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GINÁSTICA-LABORAL-BASES-TEÓRICAS

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Prévia do material em texto

2 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4 
1 UM POUCO DE HISTÓRIA ........................................................................ 5 
1.1 Definições básicas ............................................................................... 6 
1.2 Prerrogativas da Educação Física ........................................................ 7 
1.3 Rumo ao multiprofissionalismo ............................................................. 9 
2 O protagonismo brasileiro dos Profissionais de Educação Física no 
contexto histórico da Ginástica Laboral ..................................................................... 10 
3 DEFINIÇÕES E CONCEITOS .................................................................. 11 
3.1 Definição de Ginástica Laboral ........................................................... 11 
3.2 Tipos de Ginástica Laboral ................................................................. 13 
3.3 Ginástica Laboral Preparatória ou de Aquecimento ........................... 13 
3.4 Ginástica Laboral Compensatória ou de Pausa ................................. 14 
3.5 Ginástica Laboral de Relaxamento .................................................... 15 
3.6 Frequência e Duração da GL ............................................................. 16 
3.7 Benefícios da GL ................................................................................ 16 
4 TIME SAUDÁVEL ..................................................................................... 19 
4.1 Posturas Viciosas ............................................................................... 21 
5 O QUE É GINÁSTICA LABORAL E QUAIS OS SEUS BENEFÍCIOS? .... 23 
5.1 O que é? ............................................................................................. 23 
5.2 Histórico ............................................................................................. 25 
5.3 Justificativa ......................................................................................... 25 
5.4 Diagnóstico ......................................................................................... 26 
5.5 Avaliação ............................................................................................ 27 
5.6 Programa ............................................................................................ 28 
5.7 Objetivo .............................................................................................. 29 
5.8 Benefícios para a empresa: ................................................................ 31 
 
3 
5.9 Benefícios físicos para o trabalhador: ................................................ 32 
5.10 Exemplos de atividades para trabalhadores braçais: ...................... 32 
5.11 Exemplos de atividades para trabalhadores administrativos:.......... 32 
5.12 Importante: Incentivo Fiscal para Empresas com GL ...................... 34 
5.13 Exemplos de empresas que usam a ginástica laboral .................... 36 
5.14 Os Profissionais atuantes nas sessões de Ginastica Laboral: ........ 38 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 40 
6 LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................... 42 
 
 
 
4 
INTRODUÇÃO 
Prezado aluno, 
 
A Rede Futura de Ensino, esclarece que o material virtual é semelhante ao da 
sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno 
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, 
para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse 
aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. 
No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão 
ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo 
hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
5 
1 UM POUCO DE HISTÓRIA1 
Inicialmente denominada “ginástica de pausa”, a Ginástica Laboral começou 
na indústria com o objetivo de dar repouso ativo aos operários, por alguns períodos 
durante sua jornada de trabalho. A primeira referência bibliográfica que se tem 
notícia sobre este tipo de experiência é um manual editado na Polônia, em 1925. 
Posteriormente, surgiram também outras publicações na Holanda e na Rússia. 
 
 
Fonte: static.inbep.com.br 
Neste último país, milhões de operários em milhares de empresas, passaram 
a praticar “ginástica de pausa” adaptada a cada ocupação, nas décadas anteriores à 
Segunda Guerra Mundial. Nos anos 60, já com o nome ora apresentado, a Ginástica 
Laboral renasce na Bulgária, Alemanha, Suécia e Japão, sendo que, nesse último, 
consolidou-se a sua obrigatoriedade com relação a determinadas tarefas industriais. 
Nos EUA, desde 1974, trabalhadores de empresas estão envolvidos em programas 
diários de ginástica durante a jornada de trabalho. 
No Brasil, em 1973, a Escola de Educação Física da Federação dos 
Estabelecimentos de Ensino de Novo Hamburgo/RS (FEEVALE), torna-se a pioneira 
 
1 Extraído do link: http://www.confef.org.br/ extra/revistaef/arquivos/2006/ N22_DEZEMBRO/ 
08_2007_ANO_DA_GINASTICA_LABORAL.PDF 
 
6 
da Ginástica Laboral com o “Projeto Educação Física Compensatória e Recreação”, 
que foi elaborado a partir de proposta de exercícios físicos baseados em análises 
biomecânicas. Em parceria com a FEEVALE, em 1978, o SESI/RS desenvolveu o 
“Projeto Ginástica Laboral Compensatória”. 
...“Não consigo entender a dúvida de alguns profissionais ou empresários... 
Talvez, Ginástica Laboral não seja o nome mais adequado, embora seja o 
de uso. Quem sabe se chamássemos de Ginástica na Empresa, ou 
Ginástica Preventiva e de Fortalecimento. A verdade é que Ginástica é 
atribuição do Profissional de Educação Física, nenhum outro mais. Onde ela 
é praticada e para que fim, isso pouco importa, desde que, orientada por 
profissional com registro no Sistema CONFEF/CREFs” Prof. Gilberto José 
Bertevello (CREF 000001-G/SP) – Conselheiro Federal CONFEF. 
Em 1974, nos estaleiros da Ishikawagima do Brasil (Ishibras), no Rio de 
Janeiro, foi implantada a ginástica no início da jornada de trabalho e a “ginástica 
compensatória”, durante as pausas do trabalho, envolvendo 4.300 trabalhadores. O 
enfoque neste caso foi a segurança no trabalho. Neste exemplo, o papel da 
Educação Física incidiu nas boas condições do local de trabalho, bem como no 
desenvolvimento dos Recursos Humanos, algo distinto da abordagem terapêutica de 
certas proposições de cunho impositivo. 
Em 1978, em Betim/MG, na fábrica Fiat de automóveis, por iniciativa do 
SESI/MG iniciou-se o “programa de Ginástica na Empresa” fundamentado nos 
princípios da Ginástica Laboral estudados a partir de visitas técnicas de profissionais 
desse SESI aos estaleiros da Ishibras, para observação da ginástica então aplicada 
aos trabalhadores. Este Programa do SESI abrangeu todo o País, com cerca de 500 
mil praticantes, envolvendo múltiplas empresas e objetivos referidos também ao 
bem-estar do trabalhador. 
1.1 Definições básicas2 
A partir da constatação de DaCosta & Pegado quanto à tipologia de expansão 
e desenvolvimento da atividade física na empresa, pode-se então conceituá-la como 
o conjunto de estratégias relacionadas ao universo do lazer ativo (clubes, equipes, 
promoções recreativas) e da saúde ocupacional (GL, exercícios corretivos e 
melhoria da forma física,atividades esportivas de competição e de lazer ativo) com 
vistas a realizar propósitos da empresa no âmbito de melhoria das relações de 
 
2 Extraído do livro: Ginástica Laboral: Prerrogativa do Profissional de Educação Física 
 
7 
trabalho, proteção psicossomática dos empregados, aperfeiçoamento da segurança 
no trabalho, aumento da produtividade por melhores condições de saúde, redução 
do absenteísmo e da rotatividade do pessoal, entre outros meios gerenciais. 
Releve-se, por necessário, que a GL vincula-se primariamente à saúde 
ocupacional - objeto de estudo da Medicina do Trabalho – tanto pelo seu sentido 
terapêutico (exercícios de regeneração e de desenvolvimento muscular) como pela 
melhoria de forma física (recuperação física por intervalo nas rotinas de trabalho). 
Neste sentido, consultando-se a produção de Valquíria Lima – uma das lideranças 
da GL no Brasil a partir de 2004 –, pode-se atualizar o conceito de GL admitindo ser 
um conjunto de práticas físicas visando a compensar o esforço e a atenção 
requerido pelo trabalho, criando uma pausa ativa e reduzindo-lhe a monotonia. 
 
 
Fonte: 4.bp.blogspot.com 
1.2 Prerrogativas da Educação Física 
Em outras palavras, o Profissional de Educação Física, perante a tradição que 
atualmente dá sentido à GL, segue propósitos gerais da empresa que lhe hospeda 
bem como atende necessidades educativas e comportamentais dos seus 
colaboradores. Neste particular, o “surto” GL gerou sobreposições de funções da 
Educação Física por parte da fisioterapia que passou recentemente a atuar em 
 
8 
atividades de esporte e lazer, além das intervenções terapêuticas. E se a terapia 
está se dedicando ao desenvolvimento de atitudes comportamentais, é possível que, 
ao continuar esta tendência, o fisioterapeuta perca o nexo e a delimitação de sua 
especialização. E se fisioterapeuta assume a GL com suas raízes esportivas e de 
lazer ativo, haverá um inevitável confronto com os especialistas da Medicina do 
Trabalho, atividade regulamentada em âmbito nacional e atendente à especialização 
na produção científica. Tal confrontação jamais houve com o médico do trabalho e o 
Profissional de Educação Física, porque historicamente ambos têm trabalhado de 
modo complementar. 
 
