Buscar

IMPORTANCIA_ECOLOGICA- Bacia de Campos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/320341629
Importância ecológica e econômica da Bacia de Campos: ambiente transicional
na margem continental do Oceano Atlântico Sudoeste
Chapter · January 2017
DOI: 10.1016/B978-85-352-7263-5.50001-1
CITATIONS
6
READS
212
6 authors, including:
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
Projeto HABITATS – Avaliação da Heterogeneidade Ambiental da Bacia de Campos. Coordenação técnica CENPES/AMA View project
Habitat View project
Ana Paula Falcão
Petróleo Brasileiro S.A.
33 PUBLICATIONS   120 CITATIONS   
SEE PROFILE
Maria Patricia Curbelo-Fernandez
Federal University of Rio de Janeiro
27 PUBLICATIONS   83 CITATIONS   
SEE PROFILE
Alexandre Borges
Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM)
10 PUBLICATIONS   25 CITATIONS   
SEE PROFILE
Renato Parkinson Martins
Petróleo Brasileiro S.A.
20 PUBLICATIONS   30 CITATIONS   
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Maria Patricia Curbelo-Fernandez on 27 June 2018.
The user has requested enhancement of the downloaded file.
https://www.researchgate.net/publication/320341629_Importancia_ecologica_e_economica_da_Bacia_de_Campos_ambiente_transicional_na_margem_continental_do_Oceano_Atlantico_Sudoeste?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/publication/320341629_Importancia_ecologica_e_economica_da_Bacia_de_Campos_ambiente_transicional_na_margem_continental_do_Oceano_Atlantico_Sudoeste?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/project/Projeto-HABITATS-Avaliacao-da-Heterogeneidade-Ambiental-da-Bacia-de-Campos-Coordenacao-tecnica-CENPES-AMA?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/project/Habitat?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Ana_Falcao2?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Ana_Falcao2?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/institution/Petroleo_Brasileiro_SA?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Ana_Falcao2?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Maria_Curbelo-Fernandez?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Maria_Curbelo-Fernandez?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/institution/Federal_University_of_Rio_de_Janeiro2?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Maria_Curbelo-Fernandez?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Alexandre_Borges11?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Alexandre_Borges11?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/institution/Instituto_de_Estudos_do_Mar_Almirante_Paulo_Moreira_IEAPM?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Alexandre_Borges11?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Renato_Martins17?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Renato_Martins17?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/institution/Petroleo_Brasileiro_SA?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Renato_Martins17?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Maria_Curbelo-Fernandez?enrichId=rgreq-3c054d3d987165b73c76f1fbaad74b34-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMDM0MTYyOTtBUzo2NDIyNzM5NjAyNjM2ODBAMTUzMDE0MTQ1MzI0Mg%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf
1
iMPORtâNCiA eCOLóGiCA e 
eCONôMiCA DA BACiA De CAMPOS: 
AMBieNte tRANSiCiONAL NA 
MARGeM CONtiNeNtAL DO 
OCeANO AtLâNtiCO SuDOeSte
Ana Paula da Costa Falcão, Maria Patricia Curbelo-Fernandez, 
Alexandre Luiz Neves Borges, virgínia Lauria Filgueiras, 
renato oscar Kowsmann e renato Parkinson Martins
Falcão, A.P.C., Curbelo-Fernandez, M.P., Borges, A.L.N., Filgueiras, v.L., Kowsmann, r.o., Martins, r.P. 2017. importância ecológica 
e econômica da Bacia de Campos: ambiente transicional na margem continental do oceano Atlântico sudoeste. in: Curbelo-Fer-
nandez, M.P., Braga, A.C., editoras. Ambiente Pelágico: caracterização ambiental regional da Bacia de Campos, Atlântico sudoeste. 
rio de Janeiro: Elsevier. Habitats, v. 6. p. 1-13. Publicado também nos volumes 3, 4, 5 e 7 desta série.
submetido em janeiro 2013.
2 iMPORtâNCiA eCOLóGiCA e eCONôMiCA DA BACiA De CAMPOS
iNtRODuÇÃO
os principais desafios da Ecologia Marinha 
atual podem ser sintetizados em três aspectos 
principais: entender os serviços ecossistêmicos 
oferecidos pelo ambiente marinho, inventariar a 
biodiversidade e avaliar os distúrbios que estes 
ecossistemas podem suportar (Ellis et al., 2011). 
o entendimento destes aspectos é essencial para 
nortear os gestores ambientais, tornando funda-
mental a geração de informações científicas sobre 
os padrões e os papéis da biodiversidade nosecos-
sistemas (Ellis et al., op.cit.).
Apesar de relativamente novas, a utilização de 
estratégias de gerenciamento ambiental dos ocea-
nos baseadas em ecossistemas (Ecosystem-Based 
Management – EBM) vem aumentando nas últimas 
déca das (McLeod e Leslie, 2009). Entretanto, ainda 
são raras as regiões que aplicam plenamente estas 
estratégias, devido à falta de avaliações científicas e 
às dificuldades inerentes à implementação, em larga 
escala, destas estratégias nos complexos sistemas na-
turais e socioeconômicos (ruckelshaus et al., 2008).
Para a aplicação de técnicas EBM, faz-se neces-
sária a delimitação de áreas marinhas. Podemos 
considerar, para este propósito, as duas aborda-
gens que têm sido amplamente utilizadas para fins 
de gerenciamento costeiro: grandes ecossistemas 
marinhos e ecorregiões.
