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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/320341629 Importância ecológica e econômica da Bacia de Campos: ambiente transicional na margem continental do Oceano Atlântico Sudoeste Chapter · January 2017 DOI: 10.1016/B978-85-352-7263-5.50001-1 CITATIONS 6 READS 212 6 authors, including: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Projeto HABITATS – Avaliação da Heterogeneidade Ambiental da Bacia de Campos. Coordenação técnica CENPES/AMA View project Habitat View project Ana Paula Falcão Petróleo Brasileiro S.A. 33 PUBLICATIONS 120 CITATIONS SEE PROFILE Maria Patricia Curbelo-Fernandez Federal University of Rio de Janeiro 27 PUBLICATIONS 83 CITATIONS SEE PROFILE Alexandre Borges Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) 10 PUBLICATIONS 25 CITATIONS SEE PROFILE Renato Parkinson Martins Petróleo Brasileiro S.A. 20 PUBLICATIONS 30 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Maria Patricia Curbelo-Fernandez on 27 June 2018. The user has requested enhancement of the downloaded file. https://www.researchgate.net/publication/320341629_Importancia_ecologica_e_economica_da_Bacia_de_Campos_ambiente_transicional_na_margem_continental_do_Oceano_Atlantico_Sudoeste?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/publication/320341629_Importancia_ecologica_e_economica_da_Bacia_de_Campos_ambiente_transicional_na_margem_continental_do_Oceano_Atlantico_Sudoeste?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf 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AMBieNte tRANSiCiONAL NA MARGeM CONtiNeNtAL DO OCeANO AtLâNtiCO SuDOeSte Ana Paula da Costa Falcão, Maria Patricia Curbelo-Fernandez, Alexandre Luiz Neves Borges, virgínia Lauria Filgueiras, renato oscar Kowsmann e renato Parkinson Martins Falcão, A.P.C., Curbelo-Fernandez, M.P., Borges, A.L.N., Filgueiras, v.L., Kowsmann, r.o., Martins, r.P. 2017. importância ecológica e econômica da Bacia de Campos: ambiente transicional na margem continental do oceano Atlântico sudoeste. in: Curbelo-Fer- nandez, M.P., Braga, A.C., editoras. Ambiente Pelágico: caracterização ambiental regional da Bacia de Campos, Atlântico sudoeste. rio de Janeiro: Elsevier. Habitats, v. 6. p. 1-13. Publicado também nos volumes 3, 4, 5 e 7 desta série. submetido em janeiro 2013. 2 iMPORtâNCiA eCOLóGiCA e eCONôMiCA DA BACiA De CAMPOS iNtRODuÇÃO os principais desafios da Ecologia Marinha atual podem ser sintetizados em três aspectos principais: entender os serviços ecossistêmicos oferecidos pelo ambiente marinho, inventariar a biodiversidade e avaliar os distúrbios que estes ecossistemas podem suportar (Ellis et al., 2011). o entendimento destes aspectos é essencial para nortear os gestores ambientais, tornando funda- mental a geração de informações científicas sobre os padrões e os papéis da biodiversidade nosecos- sistemas (Ellis et al., op.cit.). Apesar de relativamente novas, a utilização de estratégias de gerenciamento ambiental dos ocea- nos baseadas em ecossistemas (Ecosystem-Based Management – EBM) vem aumentando nas últimas déca das (McLeod e Leslie, 2009). Entretanto, ainda são raras as regiões que aplicam plenamente estas estratégias, devido à falta de avaliações científicas e às dificuldades inerentes à implementação, em larga escala, destas estratégias nos complexos sistemas na- turais e socioeconômicos (ruckelshaus et al., 2008). Para a aplicação de técnicas EBM, faz-se neces- sária a delimitação de áreas marinhas. Podemos considerar, para este propósito, as duas aborda- gens que têm sido amplamente utilizadas para fins de gerenciamento costeiro: grandes ecossistemas marinhos e ecorregiões. A definição de um Grande Ecossistema Mari- nho (Large Marine Ecosystem – LME) baseia-se na avaliação de cinco indicadores do ambiente: pro- dutividade do sistema, ictiofauna/pesca, poluição/ saúde ecossistêmica, socioeconomia e, por último, governança (sherman, 1988; sherman, 1993; Juda e Hennessey, 2001; duda e sherman, 2002). A par- tir desses indicadores, as margens continentais oceânicas ao redor do mundo foram segmenta- das em 64 LMEs (sherman et al., 2007). Especifi- camente no caso do oceano Atlântico sudoeste, toda a margem continental foi dividida em quatro LMEs: Plataforma Norte do Brasil, Plataforma Les- te do Brasil, Plataforma sul do Brasil e Plataforma Patagônica (Figura 1), sendo que os três primeiros correspondem à maior parte da Zona Econômica Exclusiva brasileira (ZEE). A segunda abordagem para setorização dos oceanos (spalding et al., 2007) propõe uma nova classificação dividindo o ambiente marinho em 12 reinos, 62 províncias e 232 ecorregiões. Esta divi- são foi baseada em três princípios: base biogeo- gráfica robusta, utilidade para gestão ambiental e parcimônia na divisão. A partir destes critérios, toda a margem continental da América do sul ba- nhada pelo oceano Atlântico sudoeste foi dividi- da em dois reinos (Atlântico tropical e América do sul temperada Quente). Na costa brasileira, estes reinos apresentam-se divididos em três províncias (Plataforma Norte do Brasil, Atlântico sudoeste tropical e Atlântico sudoeste temperado Quente) e em oito ecorre giões (Figura 2). tanto as áreas definidas como LMEs quanto as províncias e ecorregiões apresentam limites ge- ográficos estimados, sendo que, entre áreas adja- centes, são esperadas zonas de transição ou ecóto- nos. Estas áreas possuem características ambientais mistas, normalmente associadas ao aumento dos habitats disponíveis e incremento na biodiversida- de. Apesar das incertezas, comparando-se as duas divisões propostas para zoneamento das margens continentais marinhas mencionadas anteriormente, pôde-se observar que o ponto de inflexão da costa brasileira próximo ao paralelo 23° s (sentido Norte/ sul muda para Leste/oeste) foi considerado em am- bas como uma região de transição. Esta região de transição localiza-se no sudeste brasileiro, na costa do Estado do rio de Janeiro, e coincide com uma porção da Bacia de Campos. Esta bacia encontra-se dividida por áreas pertencentes aos LMEs da Plataforma Leste e da Plataforma sul do Brasil de acordo com a definição de sherman et al. (2007), assim como, também às ecorregiões Leste e sudeste do Brasil, seguindo definição de spalding et al. (2007). BACiA De CAMPOS Contexto físico Bacias sedimentares podem ser definidas co- mo depressões da crosta terrestre preenchidas por rochas sedimentares ou, mais raramente, por QuÍMiCA AMBieNtAL 3 N 80° O 60° O 40° O100° O 40 ° S 20 ° S 0° Plataforma Patagônica Plataforma Sul do Brasil Plataforma Leste do Brasil Plataforma Norte do Brasil Brasil 0 500 2000 milhas 1000 FiGuRA 1. Grandes ecossistemas marinhos que abrangem a margem continental brasileira (Atlântico sudoeste). Modificado de sherman et al., 2007. 