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Anti-inflamatórios

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1 
Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN 
FARMACOLOGIA BÁSICA U3 
Aula 01 – Anti-inflamatórios 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS 
 Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs); 
 Anti-inflamatórios esteroidais ou glicocorticoides. 
 
SINAIS DA INFLAMAÇÃO 
 Dor, calor, rubor e edema. 
 
 O processo inflamatório é o alvo desses fármacos e se 
instala no organismo por diferentes maneiras. Com o 
estímulo lesivo (mudança de temperatura, lesão 
traumática, entre outras coisas), ocorre liberação de 
mediadores inflamatórios (histamina, derivados do 
ácido araquidônico, citocinas, fatores de necrose 
tumoral, interleucinas). Os mediadores avisam ao 
organismo que há algo errado que deve ser combatido. 
Isso vai gerar: 
 Ação vascular: vasodilatação para poder mobilizar 
um grupo maior de células de defesa ao local. Ocorre 
aumento da temperatura (aquecimento) no local. 
Com o aumento da permeabilidade, ocorre 
exsudação de líquidos e formação de edema. 
 Ação algogênica: agem nas terminações nervosas 
sensitivas. A histamina produz dor e a as 
prostaglandinas tornam essas terminações mais 
sensíveis às substâncias algogênicas. 
 Infiltração de leucócitos: de forma rápida para 
fagocitar o agressor, mas com meia-vida curta. 
Ocorre formação de pus causada pela morte do 
neutrófilo que fagocitou a bactéria. 
 Depois ocorre degeneração, necrose e reparo tecidual. 
Isso é o que normalmente devia acontecer. 
 A inflamação é uma reação de defesa do organismo, 
mas ela tende a ser exacerbada, gerando dor e febre. Os 
mediadores também podem agir no SNC, no ponto fixo 
do hipotálamo, levando ao aumento da temperatura. 
 
EICOSANÓIDES 
 Produzidos a partir de fosfolipídeos de membrana. 
 Década de 30 século XX – sêmen causava a contração 
uterina. 
 Próstata – Prostaglandinas. 
 
 Eicosanóides são mediadores inflamatórios (que 
modulam a resposta inflamatória) de origem lipídica, 
sintetizados a partir dos ácidos graxos ômega-6, como 
o ácido araquidônico (AA), ou dos ácidos graxos 
ômega-3, como os ácidos eicosapentanóico (EPA) e 
docosahexaenóico (DHA). 
 
ESTRUTURA E BIOSSÍNTESE 
 Derivados do ácido araquidônico (20 carbonos com 
4 duplas ligações) produzido pela fosfolipase A2. 
 
 Prostaglandinas: agem na função reprodutiva, o 
controle da pressão sanguínea, a função renal, a 
formação de trombos, os processos inflamatórios, o 
fluxo sanguíneo regional, a função exercida pelo 
músculo liso, a atividade neuronal e determinados 
processos patológicos. 
 Prostaciclinas (PGI2): inibe a agregação plaquetária. 
 Agem nas células parietais inibindo a secreção de 
suco gástrico. 
 Agem nas células epiteliais superficiais estimulando 
a secreção de muco e bicarbonato, aumentando a 
proteção da mucosa gástrica. 
 Tromboxanos: agregantes plaquetários; 
 Doses de AAS inibem a formação desses 
tromboxanos (80 mg, por exemplo, podem ser 
usados como prevenção de trombos e coágulo 
inibindo o tromboxano A2). 
 Leucotrienos: vasodilatadores e broncoconstrictores, 
produtores de muco. 
 Quando se inibe as prostaglandinas pela via das 
cicloxigenases, todo o conteúdo é desviado para 
formar esses leucotrienos, que podem gerar, por 
exemplo, crises de asma. 
 
 Os anti-inflamatórios não agem sobre todos os 
mediadores; eles tentam controlar a liberação dos 
mediadores derivados do ácido araquidônico 
(substâncias pró-inflamatórias) presentes em vários 
tecidos; tentam diminuir a dor, a febre, o edema. 
 O ácido araquidônico encontra-se esterificado nos 
fosfolipídios da membrana celular. Quando ocorre 
estímulo lesivo qualquer, a fosfolipase A2 é ativada e 
libera o ácido araquidônico para o citoplasma. O 
ácido araquidônico só vai dar origem às substâncias 
inflamatórias se ele estiver livre no citoplasma; ele 
serve de substrato para a produção de mediadores 
inflamatórios. 
 
