTEÍNA PESQUISA DE PROTEÍNA DE BENCE JONES pessoas com mieloma múltiplo apresentam um aumento dos níveis séricos desta proteínas. É um distúrbio proliferativo dos plasmócitos produtores de imunoglobulinas. podem ser identificadas pelo fato de se precipitarem quando a mesma é aquecida à 40 ou 60 °C, dissolvendo-se quando a temperatura atinge 100°C.33 Características Químicas GLICOSE Quase toda a glicose filtrada pelos glomérulos é reabsorvida no túbulo contorcido proximal, portanto, a urina contém quantidades mínimas de glicose; No DM, o nível de glicose se elevam demais, aparecendo na urina; O nível sangüíneo em que cessa a reabsorção tubular é chamado “limiar renal”, sendo de 160 a 180 mg/dl. 34 Características Químicas GLICOSE Procedimento: o teste com fita reagente é baseado na glicose-oxidase e cdromogênio; Resultado: negativo, traços ( +1, +2, +3 ); Glicosúria: usados para rastrear diabetes, confirmar um diagnóstico de diabetes e monitorizar o grau de controle diabético. 35 Características Químicas GLICOSE Método Confirmatório: REATIVO DE BENEDICT Colocar 1,0 ml de reativo de Benedict em um tubo de ensaio e adicionar 0,1 ml de urina. Ferver e, caso a urina contenha glicose, processsar-se-á mudança de cor do reativo – solução azul (límpida), esverdeado, amarelado ou precipitado vermelho. 36 Características Químicas BILIRRUBINA A presença de bilirrubina na urina pode ser a primeira indicação de hepatopatia e, muitas vezes é detectada bem antes do desenvolvimento da icterícia; A bilirrubina permite fazer a detecção precoce de hepatite, cirrose, doenças da vesícula biliar e câncer; 37 Características Químicas BILIRRUBINA A urina normal não apresenta bilirrubina. É oriunda do metabolismo da hemoglobina. A hemácia é destruída no baço e no fígado. A Hb liberada é decomposta em ferro, proteína e protoporfirina. A bilirrubina é observada quando a bilirrubinemia se acha acima de 2 mg/dl, à custa da bilirrubina conjugada, e pode ser notada antes da coloração amarela da pele e mucosas. 38 Características Químicas BILIRRUBINA Tiras Reagentes: produz coloração marrom- Avermelhada. Método Confirmatório: REAÇÃO DE FOUCHET Baseado oxidação da bilirrubina a biliverdina pelo cloreto férrico dissolvido em ácido tricloracético. 39 Características Químicas CETONAS Englobam três produtos intermediários do metabolismo das gorduras : acetona (2%), ácido acetoacético (20%) e ácido beta- hidroxibutírico (78%); Normalmente, não aparecem quantidades mensuráveis de cetona na urina, pois toda a gordura metabolizada é completamente degradada e convertida em dióxido de carbono e água; 40 Características Químicas CETONAS Quando o metabolismo do carboidrato é alterado, uma quantidade excessiva de cetonas é formada (acidose), porque a gordura torna-se o combustível corporal predominante, em vez dos carboidratos; A presença de cetonúria indica: deficiência no tratamento com insulina no DM; necessidade de regular a sua dosagem insulina; desequilíbrio eletrolítico (desidratação). 41 Características Químicas NITRITO Útil na detecção da infecção inicial da bexiga (cistite), pois muitas vezes os pacientes são assintomáticos; Pode evoluir pielonefrite, que acarreta lesão dos tecidos renais, hipertensão e até mesmo septicemia. 42 Características Químicas NITRITO Pode ser usado para: avaliar o sucesso da antibioticoterapia; para acompanhar periodicamente as pessoas que tem infecção recorrentes, diabéticos e mulheres grávidas, que são considerados de alto risco para infecção urinária. 43 Características Químicas NITRITO Fundamento da prova: capacidade que certas bactérias têm de reduzir o nitrato, convertendo em nitrito; 44 Características Químicas UROBILINOGÊNIO Assim como a bilirrubina, o urobilinogênio é um pigmento biliar resultante da degradação da hemoglobina; Parte do urobilinogênio formado no intestino é excretada como componente das fezes, onde é oxidada em urobilina; outra parte é absorvida na corrente sangüínea portal e transportada para o fígado, onde é metabolizada e excretada nos rins. 45 Características Químicas BILIRRUBINA Método Confirmatório: REAÇÃO DE EHRLICH Tira reagente: produz coloração marrom- avermelhada; Colocar 100μl de urina em um tubo de ensaio, adicionar 100μl do reativo. Adicionar 200μl da solução saturada de acetato de sódio e misturar. O desenvolvimento da coloração rósea indica a presença de urobilinogênio. 46 Características Químicas BILIRRUBINA Método Confirmatório: REAÇÃO DE EHRLICH Tira reagente: produz coloração marrom- avermelhada; Colocar 100μl de urina em um tubo de ensaio, adicionar 100μl do reativo. Adicionar 200μl da solução saturada de acetato de sódio e misturar. O desenvolvimento da coloração rósea indica a presença de urobilinogênio. 