 
Fonte: alemdahipertrofia.files.wordpress.com 
Sem embargo, o Profissional de Educação Física atua formalmente por meio 
de métodos educacionais e preventivos, para minimizar e/ou evitar a possibilidade 
de ocorrência de lesões decorrentes das atividades repetitivas/cotidianas do 
estresse causado pela atuação laboral e de atividades que tragam algum risco para 
os trabalhadores. Por sua vez, o fisioterapeuta deve ater sua atuação ao tratamento 
das lesões já diagnosticadas, acompanhando o paciente até que este esteja em 
condições plenas de retornar ao seu trabalho em condições normais. Nestas 
circunstâncias, a responsabilidade do Profissional de Educação Física, ao encontrar 
trabalhadores em situação em que a saúde já esteja comprometida, é a de 
recomendar o acompanhamento por profissional da fisioterapia e/ou da medicina, 
 
9 
pois se trata de reabilitação/tratamento. Uma vez tendo alta do 
fisioterapeuta/médico, este trabalhador poderá reintegrar-se ao grupo que participa 
das atividades físico-preventivas ou de simples lazer ativo. 
1.3 Rumo ao multiprofissionalismo 
A própria experiência das atividades físicas na empresa – ora incluindo a GL 
–, a julgar pelo exemplo da produção de conhecimento na obra de DaCosta & 
Pegado (1990), tem transcorrido por abordagens de profissionais diversos com 
predominância dos Profissionais de Educação Física. Isto posto, o atual 
estranhamento das funções ampliadas dos fisioterapeutas traz à luz, naturalmente, a 
necessidade de se enfatizar uma gestão compartilhada das funções de Segurança 
do Trabalho, Medicina Ocupacional e Recursos Humanos. Neste caso, a 
organização das diferentes interfaces profissionais com tais funções deve pertencer 
ao especialista em Educação Física pois este deve atuar no desenvolvimento 
comportamental dos trabalhadores alvo, objetivo síntese das intervenções 
multidisciplinares para as circunstâncias das atividades físicas. 
É nesta linha que se insere o presente livro, a partir de seu próprio título de 
publicação. Portanto o posicionamento do Profissional de Educação Física no tema 
do centenário esporte-empresa e na GL dele decorrente não se trata de status quo 
normativo – típico dos conselhos profissionais – mas sobretudo de um imperativo de 
inclusão profissional com fundamentos históricos, científicos e educacionais. 
Note-se por significativo que já na Antiga Grécia de dois mil anos passados a 
figura do paidotribo – educador e treinador físico de adolescentes e jovens – já 
atuava como precursor dos atuais Profissionais de Educação Física, orientando seus 
seguidores para uma vida saudável, ao passo que os médicos gregos cuidavam das 
doenças de eventuais cidadãos desprotegidos. Modus in rebus, hoje a relação 
educador físico – médico ainda sobrevive constituindo uma das mais antigas 
tradições da civilização ocidental. 
Em conclusão, almejo que a presente argumentação histórica e educacional 
prevaleça como válida ao enfatizar a complementariedade do médico – ou do 
fisioterapeuta e outros profissionais correlatos da área de saúde – com o Profissional 
de Educação Física. Afinal há um fato cultural que sobrevive há dois mil anos e dá 
 
10 
legitimidade ao multiprofissionalismo tão enaltecido e pretendido nos tempos 
presentes da saúde e da educação. 
2 O PROTAGONISMO BRASILEIRO DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO 
FÍSICA NO CONTEXTO HISTÓRICO DA GINÁSTICA LABORAL 
Os Profissionais de Educação Física são reconhecidamente os pioneiros e 
protagonistas da Ginástica Laboral no Brasil, fato este comprovado pelos inúmeros 
relatos e evidências históricas apresentadas. 
 
 
Fonte: s3-sa-east-1.amazonaws.com 
Reconhecemos a relevância de todas as iniciativas, experiências, atividades e 
programas de Atividades Físicas realizados desde então, os quais contribuíram para 
a construção, evolução e consolidação da Ginástica Laboral. 
A riqueza histórica envolvida no desenvolvimento e na evolução da GL é 
muito valiosa e merece ser tratada com todo respeito e consideração. Neste livro 
não pretendemos detalhar profundamente essa história, mas destacar alguns dos 
momentos mais relevantes desse contexto histórico. 
Existem evidências de que o primeiro apontamento encontrado no mundo 
sobre GL foi um livreto chamado Ginástica de Pausa, editado em 1925 na Polônia. 
 
11 
Logo em seguida, a prática teria seguido para a Holanda e para a Rússia, tomando 
corpo em vários países a partir de então. Por volta de 1928, a prática foi implantada 
no Japão por meio da Rádio Taissô – ginástica orientada com músicas pelo rádio. 
No Brasil, sabe-se que desde o início do século passado surgiram as 
primeiras ações de Profissionais de Educação Física propondo exercícios físicos no 
ambiente de trabalho. 
Pesquisas apontam a existência de um Programa de Ginástica Matinal, 
desenvolvido nos Estaleiros da Ishibrás no Rio de Janeiro, em meados dos anos 
1970, no qual mais de 2.500 homens faziam exercícios durante 10 minutos antes de 
iniciarem suas tarefas laborais. Além disso, sabe-se que em 1978 foi formada a 
primeira Associação de Rádio Taissô no Brasil, no bairro da Liberdade, em São 
Paulo, onde a técnica japonesa de se exercitar ao som de um rádio foi adaptada 
para a realidade dos brasileiros, abrindo espaço para atuação dos Profissionais de 
Educação Física da época. 
Contudo, cabe ressaltar a iniciativa protagonista da Federação de 
Estabelecimentos de Ensino Superior (FEEVALE) em Novo Hamburgo , no Rio 
Grande do Sul (RS), por meio da Escola de Educação Física, que em 1978 efetivou 
um contrato com cinco empresas da região para a implantação de um Programa deGinástica Laboral, baseado em análises biomecânicas e estruturada pelos 
Profissionais de Educação Física da instituição, bem como com parcerias com o 
Serviço Social da Indústria (SESI) da região e conforme as necessidades da 
empresa naquela época. 
Destaca-se o dia 22 de novembro de 1978 como um momento histórico da 
Ginástica Laboral, pois nesta data foi efetivado o contrato para execução do projeto 
de Ginástica Laboral compensatória, entre o Serviço Social da Indústria (SESI-RS) e 
a FEEVALE (Federação de Estabelecimentos de Ensino Superior em Novo 
Hamburgo - RS), nas empresas da região. 
3 DEFINIÇÕES E CONCEITOS 
3.1 Definição de Ginástica Laboral 
Vários pesquisadores apoiam e recomendam a prática da atividade física no 
ambiente de trabalho como uma das atitudes preventivas de saúde. Pratt, Vuori e 
 
12 
Lankenau (2004); Pereira, Lima e Ceschini (2005); Pedersen et al. (2009); Conn et 
al. (2009) e Pereira (2009), entre outros autores, perceberam em seus estudos os 
efeitos da atividade física aplicada no trabalho sobre a saúde do trabalhador. 
Os Programas de Ginástica Laboral (PGL) são atualmente estruturados na 
tentativa de minimizar os fatores de risco existentes nas empresas para que possam 
contribuir sobre o objetivo macro da promoção da saúde no ambiente de trabalho, 
mantendo e promovendo a saúde do trabalhador por meio da prática de exercícios e 
dicas de saúde (PEREIRA; LOPEZ; VILARTA, 2013). 
A Ginástica Laboral (GL) é um programa de exercícios físicos, planejados e 
dinamizados por Profissionais de Educação Física, realizados no próprio local de 
trabalho, durante o horário de expediente, de acordo com as características da 
atividade desempenhada em cada função (CREF9/PR, 2014). 
 
 
Fonte: 1.bp.blogspot.com 
Alguns pesquisadores enriquecem as definições acerca deste tema, entre 
eles: 
Figueiredo (2007) coloca que a GL é uma proposta de exercícios físicos a 
serem realizados diariamente durante a jornada de trabalho, buscando compensar 
os movimentos repetitivos inerentes à atividade laboral cotidiana, à ausência de 
movimentação, ou mesmo compensar as posturas assumidas durante o período de 
trabalho que causam algum tipo de constrangimento físico. 
 
13 
Maciel (2010), por sua vez, define a GL como a prática de exercícios físicos 
específicos e preventivos, planejados de acordo com as características de cada 
tarefa laboral, realizados durante a jornada de trabalho. 
Lima (2007) corrobora, afirmando que essas práticas devem ser 
complementadas com ações educativas que possibilitem um maior acesso às 
informações sobre promoção de saúde, dinâmicas lúdicas e de integração, visando 
promover maior descontração e resgate do equilíbrio e bem-estar do trabalhador. 
3.2 Tipos de Ginástica Laboral 
Basicamente existem três tipos de Ginástica Laboral, definidos conforme o 
horário de sua aplicação na empresa e seus objetivos: GL Preparatória ou de 
Aquecimento (também conhecida como GL Introdutória), GL Compensatória ou de 
Pausa e GL de Relaxamento ou de Final de Expediente. 
3.3 Ginástica Laboral Preparatória ou de Aquecimento 
É aquela realizada no início da jornada de trabalho ou logo nas primeiras 
horas do expediente, com o objetivo principal de preparar os colaboradores para a 
execução de sua tarefa profissional, aquecendo os grupos musculares que serão 
mais solicitados em sua jornada. 
Neste tipo de GL, o Profissional de Educação Física deve planejar exercícios 
físicos que proporcionem algumas reações fisiológicas nos colaboradores 
participantes, como: 
 Aumento da circulação sanguínea e da frequência respiratória no intuito de 
melhorar a oxigenação muscular e tecidual; 
 Aumento da viscosidade intramuscular e da elasticidade muscular, 
procurando evitar distensões; 
 Promover um melhor estado de preparação psicológica dos trabalhadores 
para que exerçam suas funções com níveis mais elevados de atenção e 
concentração. 
 
14 
 
Fonte: www.guiadoemagrecer.com 
3.4 Ginástica Laboral Compensatória ou de Pausa 
É aquela realizada durante a jornada de trabalho. Neste momento, 
interrompe-se a monotonia operacional dos colaboradores, que realizam pausas 
para executar exercícios específicos de compensação aos esforços repetitivos, 
estruturas sobrecarregadas e às posturas solicitadas no trabalho, de acordo com 
cada função laboral. 
Na GL Compensatória, recomenda-se que o Profissional de Educação Física 
elabore exercícios físicos que influenciem positivamente nos seguintes aspectos: 
 Redistribuição sanguínea, melhorando a oxigenação corporal, permitindo 
metabolização eficiente do Ácido Lático e outros resíduos que interferem no 
desempenho do trabalhador, gerando fadiga e perda de rendimento. 
 Aumentar a viscosidade e a lubrificação dos tendões e das fibras musculares; 
 Alongar a musculatura, diminuir a tensão muscular e contribuir para melhorar 
a postura corporal; 
 Relaxamento e descontração psicológica; 
 Integração social e momentos lúdicos que contribuam com a sensação de 
bem-estar. 
 