METABOLISMO DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO 
 Fosfolipídeos → Fosfolipase A2 → Acido araquidônico 
→ Essas três substâncias. 
 Vias das cicloxigenases → prostaglandinas. 
 COX-1 (enzima constitutiva): desencadeia funções 
fisiológicas, independente de estímulo lesivo. 
 Envolvida com a gastroproteção. Por isso os anti-
inflamatórios geram a longo prazo o 
desenvolvimento de gastrites e úlceras. 
 Abundante em vários tecidos: endotélio vascular, 
rins, plaquetas, trato gastrintestinal. 
 Ação curta, pontes de H+ instantaneamente 
reversíveis. 
 COX-2 (células inflamatórias): incremento da 
produção de prostaglandinas, independente da 
produção fisiológica diária. 
 Produzida por células inflamatórias e 
imunológicos, ligações covalentes irreversíveis, 
ação prolongada. 
 Via das lipoxigenases → leucotrienos. 
 
2 
Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN 
 A produção se dá por duas vias: a via da lipoxigenase e 
a via da cicloxigenase (mais atuante não só na 
inflamação, mas também na manutenção de vários 
processos fisiológicos). 
 Se ele for degradado pela via da lipoxigenase, irá 
gerar leucotrienos, que são importantes 
vasodilatadores e broncoconstrictores. Na asma, os 
leucotrienos são mais importantes do que a 
histamina. 
 A cicloxigenase degrada o ácido araquidônico 
gerando prostaglandina cíclica (PGG2), a qual vai dar 
origem ao precursor de vários endoperóxidos 
(prostaglandina E, prostaglandina F, prostaciclina e 
tromboxano). O que vai determinar qual 
endoperóxido será produzido é a célula em que o 
estímulo está agindo. 
 Os anti-inflamatórios, principalmente os não seletivos, 
podem causar gastrite, pois inibem, além da Cox2, a 
Cox1. Os glicocorticóides também. 
 
 Os anti-inflamatórios não esteroidais inibem 
cicloxigenase (1 e/ou 2, dependendo do fármaco), 
diminuindo a produção de tromboxano, 
prostaglandina e prostaciclina, mas não de 
leucotrienos. 
 AINES → perigoso para asmáticos. 
 O ideal é só inibir a 2 para não prejudicar os processos 
fisiológicos. 
 Na reação inflamatória, a cicloxigenase 1 aumenta um 
pouco (até 3 vezes). 
 Até mesmo os seletivos para COX2 causam efeitos 
adversos. 
 
 Os anti-inflamatórios esteroidais (corticoides) 
inibem a fosfolipase A2; assim, não haverá produção 
nem de endoperóxidos nem de leucotrienos. Provocam 
mais efeitos adversos. 
 
 
 
 PGE2 e PGI2: são produzidas normalmente pela 
mucosa do estômago, diminuem a secreção de HCl, 
produzem mucina e bicarbonato (proteção) e mantêm 
o fluxo sanguíneo renal (causam uma certa 
vasodilatação para ajudar a perfusão renal). A 
histamina estimula a bomba de prótons. Hiperalgésica. 
 PGI2: inibe agregação plaquetária. 
 
 PGD2: vasodilatação, inibe agregação plaquetária. 
 TXA: agregação plaquetária. As plaquetas devem 
aderir nos locais onde há lesão para formar o coágulo. 
 PGF2α: importante no trabalho de parto, associada à 
contração do miométrio. 
 PGF2: importante para a permeabilidade da luz 
vascular no embrião. Por isso, há a contraindicação da 
administração de anti-inflamatórios em grávidas, para 
evitar o fechamento precoce do canal arterial. 
 Lipoxinas: atuam na resolução da infecção, no fim do 
processo, diminuindo a produção de prostaglandinas. 
 Via da 12-lipoxigenase (12-HETE): quimiotaxia 
(atrai células para os locais inflamados). 
 