A definição de um Grande Ecossistema Mari-
nho (Large Marine Ecosystem – LME) baseia-se na 
avaliação de cinco indicadores do ambiente: pro-
dutividade do sistema, ictiofauna/pesca, poluição/
saúde ecossistêmica, socioeconomia e, por último, 
governança (sherman, 1988; sherman, 1993; Juda 
e Hennessey, 2001; duda e sherman, 2002). A par-
tir desses indicadores, as margens continentais 
oceânicas ao redor do mundo foram segmenta-
das em 64 LMEs (sherman et al., 2007). Especifi-
camente no caso do oceano Atlântico sudoeste, 
toda a margem continental foi dividida em quatro 
LMEs: Plataforma Norte do Brasil, Plataforma Les-
te do Brasil, Plataforma sul do Brasil e Plataforma 
Patagônica (Figura 1), sendo que os três primeiros 
correspondem à maior parte da Zona Econômica 
Exclusiva brasileira (ZEE).
A segunda abordagem para setorização dos 
oceanos (spalding et al., 2007) propõe uma nova 
classificação dividindo o ambiente marinho em 12 
reinos, 62 províncias e 232 ecorregiões. Esta divi-
são foi baseada em três princípios: base biogeo-
gráfica robusta, utilidade para gestão ambiental 
e parcimônia na divisão. A partir destes critérios, 
toda a margem continental da América do sul ba-
nhada pelo oceano Atlântico sudoeste foi dividi-
da em dois reinos (Atlântico tropical e América do 
sul temperada Quente). Na costa brasileira, estes 
reinos apresentam-se divididos em três províncias 
(Plataforma Norte do Brasil, Atlântico sudoeste 
tropical e Atlântico sudoeste temperado Quente) 
e em oito ecorre giões (Figura 2).
tanto as áreas definidas como LMEs quanto 
as províncias e ecorregiões apresentam limites ge-
ográficos estimados, sendo que, entre áreas adja-
centes, são esperadas zonas de transição ou ecóto-
nos. Estas áreas possuem características ambientais 
mistas, normalmente associadas ao aumento dos 
habitats disponíveis e incremento na biodiversida-
de. Apesar das incertezas, comparando-se as duas 
divisões propostas para zoneamento das margens 
continentais marinhas mencionadas anteriormente, 
pôde-se observar que o ponto de inflexão da costa 
brasileira próximo ao paralelo 23° s (sentido Norte/
sul muda para Leste/oeste) foi considerado em am-
bas como uma região de transição. 
Esta região de transição localiza-se no sudeste 
brasileiro, na costa do Estado do rio de Janeiro, e 
coincide com uma porção da Bacia de Campos. Esta 
bacia encontra-se dividida por áreas pertencentes 
aos LMEs da Plataforma Leste e da Plataforma sul 
do Brasil de acordo com a definição de sherman et 
al. (2007), assim como, também às ecorregiões Leste 
e sudeste do Brasil, seguindo definição de spalding 
et al. (2007).
BACiA De CAMPOS
Contexto físico
Bacias sedimentares podem ser definidas co-
mo depressões da crosta terrestre preenchidas 
por rochas sedimentares ou, mais raramente, por 
QuÍMiCA AMBieNtAL 3
N
80° O 60° O 40° O100° O
40
° 
S
20
° 
S
0°
Plataforma Patagônica
Plataforma
Sul do Brasil
Plataforma 
Leste do Brasil
Plataforma
Norte do Brasil
Brasil
0 500 2000
milhas
1000
FiGuRA 1. Grandes ecossistemas marinhos que abrangem a margem continental brasileira (Atlântico sudoeste). 
Modificado de sherman et al., 2007. 
4 iMPORtâNCiA eCOLóGiCA e eCONôMiCA DA BACiA De CAMPOS
Plataforma
Norte do Brasil
Galápagos
Pacífico Leste
Tropical
Pacífico Sudeste
Temperado Quente
Juan Fernandez e 
Desaventuradas
Magelânica
Atlântico Sudoeste
Temperado Quente
Atlântico Noroeste Tropical
0 500 1000 2000
milhas
40
° 
S
20
° 
S
0°
20
° 
N
40° O60° O80° O100° O
76
77
75
74
73
72
180
181
Atlântico
Sudoeste
Tropical
Atlântico Noroeste 
Temperado Quente
N
FiGuRA 2. Províncias e ecorregiões da margem continental. Em tons de verde, está representado o reino Atlân-
tico tropical e, em tons de azul, o reino denominado América do sul temperada Quente. oito ecorregiões estão 
apresentadas no mapa: 72 – Amazônia, 73 – ilhas de são Pedro e são Paulo, 74 – Fernando de Noronha e Atol das 
rocas, 75 – Nordeste brasileiro, 76 – Leste brasileiro, 77 – ilhas de trindade e Martins vaz, 180 – sudeste brasileiro 
e 181 – rio Grande. Modificado de spalding et al. (2007). 
QuÍMiCA AMBieNtAL 5
rochas ígneas, que frequentemente podem acu-
mular petróleo ou gás. A denominação específica 
da Bacia sedimentar de Campos surgiu em 1976, 
com o início da produção marítima de petróleo 
pela Petrobras, empresa brasileira de energia. Es-
ta nomenclatura aplica a denominação de marcos 
geográficos utilizada pela Geologia, que adota o 
nome da cidade mais próxima como referência. No 
presente caso, a Cidade de Campos dos Goytaca-
zes foi a referência para nomear a bacia.