4 iMPORtâNCiA eCOLóGiCA e eCONôMiCA DA BACiA De CAMPOS Plataforma Norte do Brasil Galápagos Pacífico Leste Tropical Pacífico Sudeste Temperado Quente Juan Fernandez e Desaventuradas Magelânica Atlântico Sudoeste Temperado Quente Atlântico Noroeste Tropical 0 500 1000 2000 milhas 40 ° S 20 ° S 0° 20 ° N 40° O60° O80° O100° O 76 77 75 74 73 72 180 181 Atlântico Sudoeste Tropical Atlântico Noroeste Temperado Quente N FiGuRA 2. Províncias e ecorregiões da margem continental. Em tons de verde, está representado o reino Atlân- tico tropical e, em tons de azul, o reino denominado América do sul temperada Quente. oito ecorregiões estão apresentadas no mapa: 72 – Amazônia, 73 – ilhas de são Pedro e são Paulo, 74 – Fernando de Noronha e Atol das rocas, 75 – Nordeste brasileiro, 76 – Leste brasileiro, 77 – ilhas de trindade e Martins vaz, 180 – sudeste brasileiro e 181 – rio Grande. Modificado de spalding et al. (2007). QuÍMiCA AMBieNtAL 5 rochas ígneas, que frequentemente podem acu- mular petróleo ou gás. A denominação específica da Bacia sedimentar de Campos surgiu em 1976, com o início da produção marítima de petróleo pela Petrobras, empresa brasileira de energia. Es- ta nomenclatura aplica a denominação de marcos geográficos utilizada pela Geologia, que adota o nome da cidade mais próxima como referência. No presente caso, a Cidade de Campos dos Goytaca- zes foi a referência para nomear a bacia. A Bacia de Campos ocupa a porção Norte do Estado do rio de Janeiro (a partir do Alto de Cabo Frio) e se estende até o sul do Estado do Espírito santo (Alto de vitória), entre as latitudes 21 e 23° s (Figura 3). Compreende desde a planície costeira ao Platô de são Paulo, no limite externo da tectônica salífe- ra, coincidente com o limite entre as crostas conti- nental e oceânica (Zalán et al., 2009). A área total, considerando como seu limite externo a ZEE, é de Santos Potiguar Campos Foz do Amazonas Pará-Maranhão Sergipe-Alagoas Espírito Santo Barreirinhas 45°0'0" O60°0'0" O75°0'0" O 0° 0' 0" 15 °0 '0 " S 30 °0 '0 " S 0 500 1000250 Km DATUM: SIRGAS 2000 N FiGuRA 3. Principais bacias sedimentares petrolíferas da margem continental brasileira. Em vermelho, a Bacia de Campos. 6 iMPORtâNCiA eCOLóGiCA e eCONôMiCA DA BACiA De CAMPOS aproximadamente 100.000 km2, sendo que 70% desta bacia situam-se em profundidades superio- res a 200 m (viana et al., 1998) (Figura 4). A fisiografia da bacia foi estabelecida pela in- teração entre diferentes fatores, tais como: apor- te terrígeno, variações do nível relativo do mar, atuação de correntes de contorno, remobilização de sedimentos, tectônica salífera e sistemas turbi- díticos associados a sistemas fluviais (Almeida e Kows mann, 2015; Kowsmann et al., 2015). Como toda região marinha adjacente ao conti- nente, a Bacia de Campos pode ser segmentada nas seções de plataforma continental, talude e planície abissal. Entretanto, nesta região, antes de atingir a planície abissal, encontramos o Platô de são Paulo, um sopé continental afetado pela tectônica salífera, que atenua a declividade existente e interrompe a cone- xão direta entre o talude e a região abissal (Figura 4). A plataforma continental da Bacia de Cam- pos apresenta sua quebra entre 80 e 130 m (viana DIVISÃO EM SETORES DIVISÃO GEOMORFOLÓGICA 21 ° S 22 ° S 39° O40° 30' O42° O 23 ° S N RJ ES Rio Paraíba do Sul Plataforma Continental Talude Setor Sul Setor Norte Setor Central Platô de São Paulo −5 00 m −10 0 m −2 50 0 m −50 m −1 00 0 m −1 50 0 m −2 00 0 m GCS – DATUM SIRGAS 2000 25 50 1000 km FiGuRA 4. Mapa batimétrico e Modelo digital do terreno da Bacia de Campos (schreiner et al., 2015 – volume 1 Capítulo 4, desta série). indicação dos limites Norte, Central e sul e das divisões geomorfológicas da bacia. QuÍMiCA AMBieNtAL 7 et al., 1998) e apresenta um amplo mosaico sedi- mentar (Figura 5) com sedimentos de origem sili- ciclásticae bioclástica (Figueiredo Jr. et al., 2015). dentre os bioclastos predominam algas calcáreas desarticuladas, que podem se apresentar fragmen- tadas ou na forma de rodolitos livres, lajes calcáreas extensas ou bioconcreções