47 Leucócitos no exame de urina: sua presença indica que há inflamação nas vias urinárias. Sugere infecção urinária, mas presente em várias outras situações: traumas, uso de substâncias irritantes. Hemácias na urina: quantidade de hemácias na urina é desprezível e não consegue ser detectada pelo exame da fita. O normal é haver ausência de hemácias. Além do teste da fita, realiza-se também a sedimentoscopia (exame microscópico). Hematúria: pode indicar infecções, cálculos renais e doenças renais graves. Cristais no exame de urina: A presença de cristais na urina, principalmente de oxalato de cálcio, não tem nenhuma importância clínica. Sua presença indica uma maior propensão à formação de cálculos renais. Células epiteliais e cilindros no exame de urina: A presença de células epiteliais é normal. São as próprias células do trato urinário que descamam. Só têm valor quando se agrupam em forma de cilindro (cilindros epiteliais). Creatinina Nossos músculos precisam de energia para exercer suas funções. O “combustível” que gera esta energia é uma proteína chamada creatina fosfato, sintetizada a partir das proteínas da nossa alimentação. A creatina fosfato é produzida no fígado e posteriormente armazenada nos músculos. A nossa musculatura está permanentemente em atividade, mesmo quando estamos em repouso. Isto significa que estamos o tempo inteiro consumindo creatina fosfato. A creatinina é uma espécie de lixo metabólico resultante deste consumo constante. Após a sua geração, a creatinina é lançada na corrente sanguínea, sendo eliminada do corpo na urina, através dos rins. Resumindo este ciclo: – proteínas ingeridas na dieta »» produção de creatina fosfato pelo fígado »» consumo da creatina fosfato pelos músculos para geração de energia »» produção de creatinina »» eliminação da creatinina pelos rins. Creatinina Se o paciente mantém sua massa muscular mais ou menos estável, mas apresenta um aumento dos níveis de creatinina sanguínea, isso é um forte sinal de que o seu processo de eliminação do corpo está comprometido, ou seja, os rins estão com algum problema para excretá-la. Se os rins não estão conseguindo eliminar a creatinina produzida diariamente pelos músculos, eles provavelmente também estarão tendo problemas para eliminar diversas outras substâncias do nosso metabolismo, incluindo toxinas. Portanto, um aumento da concentração de creatinina no sangue é um sinal de insuficiência renal. Clearence de creatinina A creatinina não é parâmetro suficiente para definir a função renal. Assim é importante realizar o cálculo de clearence de creatina ou TGF (Taxa de filtração glomerular), para saber se o rim esta filtrando diariamente a quantidade exata. U mg/dL Vol. 24 h (mL) 1,73 Mililitros de plasma depurados por minuto = ------------- x -------------------x------------ S mg/dL 1440 minutos sup. corp Depuração da Creatinina Onde: U = creatinina na urina (mg/dL) S = creatinina no soro (mg/dL) Volume 24 h = volume urinário de 24 horas 1440 são os minutos presentes em 24 horas Sup. Corp.= superfície corporal (usa- se o normograma de superfície corporal através da altura e peso do paciente Cretinina Valores de referência sangue crianças de 1 a 5 anos: 0,3-0,5mg/dL crianças de 5 a 10 anos: 0,5-0,8mg/dL adultos do sexo masculino: 0,7-1,2mg/dL adultos do sexo feminino: 0,5-1,1mg/dL Valorde referência Urina 800 a 1.800 mg/24 h (34 a 75 mg/hora) Exemplo: Creatinina na urina: 62 mg/dL Creatinina no soro: 1,37 mg/dL Volume de 24 horas: 1872 mL Peso do paciente: 59 quilogramas Altura do paciente: 172 centímetros Superfície corporal (através do normograma): 1,70 m2 62 mg/dL X 1872 mL X 1,73 Depuração da creatinina = ----------------------------------- = 59,87 mL/minuto 1,37 mg/dL X1440 min X1,70 EAS (urina tipo I) normal: EAS (urina tipo I) normal: COR ---- amarelo citrino ASPECTO ---- límpido DENSIDADE ---- 1.015 PH ---- 5,0 EXAME QUÍMICO Glicose ---- ausente Proteínas ---- ausente Cetona ---- ausente Bilirrubina ---- ausente Urobilinogênio ---- ausente Leucócitos ---- ausente Hemoglobina ---- ausente Nitrito ---- negativo MICROSCOPIA DO SEDIMENTO (sedimentoscopia) Células epiteliais ---- algumas Leucócitos ---- 5 por campo Hemácias ---- 3 por campo Muco ---- ausente Bactérias ---- ausentes Cristais ---- ausentes Cilindros ---- ausentes OBRIGADA!!!!!! montalbano.c@hotmail.com
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