Buscar

1 peça direito do trabalho

Prévia do material em texto

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E JURÍDICA – FACMED
FACULDADE DO BICO – FABIC
Rua Planalto, s/n° - Setor Central |CEP: 77.960-000 Augustinópolis – TO (63) 3456-1630|
www.fabic.edu.br
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE ARAGUAÍNA, ESTADO DO TOCANTINS.
 MARCELO RAMON, nacionalidade______, estado civil______, auxiliar administrativo, portador da identidade nº _____, inscrito no CPF sob nº ___, residente e domiciliado na Rua____, bairro_____, na cidade de Araguaína, Estado do Tocantins, CEP____, assistido pelo NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA DA FACULDADE DO BICO, representado pela Professora Orientadora que esta subscreve, com endereço profissional situado na rua Planalto, s/n° - Setor Central CEP: 77.960-000 Augustinópolis – TO, onde receberá as intimações e notificações pertinentes, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 840 da CLT, PROPOR: 
 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
Em face da Cooperativa V. L. M. Ltda LTDA, situada na Rua________, nº ___, no bairro ________na Cidade de Araguína, Estado do Tocantins, CEP _____, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
I. MÉRITO
1. CONTRATO DE TRABALHO
 O Reclamante foi admitido em 05 de fevereiro de 2011, para laborar na função de auxiliar administrativo. O contrato de trabalho vigorou até 12 de novembro de 2018, data em que fora dispensado sem justa causa pelo Reclamado.
Como última remuneração percebeu a importância de R$ 1.700,00 (um mil e setecentos reais).
2. SALÁRIO IN NATURA
O Reclamado oferecia mensalmente, em favor do reclamante, durante todo o período de duração do contrato de trabalho, o benefício de utilizar, para fins particulares, um carro GOL, modelo do ano, o valor aproximado do aluguel mensal era de RS 500,00, os quais nunca foram considerados no cálculo dos demais direitos trabalhistas. O fornecimento do veículo visava apenas que o reclamante tivesse mais conforto, sendo desnecessário para a realização de suas tarefas na empresa. Nos termos do artigo 458, caput, da CLT, as utilidades fornecidas ao empregado pelo empregador, pelos serviços prestados, de forma habitual, gratuita, que não tenham caráter nocivo e que a lei não lhes retira a natureza salarial, possuem natureza salarial, devendo integrar o seu salário para fins de projeções legais.        
Diante do exposto, requer a integração ao salário do Reclamante dos valores correspondente ao aluguel do veículo fornecido pela Reclamada para fins de reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas de 1/3 e FGTS (depósitos e multa de 40%) e, que a utilidade seja anotada na CTPS do reclamante, nos termos do art. 29 da CLT.
3. HORAS EXTRAS
 O Reclamante demorava 15 minutos caminhando para chegar da portaria até o escritório, momento a partir do qual cumpria integralmente sua jornada de trabalho. Após o trabalho também demora 15 minutos no percurso do local de trabalho até a portaria. 
Nos termos da súmula 429 do TST considera-se tempo à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários, como ocorre com o Reclamante.
 Nos termos do art. 58, § 1°, da CLT e súmula 366 do TST o legislador estabeleceu uma tolerância de apenas 5 minutos antes e 5 minutos após o início e término da jornada de trabalho. Ultrapassado este limite, o excedente é devido como horas extras. Assim, os quinze minutos despendidos na chegada e depois os quinze minutos despendidos na saída devem ser computados na jornada de trabalho do Reclamante, lhe sendo garantidas como horas extras as excedentes ao limite de 8 horas diárias e 44 horas semanais (art. 70, XIII, CF e art. 58, CLT).
Diante do exposto, requer que os 30 minutos diários sejam considerados na jornada de trabalho e a Reclamada seja condenada a pagar as horas extras, assim consideradas as excedentes às 8ª e 44º horas semanais acrescidas no adicional de 50%, (art. 70, XVI, CF e art. 59, §1°, da CLT) e, reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em DSR, aviso prévio, décimos terceiros salários integrais e proporcionais , férias acrescidas do terço constitucional integrais e proporcionais e FGTS (depósitos e multa de 40%.).
4. DO INTERVALO INTERJORNADAS E O DESCANSO SEMANAL REMUNERADO
O Reclamante informa que, em virtude dos balanços quinzenais realizados na empresa, a cada duas semanas trabalhava aos sábados das 18h às 22h, computando-se 15 minutos entre a portaria e o local de trabalho. Às segundas-feiras iniciava sua jornada de trabalho normalmente, às 8h chegando à empresa às 07h45.