15 
3.5 Ginástica Laboral de Relaxamento 
É aquela realizada ao final do expediente, antes de os colaboradores saírem 
da empresa. Está baseada em exercícios de alongamento e relaxamento muscular, 
com o principal objetivo de oxigenar as estruturas musculares envolvidas nas tarefas 
profissionais diárias, reduzindo a fadiga e aliviando o cansaço. 
 
 
Fonte: www.ginlab.com.br 
Este tem sido o tipo de GL menos utilizado pelas empresas que contratam os 
Programas, pela preferência que demonstram em investir nas ações que ocorram 
durante o horário de expediente, possibilitando que o colaborador retorne ao 
trabalho melhor do que estava antes da pausa ativa da GL. No caso da GL de 
Relaxamento (final de expediente) os colaboradores vão embora da empresa e, em 
geral, para grande parte das pessoas, a percepção que fica é a de que todo o 
estímulo empregado acaba sendo “aproveitado” fora do horário produtivo. 
Pereira (2013a) sugere uma nova classificação denominada Ginástica Laboral 
Mista, que pode ser executada em todos os momentos dos turnos, pois deriva da 
combinação dos objetivos das Ginásticas explicadas anteriormente (de 
Aquecimento, Compensatória e de Relaxamento), associando seus conteúdos e 
tipos de exercícios ao objetivo de atender de forma ampla às necessidades dos 
trabalhadores e das empresas. 
 
16 
3.6 Frequência e Duração da GL 
A literatura nacional e internacional apresenta dados científicos que 
comprovam os benefícios do PGL dentro de metodologias, na maioria das vezes, 
com frequência de cinco vezes por semana e duração de 15 minutos (Pereira, 2009 
e 2013ab). 
O ideal é que a GL seja praticada todos os dias, no mínimo três vezes ao dia, 
durante a jornada de trabalho. Essa é a situação ideal, nem sempre real. Quanto à 
duração das aulas, estas geralmente têm de cinco a quinze minutos, dependendo da 
negociação com a empresa contratante, bem como de suas possibilidades 
(Figueiredo, 2007). 
A escolha da frequência da realização da série dependerá dos objetivos 
traçados pelo profissional juntamente com a empresa, o que por sua vez estará 
diretamente relacionado aos benefícios que poderão advir dessa prática. Em outras 
palavras: eles são interdependentes (Maciel, 2010). 
3.7 Benefícios da GL 
Embora a modernidade tenha trazido grandes avanços tecnológicos, a busca 
constante e incessante por maior produtividade trouxe também fortes pressões para 
o contexto do trabalho, gerando muitas vezes desgastes físicos, mentais e 
emocionais, que, consequentemente, conduzem a um desequilíbrio. 
 Assim, não raro se faz necessário “promover um equilíbrio” no ambiente de 
trabalho. Quando se implanta um Programa de GL numa empresa, envolve-se a 
coletividade, o que propicia, além dos benefícios físicos em si (respiração, 
alongamento muscular, melhor oxigenação e circulação sanguínea), momentos de 
descontração,e um desligamento momentâneo dos problemas do trabalho. É uma 
pausa em que, apesar dos cargos exercidos, “todos são iguais”: seres humanos em 
busca de bem-estar, saúde e qualidade de vida no trabalho (Figueiredo; Mont’alvão, 
2008). 
O Programa de Ginástica Laboral (PGL) tem como estratégia interferir sobre a 
saúde do trabalhador por meio da orientação de informações sobre saúde, que 
devem acontecer diariamente, durante a aula de GL, incentivando sempre a 
 
17 
mudança do comportamento do mesmo em relação aos seus hábitos (PEREIRA, 
2013). 
 
 
Fonte: i0.wp.com/nunesegrossi.com.br 
Conforme o CREF3/SC (2013), a GL favorece a mudança da rotina 
ocupacional; desenvolve a consciência corporal; melhora a postura; diminui a tensão 
muscular desnecessária; melhora a mobilidade e a flexibilidade; melhora a qualidade 
dos movimentos executados durante o trabalho; contribui para o melhor 
relacionamento entre colegas; reforça a autoestima; melhora a concentração no 
trabalho. 
Para Lima, Aquilas e Ferreira Jr. (2009), a prática da GL possibilita melhoria 
na flexibilidade e mobilidade articular; na postura corporal; na disposição e no ânimo 
para o trabalho; autoconhecimento do corpo e coordenação motora; sociabilização 
entre colegas e superiores. Ainda reduz tensão e fadiga muscular; além de contribuir 
para a queda dos índices de absenteísmo e procura ambulatorial. 
De acordo com o CREF9/PR (2014), além dos benefícios citados, há ainda: a 
minimização dos vícios posturais e a prevenção da fadiga muscular (aumento do 
relaxamento muscular). Para as empresas, a GL contribui com a redução do 
absenteísmo por doenças; diminuição do uso do sistema de saúde; redução de 
perdas por presenteísmo e também pode contribuir na diminuição do turnover. 
 
18 
Conforme Maciel (2010), o objetivo geral/principal da GL é a preparação ou 
compensação dos aspectos biopsicossociais do trabalhador, sendo que os objetivos 
secundário/específicos estão vinculados à cada modalidade de ginástica adotada 
(preparatória, compensatória, relaxamento). 
Estes objetivos e/ou benefícios poderão visar: 
1) Prevenção e/ou compensação do desgaste ocupacional proporcionado: 
1.a) pelas posturas incorretas e/ou cansativas; 
1.b) pelos movimentos com ou sem repetitividade e uso de força; 
1.c) pelo aumento da tensão física e/ou psicológica; 
2) Melhoria do clima organizacional - relacionamentos interpessoais; 
3) Redução dos acidentes de trabalho; 
4) Redução das doenças ocupacionais osteomusculoligamentares; 
5) Aumento da produtividade; 
6) Mudança de comportamento – adoção de um estilo de vida saudável. 
Entretanto, para que os benefícios sejam alcançados, os princípios 
metodológicos do PGL precisam ser respeitados incluindo a seleção dos conteúdos 
e prescrição dos exercícios que devem considerar a intensidade, a duração, a 
frequência, o volume, a evolução, a motivação, a satisfação, a segurança e a 
preservação da integridade do trabalhador, assegurando a eficiência do PGL 
(Pereira, 2013a). 
Certamente o Programa de GL é uma grande “porta de entrada” para outros 
temas que visem à promoção de saúde e à qualidade de vida nas empresas, onde 
começam a se destacar as questões relacionadas à Educação em Saúde como 
preponderantes. 
É oportuno citar também que o conceito de Educação em Saúde se sobrepõe 
ao conceito de promoção da saúde, como uma definição mais ampla de um 
processo que abrange a participação de toda a população no contexto de sua vida 
cotidiana e não apenas das pessoas sob o risco de adoecer (WHO, 2015). 
Esta noção está baseada em um conceito de saúde ampliado, considerado 
como um estado positivo e dinâmico de busca de bem-estar, que integra os 
aspectos físico e mental (ausência de doença), ambiental (ajustamento ao 
ambiente), pessoal/emocional (autor realização pessoal e afetiva) e sócio ecológico 
(comprometimento com a igualdade social e com a preservação da natureza). 
 
 
19 
 
Fonte: www.estilofitness.com 
Uma Educação em Saúde ampliada inclui políticas públicas, ambientes 
apropriados e reorientação dos serviços de saúde para além dos tratamentos 
clínicos e curativos, assim como propostas pedagógicas libertadoras, 
comprometidas com o desenvolvimento da solidariedade e da cidadania, orientando-
se para ações cuja essência está na melhoria da qualidade de vida e no bem-estar 
das pessoas. 
4 TIME SAUDÁVEL3 
O corpo é uma das mais importantes ferramentas de trabalho. Se ele está 
dolorido, tenso ou foi forçado a permanecer em uma posição desconfortável, a 
probabilidade de o desempenho profissional sofrer danos é grande. Afinal, quem é 
que consegue sentir ânimo e bom humor se a coluna lateja, os olhos ardem e os 
dedos repuxam após horas a fio movendo o mouse? 
 
 
3 Texto extraído do link: http://tocadasinformacoes.blogspot.com.br/2008/02/time-saudvel.html 
 
20 
 
Fonte: www.novosermassagem.com.br 
Para poupar seus funcionários de incômodos que prejudicam suas atividades 
e sua saúde, cada vez mais empresas têm adotado a prática de ginástica laboral. 
Trata-se de uma série de exercícios físicos leves e de curta duração, feitos no 
próprio ambiente de trabalho, que não sobrecarregam nem cansam os funcionários. 
Ao contrário: reduzem e previnem problemas ocupacionais - principalmente lesões 
por esforços repetitivos (LER) e distúrbios osteomusculares relacionados ao 
trabalhador (Dort) -, além de permitir que todos executem suas atividades com 
disposição. A longo prazo, ainda melhoram à qualidade de vida. 
Como é uma atividade preventiva, a ginástica laboral deve ser realizada 
exclusivamente por professionais de Educação Física. Na AMIL, a consultora para 
projetos de ginástica laboral em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília, é 
Patrícia Lacombe, presidente da Associação Brasileira de Ginástica Holística 
(ABGH). Patrícia segue os conceitos do método Ehrenfried, criado pela médica 
alemã Lily Ehrenfried (1896-1994). A técnica tem três objetivos fundamentais - 
educativo, preventivo e terapêutico - e conta com mais de 800 movimentos 
diferentes, que provocam modificações em toda a estrutura do organismo. "A pessoa 
ganha mais consciência corporal e sente vontade de mudar suas atitudes diárias", 
conta Patrícia. 
O projeto em parceria com a Amil não inclui somente a prática. A cada aula, 
são distribuídos folhetos explicativos aos funcionários para detalhar os benefícios do 
trabalho e mostrar como executar corretamente certos movimentos. 
 