AÇÃO DOS PROSTANÓIDES 
 PGD2: vasodilatação, inibe a agregação plaquetária, 
relaxamento do músculo GI, relaxamento uterino. 
 PGF2α: contração do miométrio, luteólise e 
broncoconstrição (gatos e cães, em seres humanos não 
é comprovado). Associada às cólicas menstruais e a 
dismenorreia. 
 PGI2: Vasodilatação, inibição da agregação 
plaquetária, febre, liberação da renina e natriurese 
através de efeitos sobre a reabsorção tubular de sódio. 
 Associada com a febre, assim como a PGD2. 
 Tromboxano A2: vasoconstrição, agregação 
plaquetária e broncoconstrição. 
 O AAS interfere aqui. Sua inibição minimiza risco de 
trombos e coágulos neste paciente. 
 PGE2 - EP1: contração do músculo liso do brônquio e 
GI. 
 PGE2 - EP2: Broncodilatação, vasodilatação, febre,estimulação da secreção de líquido intestinal e 
relaxamento do músculo liso GI. 
 PGE2 - EP3: Contração do músculo liso intestinal, 
inibição da secreção do ácido gástrico, aumento da 
secreção de muco gástrico, estimulação da contração 
uterina gravídica. 
 Efeito gastroprotetor das prostaglandinas. Leva a 
menor produção de ácido clorídrico e aumento a 
produção do muco, protegendo o estômago. Ao 
minimizar esta prostaglandina (PG), terá mais HCl e 
o estômago fica menos protegido, aumenta a chance 
de gastrites e úlceras. 
 Foi usado para aborto → famoso cytotec. É um 
análogo da prostaglandina E1. Atualmente, tem seu 
uso restrito, hospitalar. 
 
PRINCIPAIS CÉLULAS PRODUTORAS DE 
PROSTANÓIDES 
 
 
3 
Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN 
LEUCOTRIENOS 
 Produzidos a partir da via das lipoxigenases. 
 
 5-LOX → 5-HPETE → LTA4 (leucotrieno A4, 
precursor dos demais). 
 LTA4 → LTB4, LTC4, LTD4, LTE4, LTF4. 
 
 LTB4: Quimiotaxia para neutrófilos e macrófagos. 
 Cisteinil leucotrienos (os demais): sistema 
respiratório (espasmógenos e produção de muco) e 
sistema cardiovascular (queda rápida e de curta 
duração da PA). 
 
 
Antagonistas dos receptores de CysLT (cisteil 
leucotrienos): Montelucaste e Zafirlucaste. 
 
BRADICININA 
 Nonapeptídeo. 
 Vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, 
estimulação das terminações nervosas para dor, 
contração da musculatura lisa intestinal e uterina. 
 
AINEs 
 Anti-inflamatórios de origem não-esteroidal. 
 Existem mais de 50 disponíveis no mercado. 
 Podem apresentar efeitos indesejáveis significativos, 
em especial nos idosos, principalmente no TGI 
(gastrites, úlceras). 
 
MECANISMO DE AÇÃO DOS AINES 
 Inibição das cicloxigenases: 
 Diminuição da síntese dos prostaglandinas; 
 Pode ser reversível ou irreversível. Quando a inibição 
é irreversível, o organismo produz novas 
cicloxigenases. Só quem não produz é a plaqueta, 
pois não possui núcleo. Os anti-inflamatórios podem 
inibir as duas COX ou podem ser seletivos para um 
tipo. 
 Os inibidores seletivos para COX2 causam menos 
efeitos adversos gastrintestinais. Inibem COX1 
também, mas têm maior seletividade para COX2. 
 
EFEITOS FARMACOLÓGICAS DOS AINES 
 Ação Anti-inflamatória: 
 Os AINEs diminuem a síntese das 
prostaglandinas. 
 As prostaglandinas causam vasodilatação, aumento 
da permeabilidade, migração de leucócitos 
(quimiotaxia). 
 
 Ação Analgésica: 
 Inibem a síntese de PGE2, que sensibiliza os 
receptores da dor, diminuindo o limiar de excitação 
das fibras nociceptoras C responsáveis transmissão 
do impulso de dor. 
 Haverá menos percepção do estímulo doloroso, já 
que em condições patológicas, essa fibra C fica mais 
excitável com maior propensão à dor. 
 
