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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAMILIA DA COMARCA DE CAMPO GRANDE/MS Autos nº ... Hugo, brasileiro, convivente, funcionário público aposentado, portador da RG nº 1648699 - SEJUSP/MS, residente na Rua dos Arcos, Nº 55, Bairro Jardim dos Estados, nessa cidade, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, por intermédio de sua advogada, na presente ação de RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL onde figura como requerente Maria Antônia, oferecer, no prazo legal, a presente CONTESTAÇÃO, aduzindo o quanto segue: PRELIMINARMENTE: DA INÉPCIA DA INICIAL Antes de se adentrar ao mérito da ação, cumpre a Requerente deixar claro a este Douto Juízo, que a peça vestibular mostra-se evidentemente inepta, merecendo, pois, ser indeferida, de plano, com a conseqüente extinção do feito. Faz-se mister destacar que a exordial carece de alguns requisitos da petição inicial, quais sejam, fundamentos jurídicos do pedido e o pedido, com as suas especificações, devendo desta forma ser indeferida. Ora, essas formalidades são necessárias e constituem requisitos da petição inicial, inteligência do artigo 282, incisos III e IV, do Código de Processo Civil, in verbis: “Art. 282. A petição inicial indicará: III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV – o pedido, com suas especificações;” O parágrafo único do artigo 295 do Código de Processo Civil, ao analisar a inépcia da inicial, deixa claro que a mesma é verificada quando: “Art. 295. A petição inicial será indeferida: I – quando for inepta; (...) Parágrafo único – Considera-se inepta a petição inicial quando: I – lhe faltar pedido ou causa de pedir; II – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; III – o pedido for juridicamente impossível; IV – contiver pedidos incompatíveis entre si.” Assim, a presente ação merece ser extinta, sem julgamento do mérito, de conformidade com os artigos 295, I, parágrafo único, I, 282, III e IV e o artigo 267, I, todos do Código de Processo Civil. Com efeito, o artigo 282 do CPC estabelece os requisitos indispensáveis a petição inicial, constando expressamente no inciso III, que a peça vestibular deverá conter os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido e no inciso IV, que a exordial indicará o pedido com suas especificações. Como exposta a peça vestibular, merece ser considerada inepta, com o conseqüente indeferimento da mesma e a extinção do processo sem o julgamento do mérito. Diga-se de passagem que não há mais possibilidade de, neste momento processual, ser permitido a parte Autora o aditamento da inicial, na medida que operou-se a preclusão e pelo fato de que o Requerido já foi citada, inclusive, neste ato, oferta sua defesa. Admitir-se o aditamento a inicial neste momento, principalmente para fins de atender ao acima indicado, poderá ocasionar cerceamento de defesa a Requerida na medida em que já se manifestou sobre os fatos deduzidos na inicial. Destarte, diante dos argumentos acima deduzidos, a única solução para o presente caso é a decretação de inépcia da petição inicial, indeferindo-se a peça vestibular, com a conseqüente extinção do feito sem o julgamento do mérito, condenando-se a parte autora nos ônus de sua sucumbência.. A bem da verdade, o requerido durante a união estável, sempre cumpriu com seus deveres, e se a mesma teve seu exício, tal fato deve ser creditado a gênio irascível da autora, a qual deu causa a ruptura da vínculo. Ao que reluz, a pretensão da autora com o pedido deduzido é o de extorquir numerário do requerido, intentona, que assoma desassisada e deverá repelida pelo juízo. DO MÉRITO: Caso a preliminar argüida não seja acolhida por este D. Juízo, o que se admite apenas por amor a argumentação, ainda assim a presente ação não merece prosperar quanto ao mérito. Deste modo a Requerida passa a impugnação especificada dos termos da inicial, consignando-se a improcedência dos pedidos. Primeiramente denota-se que as partes litigantes mantiveram um relacionamento com a intensão de constituir uma família, desde 2010, quando conheceram-se e passaram a namorar. Sendo assim, já no longínquo ano de 2014, as partes litigantes acharam por bem, adquirir uma pequena fazenda no Município de Rochedo/MS e registraram em nome de HUGO. Com isso, os Requerentes não medindo esforços e compraram a fazenda. Assim, não pode a requerente neste momento agir de má-fé, e tentar estabelecer que o requerido, não possui nenhum direito sob o imóvel que as partes compraram juntos. E por outro norte, a Autora também não deveria alegar que, somente ela que comprou a referida fazenda, pois todos estes anos o Requerido, foi um companheiro dedico à família, por este motivo ambos tem direitos a partilha dos bens que adquiriram e construíram juntos. O artigo 5º da Lei nº 9.278/96 estabeleceu entre os companheiros a presunção da colaboração comum quanto aos bens adquiridos onerosamente na constância da união estável. Esta a redação do dispositivo citado: Art. 5° Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na constância da união estável e a título oneroso, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum, passando a pertencer a ambos, em condomínio e em partes iguais, salvo estipulação contrária em contrato escrito. Entrementes, por vislumbrar-se, ainda, que remotamente a possibilidade de composição da lide (mediante transações recíprocas), entende, oportuno, a designação de audiência de tentativa de conversão de rito (de litigioso para consensual). PEDIDOS ISTO POSTO, explicitado e alinhavado o quantum satis, oferece para a seleta e dilúcida consideração de Vossa Excelência, os seguintes REQUERIMENTOS: I - DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA PRÉVIA. Designe Vossa Excelência, se assim entender por bem, audiência de tentativa de composição amigável da lide, intimando-se, as partes e seus procuradores, postergando-se, para data futura a instrução da demanda, a qual somente se fará necessária e imprescindível, se não ocorrer a transação buscada entabular. II - ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA Conceda Vossa Excelência, ao requerido o benefício da justiça de graça, eis constituir-se em pessoa pobre, firmando para tanto, no próprio instrumento de mandado, declaração de pobreza, sob as pena da lei. III - MEIOS DE PROVA Além do Depoimento Pessoal da requerente, que desde já requer sob pena de confissão quanto a matéria de fato, aqui articulada, protesta pela inquirição da seguinte testemunha IV - MINISTÉRIO PÚBLICO Intimação para todos os atos relevantes que comportar o feito do ilustre representante do Ministério Público na pessoa do Doutor Promotor de Justiça que oficia nessa Vara. V - PEDIDO FINAL Ao final, requer a Vossa Excelência, a total improcedência da presente ação de dissolução de união estável, forte nos motivos retro esposados, seja processada a partilha dos bens móveis que guarnecem o lar, bem como da fazenda adquirida conjuntamente. Nesses Termos Pede Deferimento. Campo Grande, 29 de agosto de 2018. Advogada... OAB...
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