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INTERAÇÃO 2017/2 - ÁREA III - CAROLINE S. OLIVEIRA Nocicepção: Percepção de estímulos nocivos pelo SNC. Existem duas vias nociceptivas: a) Rápida: Dor aguda, localizada; b) Lenta: Dor crônica, indistinta (queimação). Inflamação: Processo inflamatório é uma resposta dos organismos vivos a uma agressão sofrida. Entende-se como agressão qualquer processo capaz de causar lesão celular ou tecidual. Esta resposta padrão é comum a vários tipos de tecidos e é mediada por diversas substâncias produzidas pelas células danificadas e células do sistema imunológico que se encontram eventualmente nas proximidades da lesão. Sinais cardinais → Calor, rubor (vermelhidão), edema, dor, perda da função A inflamação é desencadeada pela liberação de mediadores químicos originados nas células migratórias e nos tecidos lesados. Pode ser uma resposta protetora e normal quando causada por agentes microbiológicos, por substâncias químicas ou por trauma físico podendo ser benéfica. Entretanto, a inflamação pode ser também provocada impropriamente por um agente inócuo ou por doença autoimune, como ocorre na artrite reumatóide, sendo lesiva. Inflamação → • resposta complexa • reação de defesa local - lesão • principalmente vasculares • acúmulo de fluido e leucócitos nos tecidos extravasculares • buscam destruir o agente agressor (microorganismo, toxina) e das conseqüências da lesão, como células e tecidos necróticos O próprio tecido lesado, as células endoteliais, as plaquetas circulantes, os mastócitos, os basófilos e os leucócitos polimorfonucleares são fontes de mediadores vasoativos. → São armazenados em grânulos citoplasmáticos (entre outras, histamina, serotonina). → Derivados do metabolismo do ácido araquidônico (prostaglandinas – PG, leucotrienos, tromboxanos, fator ativador plaquetário) e pela produção alterada de reguladores normais da função vascular, como óxido nítrico. Exsudação celular: Saída de leucócitos da luz vascular e migração para o local agredido; leucócitos adjacentes às células endoteliais (setas); pavimentação; aderência ou adesão. Famílias distintas de moléculas de adesão celular participam do recrutamento leucocitário - selectinas, adressinas, integrinas e as moléculas de adesão da superfamília das imunoglobulinas (ICAM). A estimulação das células endoteliais por citocinas induz a expressão de ICAM-1 e ICAM-2. A expressão de iNOS e de COX-2 é aumentada em macrófagos ativados por LPS, IL-1 e TNF-a. Neutrófilos - sítios de ligação → Aderência a células endoteliais (selectina) através dos oligossacarídeos (neutrófilo). Produtos do ácido araquidônico → Forte resposta inflamatória • Leucotriene B4 (LTB4) e Prostaglandina E2 (PGE2) • LTB4 = edema, atração de células inflamatórias • PGE2 aumenta a sensibilidade à dor, temperatura corporal FARMACOLOGIA DA DOR E DA INFLAMAÇÃO Células endoteliais contraem → Criação de poros no vaso → Leucócitos se aderem às celulas endoteliais pavimenta → Macrófago é ativado e produz citocinas inflamatórias → Citocinas inflamatórias promovem produção de proteínas de membrana nas células endoteliais permitindo ligação dos leucócitos que se aderem, pavimentam e entram no tecido. Flavonóides reduzem a produção de ptn membrana! INTERAÇÃO 2017/2 - ÁREA III - CAROLINE S. OLIVEIRA Derivados do Ácido Salicílico → Ácido Acetilsalicílico. Derivados não-acetilados: Trissalicilato de colina e magnésio, salicilato de sódio, salsalato, ác. salilsalicílico. Derivado do Para-Aminofenol → Paracetamol (NÃO É AINE, É SÓ ANALGÉSICO) Pirazolônicos → Dipirona (Novalgina, Magnopyrol). Ácido propiônico: Ibuprofeno (Advin, Motrin), fenoprofeno, cetoprofeno (Profenid), naproxeno (Flanax, Naprosyn, Roche), flurbiprofeno. Diclofenaco: Diclofenaco (sódico = Voltaren , potássico = Cataflam). Ácido mefenâmico, flufenâmico, meclofenâmico, tolfenâmico, etofenâmico. Oxicans: