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2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4 1 UM POUCO DE HISTÓRIA ........................................................................ 5 1.1 Definições básicas ............................................................................... 6 1.2 Prerrogativas da Educação Física ........................................................ 7 1.3 Rumo ao multiprofissionalismo ............................................................. 9 2 O protagonismo brasileiro dos Profissionais de Educação Física no contexto histórico da Ginástica Laboral ..................................................................... 10 3 DEFINIÇÕES E CONCEITOS .................................................................. 11 3.1 Definição de Ginástica Laboral ........................................................... 11 3.2 Tipos de Ginástica Laboral ................................................................. 13 3.3 Ginástica Laboral Preparatória ou de Aquecimento ........................... 13 3.4 Ginástica Laboral Compensatória ou de Pausa ................................. 14 3.5 Ginástica Laboral de Relaxamento .................................................... 15 3.6 Frequência e Duração da GL ............................................................. 16 3.7 Benefícios da GL ................................................................................ 16 4 TIME SAUDÁVEL ..................................................................................... 19 4.1 Posturas Viciosas ............................................................................... 21 5 O QUE É GINÁSTICA LABORAL E QUAIS OS SEUS BENEFÍCIOS? .... 23 5.1 O que é? ............................................................................................. 23 5.2 Histórico ............................................................................................. 25 5.3 Justificativa ......................................................................................... 25 5.4 Diagnóstico ......................................................................................... 26 5.5 Avaliação ............................................................................................ 27 5.6 Programa ............................................................................................ 28 5.7 Objetivo .............................................................................................. 29 5.8 Benefícios para a empresa: ................................................................ 31 3 5.9 Benefícios físicos para o trabalhador: ................................................ 32 5.10 Exemplos de atividades para trabalhadores braçais: ...................... 32 5.11 Exemplos de atividades para trabalhadores administrativos:.......... 32 5.12 Importante: Incentivo Fiscal para Empresas com GL ...................... 34 5.13 Exemplos de empresas que usam a ginástica laboral .................... 36 5.14 Os Profissionais atuantes nas sessões de Ginastica Laboral: ........ 38 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 40 6 LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................... 42 4 INTRODUÇÃO Prezado aluno, A Rede Futura de Ensino, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 1 UM POUCO DE HISTÓRIA1 Inicialmente denominada “ginástica de pausa”, a Ginástica Laboral começou na indústria com o objetivo de dar repouso ativo aos operários, por alguns períodos durante sua jornada de trabalho. A primeira referência bibliográfica que se tem notícia sobre este tipo de experiência é um manual editado na Polônia, em 1925. Posteriormente, surgiram também outras publicações na Holanda e na Rússia. Fonte: static.inbep.com.br Neste último país, milhões de operários em milhares de empresas, passaram a praticar “ginástica de pausa” adaptada a cada ocupação, nas décadas anteriores à Segunda Guerra Mundial. Nos anos 60, já com o nome ora apresentado, a