 Ação Antipirética: 
 Existem pirógenos endógenos (interleucinas) e 
pirógenos exógenos (produzidos por bactérias). Os 
pirógenos atravessam BHE, agem no centro 
termorregulador no hipotálamo, aumento a síntese 
PGE2 no hipotálamo, que via receptor IP aumenta os 
níveis de AMPc que estimula o hipotálamo a 
aumentar a temperatura corporal, causando febre. 
 Os AINEs diminuem a síntese de PGE2, o que baixa 
a temperatura. Nem todos possuem boa ação 
antipirética, pois não atravessam barreira 
hematoencefálica (BHE). 
 Se um indivíduo com temperatura normal tomar um 
AINE, ele não ficará com hipotermia, pois ele age na 
PGE e não diretamente no hipotálamo. 
 Paracetamol: bom antitérmico e analgésico, mas não 
é tão bom como anti-inflamatório. 
 
EFEITOS INDESEJÁVEIS 
 Distúrbios gastrintestinais: dispepsia, diarreia, 
náuseas e vômitos, sangramentos gástricos e 
duodenais, úlceras. 
 Reações alérgicas e cutâneas: erupções leves, 
urticárias, reações de fotossensibilidade. 
 Efeitos renais: insuficiência renal aguda, nefropatia 
(nefrite crônica e necrose papilar renal). 
 Outros: Distúrbios de medula óssea, distúrbios 
hepáticos, asma. 
 
SALICILATOS (DERIVADOS DO ÁCIDO SALICÍLICO) 
 
 Analgésico, antipirético, antiagregante e anti-
inflamatório. 
 
 Indicações clínicas: 
 Analgesia – dores leves a moderadas. 
 Cefaleias, mialgias, artralgias e neuralgias. 
 Antitérmico. 
 Anti-inflamatório. 
 Profilaxia da trombose → tromboxano A2. 
 
 Fármacos: 
 Ácido Acetil Salicílico: AAS® 
 Salicilato de Sódio: Enterosalicil® 
 Salicilamida: Benesal® 
 Diflunisal: Dolobid® 
 Benorilato: Benoral® 
 
4 
Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN 
INIBIÇÃO DA COX PELO AAS 
 A aspirina® inibe a cicloxigenase de forma irreversível. 
 É utilizada como antiagregante plaquetário. Isso evita 
trombose e tromboembolia. 
 Inibidor irreversível não seletivo da COX. Seu uso 
crônico provoca muitos efeitos do ponto de vista do 
TGI e riscos de sangramento pelo impedindo da 
formação do tromboxano A2, que ocorre mesmo em 
pequenas dosagens. 
 
 
 
EFEITOS INDESEJÁVEIS - ASPIRINA 
 Os mesmo dos demais AINEs; 
 Salicismo (zumbido nos ouvidos, vertigem, 
diminuição da audição, náuseas e vômitos) → atinge 
muito o sistema vestibular e a audição. 
 Síndrome de Reye: encefalopatia e distúrbio hepático. 
 Comum em crianças com infecções virais, ao usar a 
aspirina, podem desenvolver essa síndrome. O 
cérebro inflama e essa aumento da PIC fica grave, 
podendo levar ao óbito. 
 Altera o equilíbrio eletrolítico e ácido-base. 
 Pode provocar acidose. 
 
DERIVADOS DOS ÁCIDOS ANTRANÍLICOS - 
FENAMATOS 
 Fármacos: Ácido mefenâmico (Ponstan®), ácido 
flufenâmico 
 Indicações: 
 Analgesia de cólicas menstruais 
 Uso profilático. 
 São mais tóxicos que a maioria dos AINEs, 
 Não deve ser usado por mais de 1 semana e jamais 
em crianças. 
 Contraindicado para crianças. 
 