isoladas. As fácies bio- clásticas predominam na porção noroeste da bacia e ao longo de toda a quebra da plataforma (Kempf, 1972). Associadas a região mais rasa destes fundos consolidados são frequentemente identificadas al- gas pardas de grande porte da espécie Laminaria abyssalis, endêmica no Brasil. A sudoeste da Bacia de Campos encontramos uma expressiva acumu- lação de sedimentos finos de origem continental, principalmente aportados pelo rio Paraíba do sul e depositados nesta região devido às baixas velo- cidades de correntes (viana et al., 1998). o talude continental é predominantemente convexo, aumentando a sua declividade em direção AFLORAMENTO AREIA CASCALHO LAMA 21 ° S 22 ° S 39° O40° 30' O42° O 23 ° S N −5 00 m −10 0 m −2 50 0 m −50 m −1 00 0 m −1 50 0 m −3 00 0m −2 00 0 m GCS – DATUM SIRGAS 2000 25 50 1000 km Rio Paraíba do Sul RJ ES FACIOLOGIA FiGuRA 5. Mapa faciológico integrado da plataforma continental e do talude da Bacia de Campos contendo a representação das cotas batimétricas (Kowsmann, 2015). 8 iMPORtâNCiA eCOLóGiCA e eCONôMiCA DA BACiA De CAMPOS ao norte da bacia, entretanto, a porção central do talude é côncava, representando uma condição geomorfológica pouco comum em nossa margem continental (Almeida e Kowsmann, 2015). A ba- se do talude é mais rasa na região norte da bacia (1.500 m) e mais profunda ao sul atingindo 2.000 m. o talude pode ser dividido em talude superior, mé- dio e inferior e a bacia pode ser seccionada em três porções: norte, central e sul (Figura 4). A área do talude apresenta os cânions de são tomé, itapemi- rim, Grussaí e Almirante Câmara pertencentes ao Grupo Nordeste, e os cânions Goitacá, tupinambá, temiminó, tamoio e tupiniquim do Grupo sudeste (schreiner et al., 2007; Almeida e Kowsmann, 2015). Na faixa de 550 a 1.200 m, ao longo da bacia, podem ser encontradas comunidades de corais pétreos azoonxantelados, octocorais e esponjas de vidro da ordem Hexactinellida compondo ecossistemas específicos, definidos como sensíveis e de alta bio- diversidade associada (volume 4 desta série). Entre o sopé do talude e a planície abissal, en- contramos o maior platô marginal da costa brasi- leira, o Platô de são Paulo (Figura 4), situado entre 2.000 m e 3.500 m e caracterizado com uma área de declividade suave. Esta região tem sua geomor- fologia fortemente influenciada por diápiros de sal. Praticamente toda a região do talude e do pla- tô apresenta uma cobertura hemipelágica (Kows- mann et al., 2015, Figura 5). A taxa de deposição se- dimentar no talude foi estimada entre 0,5 a 10 cm em 1.000 anos (Kowsmann et al., 2015), ao pas- so que na maior parte da plataforma continental não são observadas áreas deposicionais. A exceção encontra-se na região situada ao largo de Cabo Frio, apresentando taxas de deposição entre 0,11 a 0,55 cm por ano (sanders et al., 2014). Há indícios de que a transferência de sedimentos da platafor- ma para o talude é pouco expressiva e ocorre so- mente através da ação da sua remobilização por correntes de fundo (viana et al., 1998). Com relação à hidrografia, na plataforma in- terna verifica-se o predomínio de águas costei- ras, apesar de frequentemente serem observados eventos de intrusão e de ressurgência da Água Central do Atlântico sul (ACAs), alterando acen- tuadamente todos os parâmetros ambientais e ecológicos (Mahiques et al., 2005). Estes eventos introduzem águas frias e ricas em nutrientes, prin- cipalmente durante o verão, sendo que, historica- mente, a maior frequência é registrada entre os meses de setembro a abril (Bentz et al., 2005). segundo silveira (2007), a estrutura de mas- sas d’água