Ginástica Laboral renasce na Bulgária, Alemanha, Suécia e Japão, sendo que, nesse último, consolidou-se a sua obrigatoriedade com relação a determinadas tarefas industriais. Nos EUA, desde 1974, trabalhadores de empresas estão envolvidos em programas diários de ginástica durante a jornada de trabalho. No Brasil, em 1973, a Escola de Educação Física da Federação dos Estabelecimentos de Ensino de Novo Hamburgo/RS (FEEVALE), torna-se a pioneira 1 Extraído do link: http://www.confef.org.br/ extra/revistaef/arquivos/2006/ N22_DEZEMBRO/ 08_2007_ANO_DA_GINASTICA_LABORAL.PDF 6 da Ginástica Laboral com o “Projeto Educação Física Compensatória e Recreação”, que foi elaborado a partir de proposta de exercícios físicos baseados em análises biomecânicas. Em parceria com a FEEVALE, em 1978, o SESI/RS desenvolveu o “Projeto Ginástica Laboral Compensatória”. ...“Não consigo entender a dúvida de alguns profissionais ou empresários... Talvez, Ginástica Laboral não seja o nome mais adequado, embora seja o de uso. Quem sabe se chamássemos de Ginástica na Empresa, ou Ginástica Preventiva e de Fortalecimento. A verdade é que Ginástica é atribuição do Profissional de Educação Física, nenhum outro mais. Onde ela é praticada e para que fim, isso pouco importa, desde que, orientada por profissional com registro no Sistema CONFEF/CREFs” Prof. Gilberto José Bertevello (CREF 000001-G/SP) – Conselheiro Federal CONFEF. Em 1974, nos estaleiros da Ishikawagima do Brasil (Ishibras), no Rio de Janeiro, foi implantada a ginástica no início da jornada de trabalho e a “ginástica compensatória”, durante as pausas do trabalho, envolvendo 4.300 trabalhadores. O enfoque neste caso foi a segurança no trabalho. Neste exemplo, o papel da Educação Física incidiu nas boas condições do local de trabalho, bem como no desenvolvimento dos Recursos Humanos, algo distinto da abordagem terapêutica de certas proposições de cunho impositivo. Em 1978, em Betim/MG, na fábrica Fiat de automóveis, por iniciativa do SESI/MG iniciou-se o “programa de Ginástica na Empresa” fundamentado nos princípios da Ginástica Laboral estudados a partir de visitas técnicas de profissionais desse SESI aos estaleiros da Ishibras, para observação da ginástica então aplicada aos trabalhadores. Este Programa do SESI abrangeu todo o País, com cerca de 500 mil praticantes, envolvendo múltiplas empresas e objetivos referidos também ao bem-estar do trabalhador. 1.1 Definições básicas2 A partir da constatação de DaCosta & Pegado quanto à tipologia de expansão e desenvolvimento da atividade física na empresa, pode-se então conceituá-la como o conjunto de estratégias relacionadas ao universo do lazer ativo (clubes, equipes, promoções recreativas) e da saúde ocupacional (GL, exercícios corretivos e melhoria da forma física,atividades esportivas de competição e de lazer ativo) com vistas a realizar propósitos da empresa no âmbito de melhoria das relações de 2 Extraído do livro: Ginástica Laboral: Prerrogativa do Profissional de Educação Física 7 trabalho, proteção psicossomática dos empregados, aperfeiçoamento da segurança no trabalho, aumento da produtividade por melhores condições de saúde, redução do absenteísmo e da rotatividade do pessoal, entre outros meios gerenciais. Releve-se, por necessário, que a GL vincula-se primariamente à saúde ocupacional - objeto de estudo da Medicina do Trabalho – tanto pelo seu sentido terapêutico (exercícios de regeneração e de desenvolvimento muscular) como pela melhoria de forma física (recuperação física por intervalo nas rotinas de trabalho). Neste sentido, consultando-se a produção de Valquíria Lima – uma das lideranças da GL no Brasil a partir de 2004 –, pode-se atualizar o conceito de GL admitindo ser um conjunto de práticas físicas visando a compensar o esforço e a atenção requerido pelo trabalho, criando uma pausa ativa e reduzindo-lhe a monotonia. Fonte: 4.bp.blogspot.com 1.2 Prerrogativas da Educação Física Em outras palavras, o Profissional de Educação Física, perante a