Piroxicam (Feldene), Meloxicam (Movatec), Tenoxicam. AINES: Inibição da síntese de prostaglandinas (PG) → Inibição da Ciclooxigenase (COX) Atividade antipirética: Diminui a febre -PGE2 no hipotálamo. Antiagregante plaquetário: Primeira plaqueta agregada libera as substâncias que promovem agregação plaquetária (TXA2 - produzido pela COX1 - formação de trombo). Quando inibe COX1, diminui TXA2, diminui agregação plaquetária (risco de hemorragia). Plaquetas são fragmentos de células, não possuem núcleo. Inibição da COX é irreversível, portanto as plaquetsa só vão possuir a COX novamente quando forem renovadas (não possuem núcleo, então não expressam a COX). No caso de cirurgia, deve-se cessar o uso de AAS 7 dias antes (dar tempo de renovar as plaquetas). AINES (AAS) → Inibem COX1, que no estômago promove produção de muco e bicarbonato através da PGE2 (COX1 inibida haverá redução da PGE2 com redução do muco e do bicarbonato, aumentando a acidez → efeitos adversos!). Asmáticos → AINES inibem COX, aumenta substrato pra ação da Lipoxigenase (LOX), aumentando leucotrienos (broncoespasmo). PARACETAMOL NÃO É AINE → Inibe a COX3 no SNC (não inibe PG na periferia), agindo sobre dor e a febre → Analgésico não-opióide! Nimesulida → Preferência pela COX2, mas não deixa de inibir um pouco a COX1. O problema de usar AINES que inibem apenas a COX2 é o risco de desenvolvimento de trombos, AVC e infarto. Porque a COX2 inibe a produção de PGI2, que está relacionado à inibição da agregação plaquetária e vasodilatação. Como a COX1 não vai estar inibida, vai haver a produção de TXA2, que promove agregação plaquetária. E a PGI2 não vai estar agindo para inibir essa ação! AINES - Atividade Analgésica: • Mecanismo periférico e central • Dor pós operatória crônica e provocada por inflamação • Desordens musculoesqueléticas, como a artrite reumatóide e osteoatrite – alívio da dor • Cefaléias • Não em víscera oca – exceto a dismenorréia Atividade Antipirética: • PGE2 no hipotálamo • Órgão circumventricular e adjacentes da área préóptica • Pouco efeito sobre a temperatura normal ANALGÉSICOS NÃO-OPIÓIDES E ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINES) PGE2, PGI2, PGF2𝑎 / Tromboxano A2 (TXA2) COX1 → Metabolismo do tromboxano (TXA2 - agregação plaquetária), produção de muco e bicarbonato no estômago através da prostaglandina E2 (PGE2) - efeitos adversos gastrointestinais. COX2 → Está aumentada na inflamação. COX3 → Dor e febre (SNC). INTERAÇÃO 2017/2 - ÁREA III - CAROLINE S. OLIVEIRA Anti-agregante plaquetário: Efeitos adversos: • 15 a 30% usuários regulares – úlceras gástricas e intestinais • Dor epigástrica, náuseas, vômitos, diarréia, eritema, erosão gástrica, ulceração péptica, sangramento digestivo • Inibidores da bomba de prótons • Misoprostol – prevenção (EUA) Hipersensibilidade: • Laringoespasmo • Broncoespasmo • Dermatite • Hipotensão • Choque anafilático Parto → AINESinibem contração uterina; hemorragia pós-parto. Feto → Fechamento prematuro do canal arterial (ductus arteriosus); quando persiste após nascimento – uso de indometacina. Encefalopatia na Síndrome de Reye - AAS: • Contra-indiciados crianças e jovens abaixo de 20 anos – febre associada à doença viral • Incidência anual inferior a um caso por 10.000 crianças • Caracterizada por um quadro viral, uso de salicilatos para controle dos sintomas • Esteatose hepática com insuficiência hepática • Encefalopatia metabólica progressiva, com edema cerebral e hipertensão intracraniana Dipirona (Novalgina ®, Neosaldina®): • A analgesia da dipirona depende de efeito periférico (PGs e NO) e central (sistema descendente inibitório bulboespinhal noradrenérgico e serotoninérgico), antagonismo NMDA • Canais de K+ sensíveis ao ATP e • Inibição da ativação da adenilatociclase por substâncias hiperalgésicas • Bloqueio direto do