sobre a região do talude é característi- ca do Atlântico sul (Figura 6), encontrando-se até os 3.500 m: a Água tropical (At), a Água Central do Atlântico sul (ACAs), a Água intermediária An- tártica (AiA), a Água Circumpolar superior (ACs), a Água Profunda do Atlântico Norte (APAN) e a Água Circumpolar inferior (ACi). A Água tropical (At) e a Água Central do Atlân- tico sul (ACAs), presentes até 500 m de profun- didade, são transportadas pela Corrente do Bra- sil (CB), com fluxo predominantemente orientado para sul-sudoeste e com velocidade máxima de 0,7 m.s–1 (silveira et al., 2004, 2008). A presença de meandros e vórtices de mesoescala, que nesta re- gião podem apresentar de 50 a 100 km de diâmetro (silva Junior et al., 1994), pode modificar tempora- riamente este padrão predominante (stech et al., 1996). Estas feições oceanográficas, que aparente- mente ocorrem em intervalos de 15 a 45 dias, con- ferem instabilidade à CB e podem permanecer na região por poucos dias ou quase um mês (silveira et al., 2004 e 2008). A Água intermediária Antártica (AiA) e a Água Circumpolar superior (ACs), presentes sobre o ta- lude entre as profundidades de 500 a 1.200 m, são transportadas pela Corrente de Contorno interme- diária (CCi) fluindo na direção norte-nordeste e com velocidade máxima de 0,3 m.s–1 (silveira et al., 2004, 2008). A Corrente do Brasil (CB) e a Corrente de Contor- no intermediária (CC) nesta região da costa brasilei- ra fluem em sentidos opostos (silveira et al., 2004, 2008). A Corrente de Contorno Profunda (CCP), devido ao deslocamento provocado pelo Platô de são Paulo, parece não interagir com as correntes anteriormente mencionadas (silveira et al., 2007). A Corrente de Contorno Profunda (CCP) transpor- ta a Água Profunda do Atlântico Norte (APAN) QuÍMiCA AMBieNtAL 9 FiGuRA 6. representação gráfica da posição dos núcleos e interfaces entre as massas d’água oceânicas sobre a Bacia de Campos em seção vertical média, de acordo com os resultados da Análise Multiparamétrica Ótima (AMo). Modificado de Foloni-Neto, 2008. 0 – 500 – 1000 – 1500 – 2500 – 2000 Núcleo Núcleo Núcleo Núcleo AT ACAS AIA ACS APAN Interfaces P ro fu nd id ad e com fluxo lento em direção ao sul (stramma e En- gland, 1999). Foloni-Neto (2008) estabeleceu as zonas de in- terface médias entre as massas d’água presentes até 3.000 m de profundidade na Bacia de Campos e estimou a profundidade do núcleo de cada uma delas (Figura 6). Contexto econômico os usos econômicos da região marítima da Ba- cia de Campos são múltiplos, incluindo: navegação comercial, pesca comercial, pesca esportiva, ins- talação de cabos submarinos de telecomunicação e, com maior destaque, as atividades relacionadas com a exploração e produção de hidrocarbonetos. Apesar de não ser desenvolvida em ambiente ma- rinho, outra atividade que deve ser destacada na região é a agroindústria açucareira, que remonta ao período colonial no Estado do rio de Janeiro, e pode influenciar a área marinha tanto através da prática da queima que antecede a colheita (Costa et al., 2009), quanto pelo aporte de pesticidas que chegam à costa transportados pelo rio Paraíba do sul. As atividades de exploração de petróleo na Bacia de Campos foram iniciadas no ano de 1976, com a primeira perfuração marítima ocorrendo a 100 m de profundidade. A primeira atividade de produção de óleo foi iniciada no ano seguinte no Campo de Enchova, em lâmina d’água de 120 m. os maiores campos petrolíferos desta região foram descobertos em 1984, em lâminas d’água superio- res a 700 m, sendo que o início da exploração ocor- reu somente em 1991, no Campo de Marlim. Em 1999, foram iniciadas as atividades de explo- ração e produção de hidrocarbonetos em águas ul- traprofundas, abaixo dos 2.000 m de lâmina d’água na Bacia de Campos (Milani e Araújo, 2003). desta forma, apesar de recente, cerca de 65% das ativida- des de exploração e produção de hidrocarbonetos estão concentradas em áreas marinhas com mais de 400 m de profundidade (Milani e Araújo,2003). 