tradição que atualmente dá sentido à GL, segue propósitos gerais da empresa que lhe hospeda bem como atende necessidades educativas e comportamentais dos seus colaboradores. Neste particular, o “surto” GL gerou sobreposições de funções da Educação Física por parte da fisioterapia que passou recentemente a atuar em 8 atividades de esporte e lazer, além das intervenções terapêuticas. E se a terapia está se dedicando ao desenvolvimento de atitudes comportamentais, é possível que, ao continuar esta tendência, o fisioterapeuta perca o nexo e a delimitação de sua especialização. E se fisioterapeuta assume a GL com suas raízes esportivas e de lazer ativo, haverá um inevitável confronto com os especialistas da Medicina do Trabalho, atividade regulamentada em âmbito nacional e atendente à especialização na produção científica. Tal confrontação jamais houve com o médico do trabalho e o Profissional de Educação Física, porque historicamente ambos têm trabalhado de modo complementar. Fonte: alemdahipertrofia.files.wordpress.com Sem embargo, o Profissional de Educação Física atua formalmente por meio de métodos educacionais e preventivos, para minimizar e/ou evitar a possibilidade de ocorrência de lesões decorrentes das atividades repetitivas/cotidianas do estresse causado pela atuação laboral e de atividades que tragam algum risco para os trabalhadores. Por sua vez, o fisioterapeuta deve ater sua atuação ao tratamento das lesões já diagnosticadas, acompanhando o paciente até que este esteja em condições plenas de retornar ao seu trabalho em condições normais. Nestas circunstâncias, a responsabilidade do Profissional de Educação Física, ao encontrar trabalhadores em situação em que a saúde já esteja comprometida, é a de recomendar o acompanhamento por profissional da fisioterapia e/ou da medicina, 9 pois se trata de reabilitação/tratamento. Uma vez tendo alta do fisioterapeuta/médico, este trabalhador poderá reintegrar-se ao grupo que participa das atividades físico-preventivas ou de simples lazer ativo. 1.3 Rumo ao multiprofissionalismo A própria experiência das atividades físicas na empresa – ora incluindo a GL –, a julgar pelo exemplo da produção de conhecimento na obra de DaCosta & Pegado (1990), tem transcorrido por abordagens de profissionais diversos com predominância dos Profissionais de Educação Física. Isto posto, o atual estranhamento das funções ampliadas dos fisioterapeutas traz à luz, naturalmente, a necessidade de se enfatizar uma gestão compartilhada das funções de Segurança do Trabalho, Medicina Ocupacional e Recursos Humanos. Neste caso, a organização das diferentes interfaces profissionais com tais funções deve pertencer ao especialista em Educação Física pois este deve atuar no desenvolvimento comportamental dos trabalhadores alvo, objetivo síntese das intervenções multidisciplinares para as circunstâncias das atividades físicas. É nesta linha que se insere o presente livro, a partir de seu próprio título de publicação. Portanto o posicionamento do Profissional de Educação Física no tema do centenário esporte-empresa e na GL dele decorrente não se trata de status quo normativo – típico dos conselhos profissionais – mas sobretudo de um imperativo de inclusão profissional com fundamentos históricos, científicos e educacionais. Note-se por significativo que já na Antiga Grécia de dois mil anos passados a figura do paidotribo – educador e treinador físico de adolescentes e jovens – já atuava como precursor dos atuais Profissionais de Educação Física, orientando seus seguidores para uma vida saudável, ao passo que os médicos gregos cuidavam das doenças de eventuais cidadãos desprotegidos. Modus in rebus, hoje a relação educador físico – médico ainda sobrevive constituindo uma das mais antigas tradições da civilização ocidental. Em conclusão, almejo que a presente argumentação histórica e educacional prevaleça como válida ao enfatizar a complementariedade do médico – ou do fisioterapeuta e outros profissionais correlatos da área de saúde – com o Profissional de Educação Física. Afinal há um fato cultural que sobrevive há dois mil anos e dá 10 legitimidade ao multiprofissionalismo tão enaltecido e pretendido nos tempos presentes da saúde e da educação. 