influxo de cálcio no nociceptor • COX 1, 2 e 3 • Áreas talâmicas, sobre o núcleo magno da rafe (NMR) bulbo, sobre a substância periaquedutal cinzenta (PAG) e de maneira relevante no corno dorsal espinhal. • Importância da ativação de circuitos opioidérgicos, pois esta ativação é reversível pela naloxona • Agranulocitose (taxa de risco 0,8 a 23,7) • Efeitos adversos hemodinâmicos (redução pressão arterial média e no débito urinário) • 0,2 a 2 casos por milhão de pessoas • Maior risco de provocar agranulocitose (ex. antipsicótico clozapina com incidência de 8:1000/ paciente após 6 meses de tratamento) • Estudos brasileiros publicados apontam incidência de 0,5 casos (0,0-1,1) de agranulocitose e 2,7 casos (1,1-7,1) de anemia aplástica por milhão de indivíduos por ano, com grande disparidade regional INTERAÇÃO 2017/2 - ÁREA III - CAROLINE S. OLIVEIRA • “As discrasias sangüíneas atribuídas à dipirona são raras, constituindo-se em efeitos idiossincrásicos, para os quais parecem contribuir fatores genéticos, idade e duração de tratamento. São independentes de dose, não previsíveis e, portanto, de difícil prevenção.” • Anos 90 - disputa mercadológica farmacêutica do paracetamol (hepatotóxico) americano versus dipirona alemã (agranulocitose) Paracetamol (Acetaminofeno): • Primeira escolha na dor leve • Rápida absorção • Níveis plasmáticos máximos em 30-60 minutos • Ação central, COX3 • Ácido glicurônico, metabólitos hidroxilados → Excreção • Paracetamol “as Poison” - Falência hepática (15g adulto, 4g infantil) • Convertido a quinona (extremamente tóxica) → Eliminada com glutationa • Baixos níveis de glutationa – quinona tóxica não eliminada → Hepatotoxicidade • Acetilcisteína e metionina usadas como “antídoto” (UK) Inibidores COX2: • Celecoxibe (Celebra®, Pfizer) e rofecoxibe • Edema e hipertensão arterial sistólica • Acidente vascular e infarto • 2004 retirada do rofecoxibe (Vioxx®, Merck) • 2007 retirada do Lumiracoxibe (Prexige®, Novartis) • 2007 retirada do Etoricoxibe 120 mg (Arcoxia®) • No mercado brasileiro: Celecoxibe (Celebra®) e o etoricoxibe (Arcoxia ®) • Nimesulida (Nisulid®) • Suprimem a formação de PGI2 dependente de COX-2 sem afetar TXA2 → AVC e infarto • PGI2 – Inibe a agregação plaquetária, vasodilatação Corticosteróides: • Glicocorticóides (cortisol) → Receptor tipo II • Mineralocorticóides (aldosterona) → Receptor tipo I - Efeitos sobre a retenção de Na+ (edema) OBJETIVO: Encontrar fármacos com maior afinidade ao receptor do tipo II para reduzir os efeitos adversos. ANTIINFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS - CORTICOESTERÓIDES INTERAÇÃO 2017/2 - ÁREA III - CAROLINE S. OLIVEIRA Estrutura molecular básica → Compostos por 21 C Modificação no hormônio original → Aumenta atividade anti-inflamatória e reduz efeitos mineralocorticóides (retenção de sódio e água). Classificação dos esteróides de acordo com: • Duração do efeito • Potências: Glicocorticóide e mineralocorticóide • Hidrocortisona • Prednisona • Metilprednisolona • Triancinolona • Betametasona • Dexametasona → CORTISOL Propriedades farmacológicas: • Reposição fisiológica • Efeito anti-inflamatório • Efeito imunossupressor Ação rápida → Hidrocortisona e cortisona. Ação intermediária → Prednisona, prednisolona (forma ativa), metilprednisolona e triancinolona (uso em terapias crônicas). Ação prolongada → Betametasona e dexametasona (alta ligação a proteínas plasmáticas, menor velocidade de excreção, maior afinidade aos receptores). Ritmo circadiano de secreção do cortisol: Tomar o fármaco pela manhã (níveis crescentes de cortisol). GLICOCORTICÓIDES: Redução da atividade da resposta imunológica inata e adquirida; Redução da cicatrização; Diminuição dos sinais protetores da resposta inflamatória. → Inibem a fosfolipase A2 (que quebra o ácido graxo em ácido araquidônico) → Não há substrato para ação da COX