A Bacia de Campos ocupa a porção Norte do 
Estado do rio de Janeiro (a partir do Alto de Cabo 
Frio) e se estende até o sul do Estado do Espírito 
santo (Alto de vitória), entre as latitudes 21 e 23° s 
(Figura 3).
Compreende desde a planície costeira ao Platô 
de são Paulo, no limite externo da tectônica salífe-
ra, coincidente com o limite entre as crostas conti-
nental e oceânica (Zalán et al., 2009). A área total, 
considerando como seu limite externo a ZEE, é de 
Santos
Potiguar
Campos
Foz do Amazonas
Pará-Maranhão
Sergipe-Alagoas
Espírito Santo
Barreirinhas
45°0'0" O60°0'0" O75°0'0" O
0°
0'
0"
15
°0
'0
" 
S
30
°0
'0
" 
S
0 500 1000250
Km
DATUM: SIRGAS 2000
N
FiGuRA 3. Principais bacias sedimentares petrolíferas da margem continental brasileira. Em vermelho, a Bacia de 
Campos.
6 iMPORtâNCiA eCOLóGiCA e eCONôMiCA DA BACiA De CAMPOS
aproximadamente 100.000 km2, sendo que 70% 
desta bacia situam-se em profundidades superio-
res a 200 m (viana et al., 1998) (Figura 4).
A fisiografia da bacia foi estabelecida pela in-
teração entre diferentes fatores, tais como: apor-
te terrígeno, variações do nível relativo do mar, 
atuação de correntes de contorno, remobilização 
de sedimentos, tectônica salífera e sistemas turbi-
díticos associados a sistemas fluviais (Almeida e 
Kows mann, 2015; Kowsmann et al., 2015). 
Como toda região marinha adjacente ao conti-
nente, a Bacia de Campos pode ser segmentada nas 
seções de plataforma continental, talude e planície 
abissal. Entretanto, nesta região, antes de atingir a 
planície abissal, encontramos o Platô de são Paulo, um 
sopé continental afetado pela tectônica salífera, que 
atenua a declividade existente e interrompe a cone-
xão direta entre o talude e a região abissal (Figura 4).
A plataforma continental da Bacia de Cam-
pos apresenta sua quebra entre 80 e 130 m (viana 
DIVISÃO EM SETORES
DIVISÃO GEOMORFOLÓGICA
21
° 
S
22
° 
S
39° O40° 30' O42° O
23
° 
S
N
RJ
ES
 
 
 
Rio Paraíba
do Sul
Plataforma
Continental
Talude
Setor
Sul
Setor
Norte
Setor
Central
Platô de
São Paulo
−5
00
 m
−10
0 m
−2
50
0 
m
−50 m
−1
00
0 m
−1
50
0 
m
−2
00
0 
m
GCS – DATUM SIRGAS 2000
25 50 1000
km
FiGuRA 4. Mapa batimétrico e Modelo digital do terreno da Bacia de Campos (schreiner et al., 2015 – volume 1 
Capítulo 4, desta série). indicação dos limites Norte, Central e sul e das divisões geomorfológicas da bacia.
QuÍMiCA AMBieNtAL 7
et al., 1998) e apresenta um amplo mosaico sedi-
mentar (Figura 5) com sedimentos de origem sili-
ciclásticae bioclástica (Figueiredo Jr. et al., 2015). 
dentre os bioclastos predominam algas calcáreas 
desarticuladas, que podem se apresentar fragmen-
tadas ou na forma de rodolitos livres, lajes calcáreas 
extensas ou bioconcreções isoladas. As fácies bio-
clásticas predominam na porção noroeste da bacia 
e ao longo de toda a quebra da plataforma (Kempf, 
1972). Associadas a região mais rasa destes fundos 
consolidados são frequentemente identificadas al-
gas pardas de grande porte da espécie Laminaria 
abyssalis, endêmica no Brasil. A sudoeste da Bacia 
de Campos encontramos uma expressiva acumu-
lação de sedimentos finos de origem continental, 
principalmente aportados pelo rio Paraíba do sul 
e depositados nesta região devido às baixas velo-
cidades de correntes (viana et al., 1998).
o talude continental é predominantemente 
convexo, aumentando a sua declividade em direção 
 
 
AFLORAMENTO
AREIA
CASCALHO
LAMA
21
° 
S
22
° 
S
39° O40° 30' O42° O
23
° 
S
N
−5
00
 m
−10
0 m
−2
50
0 
m
−50 m
−1
00
0 m
−1
50
0 
m
−3
00
0m
−2
00
0 
m
GCS – DATUM SIRGAS 2000
25 50 1000
km
Rio Paraíba
do Sul
RJ
ES
FACIOLOGIA
FiGuRA 5. Mapa faciológico integrado da plataforma continental e do talude da Bacia de Campos contendo a 
representação das cotas batimétricas (Kowsmann, 2015).
8 iMPORtâNCiA eCOLóGiCA e eCONôMiCA DA BACiA De CAMPOS
ao norte da bacia, entretanto, a porção central do 
talude é côncava, representando uma condição 
geomorfológica pouco comum em nossa margem 
continental (Almeida e Kowsmann, 2015). A ba-
se do talude é mais rasa na região norte da bacia 
(1.500 m) e mais profunda ao sul atingindo 2.000 m. 
o talude pode ser dividido em talude superior, mé-
dio e inferior e a bacia pode ser seccionada em três 
porções: norte, central e sul (Figura 4). A área do 
talude apresenta os cânions de são tomé, itapemi-
rim, Grussaí e Almirante Câmara pertencentes ao 
Grupo Nordeste, e os cânions Goitacá, tupinambá, 
temiminó, tamoio e tupiniquim do Grupo sudeste 
(schreiner et al., 2007; Almeida e Kowsmann, 2015). 