21 
4.1 Posturas Viciosas 
Segundo a consultora da Amil, as atribuições que exigem força não são as 
mais afetadas pelos problemas que podem ser corrigidos com a ginástica laboral. De 
acordo com estudos recentes, as funções administrativas exigem atenção extra, pelo 
uso constante dos membros superiores (mãos, antebraços, braços e pescoço). É o 
caso de digitadores, programadores e secretárias, que passam muito tempo diante 
do computador ou ao telefone, o que sobrecarrega diversos músculos e articulações. 
Seja qual for a função, o cargo ou a jornada diária do trabalhador, o fato é que 
as doenças ocupacionais prejudicam principalmente quem apresenta posturas 
viciosas. A especialista Patrícia Lacombe compara o corpo humano com um grande 
edifício. "Um prédio bem construído precisa ter todos os andares alinhados, caso 
contrário pode ruir. O corpo também requer esse ajuste nos seus principais pontos 
de sustentação, ou seja, pés, quadril e cabeça. Podemos traçar outra analogia com 
um carro. Se ele estiver desalinhado, o volante vai pender para um lado, o pneu 
sofrerá maior desgaste, haverá gasto extra de combustível. Da mesma maneira, um 
incômodo nos ombros não tratado, por exemplo, corre o risco de se tornar crônico e 
até mesmo afetar outras regiões", afirma. 
Entre os problemas mais frequentes provocados pelas posturas e atitudes 
inadequadas no trabalho, podemoscitar a dor na região lombar, o desconforto na 
nuca, na coluna cervical e no pescoço, encurtamento musculares, incômodos nos 
olhos e lesões nos cotovelos, nos punhos, nas mãos e nos ombros. Alguns tipos de 
dor ainda elevam o nível de estresse e podem provocar mau humor e, a longo prazo, 
depressão. 
Na prática, os exercícios programados devem buscar a contração muscular 
contrária àquela exigida durante o trabalho. Isso promove o alongamento e o 
relaxamento da musculatura em questão. Quando as atividades de trabalho foram 
unilaterais, com o uso, por exemplo, de um braço deve-se praticar também 
exercícios de compensação para o lado menos solicitado. 
 
 
22 
 
Fonte: www.connapa.com.br 
A prática previne problemas como tendinite e dores na coluna. Também 
melhora a autoestima e a autoimagem dos funcionários 
Os benefícios da ginástica laboral são vários. Para começar a técnica 
estimula a respiração, a ansiedade diminui. Há também um aumento de flexibilidade, 
da disposição, da capacidade de concentração e da consciência corporal. A prática 
constante funciona como uma espécie de prevenção a determinadas intervenções 
cirúrgicas - caso da hérnia de disco e da tendinite. Como na maior parte das 
empresas a atividade é feita em grupo, as relações interpessoais e o espírito de 
equipe também são fortalecidos. No método indicado por Patrícia Lacombe ás 
empresas atendidas pela Amil, cada pessoa do grupo age como um "anjo do 
trabalho" para a outra, ajudando-a a corrigir postura. E, por último, a prática melhora 
a autoestima e a autoimagem. 
A técnica Ehrenfiried conta com uma aula de no máximo uma hora, uma vez 
por semana, que pode ser realizada a qualquer momento do expediente. Após um 
aquecimento começam os exercícios de tonificação e, ao fim da sessão, há o 
relaxamento. Os grupos contam com 12 pessoas, no máximo, e o desenvolvimento 
das atividades é discutido com o departamento de recursos humanos para avaliar as 
necessidades daquele universo. Esse método, em geral, exige o uso de uma sala 
ampla, já que alguns movimentos devem ser feitos com os funcionários deitados. No 
entanto, é possível adaptá-los para qualquer ambiente, já que existem várias séries 
em outras posições. 
 
23 
 
Fonte: corpoeestetica.com 
5 O QUE É GINÁSTICA LABORAL E QUAIS OS SEUS BENEFÍCIOS?4 
Embora as primeiras manifestações de atividades físicas em empresas datem 
de mais de 100 anos, a Ginástica Laboral é um ramo relativamente novo para a 
maioria das empresas. 
5.1 O que é? 
A Ginástica Laboral analisa a importância da reeducação postural, alívio do 
estresse e método de Ginástica laboral no local de trabalho com finalidade de 
valorizar a prática das atividades física como instrumento de promoção de saúde e 
prevenção de lesões como LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e DORT 
(Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). 
Trata-se de um conjunto de práticas elaboradas a partir da atividade 
profissional exercida. A técnica procura compensar as estruturas do corpo mais 
utilizadas durante o trabalho e ativar as que não são requeridas, relaxando e as 
tonificando. 
 
4 Texto extraído do link: http://personaltrainnerelisandria.blogspot.com.br/2011/11/o-que-e-
ginastica-laboral-e-quais-seus.html. 
 
24 
 
Fonte: www.tribunademinas.com.br 
O programa de ginástica laboral consiste em práticas diárias elaboradas a 
partir da atividade profissional exercida. 
A ginástica laboral é programada para ser realizada no próprio posto de 
trabalho, sem com que haja a locomoção dos colaboradores para um outro espaço 
físico e interferência na produção. Hoje em dia a ginástica laboral também vem 
sendo aplicada como inserção educativa em palestras e eventos para que o 
participante se sinta preparado para receber e absorver informações que lhes são 
transmitidas. 
Em empresas nos mais diversos portes e ramos de atividade, a ginástica 
laboral é realizada em setores administrativos e linha de produção com a própria 
roupa ou uniforme de trabalho, já que não provoca sudorese e cansaço físico 
excessivo, por ser de baixa intensidade. 
São sessões de exercícios físicos educativos de alongamento, respiração, 
reeducação postural, controle corporal, percepção corporal, fortalecimento das 
estruturas não trabalhadas e compensação dos grupos musculares envolvidos nas 
tarefas operacionais, respeitando o limite fisiológico e vestimenta de cada 
colaborador. 
 
 
25 
 
Fonte: static.inbep.com.br 
A duração ideal das sessões varia de 10 a 15 minutos diários para se ter um 
resultado significante na musculatura (flexibilidade e força). 
5.2 Histórico 
Sobre a Ginástica Laboral a primeira notícia que se encontra é uma pequena 
brochura editada na POLÔNIA em 1925, onde foi chamada também de Ginástica de 
Pausa, era destinada a operários e alguns anos depois surgiu na Holanda e Rússia. 
No início dos anos 60 surgiu também na Bulgária, Alemanha, Suécia e 
Bélgica. No Japão na década de 60 ocorreu a consolidação e a obrigatoriedade da 
G.L.C. - Ginástica Laboral Compensatória. 
No Brasil o esforço pioneiro residiu numa proposta de exercícios baseados 
em análises biomecânicas. 
Esta proposta foi estabelecida pela Escola de Educação de FEEVALE no ano 
de 1973, quando se elaborou o projeto de educação física compensatória e 
recreação. 
5.3 Justificativa 
Apesar da inclusão de novos nomes na lista das doenças ocupacionais, 
divulgada pelo Ministério da Previdência e Ação Social, as principais moléstias 
responsáveis pelo afastamento precoce de pessoas do mercado de trabalho 
 
26 
continuam sendo as LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS (LER) e a perda de 
audição. 
O afastamento do trabalhador acometido por uma doença ocupacional de sua 
função traz perdas para a empresa e para o trabalhador. Segundo o coordenador de 
Benefícios por Incapacidade do Ministério da Previdência, Cézar Augusto de 
Oliveira, mesmo com o afastamento do funcionário, a empresa tem que recolher as 
contribuições sociais, além de providenciar outra pessoa para ocupar o cargo do 
afastado. Se o trabalhador resolve processar a empresa, os custos podem ser ainda 
maiores. Já o trabalhador afastado pode perder vantagens que uma pessoa que 
está na ativa, como promoções e aumento de salário. 
Para evitar problemas como esses, o médico do trabalho Ruddy Facci, do 
Paraná, recomenda a prevenção. Ginástica, pausas no trabalho e mobiliários 
ergonômicos são programas que se adotados reduzem em 100% as chances de se 
contrair uma doença ocupacional. 
5.4 Diagnóstico 
O trabalho excessivo, postura inadequada, repetições constantes do mesmo 
movimento e condições críticas de materiais, equipamentos e instalações da 
empresa, desencadeiam grandes tensões no corpo, que originam grandes males 
que são responsáveis pelo afastamento ou até invalidez permanente do profissional. 
Diagnosticados estes fatos como: LER (Lesões por Esforços Repetitivos), 
nome dado pelos especialistas a sintomas que acometem tendões, músculos, 
nervos, ligamentos e outras estruturas responsáveis pelos movimentos dos 
membros superiores, das costas, região do pescoço, ombros e membros inferiores, 
atualmente denominada DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao 
Trabalho), ambas as siglas representam as mesmas patologias que são causa de 
despesas médico-ocupacionais nas empresas. 
 