e LOX. Estimulam a síntese de vasocortina e lipocortina: Inibição de edema, de vasodilatação e do efeito quimiotático dos leucócitos. Inibem a enzima fosfolipase A2. Estabilizam lisossomas. Inibem a resposta de acúmulo de macrófagos: Diminuição de fagocitose e digestão dos antígenos. Inibem a produção de interleucinas 1 e 2. Uso na Inflamação crônica. Susceptibilidade a infecções. Prevenção: Higiene, estado nutricional, AB ao menor sinal de infecção! Eficácia: Mais eficazes anti-inflamatórios disponíveis. Efeito: Melhora sintomática, sem afetar a evolução da doença básica. Uso agudo: Bem tolerados. Uso prolongado: Efeitos adversos graves. Prescrição: Situações eficácia comprovada ou em casos de falha terapêutica com outros agentes. GI: Intolerância gástrica; Isoladamente poucas evidências; Associação com AINES e anticoagulantes. Hipotálamo e hipófise: Retroalimentação negativa (adrenal pode atrofiar). Sistema cardiovascular: Ação mineralocorticóide. Ossos: Redução da atividade osteoblástica; Aumento atividade osteoclástica; Osteoporose; Fraturas costelas, corpos vertebrais e ossos pélvicos; Pacientes em tto + de 3 meses (avaliar fatores de risco: fraturas, menopausa, homens + 65anos, + de 20mg/dia prednisona); Densitometria; Atividade física, suplementação cálcio e vit D. INDICAÇÕES DE USO • Terapia de reposição ou substitutiva: Hipofunção da adrenal → Doses equivalentes à secreção diária de cortisol (Doença de Addison) • Terapia anti-inflamatória/imunossupressora: Em manifestações alérgicas, doenças auto-imunes, hematológicas, dermatológicas, renais, respiratórias, intestinais, oculares e de SNC, transplante de órgãos. INTERAÇÃO 2017/2 - ÁREA III - CAROLINE S. OLIVEIRA • Anti-inflamatórios por excelência quando administrados terapeuticamente • Efeitos anti-inflamatório e imunossupressor potentes • Revertem todos os tipos de reação inflamatória • Patógenos invasores • Estímulos químicos ou físicos • Respostas imunes inadequadas • Amplo espectro de utilização terapêutica USO SISTÊMICO Doenças do colágeno e auto-imunes: Lupus eritematoso disseminado, artrite reumatóide, osteoartrose. Doenças respiratórias: Asma brônquica, DPOC, pneumonia por Pneumocysttis carinii. Doenças gastrintestinais e hepáticas: Colite ulcerativa e doença de Crohn, intolerância ao glúten, hepatite crônica ativa. Doenças neurológicas: Meningite bacteriana, lesões cerebraise de medula espinhal, paralisia idiopática do nervo facial. Doenças alérgicas: Coadjuvantes da epinefrina no choque anafilático. Edema angioneurótico, doença do soro, hipersensibilidade às drogas, picadas de inseto e urticária crônica. Doenças gestacionais: Risco de parto prematuro previne SARN (síndrome de angustia respiratória do recém-nascido - 24ª. a 34ª. semana). Reduzem a mortalidade, o risco de, e hemorragia intraventricular, enterocolite necrosante e hiperbilirrubinemia neonatal. Transplantes de órgãos: Prednisolona (50 a 100 mg) + outros imunosupressores; Outras situações- fase aguda da febre reumática, artrite gotosa aguda, (última escolha). PRINCÍPIOS GERAIS DE USO Uso sistêmico agudo (inferior a 7 dias): Sem efeitos adversos, mesmo com doses de 40 mg/dia de prednisona. Hidrocortisona injetável só é indicada em tratamentos emergenciais, ex. reação alérgica grave. Prednisona e metilprednisolona v.o.: Extensa experiência de emprego em uso sistêmico de maior duração. Uso tópico: Eficazes e não determinam efeitos adversos sistêmicos em tratamentos de curta duração. Administração intra-articular e intra-radicular: Betametasona e dexametasona - Afecções articulares e de tecido conjuntivo • Osteoartrose, dor de ombro secundária a tendinite ou bursite, dor de “ombro rígido” ou síndrome capsular, síndrome do túnel do carpo, encurtamento do tendão flexor por espessamento e tendinose (dedo em gatilho). • Efeitos adversos: Risco de infecção por