Na faixa de 550 a 1.200 m, ao longo da bacia, podem 
ser encontradas comunidades de corais pétreos 
azoonxantelados, octocorais e esponjas de vidro 
da ordem Hexactinellida compondo ecossistemas 
específicos, definidos como sensíveis e de alta bio-
diversidade associada (volume 4 desta série).
Entre o sopé do talude e a planície abissal, en-
contramos o maior platô marginal da costa brasi-
leira, o Platô de são Paulo (Figura 4), situado entre 
2.000 m e 3.500 m e caracterizado com uma área 
de declividade suave. Esta região tem sua geomor-
fologia fortemente influenciada por diápiros de sal.
Praticamente toda a região do talude e do pla-
tô apresenta uma cobertura hemipelágica (Kows-
mann et al., 2015, Figura 5). A taxa de deposição se-
dimentar no talude foi estimada entre 0,5 a 10 cm 
em 1.000 anos (Kowsmann et al., 2015), ao pas-
so que na maior parte da plataforma continental 
não são observadas áreas deposicionais. A exceção 
encontra-se na região situada ao largo de Cabo 
Frio, apresentando taxas de deposição entre 0,11 a 
0,55 cm por ano (sanders et al., 2014). Há indícios 
de que a transferência de sedimentos da platafor-
ma para o talude é pouco expressiva e ocorre so-
mente através da ação da sua remobilização por 
correntes de fundo (viana et al., 1998).
Com relação à hidrografia, na plataforma in-
terna verifica-se o predomínio de águas costei-
ras, apesar de frequentemente serem observados 
eventos de intrusão e de ressurgência da Água 
Central do Atlântico sul (ACAs), alterando acen-
tuadamente todos os parâmetros ambientais e 
ecológicos (Mahiques et al., 2005). Estes eventos 
introduzem águas frias e ricas em nutrientes, prin-
cipalmente durante o verão, sendo que, historica-
mente, a maior frequência é registrada entre os 
meses de setembro a abril (Bentz et al., 2005). 
segundo silveira (2007), a estrutura de mas-
sas d’água sobre a região do talude é característi-
ca do Atlântico sul (Figura 6), encontrando-se até 
os 3.500 m: a Água tropical (At), a Água Central 
do Atlântico sul (ACAs), a Água intermediária An-
tártica (AiA), a Água Circumpolar superior (ACs), 
a Água Profunda do Atlântico Norte (APAN) e a 
Água Circumpolar inferior (ACi).
A Água tropical (At) e a Água Central do Atlân-
tico sul (ACAs), presentes até 500 m de profun-
didade, são transportadas pela Corrente do Bra-
sil (CB), com fluxo predominantemente orientado 
para sul-sudoeste e com velocidade máxima de 
0,7 m.s–1 (silveira et al., 2004, 2008). A presença de 
meandros e vórtices de mesoescala, que nesta re-
gião podem apresentar de 50 a 100 km de diâmetro 
(silva Junior et al., 1994), pode modificar tempora-
riamente este padrão predominante (stech et al., 
1996). Estas feições oceanográficas, que aparente-
mente ocorrem em intervalos de 15 a 45 dias, con-
ferem instabilidade à CB e podem permanecer na 
região por poucos dias ou quase um mês (silveira 
et al., 2004 e 2008).
A Água intermediária Antártica (AiA) e a Água 
Circumpolar superior (ACs), presentes sobre o ta-
lude entre as profundidades de 500 a 1.200 m, são 
transportadas pela Corrente de Contorno interme-
diária (CCi) fluindo na direção norte-nordeste e 
com velocidade máxima de 0,3 m.s–1 (silveira et al., 
2004, 2008). 
A Corrente do Brasil (CB) e a Corrente de Contor-
no intermediária (CC) nesta região da costa brasilei-
ra fluem em sentidos opostos (silveira et al., 2004, 
2008). A Corrente de Contorno Profunda (CCP), 
devido ao deslocamento provocado pelo Platô de 
são Paulo, parece não interagir com as correntes 
anteriormente mencionadas (silveira et al., 2007). 
A Corrente de Contorno Profunda (CCP) transpor-
ta a Água Profunda do Atlântico Norte (APAN) 
QuÍMiCA AMBieNtAL 9
FiGuRA 6. representação gráfica da posição dos núcleos e interfaces entre as massas d’água oceânicas sobre 
a Bacia de Campos em seção vertical média, de acordo com os resultados da Análise Multiparamétrica Ótima 
(AMo). Modificado de Foloni-Neto, 2008.
0
– 500
– 1000
– 1500
– 2500
– 2000
Núcleo
Núcleo
Núcleo
Núcleo
AT
ACAS
AIA
ACS
APAN Interfaces
P
ro
fu
nd
id
ad
e
com fluxo lento em direção ao sul (stramma e En-
gland, 1999). 
Foloni-Neto (2008) estabeleceu as zonas de in-
terface médias entre as massas d’água presentes 
até 3.000 m de profundidade na Bacia de Campos 
e estimou a profundidade do núcleo de cada uma 
delas (Figura 6).
Contexto econômico
os usos econômicos da região marítima da Ba-
cia de Campos são múltiplos, incluindo: navegação 
comercial, pesca comercial, pesca esportiva, ins-
talação de cabos submarinos de telecomunicação 
e, com maior destaque, as atividades relacionadas 
com a exploração e produção de hidrocarbonetos. 