 
27 
 
Fonte: www.segurancatemfuturo.com.br 
Do ponto de vista psicológico, na Educação Física (uma atividade repetitiva e 
igual por muito tempo, como um trabalho industrial) cessa a chegada de estímulos 
ao cérebro pelo cansaço das vias respiratórias. A consequência é a falta de atenção, 
caminho direto para o acidente de trabalho e a baixa produtividade. 
5.5 Avaliação 
Visando uma melhora da qualidade de vida dos funcionários são realizadas 
as seguintes avaliações antes da prática das atividades de Ginástica Laboral,desta 
maneira pode-se levantar o perfil dos funcionários, sendo que cada funcionário 
recebe seu resultado das avaliações e a empresa recebe a avaliação individual e 
total dos funcionários 
 Peso 
 Altura 
 IMC (Índice de Massa Corpórea) 
 Pressão arterial 
 Flexibilidade 
 Postural (através de fotografias) 
 Percentual de Gordura (através do adipômetro) 
 
28 
Após 03 meses serão realizadas nova bateria de avaliação com o intuito de 
ver a evolução do programa. 
5.6 Programa 
Sabemos que as capacidades físicas e mentais de qualquer pessoa devem 
estar equilibradas para que ela possa desenvolver-se em todos os sentidos com 
atenção, agilidade e urgência qualidade, trabalho em equipe, produção, satisfação 
de clientes e motivação. 
Partindo de todos estes princípios, a atividades da Ginástica Laboral, são 
apropriadas aos trabalhadores com a duração de 05 a 15 minutos diários ou três 
vezes na semana, que tem como objetivo prevenir a LER/DORT, visando melhorar o 
dia a dia do funcionário, diminuir os efeitos do estresse e lesões cumulativas no 
ambiente de trabalho. 
Para envolver todos os grupos musculares do corpo, o programa de Ginástica 
Laboral pode ser desenvolvido em três fases: 
 
 Preparatória 
Ginástica com duração de 10 a 20 minutos (o tempo utilizado depende da 
proposta com a Empresa) realizada antes do início da jornada de trabalho. Tem 
como objetivo principal preparar o funcionário para sua tarefa aquecendo os grupos 
musculares que irão ser solicitados nas suas tarefas e despertando-os para que se 
sintam mais dispostos ao iniciar o trabalho, aumenta a circulação sanguínea à nível 
muscular melhorando a oxigenação dos músculos. 
 Compensatória 
 
Ginástica com duração de 10 a 20 minutos (o tempo utilizado depende da 
proposta com a Empresa), realizada durante a jornada de trabalho, interrompendo a 
monotonia operacional aproveitando pausas para executar exercícios específicos de 
compensação aos esforços repetitivos, e as posturas inadequadas nos postos 
operacionais. 
 
 Relaxamento 
 
29 
Ginástica com duração de 10 a 20 minutos (o tempo utilizado depende da 
proposta com a Empresa), ginástica baseada em exercícios de alongamento 
realizada após o expediente, com o objetivo de oxigenar as estruturas musculares 
envolvidas na tarefa diária, evitando o acúmulo de ácido lático prevenindo as 
possíveis instalações de lesões. 
 
 
Fonte www.eeffto.ufmg.br 
Junto a estas atividades são realizadas semanalmente distribuição de 
panfletos contendo orientação alimentar 
A Ginástica Laboral começou a ser compreendida como um grande 
instrumento na melhoria da saúde física do trabalhador, reduzindo e prevenindo 
problemas ocupacionais, através de exercícios específicos que são realizados no 
próprio local de trabalho. 
A Ginástica Laboral não sobrecarrega nem cansa o funcionário, porque é leve 
e de curta duração. 
5.7 Objetivo 
O objetivo da Ginástica Laboral é promover adaptações fisiológicas, físicas e 
psíquicas, por meio de exercícios dirigidos que: 
 
30 
 Trabalham a reeducação postural, 
 Aliviam o estresse, 
 Diminuam o sedentarismo; 
 Aumentam o ânimo para o trabalho; 
 Promovam a saúde e uma maior consciência corporal; 
 Aumentam a integração social; 
 Melhoram o desempenho profissional; 
 Diminuam as tensões acumuladas no trabalho; 
 Previnam lesões e doenças por traumas cumulativos, como as LER 
(Lesões por Esforços Repetitivos) e os DORT (Distúrbios 
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). 
 Diminuam a fadiga visual, corporal e mental por meio das pausas para 
os exercícios. 
Dentre as lesões mais frequentes podemos citar: 
Na coluna cervical: síndrome da tensão cervical e síndrome do desfiladeiro 
torácico; 
No ombro: tenossinovite do bíceps e tendinite do músculo supra espinhoso; 
No cúbito (cotovelo): epicondilites; 
No punho: tenossinovite dos flexores do punho e dedos, tenossinovite dos 
extensores do carpo e dedos, tendinite de Dequervain e síndrome do túnel do carpo; 
Na mão: fascite palmar e miosite dos lumbricais. 
Outros problemas na coluna como: hipercifose torácica, hiperlordose, 
escoliose, entre outros. 
Encurtamentos musculares, entre outros. 
Para as empresas, a incorporação da Ginástica Laboral pode trazer muitos 
benefícios como: 
Redução de faltas dos funcionários; 
Aumento da produtividade; 
Redução de quedas; 
Maior integração da equipe etc. 
Os impactos negativos do trabalho podem ocorrer em diversas esferas, tais 
como problemas físicos, psicológicos ou sociais. 
 
31 
Mais diretamente, a prática de exercícios físicos gera benefícios físicos para o 
trabalhador. 
 
 
Fonte: www.unesc.net 
Os benefícios psicológicos (estresse, poder de concentração) ou sociais 
(espírito de equipe, confiança) também são bastante citados em estudos diversos. 
5.8 Benefícios para a empresa: 
Diminuir os problemas de saúde no trabalhador é sinônimo de aumento de 
produtividade na empresa. 
Essa afirmativa se verifica de diversas formas, mas os principais pontos 
notados são a diminuição na ocorrência de faltas ao trabalho por motivos médicos e 
também a diminuição dos acidentes de trabalho. 
Portanto, se por um lado o fator de sofrimento humano é significativamente 
reduzido, por outro lado a empresa é beneficiada ao promover programas orientados 
de Ginástica Laboral. 
Há estatísticas citando um retorno de 3 a 5 vezes sobre a verba aplicada por 
uma empresa em um programa de ginástica e hábitos de saúde, considerando 
faltas, encargos sociais e outros fatores relacionados à saúde, afetando a 
produtividade da empresa. 
 
32 
5.9 Benefícios físicos para o trabalhador: 
Os benefícios dependem diretamente do tipo de trabalho realizado. A maioria 
dos exercícios tenta diminuir o efeito da solicitação constante a que é submetido um 
trabalhador ao executar determinada tarefa, seja ela uma tarefa física ou não. 
Desse modo trabalhadores que utilizam de seus músculos para manejar 
instrumentos, ferramentas ou produtos podem ser beneficiados por um programa de 
atividades para trabalhadores braçais. Por exemplo, trabalhadores em uma linha de 
montagem de uma fábrica necessitam de exercícios específicos para os grupos 
musculares utilizados para que não ocorra lesão muscular por superutilização, 
similar, por exemplo, à lesão de um atleta ao final de uma competição extrema. 
Afinal, a jornada de trabalho pode durar até mais de 10 horas, às vezes... 
Por outro lado, trabalhadores administrativos como digitadores, secretárias, 
atendentes, etc. são acometidos de problemas posturais, musculares ou visuais. 
Assim, um bom programa de atividades para trabalhadores administrativos ajudará a 
diminuir lesões por tais fatores. 
5.10 Exemplos de atividades para trabalhadores braçais: 
Os problemas vividos por este grupo de trabalhadores podem estar 
relacionados com a intensidade da força que exercem, ou ainda com a posição em 
que são obrigados a trabalhar. Em ambos os casos, um Professor de Educação 
Física pode avaliar as solicitações físicas e prescrever atividades para compensá-
las. Por exemplo, trabalhadores que são obrigados a suportar o peso de uma peça 
com um braço enquanto apertam um parafuso com a outra mão devem executar 
atividades que aliviem periodicamente as tensões envolvidas sob o risco de 
aparecerem lesões musculares ou posturais. 
5.11 Exemplos de atividades para trabalhadores administrativos: 
Independentemente da atividade exercida, esses trabalhadores têm alguns 
fatores em comum: trabalham sem se movimentar (parados ou em pé) por muito 
tempo, muitas vezes submetidos a cobranças e estresse. Exemplos de problemas 
decorrentes de tal ambiente são: problemas de postura, tendinites, pressão alta, etc. 
 
33 
Algumas funções podem ter ainda outros agravantes, como digitadores ou 
programadores, que utilizam demasiadamente determinados músculos do braço e 
mão para trabalhar.Fonte: wp.clicrbs.com.br 
Em primeiro lugar, é recomendável parar por alguns minutos pelo menos a 
cada duas horas de trabalho e executar alguns alongamentos para grandes grupos 
musculares como ombros, tronco e pernas. Isso combate a má postura e evita 
formigamentos por problemas circulatórios. 
Movimentos como elevação do ombro, sua projeção para frente e para trás 
ajudam. Para o pescoço, flexione-o para frente e para trás, também de um lado para 
o outro e por fim um grande movimento circular da cabeça (circundução). 
Para o tronco, espreguice-se (flexão para trás), dobre-se (flexão para frente) e 
incline-se flexionando lateralmente. Faça os movimentos gentil e lentamente. 
Em relação às pernas, utilize as escadas sempre que se locomover por 
alguns andares, promovendo uma melhor circulação. Além dos benefícios 
cardiovasculares, promovidos até mesmo em pequenas distâncias, você estará 
aumentando seu gasto calórico, importante fator na manutenção da saúde. 
Para funções específicas há exercícios específicos. Se você trabalha ou 
passa muito tempo diante de um computador, por exemplo, deve realizar uma pausa 
periódica para olhar e focalizar objetos distantes, aliviando a visão. Também deve 
 