2 O PROTAGONISMO BRASILEIRO DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO CONTEXTO HISTÓRICO DA GINÁSTICA LABORAL Os Profissionais de Educação Física são reconhecidamente os pioneiros e protagonistas da Ginástica Laboral no Brasil, fato este comprovado pelos inúmeros relatos e evidências históricas apresentadas. Fonte: s3-sa-east-1.amazonaws.com Reconhecemos a relevância de todas as iniciativas, experiências, atividades e programas de Atividades Físicas realizados desde então, os quais contribuíram para a construção, evolução e consolidação da Ginástica Laboral. A riqueza histórica envolvida no desenvolvimento e na evolução da GL é muito valiosa e merece ser tratada com todo respeito e consideração. Neste livro não pretendemos detalhar profundamente essa história, mas destacar alguns dos momentos mais relevantes desse contexto histórico. Existem evidências de que o primeiro apontamento encontrado no mundo sobre GL foi um livreto chamado Ginástica de Pausa, editado em 1925 na Polônia. 11 Logo em seguida, a prática teria seguido para a Holanda e para a Rússia, tomando corpo em vários países a partir de então. Por volta de 1928, a prática foi implantada no Japão por meio da Rádio Taissô – ginástica orientada com músicas pelo rádio. No Brasil, sabe-se que desde o início do século passado surgiram as primeiras ações de Profissionais de Educação Física propondo exercícios físicos no ambiente de trabalho. Pesquisas apontam a existência de um Programa de Ginástica Matinal, desenvolvido nos Estaleiros da Ishibrás no Rio de Janeiro, em meados dos anos 1970, no qual mais de 2.500 homens faziam exercícios durante 10 minutos antes de iniciarem suas tarefas laborais. Além disso, sabe-se que em 1978 foi formada a primeira Associação de Rádio Taissô no Brasil, no bairro da Liberdade, em São Paulo, onde a técnica japonesa de se exercitar ao som de um rádio foi adaptada para a realidade dos brasileiros, abrindo espaço para atuação dos Profissionais de Educação Física da época. Contudo, cabe ressaltar a iniciativa protagonista da Federação de Estabelecimentos de Ensino Superior (FEEVALE) em Novo Hamburgo , no Rio Grande do Sul (RS), por meio da Escola de Educação Física, que em 1978 efetivou um contrato com cinco empresas da região para a implantação de um Programa deGinástica Laboral, baseado em análises biomecânicas e estruturada pelos Profissionais de Educação Física da instituição, bem como com parcerias com o Serviço Social da Indústria (SESI) da região e conforme as necessidades da empresa naquela época. Destaca-se o dia 22 de novembro de 1978 como um momento histórico da Ginástica Laboral, pois nesta data foi efetivado o contrato para execução do projeto de Ginástica Laboral compensatória, entre o Serviço Social da Indústria (SESI-RS) e a FEEVALE (Federação de Estabelecimentos de Ensino Superior em Novo Hamburgo - RS), nas empresas da região. 3 DEFINIÇÕES E CONCEITOS 3.1 Definição de Ginástica Laboral Vários pesquisadores apoiam e recomendam a prática da atividade física no ambiente de trabalho como uma das atitudes preventivas de saúde. Pratt, Vuori e 12 Lankenau (2004); Pereira, Lima e Ceschini (2005); Pedersen et al. (2009); Conn et al. (2009) e Pereira (2009), entre outros autores, perceberam em seus estudos os efeitos da atividade física aplicada no trabalho sobre a saúde do trabalhador. Os Programas de Ginástica Laboral (PGL) são atualmente estruturados na tentativa de minimizar os fatores de risco existentes nas empresas para que possam contribuir sobre o objetivo macro da promoção da saúde no ambiente de trabalho, mantendo e promovendo a saúde do trabalhador por meio da prática de exercícios e dicas de saúde (PEREIRA; LOPEZ; VILARTA, 2013). A Ginástica Laboral (GL) é um programa de exercícios