10 iMPORtâNCiA eCOLóGiCA e eCONôMiCA DA BACiA De CAMPOS Na Bacia de Campos, existem 2.405 poços perfurados, 350 km de dutos rígidos, 53 platafor- mas de produção e há ainda a presença tempo- rária de plataformas de perfuração temporária de aproximadamente 20 plataformas de perfuração (Petrobras, março/2013). A maioria das estruturas submarinas se concentra entre 100 e 2.000 m de profundidade. Contudo, cabe ressaltar que, estes números são pequenos, quando comparados aos das instalações offshore de outras bacias mari- nhas do mundo, como, por exemplo, as do Golfo do México, que possui 4.000 plataformas de pro- dução e aproximadamente 40.000 km de dutos rígidos. Atualmente, a Bacia de Campos é responsável pela maior parte da produção de hidrocarbonetos de petróleo no Brasil, aproximadamente 71% da produção brasileira, sendo responsável por pro- duzir 1.655.436 barris de óleo equivalente por dia (ANP, 2013). Mesmo após o anúncio da descoberta de petróleo nas camadas do pré-sal na Bacia de santos, em 2007, e do início da produção destas reservas em 2009, a Bacia de Campos permanece no posto de maior região produtora de hidrocar- bonetos do Brasil. MOtiVAÇÃO DO PROJetO e SuA iMPORtâNCiA eStRAtéGiCA Ações para gerenciamento ambiental reque- rem a disponibilidade de um grande conjunto de informações confiáveis tanto sobre o ambiente na- tural quanto sobre os aspectos socioeconômicos, sendo esta condição reconhecida em diversos fó- runs políticos (Benn et al., 2010). Uma estratégia de gerenciamento integrado é a abordagem ecossis- têmica, que promove a conservação e o uso sus- tentável, reconhecendo inclusive que os seres hu- manos e suas atividades integram os ecossistemas (Benn et al., 2010). Especialmente, neste contexto, a indústria de óleo e gás vem, ao longo do tempo, aprimorando suas práticas ambientais, assim como aumentan- do a atenção para a responsabilidade social e am- biental de seus empreendimentos. Para a indústria desenvolver suas atividades de forma sustentável, é fundamental a realização de estudos multidisci- plinares de caracterização ambiental, de forma a gerar dados de referência sobre o ambiente onde serão desenvolvidas as operações, além de, adi- cionalmente, conduzir estudos de monitoramento ambiental para avaliação de impactos ambientais dos empreendimentos (Chaîneau et al., 2010). Corroborando as informações acima, recente- mente foi instituída, no Brasil, a Avaliação Ambien- tal de Área sedimentar (Portaria interministerial no 198/2012) para geração de dados ambientais abrangentes para subsidiar a outorga de blocos exploratórios de petróleo e gás natural, proven- do adicionalmente informações relevantes para o licenciamento ambiental. A primeira iniciativa de caracterização da Bacia de Campos ocorreu no final da década de 1980, através da parceria entre a Fundação de Estudos e Pesquisas Aquáticas (FUNdEsPA), da Universidade de são Paulo e a Petrobras. A região foi avaliada de forma abrangente no que tange às características hidroquímicas e ao reconhecimento das comuni- dades pelágicas. Entretanto, neste projeto, o fundo oceânico foi avaliado somente sobre a plataforma continental (até 200 m) e, infelizmente, os dados obtidos não foram integrados em bases de dados e não