DERIVADOS PIRAZOLÔNICOS 
 Fármacos: Fenilbutazona, dipirona (Novalgina®), 
antipirina. 
 Principais efeitos colaterais: fenômenos 
hemorrágicos, agranulocitose, púrpura, 
trombocitopenia, hemolíticas e anemia aplásica → 
defeito das células hematopoiéticas. 
 Não pode ser usado de forma crônica, portanto. 
 Terapia de curta duração para gota (acúmulo de 
cristais de ácido úrico nas articulações) e artrite 
 A Dipirona (Novalgina®) nos EUA não é mais prescrita 
por causa das ações sobre células sanguíneas, o FDA 
proíbe. 
 
DERIVADOS DE PARAMINOFENOL 
 Derivados do p-aminofenol: representantes 
Fenacetina (provoca efeitos colaterais graves, sua 
venda foi proibida) e Acetaminofeno (paracetamol, 
derivado do fenacetina menos tóxico). 
 Propriedades farmacológicas: 
 Efeito analgésico e antitérmico: aspirina, 
paracetamol 
 Efeitos anti-inflamatório: é reduzido, não serve tanto 
para essa ação. 
 O paracetamol é hepatotóxico, por isso, usado em 
pacientes com dengue, tem maior chance de lesar o 
fígado duplamente, pelo vírus e pelo paracetamol. 
 Efeitos tóxicos: 
 Intoxicação crônica: metemoglobinemia e 
 Intoxicação aguda: necrose hepática. Pode levar a 
hepatite medicamentosa e até cirrose com o uso 
prolongado. 
 
 
Tem um intermediário hepatotóxico que induz hepatite 
medicamentosa. 
 
DERIVADOS DO ÁCIDO FENILACÉTICO 
 Fármacos: Diclofenaco de potássio (Cataflan®) e de 
sódio (Voltaren®). 
 Existe também o dietilamônio, que é a forma tópica, 
usada em contusões, por exemplo. 
 A forma mais comum são os comprimidos de 50 mg. 
Toma-se 3x ao dia. 
 Não seletivos para a COX: 
 Efeitos indesejáveis: podem provocar sangramento 
gastrintestinal, dor estomacal e ulceração. 
 Indicação: 
 Dores osteomioarticulares, osteoartrite, artrite 
reumatoide, dores musculoesqueléticas agudas. 
 Dores de garganta e amigdalites associados com 
antibióticos. 
 
DERIVADOS DO ÁCIDO INDOLACÉTICO 
 Fármaco: Indometacina (Indocid®). 
 Usado para doenças osteoarticulares, prescrição não 
usual. 
 Efeitos indesejáveis: cefaleia, neutropenia 
(diminuição de neutrófilos, maior sujeição a infecções) 
e trombocitopenia (diminuindo as plaquetas, aumenta 
risco de sangramentos). 
 
DERIVADOS PIRROACÉTICOS 
 Fármacos: Etodolaco, zomepiraco. Mais seletivo para a COX-2 → menos efeitos no TGI. 
 
5 
Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN 
DERIVADOS DA FENOXIMETANOSULFANILIDA 
 Fármaco: Nimesulida (Scaflam®, Nisulide®) 
 Inibidor fraco de PGs. 
 Analgésico, anti-inflamatório e antipirético. 
 
DERIVADOS PROPIÔNICOS 
 Flurbiprofeno (plastilha), cetoprofeno (analgésico 
potente - dor aguda, injeção ou comprimido 12/12h), 
ibuprofeno (Alivium®), naproxeno (Flanax®) 
 Analgésicos e anti-inflamatórios 
 Tratamento crônico da artrite e osteoartrite 
 Dor na dismenorreia 
 
DERIVADOS DO OXICAN 
 Tenoxicam, Meloxicam, Piroxican 
 Meia-vida longa: vantagem sobre os outros, pois 
podem ser usados a cada 12 horas ou apenas 1 vez por 
dia. 
 Excelentes analgésicos e anti-inflamatórios 
 Age bem sobre o sistema musculoesquelético 
 Dor de dente, muscular, articular 
 São menos irritantes que o diclofenaco 
 
INIBIDORES SELETIVOS DE COX-2 (COXIB) 
 Celecoxib (Celebra) e Rofecoxib (Vioxx) 
 Não produzem distúrbios gastrintestinais, aumentam a 
incidência de problemas cardiovasculares, como 
hipertensão, parada cardíaca, infarto do miocárdio 
(formação de trombos) → vasoconstrição e aumento 
da agregação plaquetário pela ação da COX-2. 
 Alguns foram proibidos e outros estão sob suspeita da 
ANVISA → Rofecoxib. 
 