34 
realizar exercícios de alongamento para as mãos e antebraços, evitando sobrecarga 
por digitação ou utilização do mouse: 
Estenda o braço à frente, deixando a mão relaxadamente caída para baixo. 
Com a outra mão, puxe gentilmente os dedos para baixo na direção do seu quadril, 
com as costas da mão voltadas para a tela do computador, por 20 a 30 segundos, 
para alongar a musculatura posterior de seu antebraço. 
Puxe a mão relaxada agora para cima, em direção à sua cabeça e com a 
palma da mão voltada para a tela do computador, para alongar a musculatura 
anterior da mão e antebraço. Repita, realizando os mesmos exercícios para o outro 
braço. 
As aulas duram de 10 a 15 minutos e podem ocorrer antes, durante ou depois 
do início do trabalho. Entre os principais benefícios estão o aumento da motivação, 
da integração e da disposição dos funcionários e a redução do risco de lesões, 
acidentes de trabalho e da tensão. 
A Ginástica Laboral reduz os riscos de acidente de trabalho (o nível de 
atenção é 80% mais alto após a prática da atividade física) e das doenças de 
trabalho, responsáveis no Brasil por gastos anuais de aproximadamente R$ 89 
milhões. Cerca de 60% das doenças do trabalho que causam afastamento por mais 
de 15 dias são relacionadas à Lesão por Esforço Repetitivo (LER), reflexo das 
atividades que exigem movimentos de um só tipo ou pouco variáveis, repetitivos, 
rápidos e que forcem determinada parte do corpo. 
5.12 Importante: Incentivo Fiscal para Empresas com GL 
Através da Lei do Desporto n° 11.438, que depois foi atualizada pela Lei n° 
11.472, o Governo oferece incentivos fiscais para empresas e pessoas físicas. 
Pessoas jurídicas podem deduzir até 1% do imposto de renda e pessoas físicas até 
6%. 
Art. 1º A partir do ano-calendário de 2007 e até o ano-calendário de 2022, 
inclusive, poderão ser deduzidos do imposto de renda devido, apurado na 
Declaração de Ajuste Anual pelas pessoas físicas ou em cada período de 
apuração, trimestral ou anual, pela pessoa jurídica tributada com base no 
lucro real os valores despendidos a título de patrocínio ou doação, no apoio 
direto a projetos desportivos e paradesportivos previamente aprovados pelo 
Ministério do Esporte. 
 
35 
Essa é uma excelente iniciativa do Governo que vêm demonstrando grande 
interesse em incentivar a responsabilidade social dentro das empresas. 
Quando as empresas investem na qualidade de vida de seus funcionários ela 
está investindo nos cidadãos brasileiros. 
Estudos mostram que há relação entre a participação de empregados em 
programas de atividades físicas na empresa e a redução de faltas ao trabalho, 
aumento de produtividade, diminuição de custos com a saúde e retenção de 
funcionários. (Tsai, 1987) 
Capacidade de atenção: Estudo na Bélgica, já em 1966, mostrou que a 
capacidade de atenção depois de um tempo de atividades físicas melhorou em 
80,5%, enquanto que depois de um tempo de repouso esta melhora foi apenas de 
30,5%. (FIEP – Portugal, 1966) 
Bancários: Estudo com população bancária de São Paulo, com 3.240 
funcionários, mostra que 13,3% são suspeitos, de possuir a doença e 8,2% já tem 
diagnóstico anterior. Como se observa 21,5%, ou seja, 696 funcionários 
apresentavam conotações clínicas de L.E.R. (Prof. Dr. Herval Pina Ribeiro – Fac. De 
Saúde Pública da USP) 
Construção Civil 1: Dados de uma pesquisa realizada na França em 1970, 
no ramo de construção e obras públicas apresentou os seguintes números: 
a) 30% de todos os casos de acidentes de trabalho na França se produzem 
nas empresas de construção e obras públicas; 
b) local das lesões - mãos e membros superiores (31%), pés e membros 
inferiores (26%), cabeça e tórax (18%). (P. Andlauer, 1980). 
Construção Civil 2: Estudo realizado em 1987 pelo Centro Brasileiro de 
Ergonomia e Cibernética do Instituto Superior de Estudos e Pesquisas Psicossociais 
da Fundação Getúlio Vargas, obteve os seguintes resultados relativos aos acidentes 
de trabalho na construção civil no município do Rio de Janeiro: 
a) profissão - em termos absolutos destacam-se os serventes; 
b) idade - proporcionalmente os mais jovens sofrem mais acidentes; 
c) localização da lesão - membros inf. (41,8%) e membros sup. (31,0%); 
d) objeto causador 
 
36 
 
Fonte: www.proequilibrio.com.br 
Dores nas costas: São a segunda causa de aposentadoria por invalidez no 
país, e obrigam empregados a faltar 60 dias por ano ao trabalho. Em países onde há 
uma preocupação maior com programas de saúde, esse número cai para 28 dias. 
(Folha de São Paulo, 1991) 
Lazer: Pesquisa realizada pelo Inst. de Pesquisas Soc. Políticas e 
Econômicas em 1.997, apresentou os seguintes dados: 20% dos homens e 8% das 
mulheres (média de 14%), preferem o esporte em seu horário de lazer; 12% a 15% 
respectivamente (média de 13,5%), escolhem a praia; 9% gostam de viajar, 8% 
jogar futebol, enquanto 8% preferem assistir TV. 
Esses dados mostram a mudança de hábitos de nossa população, 
principalmente neste final de milênio, onde os aspectos de saúde e qualidade de 
vida estão sendo bastante veiculados e a prática de esportes faz parte do dia a dia 
de muitas pessoas. 
5.13 Exemplos de empresas que usam a ginástica laboral 
Segundo dados americanos da Assoc. Nac. de Serviços e Recreação para 
Empregados (NESRA - 1998), 72% das empresas americanas associadas, 
ofereciam atividades físicas aos seus funcionários. 
 
 
37 
BOSCH DO BRASIL: A Bosch do Brasil, na cidade Industrial de Curitiba 
(CIC), é uma empresa onde a incidência de doenças ocupacionais é pequena. A 
empresa adotou a Ginástica Laboral para os funcionários e atende a 50 pessoas do 
setor de fábrica e mais de 30 da área administrativa. A ginástica, praticada durante 
10 minutos por dia, é diferente para cada grupo. Para o setor administrativo, em que 
as pessoas trabalham mais com informática, por exemplo, é trabalhada a prevenção 
para LER. Já no de fábrica, onde os trabalhadores usam a força braçal, são feitos, 
principalmente, exercícios de alongamento. A empresa está concluindo seu estudo 
de viabilidade para poder estender o exercício para os 3.240 funcionários restantes. 
 
3 M: Criou há um programa de ginástica para digitadores e de educação física 
antes do expediente para os operários, diminuindo o número de acidentes e 
aumentando a sensação de bem-estar. 
 
Grupo Pão de Açúcar: Possui academia de ginástica e quadra de squash na 
sede administrativa em SP e projeto experimental de ginástica laboral em 08 
unidades. Este projeto surgiu há quatro anos por determinação do presidente do 
Grupo Pão de Açúcar, Abílio Diniz. Foi feita pesquisa entre os funcionários para 
detectar o que precisavam para viver melhor. A maioriatinha vontade de estudar e 
cuidar mais da saúde. 
Empresa São Geraldo: Possui mini academias espalhadas por 20 estados. 
Antes de começar a malhar, os motoristas passam por avaliação física. Surgiu em 
1998, impressionado com os benefícios que os exercícios físicos trouxeram para sua 
saúde, o diretor de operações e marketing José Ribeiro resolveu matricular um 
grupo de motoristas de BH na academia. Os resultados foram tão bons que o projeto 
foi expandido para toda a empresa. 
Em um ano, acidentes de trânsito evitáveis caíram 40%. Percentual de 
motoristas que estavam acima do peso caiu de 40% para 10%. 
 
Pfizer: Possui na fábrica de Guarulhos (Grande SP) que oferece aeróbica, 
musculação, dança de salão, caminhadas e ginástica monitoradas por professores 
de educação física. Escritório na capital, tem academia de ginástica. 
Surgiu em 1998, com funcionários preocupados com sobrepeso começaram a 
caminhar dentro da fábrica durante o almoço. Em pouco tempo, havia 50 pessoas 
 
38 
fazendo exercícios espontaneamente. Pediram à empresa para contratar professor 
para orientar as atividades, que passaram a ser realizadas nos clubes anexo à 
fábrica. 
 
Xerox do Brasil: Possui salas de ginástica e musculação na matriz em quatro 
escritórios (Curitiba, SP, RJ e Brasília) e três fábricas (RJ, Salvador e Manaus). 
Funcionários 
 
ASC Call Center: Possui sala de ginástica que funciona 24 horas, bosque e 
pista de caminhada, praça arborizada para a realização de ginástica laboral e 
equipamentos de automassagem. Desde a criação da empresa, a ASC dá ênfase a 
projetos de melhoria da qualidade de vida dos funcionários. A empresa foi 
construída em uma fazenda, com sala de ginástica e praça arborizada no interior do 
prédio. 70% dos funcionários participam pelo menos uma vez ao dia da ginástica 
laboral. 
 