Nos termos do art. 66 da CLT entre 2 (duas) jornadas de trabalho deverá haver um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso e conforme estabelecem os artigos 70, XV da CF, art. 67 da CLT e 1° da Lei 605/49 será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, preferencialmente aos domingos. O reclamante tinha direito a 35 horas de intervalo entre a jornada de trabalho de sábado e a de segunda, uma vez que entre elas estava o repouso semanal remunerado. Este intervalo não foi observado.
5. DA SUBSTITUIÇÃO EM VIRTUDE DE FÉRIAS
O reclamante substituiu sua supervisora Maria Alves, no período de suas férias, sem receber nada a mais por isso. No entanto, a supervisora recebia um adicional de 40% ao seu salário em razão de sua função gerencial.
Nos moldes da Súmula 159 do TST, item I, enquanto perdurar a substituição que não tenha caráter meramente eventual, inclusive nas férias, o empregado substituto fará jus ao salário contratual do substituído.
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento das diferenças salariais, correspondente à diferença entre o salário do reclamante e o da supervisora, relativas ao mês em que ocorreu a substituição.
6. DA TRANSFERÊNCIA TEMPORÁRIA
O reclamante informa que o empregador resolveu abrir uma filial do escritório na cidade de Goiânia/GO, transferindo-o pelo lapso temporal de 1 mês para tal localidade, a fim de que treinasse os novos funcionários, conforme estava previsto em seu contrato. O reclamante não recebeu qualquer adicional para tanto.
Nos termos do art. 469, § 3o, da CLT e da OJ 113 da SDI-1 do TST, tratando-se de transferência provisória, ainda que exista no contrato cláusula expressa de transferência, o empregador ficará obrigado a pagar um adicional nunca inferior a 25% do salário que o empregado recebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento do respectivo adicional referente ao período em que perdurou a transferência, bem como de seus reflexos nas verbas contratuais e resilitórias.
7. VERBAS RESCISÓRIAS
O reclamante foi admitido em 05 de fevereiro de 2011 e demitido sem justa causa, no dia 12 de novembro de 2018, com aviso prévio indenizado, sem receber qualquer rescisória. Diante disso, requer a condenação da reclamada ao pagamento de todas as verbas rescisórias próprias da extinção do contrato de trabalho sem justa causa, que compreendem: saldo de salário, aviso prévio (30 dias), 13o salário (6/12) e férias proporcionais acrescidas de 1/3 (6/12) e multa de 40% do FGTS. Ademais, requer ainda a anotação da extinção na CTPS para levantamento do FGTS e requerimento do seguro-desemprego considerando o aviso prévio indenizado (art. 29, § 2o , “c”, da CLT e OJ 82 da SDI-1 do TST).
8. MULTA DO ART. 467 DA CLT
À luz do art. 467 da CLT, o reclamante requer que o pagamento das verbas incontroversas seja realizado em primeira audiência, sob pena da incidência de multa de 50% sobre o valor correspondente.
9. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Requer a condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios, no importe de 15%, sobre o valor que resultar da liquidação, nos termos do art. 791-A da CLT.
DIANTE DO EXPOSTO, REQUER:
a) a integração ao salário do reclamante dosvalores correspondentes ao aluguel do veículo fornecido pela reclamada para fins de seus reflexos;
b) a condenação da reclamada ao pagamento das horas extras, assim consideradas as excedentes, acrescidas do adicional de 50%, nos termos do art. 7º, XVI, da CF e do art. 59, § 1º, da CLT, bem como reflexos nas verbas contratuais e resilitórias;
c) a condenação da reclamada ao pagamento do período suprimido, ou seja, de 45 minutos diários, acrescidos de 50%
d) a condenação da reclamada ao pagamento das diferenças salariais, correspondente à diferença entre o salário do reclamante e o da supervisora, relativas aos meses em que ocorreu a substituição
e) a condenação da reclamada ao pagamento do respectivo adicional de transferência referente ao período em que perdurou a transferência, bem como de seus reflexos;
f) a condenação da reclamada ao pagamento de todas as verbas rescisórias próprias da extinção do contrato de trabalho sem justa causa. Baixa da CTPS;
g) multas dos arts. 467 e 477, § 8o , da CLT;
h) honorários advocatícios.
 II – REQUERIMENTOS FINAIS 
Diante do exposto, requer:
 a) a notificação da reclamada para oferecer resposta à reclamação trabalhista, sob consequência de revelia e confissão quanto à matéria de fato;
 b) a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a prova documental, o depoimento pessoal e a oitiva de testemunhas;
 c) por fim, a procedência dos pedidos com a condenação da reclamada ao pagamento das verbas pleiteadas, acrescidas de juros e correção monetária.
VALOR DA CAUSA
Dá-se - à causa, o valor de 40 salários mínimos.
Nestes termos,
Pede deferimento
Augustinópolis-TO, 06 de outubro de 2020.
 
___________________________ _______________________________
 Drª.Ana Cristina Magalhães Moraes JHONNY WEBERTH SILVABARROS
 Professora Orientadora Estagiário
 OAB/xxxxxxx

Continue navegando