 O uso de AINE por 1 ano: para paciente entre 16-40 
anos, a chance de morrer de hemorragia digestiva é 
1:12. 300 pacientes. Já em um idoso, é de 1:640 
pacientes. 
 
 
Esquerda: Mais seletivos para COX-2 → menos efeito TGI, 
efeito cardiovascular. 
Direita: Inibem tanto COX-1 quanto COX-2 → menos 
efeito cardiovascular, mais efeito TGI. 
 
 
 
 
ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS 
 
CORTICOIDES - HORMÔNIOS DO CÓRTEX DA 
ADRENAL 
 Glicocorticoides: cortisol 
 Mineralocorticoides: aldosterona 
 Esteroides sexuais: andrógenos e estrógenos 
 
 Uso dos corticoides: ações anti-inflamatórias, 
antialérgicas (problemas alérgicos do trato 
respiratório, como asma) e imunossupressoras 
(rejeição de transplantes e doenças crônicas 
autoimunes, como miastenia e lúpus). 
 Usado por asmáticos, que não podem usar os AINES. 
 
EFEITOS METABÓLICOS DOS GLICOCORTICÓIDES 
 Aumento da neoglicogênese: 
 Reduz utilização periférica de glicose; 
 Aumenta armazenamento de glicogênio; 
 Aumenta glicemia; 
 Redução da síntese proteica; 
 Aumento da degradação proteica → atrofia muscular, 
principalmente nos membros; 
 Resulta em balanço nitrogenado negativo. 
 Aumenta a lipólise (mais nos membros): aumento dos 
ácidos graxos livres → hiperlipidemia 
 Redistribuição da gordura corporal: obesidade 
centrípeta → deposição centrípeta de gordura, 
principalmente na face (“de lua”), no pescoço (“corcova 
de búfalo”) e no abdome 
 
GLICOCORTICÓIDES - BIOSSÍNTESE E LIBERAÇÃO 
 A glândula adrenal ou suprarrenal sintetiza 
glicocorticoides (endógenos) a partir do colesterol. 
 O colesterol é o substrato de suma importância na 
síntese de hormônios esteroidais. 
 A medula produz adrenalina e noradrenalina. 
 O córtex produz corticosteroides (mineralocorticoides 
e glicocorticoides) e esteroides sexuais. 
 
6 
Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN 
R* 
R* 
 
 
 Os mineralocorticóides são sintetizados na zona 
glomerulosa: aldosterona, que tem como função 
regular o equilíbrio hidroeletrolítico. 
 Os glicocorticóides são produzidos na zona 
fasciculada e na zona reticular e alguns podem ter ação 
antidiurética também, retendo sódio e água. O 
importante é o cortisol. 
 
 Há intenso envolvimento do eixo hipotalâmico-
hipofisário-adrenocortical. 
 O estímulo para a liberação de glicocorticóides vem do 
hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), produzido 
pela adenohipófise. 
 
 
 Os glicocorticoides fazem feedback negativo com o 
hipotálamo e com a adenohipófise. 
 O cortisol age no metabolismo de lipídios, 
carboidratos, proteínas, tanto no catabolismo como no 
anabolismo. Estimula a gliconeogênese (produção de 
glicose a partir de aminoácidos, ácidos graxos e 
glicerol), a proteólise no tecido muscular (fonte de 
aminoácidos), a hiperglicemia e a lipólise no tecido 
adiposo (quebra de triglicerídeos, produzindo glicerol 
e ácidos graxos). Os ácidos graxos servem como fonte 
energética para a gliconeogênese. É um antagonista 
fisiológico da insulina, pois libera glicose no sangue 
(hiperglicemia) e faz uma certa reserva no fígado. 
Também age no tecido linfoide, nos músculos, no tecido 
conjuntivo, na pele, inibindo a captação periférica de 
glicose. Na pele, também estimula a proteólise, 
inibindo a deposição de colágeno, o que causa estrias e 
ressecamento. 
 