Apesar de não ser desenvolvida em ambiente ma-
rinho, outra atividade que deve ser destacada na 
região é a agroindústria açucareira, que remonta 
ao período colonial no Estado do rio de Janeiro, 
e pode influenciar a área marinha tanto através da 
prática da queima que antecede a colheita (Costa 
et al., 2009), quanto pelo aporte de pesticidas que 
chegam à costa transportados pelo rio Paraíba 
do sul.
As atividades de exploração de petróleo na 
Bacia de Campos foram iniciadas no ano de 1976, 
com a primeira perfuração marítima ocorrendo a 
100 m de profundidade. A primeira atividade de 
produção de óleo foi iniciada no ano seguinte no 
Campo de Enchova, em lâmina d’água de 120 m. 
os maiores campos petrolíferos desta região foram 
descobertos em 1984, em lâminas d’água superio-
res a 700 m, sendo que o início da exploração ocor-
reu somente em 1991, no Campo de Marlim.
Em 1999, foram iniciadas as atividades de explo-
ração e produção de hidrocarbonetos em águas ul-
traprofundas, abaixo dos 2.000 m de lâmina d’água 
na Bacia de Campos (Milani e Araújo, 2003). desta 
forma, apesar de recente, cerca de 65% das ativida-
des de exploração e produção de hidrocarbonetos 
estão concentradas em áreas marinhas com mais de 
400 m de profundidade (Milani e Araújo,2003).
10 iMPORtâNCiA eCOLóGiCA e eCONôMiCA DA BACiA De CAMPOS
Na Bacia de Campos, existem 2.405 poços 
perfurados, 350 km de dutos rígidos, 53 platafor-
mas de produção e há ainda a presença tempo-
rária de plataformas de perfuração temporária de 
aproximadamente 20 plataformas de perfuração 
(Petrobras, março/2013). A maioria das estruturas 
submarinas se concentra entre 100 e 2.000 m de 
profundidade. Contudo, cabe ressaltar que, estes 
números são pequenos, quando comparados aos 
das instalações offshore de outras bacias mari-
nhas do mundo, como, por exemplo, as do Golfo 
do México, que possui 4.000 plataformas de pro-
dução e aproximadamente 40.000 km de dutos 
rígidos.
Atualmente, a Bacia de Campos é responsável 
pela maior parte da produção de hidrocarbonetos 
de petróleo no Brasil, aproximadamente 71% da 
produção brasileira, sendo responsável por pro-
duzir 1.655.436 barris de óleo equivalente por dia 
(ANP, 2013). Mesmo após o anúncio da descoberta 
de petróleo nas camadas do pré-sal na Bacia de 
santos, em 2007, e do início da produção destas 
reservas em 2009, a Bacia de Campos permanece 
no posto de maior região produtora de hidrocar-
bonetos do Brasil.
MOtiVAÇÃO DO PROJetO e SuA 
iMPORtâNCiA eStRAtéGiCA
Ações para gerenciamento ambiental reque-
rem a disponibilidade de um grande conjunto de 
informações confiáveis tanto sobre o ambiente na-
tural quanto sobre os aspectos socioeconômicos, 
sendo esta condição reconhecida em diversos fó-
runs políticos (Benn et al., 2010). Uma estratégia de 
gerenciamento integrado é a abordagem ecossis-
têmica, que promove a conservação e o uso sus-
tentável, reconhecendo inclusive que os seres hu-
manos e suas atividades integram os ecossistemas 
(Benn et al., 2010).
Especialmente, neste contexto, a indústria de 
óleo e gás vem, ao longo do tempo, aprimorando 
suas práticas ambientais, assim como aumentan-
do a atenção para a responsabilidade social e am-
biental de seus empreendimentos. Para a indústria 
desenvolver suas atividades de forma sustentável, 
é fundamental a realização de estudos multidisci-
plinares de caracterização ambiental, de forma a 
gerar dados de referência sobre o ambiente onde 
serão desenvolvidas as operações, além de, adi-
cionalmente, conduzir estudos de monitoramento 
ambiental para avaliação de impactos ambientais 
dos empreendimentos (Chaîneau et al., 2010).
Corroborando as informações acima, recente-
mente foi instituída, no Brasil, a Avaliação Ambien-
tal de Área sedimentar (Portaria interministerial 
no 198/2012) para geração de dados ambientais 
abrangentes para subsidiar a outorga de blocos 
exploratórios de petróleo e gás natural, proven-
do adicionalmente informações relevantes para o 
licenciamento ambiental.
A primeira iniciativa de caracterização da Bacia 
de Campos ocorreu no final da década de 1980, 
através da parceria entre a Fundação de Estudos e 
Pesquisas Aquáticas (FUNdEsPA), da Universidade 
de são Paulo e a Petrobras. A região foi avaliada de 
forma abrangente no que tange às características 
hidroquímicas e ao reconhecimento das comuni-
dades pelágicas. Entretanto, neste projeto, o fundo 
oceânico foi avaliado somente sobre a plataforma 
continental (até 200 m) e, infelizmente, os dados 
obtidos não foram integrados em bases de dados 
e não tiveram ampla divulgação por meio de publi-
cações científicas.
desde então, ocorreram na região diversos 
projetos de avaliação de impacto ambiental tendo 
em vista a definição de legislação ambiental espe-
cífica para o setor de óleo e gás em 1998.