assepsia inadequada, atrofia de tecidos moles, ruptura de tendão, artrite. PRESCRIÇÃO Via intravenosa: Situações de emergência. Via intramuscular: Menos usada, via oral é de escolha. Fracionamento de 3-4 doses diárias: Aumenta a resposta anti-inflamatória, somente em tratamentos de curta duração (menor que 7 dias). Uso prolongado: Doses únicas matinais (7h ou 8h) → Simulação do ritmo circadiano da secreção de cortisol endógeno. Uso em dias alternados: Tratamentos crônicos com corticóides de ação intermediária. Absorção → Rápida TGI, mucosa e pele. Distribuição → GC sintéticos são transportados ligados a proteínas plasmáticas, T1/2 de 90 minutos, com latência para efeitos biológicos de 2 – 8 horas. Biotransformação → Hepática com total inativação. Exceção da cortisona e prednisona - metabolização hepáticas para ativação (hidrocortisona e prednisolona). Pode ocorrer metabolização renal. Excreção → Renal e pequena parte biliar. EFEITOS ADVERSOS: Não se observa efeitos adversos em uso agudo. Tratamentos sistêmicos por mais de 7 dias: 1. Predisposição a infecções, mascaramento de manifestações clínicas de infecção. Diminuição da cicatrização e a reparação tecidual. 2. Endócrino: Supressão do eixo HHA - retardo de crescimento em crianças, sinais de masculinização (hirsutismo e acne), amenorreia e impotência. 3. Efeitos tópicos: Cutâneos, articulares, candidíase local, disfonia e aftas. 4. Efeitos metabólicos: • Hiperglicemiante – Estimulam a gliconeogênese e diminui a utilização periférica da glicose – Diabete corticóide reversível). • Facilitação da lipólise • Aumento de ácidos graxos livres. • Distribuição anômala de gorduras (acúmulo em face – cushingóide-, escápula –giba- e abdômen). • Inibição da síntese e aumento do catabolismo de proteínas. • Balanço nitrogenado negativo. • Redução de massa muscular e de matriz óssea, afinamento da pele. 5. Equilíbrio hidroeletrolítico: Ação mineralocorticóide, causa retenção de sódio e água (edema, congestão circulatória e hipertensão arterial). 6. Sistema cardiovascular: Hipertensão. 7. Sistema gastrintestinais: Diminuem a barreira da mucosa gástrica, e interferem na reparação tecidual. INTERAÇÃO 2017/2 - ÁREA III - CAROLINE S. OLIVEIRA 8. Hematológicos: Diminuição de linfócito, basófilos, monócitos e eosinófilos. Aumento da coagulação sanguínea acarretando fenômenos tromboembólicos. Aumento da fragilidade capilar. 9. Sistema nervoso central: Euforia, labilidade emocional, depressão, sintomas psicóticos. Síndrome de Cushing: Superprodução endógena de glicocorticóide. Consequências → Efeito anti-inflamatório, redução da resistência a infecções e distúrbios de cicatrização. Consequências da retirada: Supressão bioquímica e/ou clínica do eixo HHA; Efeito rebote; Síndrome de abstinência a efeitos euforizantes (cortico-dependência). Cuidados: Menores doses; Administração local; Interações medicamentosas; Dieta. Interação Nutrientes e Fármacos: Dexametasona, Hidrocortisona e Prednisona; Crianças e idosos, reduzem a absorção das vitaminas A, C, B6, ácido fólico, cálcio, potássio, fósforo e magnésio, bem como, aumentam a excreção renal de potássio, zinco, das vitaminas C, B6 e tiamina. Recomendação → Aumentar ao consumo de frutas nos intervalos das refeições. Proteínas? Descongestionantes nasais: Tratamento sintomático; vias aéreas superiores - receptor a1 (proteína Gq excitatória - ativa fosfolipase C - IP3 - aumenta cálcio intracelular) - VASOCONSTRIÇÃO! → Agonista a1, fenilefrina: • Vias: Oral ou tópica • Descongestionante nasal “antigripais” - Benegrip, Coristina D • Vasoconstritor: Efeitos na pressão arterial. → Efedrina (alcalóide): • Libera NA e estimula diretamente a e b • Pseudoefedrina - isômero da efedrina • Allegra-D® (Fexofenadina) e Claritin-D® (Loratadina) • Fenilpropanolamina → Derivados imidazólicos: • Nafazolina (Sorine) e