Merc Sharp& Dohme: Possui academia de ginástica na sede, em São Paulo, 
e caminhadas ecológicas. Desenvolver atividades de fitness para promover a saúde 
e o bem-estar dos funcionários é uma orientação da matriz da Merck, nos EUA. 
5.14 Os Profissionais atuantes nas sessões de Ginastica Laboral: 
O profissional apto a ministrar exercícios físicos é o Educador Físico. 
Este profissional é quem conhece as funções do corpo pelo estudo da 
Anatomia, Fisiologia e Cinesiologia, o que se deve fazer ou não para o colaborador 
não se lesionar na prática da ginástica laboral, além de possuir conhecimentos 
profundos de Didática e Metodologia da Ensino (o que vai proporcionar uma prática 
diária bem conduzida, prazerosa, motivante e com muita criatividade). 
Não é correto o trabalho por meio de Multiplicadores (agentes facilitadores de 
exercícios), onde é realizado um treinamento de exercícios físicos com um grupo de 
colaboradores e os mesmos ficam responsáveis em passar os exercícios aprendidos 
para todos os outros colaboradores da empresa. 
Nesta questão destacam-se 2 pontos negativos para o programa de Ginástica 
Laboral não dar certo: 
 
39 
1. O profissional não é apto para ministrar este tipo de atividade pois não 
possui conhecimentos da área de Anatomia, Fisiologia, Cinesiologia e Didática, 
podendo gerar lesões na musculatura dos colaboradores pela prática inadequada; 
2. Por não possuir a formação em Educação Física, isto pode ser decretado 
como desvio de funções, gerando para empresa problemas na área trabalhista. 
 
 
40 
BIBLIOGRAFIA 
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42 
6 LEITURA COMPLEMENTAR 
A GINÁSTICA LABORAL NA PROMOÇÃO DA SAÚDE E 
MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 
 
 
Autores: Adelar Aparecido Sampaio 
João Ricardo Gabriel de Oliveira 
Disponível em: 
http://few.universoef.com.br/container/gerenciador_de_arquivos/arquivos/66/ginastica-laboral-
na-promocao-da-saude.pdf 
Acesso em:15/12/2016. 
 
Resumo: A ginástica laboral na prevenção de doenças ocupacionais vem sendo alvo de estudos e 
ganha terreno a partir do advento da era industrial, a acelerada incorporação das novas tecnologias 
de automação, associadas às novas formas de organizar o trabalho e na medida em que as Lesões 
por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) são 
evidenciados. Nesse trabalho, desenvolvemos um breve histórico e analisamos aspectos 
relacionados com a ginástica laboral, as LER/DORT em diferentes métodos dessa ginástica, bem 
como os resultados positivos obtidos em alguns exemplos na promoção de benefícios tanto para o 
trabalhador quanto para a empresa. Além de prevenir as LER/DORT, se destaca por apresentar 
resultados mais rápidos e diretos na promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida para o 
trabalhador. 
 
Palavras-chave: Ginástica Laboral; LER; DORT; Qualidade de Vida. 
 
Abstract: The labor workout helps to prevent the occupational diseases, it has been studied and it is 
gaining terrain from the beginning of the industrial era, the fast incorporation of the new technologies 
of automation, associated to new ways of organizing the work and as far as the Repetitive Strain 
Injuries (RSI) and the Work-related Musculoskeletal Disorders (WMD) are evidenced. In this 
paperwork we have developed a brief historic and analyzed aspects related to the labor workout, the 
RSI/WMD in different methods of this workout, as well as the positiveresults obtained in some 
examples to promote benefits both for the worker and for the company. Besides preventing the 
RSI/WMD, it presents faster and more direct results on the promoting of the health and the 
improvement of the life quality to the worker. 
 
Keywords: Labor Workout; Repetitive Strain Injuries; Workrelated Musculoskeletal Disorders; Life 
Quality. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Investir na qualidade de vida voltada aos funcionários nas empresas se 
constitui hoje uma das principais ações para a prevenção de problemas oriundos do 
exercício laboral que, em condições inadequadas, podem ocasionar, pelo excessivo 
ritmo de trabalho, grandes males à saúde dos trabalhadores. Atualmente, em um 
 
43 
país como o nosso, infelizmente, as questões relacionadas com a adequação 
econômica dos ambientes de trabalho ainda estão longe de ser realidade. Existem 
bons exemplos de empresas e instituições que oferecem a seus colaboradores 
melhores condições para o trabalho, mas uma grande parte ainda persiste em 
conduzir seus planejamentos baseados no que os trabalhadores podem produzir, 
não investindo em melhorias para promover a qualidade de vida de seus 
funcionários. 
Os programas de promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida, 
designadamente por meio da ginástica laboral nos locais de trabalho, estão se 
tornando indispensáveis e que devem integrar a cultura das empresas. 
Existe um crescimento, embora ainda lento, do pensamento no meio 
empresarial de que a melhoria da qualidade de vida dos funcionários está 
intimamente ligada à maior produtividade, de forma que investir no capital humano 
deve fazer parte de toda empresa na atualidade. 
Silva e Marchi (1997) nos apresentam dois principais desafios (dentre outros) 
para o mundo empresarial: o primeiro está relacionado à necessidade de uma força 
de trabalho saudável, motivada e preparada para a extrema competição atualmente 
existente; o segundo é a capacidade da empresa responder à demanda de seus 
funcionários em relação a uma melhor qualidade de vida. Estas variáveis, segundo 
os autores, estão profundamente interligadas e induzem as empresas a investir mais 
na implementação de programas de qualidade de vida. 
Na perspectiva de contribuir com a questão, nos propusemos a condensar 
algumas ideias que nomeiam a ginástica laboral como promotora da saúde e 
melhoria das condições de trabalho, contribuindo na prevenção e na redução das 
Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e dos Distúrbios Osteomusculares 
Relacionados ao Trabalho (DORT), que são as maiores causas de afastamento nas 
empresas além de melhorar o relacionamento interpessoal, reduzir acidentes de 
trabalho e, consequentemente, aumentar a produtividade, gerando um maior retorno 
financeiro para empresa. 
 
DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO 
(DORT) E LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS (LER) 
 
 
44 
As Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou Distúrbios Osteomusculares 
Relacionados ao Trabalho (DORT) são designações que podem levar a ocorrência 
de afecções de músculos, tendões, sinóvias (revestimento das articulações), nervos, 
fáscias (envoltório dos músculos) e ligamentos, isoladas ou combinadas, com ou 
sem degeneração de tecidos. Elas atingem principalmente – mas não somente – os 
membros superiores, região escapular (em torno do ombro) e região cervical. Têm 
origem ocupacional, e decorrem, de forma combinada ou não, do uso repetido ou 
forçado de grupos musculares e da manutenção de postura inadequada 
(FUNDACENTRO, 2007). 
Segundo Ribeiro (1997, BARBOSA et al., 1997) na tentativa de tornar mais 
fácil e abrangente a avaliação clínica, o termo LER é amplamente utilizado e 
conhecido, mas existem outros comumente utilizados como: Lesões por Traumas 
Cumulativos (LTC), que são definidas como desordens dos tecidos moles causadas 
por esforços e movimentos repetidos. Apesar de poder ocorrer em quase todos os 
tecidos do corpo, os nervos, tendões, bainhas tendíneas e músculos da extremidade 
superior são os mais acometidos. Estas lesões podem ser causadas pela utilização 
biomecanicamente incorreta dos músculos, tendões, fáscias ou nervos, que resultam 
em dor, fadiga, queda do rendimento no trabalho e incapacidade temporária, 
podendo evoluir para uma síndrome dolorosa crônica, nesta fase agravada por todos 
os fatores psíquicos (no trabalho ou fora dele) capazes de reduzir o limiar de 
sensibilidade dolorosa do indivíduo. 
Historicamente o primeiro relato a associar queixas dolorosas nos membros 
superiores a tipos de atividade de trabalho foi feito, provavelmente, por Ramazzini, 
em 1713. Apesar desta primeira associação datar do século XVIII, só recentemente 
o assunto despertou interesse mundial (FUNDACENTRO, 2007; MARTINS, 2001). 
Talvez, a mais significativa das diferenças seja que as LER são um modo 
bem mais raro de adoecer, posto que, antes do século XIX, a escrita como trabalho 
era uma atividade de um número bem pequeno de pessoas. No primeiro ciclo da 
revolução industrial (1770/1870), o caráter ocupacional restrito, tanto da escrita 
como das LER, permaneceu, mesmo quando em 1830, a pena de ave foi substituída 
pela palha de aço, tornando mais veloz o trabalho de escrever e mais frequentes os 
casos das doenças (RIBEIRO, 1997). 
Tipos de esforços parecidos vieram a vitimar, de modo semelhante, duas 
outras novas categorias de trabalhadores assalariados, a dos mecanógrafos/ 
 
45 
datilógrafos e a dos telefonistas. Desde 1918, na Suíça, os trabalhadores dessas 
duas categorias, que adoeciam de LER eram indenizados pelos empregadores 
(BAADER, 1960). 
Segundo Figueiredo e Mont’Alvão (2005) e Ribeiro (1997), o Japão, que mais 
precoce e velozmente avançou em termos de automação e racionalização do 
trabalho, foi o primeiro a se dar conta da gravidade da situação no final da década 
de cinquenta. 
Os que historiam a evolução dos distúrbios cérvicobraquiais de natureza 
ocupacional (OCD), nome da doença no país, afirmam que sua expansão foi devido 
à elevada sobrecarga do trabalho intensivo e em alta velocidade, exigida por 
máquinas operadas manualmente, jornadas longas de trabalho contínuo, aumento 
individual das tarefas que requeriam movimentação exagerada dos dedos e dos 
outros segmentos dos membros superiores, empobrecimento do conteúdo do 
trabalho, controle rígido das chefias e redução do repouso e do lazer. Segundo eles, 
de 1,6 milhão de trabalhadores, 10% em média, eram sintomáticos. A maior 
prevalência (21%) foi encontrada em trabalhadores da linha de montagem. A terceira 
categoria mais atingida, com uma prevalência de 9% foi a de escriturários 
(NAKASEKO et al. apud RIBEIRO, 1997). 
No rastro da acelerada incorporação das novas tecnologias de automação, 
sempre associadas às novas formas de organizar o trabalho, as LER ganharam os 
países industrializados, com os nomes de cumulative trauma disorders (CTD), 
repetitive strain injury (RSI), occupational overuse syndrome (OOS), occupational 
cervicobrachial disorders (OCD) e lésions attribuibles au travail répétitif (LATR), 
respectivamente nos Estados Unidos, Austrália, Alemanha e países escandinavos e 
Canadá (KUORIKA et al. apud RIBEIRO, 1997). 
Com o advento da era industrial, teve início o processo de fabricação de 
produtos em massa, e a crescente especialização dos operários no sentido de 
melhorar a qualidade, aumentar a produção e diminuir custos. Essa especialização 
levou os trabalhadores a executarem funções específicas nas empresas, com a 
realização de movimentos repetitivos, associados ao esforço excessivo, levando 
muitos indivíduos a sentir dores. 
As LER/DORT são, atualmente causa de muitos debates quanto à 
nomenclatura, ao diagnóstico e ao tratamento. Há os que não acreditam em sua 
existência, e os que ainda não se convenceram. O fato é que existem inúmeros 
 