físicos, planejados e dinamizados por Profissionais de Educação Física, realizados no próprio local de trabalho, durante o horário de expediente, de acordo com as características da atividade desempenhada em cada função (CREF9/PR, 2014). Fonte: 1.bp.blogspot.com Alguns pesquisadores enriquecem as definições acerca deste tema, entre eles: Figueiredo (2007) coloca que a GL é uma proposta de exercícios físicos a serem realizados diariamente durante a jornada de trabalho, buscando compensar os movimentos repetitivos inerentes à atividade laboral cotidiana, à ausência de movimentação, ou mesmo compensar as posturas assumidas durante o período de trabalho que causam algum tipo de constrangimento físico. 13 Maciel (2010), por sua vez, define a GL como a prática de exercícios físicos específicos e preventivos, planejados de acordo com as características de cada tarefa laboral, realizados durante a jornada de trabalho. Lima (2007) corrobora, afirmando que essas práticas devem ser complementadas com ações educativas que possibilitem um maior acesso às informações sobre promoção de saúde, dinâmicas lúdicas e de integração, visando promover maior descontração e resgate do equilíbrio e bem-estar do trabalhador. 3.2 Tipos de Ginástica Laboral Basicamente existem três tipos de Ginástica Laboral, definidos conforme o horário de sua aplicação na empresa e seus objetivos: GL Preparatória ou de Aquecimento (também conhecida como GL Introdutória), GL Compensatória ou de Pausa e GL de Relaxamento ou de Final de Expediente. 3.3 Ginástica Laboral Preparatória ou de Aquecimento É aquela realizada no início da jornada de trabalho ou logo nas primeiras horas do expediente, com o objetivo principal de preparar os colaboradores para a execução de sua tarefa profissional, aquecendo os grupos musculares que serão mais solicitados em sua jornada. Neste tipo de GL, o Profissional de Educação Física deve planejar exercícios físicos que proporcionem algumas reações fisiológicas nos colaboradores participantes, como: Aumento da circulação sanguínea e da frequência respiratória no intuito de melhorar a oxigenação muscular e tecidual; Aumento da viscosidade intramuscular e da elasticidade muscular, procurando evitar distensões; Promover um melhor estado de preparação psicológica dos trabalhadores para que exerçam suas funções com níveis mais elevados de atenção e concentração. 14 Fonte: www.guiadoemagrecer.com 3.4 Ginástica Laboral Compensatória ou de Pausa É aquela realizada durante a jornada de trabalho. Neste momento, interrompe-se a monotonia operacional dos colaboradores, que realizam pausas para executar exercícios específicos de compensação aos esforços repetitivos, estruturas sobrecarregadas e às posturas solicitadas no trabalho, de acordo com cada função laboral. Na GL Compensatória, recomenda-se que o Profissional de Educação Física elabore exercícios físicos que influenciem positivamente nos seguintes aspectos: Redistribuição sanguínea, melhorando a oxigenação corporal, permitindo metabolização eficiente do Ácido Lático e outros resíduos que interferem no desempenho do trabalhador, gerando fadiga e perda de rendimento. Aumentar a viscosidade e a lubrificação dos tendões e das fibras musculares; Alongar a musculatura, diminuir a tensão muscular e contribuir para melhorar a postura corporal; Relaxamento e descontração psicológica; Integração social e momentos lúdicos que contribuam com a sensação de bem-estar. 