sanafazolina. FENILPROPANOLAMINA: Ocorrência de graves efeitos colaterais, principalmente derrame cerebral, relatados pela Agência Reguladora de Medicamentos e Alimentos dos Estados Unidos (Food and Drugs Administration - FDA), a partir de estudo realizado na Yale University School of Medicine; e que a razão risco-benefício contra-indica a sua utilização. Antitussígenos: • Tosse – reflexo involuntário • Tosse produtiva não deve ser abolida • Tosse crônica, contínua e não-produtiva • Receptores sensoriais – estímulos químicos e mecânicos (broncoconstrição) –Numerosos na traquéia e brônquios • Centro da tosse - bulbo • Fibras eferentes – músculos da laringe, músculos intercostais e abdominais. Condições patológicas: Produção excessiva de muco (mais viscoso – aumento de mucopolissacarídeos e proteínas) → Produção de catarro. Objetivo: Reduzir a viscosidade - hidratação. Expectorantes → Aumentar a remoção do catarro → Diminuir a viscosidade da secreção Antitussígenos → Analgésicos opióides (atuam no centro da tosse no bulbo). Derivados opióides mais utilizados: Dextrometorfano, codeína. Risco de dependência. Efetivos v.o. Dextrometorfano – sem propriedades analgésicas e causadoras de dependência, produz menor constipação do que a codeína. Expectorantes reflexos: Estimulação das terminações vagais (faringe, esôfago e mucosa gástrica) – aumento da produção de muco. Substâncias nauseantes – secreções salivar, nasal, lacrimal e traqueobrônquica – Iodeto de potássio (Iodepol) – Guaifenesina (Vick xarope) “O Xarope 44E de Vick reúne, em umsó remédio, um expectorante (guaifenesina) e um antitussígeno (dextrometorfano) e foi desenvolvido para aliviar de maneira inteligente a tosse da gripe, servindo para toda a família” → AUMENTA MUCO MAS REDUZ A TOSSE! NÃO FAZ SENTIDO! – Ipecacuanha: Cephaelis ipecacuanha. Ipeca do Brasil - mais valiosa, possui maiores teores de emetina. Alcalóide com potente atividade emética. Em baixas doses é um expectorante reflexo. Expectorantes mucolíticos: Modificadores das características físico-químicas das secreções. Redução da viscosidade = facilita a eliminação. Bromexina e N-acetilcisteína. FARMACOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO INTERAÇÃO 2017/2 - ÁREA III - CAROLINE S. OLIVEIRA - N-acetilcisteína 20%: Ação mucolítica. Fluimucil, Flucistein, Mucomucil, e genérico. Grupamentos tióis – pontes dissulfeto. V.o., aerossol e inalação. Associado à B-agonista para prevenir broncoespasmo. Redução da viscosidade = facilita a eliminação. - Bromexina (Cloridrato de Bromexina – genérico, Bisolvon): Bromexina, derivado sintético da vasicina, alcalóide da Adhatoda vasica (planta asiática). Aumento da função lisossômica – hidrólise das fibras de mucopolissacarídeos do catarro, aumento de imunoglobulinas e efeito broncodilatador. ASMA: Metade dos casos – menos de 10 anos. EUA: 10% das crianças, 5% adultos. Obstruções episódicas das vias aéreas - crises broncoespasmo secreção de muco aumentada e edema da mucosa. Sensibilidade a alérgenos → Pólen, escamas de pêlo, pena, poeira, aditivos alimentares, fumaças. Também relacionado ao estresse emocional, ansiedade, fadiga, variações de temperatura ou de umidade, fatores genéticos. • processo inflamatório combinado com disfunção do músculo liso das vias aéreas • infiltração de células inflamatórias • hiperprodução de muco • edema (aumento da permeabilidade vascular) • hipertrofia e hiperplasia do músculo liso bronquial • reação imunológica mediada pelo anticorpo IgE que está ligado ao mastócito • histamina, bradicinina, leucotrienos, prostaglandinas, tromboxano A2 e fator de ativação plaquetária • contração musculatura lisa Broncodilatadores: Asma brônquica (e DPOC) → Simpaticomiméticos: Relaxam a musculatura lisa das vias aéreas e inibem a liberação de substâncias broncodilatadoras pelos mastócitos. Estimulam adenilato ciclase e