46 
trabalhadores com queixas de dor atribuídas às suas funções. A patologiaé 
reconhecida pela atual legislação brasileira, gerando grande interesse pela 
medicina. 
O termo Lesões por Esforços Repetitivos (LER), adotado no Brasil, está 
sendo, aos poucos, substituído por Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao 
Trabalho (DORT). Essa denominação destaca o termo “distúrbio” ao invés de lesões, 
o que corresponde ao que se percebe na prática: ocorrem distúrbios em uma 
primeira fase precoce, tais como fadiga, peso nos membros e dor, aparecendo, em 
uma fase mais adiantada, as lesões (BARBOSA et al., 1997; MENDES, 1998; 
PINTO e VALÉRIO, 2000). 
Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho são doenças 
ocupacionais relacionadas a lesões por traumas cumulativos. São o resultado de 
uma descompensação entre a capacidade de movimento da musculatura e a 
execução de movimento rápido e constante (MARTINS e DUARTE, 2001; 
OLIVEIRA, 2006). Esses distúrbios atingem, atualmente, trabalhadores de diversas 
áreas. Especialistas em medicina do trabalho estimam que 5 a 10% dos digitadores 
são portadores de LER/DORT. Na França, este já é o maior motivo de afastamento 
do trabalho e de comprometimento da produtividade (BARBOSA et al., 1997). 
Segundo a Organização Mundial do Trabalho (OIT), os países arcam com 
custos médios equivalentes a 4% de seu Produto Interno Bruto (PIB), a cada ano, 
em decorrência de acidentes de trabalho, de tratamento de doenças, de lesões e de 
incapacidades relacionadas ao trabalho (ANDRADE, 2000). 
Partindo da mesma ideia, Teixeira (2001) confirma que entre trabalhadores 
brasileiros, 80 a 90% das doenças ocupacionais, desde 1993, estão relacionadas 
aos distúrbios osteomusculares decorrentes de problemas de trabalho. O mesmo 
autor relata os valores da perda econômica decorrente de acidentes de trabalho 
calculado em 20 bilhões de reais, ou seja, 2% do PIB nacional, e os Distúrbios 
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho têm uma ocorrência de 70% entre as 
doenças ocupacionais. 
Um estudo, desenvolvido por Miranda e Dias (1999) constatou que 20% das 
LER/DORT registradas no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ocorrem em 
funcionários que trabalham como caixa de bancos, conforme a seguir. 
 
 
 
47 
Tabela 1 – Distribuição dos trabalhadores portadores de LER, segundo função, Salvador-BA. 
FUNÇÃO % 
1. CAIXA DE BANCO 20,0 
2. ESCRITURÁRIO 14,3 
3. AUXILIAR ADMINISTATIVO 10,1 
4. CAIXA DE SUPERMERCADO 8,6 
5. DIGITADOR 8,1 
6. ATENDENTE 4,3 
7. OPERADOR INDUSTRIAL 3,8 
8. TELEFONISTA 3,4 
9. AUXILIAR DE PRODUÇÃO 3,2 
10. SECRETÁRIA 3,1 
Fonte: Miranda e Dias (1999). 
Em um outro estudo, desenvolvido pela Folha de São Paulo (2001), verificou-
se que, dos 310.000 trabalhadores paulistanos diagnosticados pelos médicos, 14% 
eram portadores de LER/DORT, sendo 6% dos trabalhadores da cidade de São 
Paulo, ou seja, 4% da população. Dessa forma, fica evidente que se as entidades 
que envolvam governo, empresários, médicos, entre outros, não tomarem 
providências com relação a esse problema, em um futuro próximo, teremos um 
grande número de pessoas afastadas do trabalho, gerando cifras milionárias em 
custos com aposentadorias, com tratamentos de problemas, como os índices 
destacados a seguir. 
 
 
48 
 
Figura 1 – Trabalhadores com diagnóstico de LER/DORT em São Paulo-SP. 
Fonte: Folha de São Paulo (2001) 
Baseado nesses resultados é interessante notar que os fatores contributivos 
mais importantes das LER/DORT são: força, repetitividade e velocidades de 
movimentos como cálculos, digitação, escrita, atendimento ao telefone, entre outros 
(FORNASARI et al., 2000). 
Outro dado alarmante é que, aproximadamente, 75 a 90% dos custos médios 
nas empresas são devido aos doentes com lombalgias crônicas, o que também 
poderá desencadear os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (KSAN, 
2003). 
 
HISTÓRICO DA GINÁSTICA LABORAL 
 
Do mesmo modo que no caso da LER/DORT, há a necessidade de se colocar 
um pequeno histórico sobre a origem da ginástica laboral. O primeiro registro de 
ginástica de pausa foi registrado na Polônia em 1925 e, depois, no Japão em 1928. 
Outros países como a Bélgica e França também apresentam um histórico no 
pioneirismo da adoção da Ginástica Laboral. 
 
49 
Na Polônia, operários se exercitavam com uma pausa adaptada a cada 
ocupação particular. Alguns anos depois esta ginástica foi introduzida na Holanda e 
Rússia. No início da década de 60, ela começou a ser praticada na Alemanha, 
Suécia, Bélgica e Japão. Os Estados Unidos adotaram a Ginástica Laboral em 1968. 
(LIMA apud FIGUEIREDO e MONT’ALVÃO, 2005; REVISTA CONFEF, 2004). 
No Japão, segundo Alvarez apud Figueiredo e Mont’Alvão (2005), era 
aplicada diariamente nos funcionários dos correios visando a descontração e o 
cultivo da saúde, contemplando que após a Segunda Guerra Mundial, o hábito foi 
difundido por todo o Japão. 
No Brasil, as primeiras manifestações de atividades físicas entre funcionários 
foram em 1901, mas a ginástica laboral teve sua proposta inicial publicada em 1973. 
Algumas empresas começaram a investir em empreendimentos com opção de lazer 
e esporte para os seus funcionários, como a Fábrica de Tecidos Bangu a pioneira e 
o Banco do Brasil, com a posterior criação da Associação Atlética do Banco do 
Brasil (REVISTA CONFEF, 2004). 
Conforme tem sido registrado no Caderno Técnico Didático SESI Ginástica na 
Empresa (2006), em 1973, a Escola de Educação Física da Federação dos 
Estabelecimentos de Ensino de Novo Hamburgo-RS (FEEVALE), torna-se a pioneira 
da Ginástica Laboral com o Projeto Educação Física Compensatória e Recreação, 
elaborada a partir de exercícios físicos baseados em análises biomecânicas. Em 
parceria com a FEEVALE, em 1978, o SESI/RS desenvolveu o “Projeto Ginástica 
Laboral Compensatória”. Ainda em 1978 em Betim-MG, na fábrica FIAT de 
automóveis, iniciou-se o “Programa de Ginástica na Empresa” fundamentado nos 
princípios da Ginástica Laboral. Este programa do SESI abrange todo o país 
atualmente. 
 
CONCEITOS E DEFINIÇÕES DA GINÁSTICA LABORAL 
 
A ginástica laboral é uma atividade desenvolvida por meio de exercícios 
específicos de alongamento, de fortalecimento muscular, de coordenação motora e 
de relaxamento, realizados nos diferentes setores ou departamentos da empresa, 
tendo como objetivo principal prevenir e diminuir os casos de LER/DORT 
(OLIVEIRA, 2006). 
 
50 
Segundo Martins e Duarte (2001), são exercícios efetuados no próprio local 
de trabalho, com sessões de cinco, dez ou quinze minutos, tendo como principais 
objetivos a prevenção das LER/DORT e a diminuição do estresse, através dos 
exercícios de alongamento e de relaxamento. 
A ginástica laboral consiste em exercícios realizados no local de trabalho, 
atuando de forma preventiva e terapêutica, enfatizando o alongamento e a 
compensação das estruturas musculares envolvidas nas tarefas ocupacionais 
diárias (CAÑETE et al., 2001 apud POLITO; BERGAMASCHI, 2002). 
Seguindo a mesma ideia, Picoli e Guastelli (2002) definem a ginástica laboral 
como atividade física realizada no próprio local de trabalho, com exercícios 
elaborados para compensar e prevenir os efeitos negativos das LER/ DORT, das 
dores na coluna, dos desvios de postura e de outros problemas. 
Lima (2004) conceitua a ginástica laboral como “a prática de exercícios, 
realizada coletivamente, durante a jornada de trabalho, prescrita de acordo com a 
função exercida pelo trabalhador, tendo como finalidade a prevenção de doenças 
ocupacionais, promovendo o bem-estar individual, por intermédio da consciência 
corporal: conhecer, respeitar, amar e estimular o seu próprio corpo”. 
Para Figueiredo e Mont’Alvão (2005), a ginástica laboral é uma atividade 
física realizada durante a jornada de trabalho, com exercícios de compensação aos 
movimentos repetitivos, à ausência de movimentos, ou a posturas desconfortáveis 
assumidas

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