Com o objetivo de avaliar de forma integrada 
a saúde ambiental deste ecossistema marinho, foi 
delineado um novo projeto de caracterização re-
gional para a Bacia de Campos, elaborado a partir 
de entendimentos com o órgão ambiental federal 
responsável pelo licenciamento das atividades de 
petróleo e gás (Coordenação Geral de Petróleo e 
Gás vinculada à diretoria de Licenciamento Am-
biental – GPEG/diLiC/iBAMA), que forneceu um 
termo de referência, balizando os parâmetros mí-
nimos a serem considerados. A oportunidade esta-
belecida por esta demanda possibilitou um escopo 
QuÍMiCA AMBieNtAL 11
mais abrangente, delineado pela Petrobras, através 
de seu Centro de Pesquisas, e complementado pe-
las universidades envolvidas no projeto. o projeto 
foi idealizado e aprovado no período entre 2005 e 
2007, sendo que o seu planejamento e a sua exe-
cução ocorreram entre 2007 e 2012.
A caracterização multidisciplinar desenvolvi-
da tem como objetivo obter informações sobre 
o status atual da Bacia de Campos, considerando 
que diversas atividades antrópicas estão sendo 
desenvolvidas há décadas na região. As investiga-
ções visaram consolidar informações sobre a geo-
logia e a meteoceanografia da região, assim como 
estabelecer um marco preliminar para acompa-
nhamento de possíveis alterações nos níveis de 
base de contaminantes orgânicos e inorgânicos e 
de modificações nos padrões regionais de distri-
buição e composição da biota. também foi uti-
lizada uma abordagem de análise de biodiversi-
dade associada a diferentes habitats e a algumas 
comunidades específicas, como cânions, corais e 
rodolitos. Além disso, foram realizadas avaliações 
da cadeia produtiva da pesca, das características 
socioeconômicas da população de pescadores da 
região e de informações sobre frota e desembar-
que pesqueiro.
Fizeram parte dessa atividade 22 instituições 
de pesquisa brasileiras, a saber: Cenpes/Petro-
bras, Fundação oswaldo Cruz (Fiocruz), institu-
to de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira 
(iEAPM), instituto Nacional de Pesquisas Espa-
ciais (iNPE), Pontifícia Universidade Católica do 
rio de Janeiro (PUC-rio), Universidade Estadual 
do Norte Fluminense darcy ribeiro (UENF), Uni-
versidade do Estado do rio de Janeiro (UErJ), 
Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Uni-
versidade Federal de Campina Grande (UFCG), 
Universidade Federal do Espírito santo (UFEs), 
Universidade Federal Fluminense (UFF), Univer-
sidade Federal de Pernambuco (UFPE), Univer-
sidade Federal do Paraná (UFPr), Universidade 
Federal do rio Grande do Norte (UFrN), Univer-
sidade Federal do rio de Janeiro (UFrJ), Univer-
sidade Federal rural de Pernambuco (UFrPE), 
Universidade Federal do Estado do rio de 
Janeiro (UNirio), Universidade do vale do itajaí 
(UNivALi), Universidade de são Paulo (UsP), Uni-
versidade santa Úrsula (UsU) e Universidade vila 
velha (Uvv), configurando uma representação 
nacional. No total, 25 pesquisadores líderes con-
duziram times de pesquisa envolvendo mais de 
250 pessoas para desenvolvimento dos subpro-
jetos delineados. Especificamente para identifi-
cação das espécies coletadas foram mobilizados 
mais de 40 taxonomistas.
Apesar das universidades terem atuado como 
principais executoras desta pesquisa, algumas em-
presas privadas, prestadoras de serviços à Petro-
bras, participaram do projeto, a saber: realização 
da logística de coletas oceanográficas (Geochemi-
cal solutions international e C&C technologies), 
levantamentos de dados socioeconômicos (AECoM), 
modelagens ocea nográfica (Applied science Asso-
ciates) e suporte no sistema de informações geo-
gráficas (GisPLAN), acrescentando 70 pessoas à 
equipe do projeto.
As atividades de coleta de dados ambien-
tais mobilizaram três embarcações de pesquisa 
oceano gráfica (rv Gyre, rv Miss Emma McCall e 
rv Luke thomas), sendo que, em alguns momen-
tos, houve mobilização, em paralelo, de pelo me-
nos duas delas para o desenvolvimento das ativi-
dades. No total, foram utilizados 365 dias de navio 
com operação 24 horas para realização de todas as 
coletas previstas no escopo.
todo o recurso financeiro foi provido pela 
Petrobras, fazendo uso de investimentos da cláu-
sula de participação especial de pesquisa e desen-
volvimento definida pela Agência Nacional de Pe-
tróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), num 
valor de aproximadamente r$ 40 milhões.
toda a informação gerada foi organizada no 
Banco de dados de Ambientes Costeiros e oceâni-cos (BdCo), sistema desenvolvido pela Petrobras, 
e também em sistemas de informação geográfica, 
possibilitando a elaboração de mapas temáticos 
georreferenciados.
desde o início, foi definida uma estratégia que 
visava a elaboração de produtos de pesquisa (livros 
e artigos científicos) com maior valor agregado 
12 iMPORtâNCiA eCOLóGiCA e eCONôMiCA DA BACiA De CAMPOS
possível, para tomada de decisão e suporte ao ge-
renciamento ambiental.
o formato adotado no presente projeto, in-
cluindo a concepção conjunta (órgão ambiental 
e empresa), a execução em parceria com diversas 
instituições de pesquisa (públicas e privadas) e o 
acompanhamento periódico através de oficinas de 
trabalho, pode ser definido como bem-sucedido. 