aumento AMPc. Adrenalina (alfa e beta). Isoprenalina (agonista B1 e B2). → Salbutamol (Aerolin®), Terbutalina (Bricanyl®), Fenoterol – ação intermediária – asma leve intermitente - inalação → Salmeterol (Serevent®) e Formoterol – ação prolongada → Administração – inalação – efeito local • Uso errado sem o espaçador! O espaçador permite reduzir o tamanho das moléculas pelo atrito, levando-as até o pulmão. Sem o espaçador, as moléculas permanecem muito grandes, depositando-se na boca. Com o uso, podem ser absorvidas e agir nas células B1 no coração! → Estudo epidemiológico = Risco de morte – fenoterol e salbutamol – Nova Zelândia (Berotec®) → Combinação – asma moderada a severa - B2 ação prolongada com esteróide – inalação • Formoterol + budesonida • Salmeterol + fluticasona Metilxantinas: Teofilina, teobromina, cafeína → Preparação de teofilina utilizada para fins terapêuticos – Aminofilina (teofilina + etilenodiamina) → Inibição competitiva da fosfodiesterase (hidrolisa AMPc) • Aumento AMPc • Rolipram • Fosfodiesterase 4 – células inflamatórias → Antagonismo de adenosina na superfície celular • Adenosina induz contração do músculo liso de vias aéreas e liberação de histamina por mastócitos → Metilxantinas: Efeito sobre SNC, inotrópicos e cronotrópicos positivos, aumenta secreção de ácido gástrico. Determinar níveis plasmáticos. Asma (monoterapia ou + corticosteróides). Asma: Hiperreatividade do parassimático - aumento da produção de muco e constrição dos brônquios - uso de antagonista do parassimpático. Anticolinérgicos: 1) Antagonistas colinérgicos não seletivos → Atropina, ipratrópio • Igual afinidade M2 e M3 → Atropina (Atropa belladona) • Broncodilatação/aerossol • Efeitos adversos: Taquicardia, midríase, depressão SNC B1, B2 e B3: São receptores acoplados à proteína Gs, todos estimulando a guanilato ciclase. Ativa PKA e aumenta AMPc. B1 → Coração. B2 → Vasculatura, baço e vias aéreas. B3 → Tecido adiposo (lipólise). INTERAÇÃO 2017/2 - ÁREA III - CAROLINE S. OLIVEIRA → Ipratrópio • Em cobaias previne broncoconstrição em doses acima de 10 μg/kg (i.v.) • Doses menores – broncoconstrição - broncoconstrição paradoxal em humanos 2) Antagonistas seletivos → Tiotrópio • Análogo quaternário da atropina • Igual afinidade M1 e M3 • Efeito a longo prazo – 1 administração ao dia → Flutrópio • Análogo quaternário da atropina • M3 • Antihistamínico Antiinflamatórios: → Não-esteroidais: Inibem COX, aumentam substrato para a LOX, aumenta leucotriênos. Ter cuidado! → Esteroidais: Corticosteróide sistêmico / inalatórios. Reduzir das citocinas inflamatórias. Reduzem a reatividade brônquica – não diretamente. Estabilizam os mastócitos. Uso profilático. V.o. – emergência. Efeito sinérgico com broncodilatadores. • Beclometasona, budesonida, triancinolona, flunisolida, fluticasona • Prednisona, metilprednisona, hidrocortisona • Corticosteróides inalatórios – crise de asma leve persistente • Crise de asma persistente grave – corticóides sistêmicos • Redução gradual – supressão das adrenais • Corticosteróides inalados – candidíase orofaríngea – gargarejar água após cada inalação • Risco de osteoporose, catarata, em crianças reduz a velocidade do crescimento Antagonistas: Receptor cisteinil-leucotrienos → Leucotrienos → Sintetizados por células inflamatórias (eosinófilos, matócitos, macrófagos e basófilos) → 5- lipoxigenase – → AA Asma induzida por aspirina • 5-10% dos indivíduos asmáticos são sensíveis à aspirina – ingestão – broncoconstrição e sintomas de liberação de histamina → Leucotrieno B 4 – potente quimioatraente dos neutrófilos → LTC4 e LTD4 – broncoconstrição, aumento da reatividade brônquica, edema da mucosa e hipersecreação de muco → Inibição da 5-lipoxigenase (zileutona) → Inibição da ligação LTs a seus receptores (montelucaste, zafirlucaste)
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