ESTRUTURA DE ALGUNS CORTICOSTERÓIDES 
 
 
 Prednisona → pró-fármaco, converte-se em 
prednisolona 
 Dexametasona: Preparações injetáveis com vitamina 
B: tratamento de neurites e dores articulares e 
preparações tópicas para tratamentos cutâneos. 
Diprogenta: associa betametasona com gentamicina, 
trata infecções tópicas. 
 Triamcinolona: pomada omcilon para aftas e 
ferimentos na boca, região bucal. Também usado para 
dermatites na pele. Tem o injetável para tratar 
alopecia. 
 
MECANISMO DE AÇÃO DOS GLICOCORTICÓIDES 
 O mecanismo básico de ação é por ligação a receptores 
citoplasmáticos. O glicocorticóide se liga ao seu 
receptor citoplasmático, forma um complexo; esse 
complexo penetra no núcleo e age estimulando a 
expressão de determinado gene e a transcrição. Assim, 
ocorrerá a formação do RNA mensageiro e, 
posteriormente, a síntese da proteína que causará o 
efeito biológico. As proteínas podem ser enzimas 
envolvidas nos processos fisiológicos em que o 
fármaco atua. 
 O glicocorticóide pode também inibir a expressão de 
um gene que está sendo transcrito, inibindo, assim, a 
síntese desse RNA mensageiro e também a síntese da 
proteína efetora. 
 
 
 
 Inibição da Fosfolipase A2 
 Aumenta a expressão do gene que codifica a 
lipocortina, estimulando, assim, a lipocortina, o que 
inibe a fosfolipase A2. Dessa forma, não há liberação 
de ácido araquidônico, nem de leucotrienos nem de 
prostaglandinas. 
 Inibição da transcrição dos genes da COX-2 
 Atuam nos receptores nucleares, interferem na 
transcrição gênica, dificultando a formação de COX-
2. 
 
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Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN 
 Inibição da NO sintase 
 Responsável pela síntese do óxido nítrico, que tem 
efeito vasodilatador. 
 Síntese de anexina-1 (retroalimentação negativa 
do hipotálamo e da adeno-hipófise) 
 
 
 
Analgesia preemptiva: dá um corticoide desses para 
pequenos procedimentos cirúrgicos, usado muito na 
odontologia, diminui a dor e o inchaço. 
 
FÁRMACOS - CORTICÓSTERÓIDES 
 Os fármacos são divididos de acordo com o tempo de 
duração. 
 
 Ação curta: 
 Hidrocortisona (Nutracort); 
 Cortisona: primeiro. Não é tão utilizada. 
 
 Ação intermediária: 
 Prednisona (Meticorten®), Prednisolona 
(Prelone®), Metilprednisolona (Depomedrol®) e 
Triancinolona (Oncilon A®). Os três primeiros são 
muito utilizados em uso crônico e o último é utilizado 
em aftas (diminui a dor, mas retarda a cicatrização). 
 
 Ação prolongada: 
 Dexametasona (Decadron®) e Betametasona 
(Celestone®). 
 
EFEITOS DO TRATAMENTO PROLONGADO 
 
SISTEMA ENDÓCRINO-METABÓLICO 
 Supressão do eixo HHA, 
 Interrupção do crescimento (em crianças), 
 Intolerância aos carboidratos (resistência à insulina, 
hiperinsulinemia, testes de tolerância à glicose 
anormal, diabetes mellitus), irregularidades 
menstruais. 
 Retardo do crescimento, distribuição anormal da 
gordura, hiperglicemia. Nem todos os adipócitos são 
sensíveis à ação dos glicocorticóides. A lipólise ocorre 
mais nos membros e ocorre deposição centrípeta de 
gordura, principalmente na face, no pescoço e no 
abdome. 
 