Esta forma de atuação vem sendo replicada nas 
demais caracterizações ambientais regionais atual-
mente conduzidas pela Petrobras no Brasil, de for-
ma a potencializar os benefícios entre as diversas 
partes interessadas na gestão ambiental da região, 
como o governo brasileiro, órgãos ambientais, co-
munidade científica e indústrias.
Agradecimentos
Agradecemos enormemente o empenho e com-
promisso dos participantes de todas as equipes do 
Projeto Habitats – Heterogeneidade Ambiental da 
Bacia de Campos, tanto as vinculadas às universida-
des quanto as equipes das empresas contratadas e 
da própria Petrobras. À equipe de segurança, Meio 
Ambiente e saúde da Área de Negócios de Explora-
ção e Produção da Petrobras, que apoiou incondi-
cionalmente o desenvolvimento deste projeto, tanto 
com informações técnicas quanto com recursos. Aos 
biólogos André torres e ricardo silva varotto pela 
cuidadosa elaboração das figuras deste capítulo e 
aos revisores anônimos que contri buíram para que 
o texto deste volume ficasse mais objetivo e claro.
Referências
Almeida, A.G., Kowsmann, r.o. 2015. Geomorfologia do talude 
continental e do Platô de são Paulo. in: Kowsmann, r.o, 
editor. Geologia e Geomorfologia: caracterização ambiental 
regional da Bacia de Campos, Atlântico sudoeste. rio de 
Janeiro: Elsevier. série Habitats, v. 1. p. 33-66.
ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e 
Biocombustíveis (Brasil). 2013. Boletim da Produção de 
Petróleo e Gás Natural. Brasília: superintendência de 
desenvolvimento e Produção. 
Benn, A.r., Weaver, P.P., Billet, d.s.M., van den Hove, s., 
Murdock, A.P., doneghan, G.B., Le Bas, t. 2010. Human 
activities on the deep seafloor in the North East Atlantic: 
an assessment of spatial extent. PLos oNE. 5(9): e12730.
Bentz, C.M., Politano, A.t., Genovez, P. 2005. Monitoramento 
ambiental de áreas costeiras e oceânicas com múltiplos 
sensores orbitais. revista Brasileira de Cartografia. 57(1): 43-47.
Chaîneau, C.H., Miné, J., suripno, s. 2010. the integration of 
biodiversity conservation with oil and gas exploration 
in sensitive tropical environments. Biodiversity and 
Conservation. 19(2): 587-600.
Costa, J.A., Ponciano, N.J., souza, P.M., ribeiro, A.C. 2009. 
Avaliação da competitividade do sistema agroindustrial 
da cana-de-açúcar na região norte fluminense. trabalho 
apresentado em 47o Congresso da sociedade Brasileira de 
Economia, Administração e sociologia rural; Porto Alegre, 
Brasil.
duda, A.M., sherman K. 2002. A new imperative for improving 
management of large marine ecosystems. ocean and 
Coastal Management. 45(11/12): 797-833.
Ellis, s.L, incze, L.s., Lawton, P., ojaveer, H., MacKenzie, B., Pitcher, 
r.C., shirley, t.C., Eero, M., tunnell Junior, J.W., doherty, 
P.J., Zeller, B.M. 2011. Four regional marine biodiversity 
studies: approaches and contributions to ecosystem-based 
management. PLos oNE. 6(4): e18997.
Figueiredo Jr., A.G., Pacheco, C.E.P., vasconcelos, s.C., silva, 
F.t. 2015. Geomorfologia e sedimentologia da plataforma 
continental. in: Kowsmann, r.o, editor. Geologia e 
Geomorfologia: caracterização ambiental regional da 
Bacia de Campos, Atlântico sudoeste. rio de Janeiro: 
Elsevier. série Habitats, v. 1. p. 13-32.
Foloni-Neto, H. 2008. Análise multiparamétrica ótima de 
massas de água na Bacia de Campos – rJ [Monografia]. 
são Paulo: Universidade de são Paulo.
Juda, L., Hennessey, t. 2001. Governance profiles and the 
management of the uses of large marine ecosystems. 
ocean development and international Law. 32(1): 43-69.
Kempf, M. 1972. A plataforma continental da costa leste 
brasileira, entre o rio são Francisco e a ilha de são 
sebastião (10°30’-25° lat s): notas sobre os principais 
tipos de fundo. in: Anais do xxvi Congresso Brasileiro de 
Geologia; são Paulo, Brasil. v. 2. p. 211-234. 
Kowsmann, r.o, editor. 2015. Geologia e Geomorfologia: 
caracterização ambiental regional da Bacia de Campos, 
Atlântico sudoeste. rio de Janeiro: Elsevier. série 
Habitats, v. 1.
Kowsmann, r.o., Lima, A.C., vicalvi, M.A. 2015. Feições 
indicadoras de instabilidade geológica no talude 
continental e no Platô de são Paulo. in: Kowsmann, 
r.o, editor. Geologia e Geomorfologia: caracterização 
ambiental regional da Bacia de Campos, Atlântico 
sudoeste. rio de Janeiro: Elsevier. série Habitats, v. 1. 
p. 71-98.
QuÍMiCA AMBieNtAL 13
Mahiques, M.M., Bícego, M.C., silveira, i.C.A., sousa, s.H.M., 
Lourenço, r.A., Fukumoto, M.M. 2005. Modern sedimentation 
in the Cabo Frio upwelling system, southeastern Brazilian 
shelf. Anais da Academia Brasileira de Ciências. 77(3): 
535-548.