tiveram ampla divulgação por meio de publi- cações científicas. desde então, ocorreram na região diversos projetos de avaliação de impacto ambiental tendo em vista a definição de legislação ambiental espe- cífica para o setor de óleo e gás em 1998. Com o objetivo de avaliar de forma integrada a saúde ambiental deste ecossistema marinho, foi delineado um novo projeto de caracterização re- gional para a Bacia de Campos, elaborado a partir de entendimentos com o órgão ambiental federal responsável pelo licenciamento das atividades de petróleo e gás (Coordenação Geral de Petróleo e Gás vinculada à diretoria de Licenciamento Am- biental – GPEG/diLiC/iBAMA), que forneceu um termo de referência, balizando os parâmetros mí- nimos a serem considerados. A oportunidade esta- belecida por esta demanda possibilitou um escopo QuÍMiCA AMBieNtAL 11 mais abrangente, delineado pela Petrobras, através de seu Centro de Pesquisas, e complementado pe- las universidades envolvidas no projeto. o projeto foi idealizado e aprovado no período entre 2005 e 2007, sendo que o seu planejamento e a sua exe- cução ocorreram entre 2007 e 2012. A caracterização multidisciplinar desenvolvi- da tem como objetivo obter informações sobre o status atual da Bacia de Campos, considerando que diversas atividades antrópicas estão sendo desenvolvidas há décadas na região. As investiga- ções visaram consolidar informações sobre a geo- logia e a meteoceanografia da região, assim como estabelecer um marco preliminar para acompa- nhamento de possíveis alterações nos níveis de base de contaminantes orgânicos e inorgânicos e de modificações nos padrões regionais de distri- buição e composição da biota. também foi uti- lizada uma abordagem de análise de biodiversi- dade associada a diferentes habitats e a algumas comunidades específicas, como cânions, corais e rodolitos. Além disso, foram realizadas avaliações da cadeia produtiva da pesca, das características socioeconômicas da população de pescadores da região e de informações sobre frota e desembar- que pesqueiro. Fizeram parte dessa atividade 22 instituições de pesquisa brasileiras, a saber: Cenpes/Petro- bras, Fundação oswaldo Cruz (Fiocruz), institu- to de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (iEAPM), instituto Nacional de Pesquisas Espa- ciais (iNPE), Pontifícia Universidade Católica do rio de Janeiro (PUC-rio), Universidade Estadual do Norte Fluminense darcy ribeiro (UENF), Uni- versidade do Estado do rio de Janeiro (UErJ), Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Uni- versidade Federal de Campina Grande (UFCG), Universidade Federal do Espírito santo (UFEs), Universidade Federal Fluminense (UFF), Univer- sidade Federal de Pernambuco (UFPE), Univer- sidade Federal do Paraná (UFPr), Universidade Federal do rio Grande do Norte (UFrN), Univer- sidade Federal do rio de Janeiro (UFrJ), Univer- sidade Federal rural de Pernambuco (UFrPE), Universidade Federal do Estado do rio de Janeiro (UNirio), Universidade do vale do itajaí (UNivALi), Universidade de são Paulo (UsP), Uni- versidade santa Úrsula (UsU) e Universidade vila velha (Uvv), configurando uma representação nacional. No total, 25 pesquisadores líderes con- duziram times de pesquisa envolvendo mais de 250 pessoas para desenvolvimento dos subpro- jetos delineados. Especificamente para identifi- cação das espécies coletadas foram mobilizados mais de 40 taxonomistas. Apesar das universidades terem atuado como principais executoras desta pesquisa, algumas em- presas privadas, prestadoras de serviços à Petro- bras, participaram do projeto, a saber: realização da logística de coletas oceanográficas (Geochemi- cal solutions international e C&C technologies), levantamentos de dados socioeconômicos (AECoM), modelagens ocea nográfica (Applied science Asso- ciates) e suporte no sistema de informações geo- gráficas (GisPLAN), acrescentando 70 pessoas à equipe do projeto. As atividades de coleta de dados ambien- tais mobilizaram três embarcações de pesquisa oceano gráfica (rv Gyre, rv Miss Emma McCall e rv Luke thomas), sendo que, em alguns momen- tos, houve mobilização, em paralelo, de pelo me- nos duas delas para o desenvolvimento das ativi- dades. No total, foram utilizados 365 dias de navio com operação 24 horas para realização de todas as coletas previstas no escopo. todo o recurso financeiro foi provido pela Petrobras, fazendo uso de investimentos da cláu- sula de participação especial de pesquisa e desen- volvimento definida pela Agência Nacional de Pe- tróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), num valor de aproximadamente r$ 40 milhões. toda a informação gerada foi organizada no Banco de dados de Ambientes Costeiros e oceâni-cos (BdCo), sistema desenvolvido pela Petrobras, e também em sistemas de informação geográfica, possibilitando a elaboração de mapas temáticos georreferenciados. desde o início, foi definida uma estratégia que visava a elaboração de produtos de pesquisa (livros e artigos científicos) com maior valor agregado 12 iMPORtâNCiA eCOLóGiCA e eCONôMiCA DA BACiA De CAMPOS possível, para tomada de decisão e suporte ao ge- renciamento ambiental. o formato adotado no presente projeto, in- cluindo a concepção conjunta (órgão ambiental e empresa), a execução em parceria com diversas instituições de pesquisa (públicas e privadas) e o acompanhamento periódico através de oficinas de trabalho, pode ser definido como bem-sucedido. Esta forma de atuação vem sendo replicada nas demais caracterizações ambientais regionais atual- mente conduzidas pela Petrobras no Brasil, de for- ma a potencializar os benefícios entre as diversas partes interessadas na gestão ambiental da região, como o governo brasileiro, órgãos ambientais, co- munidade científica e indústrias. Agradecimentos Agradecemos enormemente o empenho e com- promisso dos participantes de todas as equipes do Projeto Habitats – Heterogeneidade Ambiental da Bacia de Campos, tanto as vinculadas às universida- des quanto as equipes das empresas contratadas e da própria Petrobras. À equipe de segurança, Meio Ambiente e saúde da Área de Negócios de Explora- ção e Produção da Petrobras, que apoiou incondi- cionalmente o desenvolvimento deste projeto, tanto com informações técnicas quanto com recursos. Aos biólogos André torres e ricardo silva varotto pela cuidadosa elaboração das figuras deste capítulo e aos revisores anônimos que contri buíram para que o texto deste volume ficasse mais objetivo e claro. Referências Almeida, A.G., Kowsmann, r.o. 2015. Geomorfologia do talude continental e do Platô de são Paulo. in: Kowsmann, r.o, editor. Geologia e Geomorfologia: caracterização ambiental regional da Bacia de Campos, Atlântico sudoeste. rio de Janeiro: Elsevier. série Habitats, v. 1. p. 33-66. ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Brasil). 2013. Boletim da Produção de Petróleo e Gás Natural. Brasília: superintendência de desenvolvimento e Produção. Benn, A.r., Weaver, P.P., Billet, d.s.M., van den Hove, s., Murdock, A.P., doneghan, G.B., Le Bas, t. 2010. Human activities on the deep seafloor in the North East Atlantic: an assessment of spatial extent. PLos oNE. 5(9): e12730. Bentz, C.M., Politano, A.t., Genovez, P. 2005. 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