 Síndrome de Cushing: dificuldade de cicatrização, 
acúmulo de gordura (coxim). 
 Irregularidade menstrual, impotência 
 Hipocalemia, alcalose metabólica 
 Manifestações cutâneas: estrias puérperas, 
hiperpigmentação, hirsutismo (pelosem mulheres 
exacerbados), hipertricose. 
 Alterações neuropsiquiátricas: irritabilidade, 
euforia, insônia, psicoses, dependência aos 
glicocorticóides. 
 Distribuição de gordura: corcova de búfalo, 
deposição supraclavicular, obesidade centrípeta, 
fácies em lua-cheia. 
 Metabólitos/circulatórios: Hipertensão arterial, 
alcalose hipocalêmica, intolerância a carboidratos, 
diabetes mellitus, hiperlipidemia, calculose renal. 
 Sistema músculo esquelético: Osteoporose, 
fraturas ósseas, fraqueza, miopatia, atrofia muscular 
proximal. 
 Disfunção hipofisária/gonadal: alteração 
menstrual, diminuição da libido, impotência, 
interrupção do crescimento, nanismo, 
hipotireoidismo. 
 
 
 
SISTEMA GASTROINTESTINAL 
 Irritação gástrica, úlceras pépticas (menor que os 
AINES), 
 Pancreatite aguda (rara), 
 Infiltração gordurosa do fígado e hepatomegalia (rara). 
 Úlcera péptica (aumento da secreção de HCl e aumento 
da pepsina, por causa da diminuição de 
prostaglandinas e prostaciclina); 
 
SISTEMA HEMATOPOEITICO 
 Leucocitose (com neutrofilia), 
 Linfocitopenia, 
 Eosinopenia, 
 Monocitopenia. 
 Tromboembolismo (diminuição de prostaciclina no 
endotélio, provoca agregação plaquetária). Ocorre 
também vasoconstricção, acúmulo de células, 
diminuição da migração e aumento da síntese de 
fatores de coagulação. 
 
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Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN 
SISTEMA IMUNOLÓGICO 
 Supressão da hipersensibilidade tardia 
 Supressão da resposta antigênica primária 
 Supressão da função dos linfócitos T helper 1; 
predominância dos T helper 2 
 Imunossupressão (diminuição da ação fagocítica, 
diminuição da migração de leucócitos). 
 
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 
 Osteoporose e fraturas espontâneas 
 Necrose asséptica de cabeça de fêmur e úmero 
 Miopatia 
 Perda de massa muscular (proteólise) e osteoporose. 
Deve-se fazer atividade física para estimular a 
hipertrofia muscular. 
 
SISTEMA OFTÁLMICO 
 Catarata subcapsular posterior (comum em crianças), 
 Aumento da pressão intraocular, 
 Glaucomas (em adultos, por causa do aumento da 
pressão intraocular) 
 É importante fazer exame periódico em pacientes com 
uso crônico, analisando pressão e opacidade. 
 
DOENÇAS NEUROPSIQUIÁTRICAS (SNC) 
 Distúrbios do sono e Insônia 
 Euforia e Depressão 
 Mania e Psicose 
 Pseudotumor cerebral (aumento benigno da pressão 
intracraniana) - ocorre principalmente na retirada do 
fármaco 
 “Dependência aos Glicocorticóides” 
 Alterações de comportamento e convulsões, 
principalmente em pacientes pré-dispostos que fazem 
uso crônico e dose-dependente. Os corticóides 
atravessam barreira hematoencefálica. 
 
SISTEMA RENAL 
 Nefrolitíase, 
 Nefrocalcinose (cálculos renais de cálcio), 
 Uricosúria (ácido úrico elevado na urina). 
 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 Hipertensão arterial, 
 Infarto do miocárdio (raro), 
 Acidente vascular cerebral (raro). 
 
 Pele: fina e inelástica (diminuição de colágeno), 
retardo na cicatrização (diminuição da deposição de 
fibrina e diminuição da proliferação de fibroblastos). 
 Água e eletrólitos: hipocalemia (diminuição de 
potássio). Alguns glicocorticóides têm ação de 
mineralocorticóide também. 
 O uso contínuo e crônico (administração exógena) 
deprime o eixo e, quando o uso é suspenso, pode 
demorar meses para ele voltar a funcionar, caso tenha 
sido suprimido por muito tempo. Assim, em situações 
de estresse, o organismo não liberará os hormônios 
como deveria. A retirada do fármaco (desmame) deve 
ser lenta e gradual, para desbloquear esse eixo.

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