McLeod, K.L., Leslie, H.M. 2009. Ecosystem-based management 
for the oceans. Washington: island Press. Chapter 17, state 
of practice; p. 314-324.
Milani, E.J., Araújo, L.M. 2003. recursos minerais energéticos: 
petróleo. in: Bizzi, L.A., schobbenhaus, C., vidotti, r.M., 
Gonçalves, J.H., editores. Geologia, tectônica e recursos 
Minerais do Brasil. Brasília: Companhia de Pesquisa de 
recursos Minerais. p. 541-576.
ruckelshaus, M., Klinger, t., Knowlton, N., de Master, d.P. 2008. 
Marine ecosystem-based management in practice: scientific 
and governance challenges. Bioscience. 58(1): 53-63. 
sanders, C.J., Caldeira, P.P., smoak, J.M., Ketterer, M.E., Belem, 
A., Mendoza, U.M.N., Cordeiro, L.G.M.s, silva-Filho, E.v, 
Pat chineelam, s.r., Albuquerque, L.s. 2014. recent organic 
carbon accumulation (100years) along the CaboFrio, Brazil 
upwelling region. Continental shelf research. 75: 68-75.
schreiner, s., souza, M.B.F.M., Migliorelli, J.P.r. 2007/2008. 
Modelo digital da geomorfologia do fundo oceânico da 
Bacia de Campos. Boletim de Geociências da Petrobras. 
16(1): 157-160.
schreiner, s., souza, M.B.F.M.., Migliorelli, J.P.r., Figueiredo 
Jr., A.G., Pacheco, C.E.P., vasconcelos, s.C., silva, F.t. 2015. 
Mapa batimétrico da Bacia de Campos. in: Kowsmann, 
r.o, editor. Geologia e Geomorfologia: caracterização 
ambiental regional da Bacia de Campos, Atlântico 
sudoeste. rio de Janeiro: Elsevier. série Habitats, v. 1. 
p. 67-70.
sherman, K. 1988. Large marine ecosystems as global units 
for recruitment experiments. in: rothschild, B.J., editor. 
toward a theory on biological-physical interactions in 
the world ocean. dordrecht: Kluwer Academic Publishers. 
NAto Asi series, 239. p. 459-476.
sherman, K., editor. 1993. Emerging theoretical basis for 
monitoring changing states (health) of large marine 
ecosystems. summary reports of two workshops 23 april 
1992; National Marine Fisheries service, Narragansett, 
rhode island and 11-12 july 1992; Cornell University, 
ithaca, New York. Woods Hole: Northeast Fisheries science 
Center. NoAA technical Memorandum NMFs-F/NEC-100.
sherman, K., Aquarone, M.C., Adams, s. 2007. Global applications 
of the large marine ecosystem concept 2007-2010. Woods 
Hole: Northeast Fisheries science Center. NoAA technical 
Memorandum NMFs-NE-208. 
silva Junior, C.L., Lorenzzetti, J.A., Maluf, s.r., stech, J.L., Araujo, 
C.E.s. 1994. An analysis of thermal images of cold oceanic 
eddies in Cabo Frio rJ region. trabalho apresentado em: 
ECo rio 94 international symposium on resource and 
Environmental Monitoring; rio de Janeiro, Brasil.
silveira, i.C.A. 2007. o sistema corrente do Brasil na Bacia 
deCampos, rJ [tese de Livre docência]. são Paulo: 
Universidade de são Paulo.
silveira, i.C.A., Calado, L., Castro, B.M., Cirano, M., Lima, J.A.M., 
Mascarenhas, A.s. 2004. on the baroclinic structure of the 
Brazil current-intermediate western boundary current at 
22°-23° s. Geophysical research Letters. 31(14): L14308.
silveira, i.C.A., Lima, J.A.M., schmidt, A.C.K., Ceccopieri, 
W. sartori, A., Francisco, C.P.F.; Fontes, r.F.C. 2008. is 
the meander growth in the Brazil current system off 
southeast Brazil due to baroclinic instability? dynamics of 
Atmospheres and oceans. 45(3): 187-207.
spalding, M.d., Fox, H.E., Allen, G.r., davidson, N., 
Ferdaña, Z.A. 2007. Marine ecoregions of the world: a 
bioregionalization of costal and shelf areas. Bioscience. 
57(7): 573-583.
stech, J.L., Lorenzzetti, J.A., souza, J.M.C., Araujo, C.E.s. 
1996. A mesoscale Brazil current frontal eddy observed 
through AvHrr images and current meter moorings. in: 
international Archives of Photogrammetry and remote 
sensing. xxxi(B7): 650-653.
stramma, L., England, M. 1999. on the water masses and 
mean circulation of the south Atlantic ocean. Journal of 
Geophysical research: oceans. 104(C9): 20863-20883.
viana, A.r., Faugères, J.C., Kowsamnn, r.o., Lima, J.A.M., 
Caddah, L.F.G, rizzo, J.G. 1998. Hydrology, morphology 
and sedimentology of the Campos continental 
margin, offshore Brazil. sedimentary Geology. 115(1/4): 
133-157.
Zalán, P.v., severino, M.C.G., oliveira, J.A.B., Magnavita, L.P., 
Mohriak, W.U., Gontijo, r.C., viana, A.r., szatmari, P. 2009. 
stretching and thinning of the upper lithosphere and 
continental-oceanic crustal transition in southeastern 
Brazil. trabalho apresentado em: AAPG international 
Conference & Exhibition; rio de Janeiro, Brasil.
View publication statsView publication stats
https://www.researchgate.net/publication/320341629

Continue navegando