15 3.5 Ginástica Laboral de Relaxamento É aquela realizada ao final do expediente, antes de os colaboradores saírem da empresa. Está baseada em exercícios de alongamento e relaxamento muscular, com o principal objetivo de oxigenar as estruturas musculares envolvidas nas tarefas profissionais diárias, reduzindo a fadiga e aliviando o cansaço. Fonte: www.ginlab.com.br Este tem sido o tipo de GL menos utilizado pelas empresas que contratam os Programas, pela preferência que demonstram em investir nas ações que ocorram durante o horário de expediente, possibilitando que o colaborador retorne ao trabalho melhor do que estava antes da pausa ativa da GL. No caso da GL de Relaxamento (final de expediente) os colaboradores vão embora da empresa e, em geral, para grande parte das pessoas, a percepção que fica é a de que todo o estímulo empregado acaba sendo “aproveitado” fora do horário produtivo. Pereira (2013a) sugere uma nova classificação denominada Ginástica Laboral Mista, que pode ser executada em todos os momentos dos turnos, pois deriva da combinação dos objetivos das Ginásticas explicadas anteriormente (de Aquecimento, Compensatória e de Relaxamento), associando seus conteúdos e tipos de exercícios ao objetivo de atender de forma ampla às necessidades dos trabalhadores e das empresas. 16 3.6 Frequência e Duração da GL A literatura nacional e internacional apresenta dados científicos que comprovam os benefícios do PGL dentro de metodologias, na maioria das vezes, com frequência de cinco vezes por semana e duração de 15 minutos (Pereira, 2009 e 2013ab). O ideal é que a GL seja praticada todos os dias, no mínimo três vezes ao dia, durante a jornada de trabalho. Essa é a situação ideal, nem sempre real. Quanto à duração das aulas, estas geralmente têm de cinco a quinze minutos, dependendo da negociação com a empresa contratante, bem como de suas possibilidades (Figueiredo, 2007). A escolha da frequência da realização da série dependerá dos objetivos traçados pelo profissional juntamente com a empresa, o que por sua vez estará diretamente relacionado aos benefícios que poderão advir dessa prática. Em outras palavras: eles são interdependentes (Maciel, 2010). 3.7 Benefícios da GL Embora a modernidade tenha trazido grandes avanços tecnológicos, a busca constante e incessante por maior produtividade trouxe também fortes pressões para o contexto do trabalho, gerando muitas vezes desgastes físicos, mentais e emocionais, que, consequentemente, conduzem a um desequilíbrio. Assim, não raro se faz necessário “promover um equilíbrio” no ambiente de trabalho. Quando se implanta um Programa de GL numa empresa, envolve-se a coletividade, o que propicia, além dos benefícios físicos em si (respiração, alongamento muscular, melhor oxigenação e circulação sanguínea), momentos de descontração,e um desligamento momentâneo dos problemas do trabalho. É uma pausa em que, apesar dos cargos exercidos, “todos são iguais”: seres humanos em busca de bem-estar, saúde e qualidade de vida no trabalho (Figueiredo; Mont’alvão, 2008). O Programa de Ginástica Laboral (PGL) tem como estratégia interferir sobre a saúde do trabalhador por meio da orientação de informações sobre saúde, que devem acontecer diariamente, durante a aula de GL, incentivando sempre a 17 mudança do comportamento do mesmo em relação aos seus hábitos (PEREIRA, 2013). Fonte: i0.wp.com/nunesegrossi.com.br Conforme o CREF3/SC (2013), a GL favorece a mudança da rotina ocupacional; desenvolve a consciência corporal; melhora a postura; diminui a tensão muscular desnecessária; melhora a mobilidade e a flexibilidade; melhora a qualidade dos movimentos executados durante o trabalho; contribui para o melhor relacionamento entre colegas; reforça a autoestima; melhora a concentração no trabalho. Para Lima, Aquilas e Ferreira Jr. (2009), a prática da GL possibilita melhoria na flexibilidade e mobilidade articular; na postura corporal; na disposição e no ânimo para o trabalho; autoconhecimento do corpo e coordenação motora; sociabilização entre colegas e superiores. Ainda reduz tensão e fadiga muscular; além de contribuir para a queda dos índices de absenteísmo e procura ambulatorial. De acordo com o CREF9/PR (2014), além dos benefícios citados, há ainda: a minimização dos vícios posturais e a prevenção da fadiga muscular (aumento do relaxamento muscular). Para as empresas, a GL contribui com a redução do absenteísmo por doenças; diminuição do uso do sistema de saúde; redução de perdas por presenteísmo e também pode contribuir na diminuição do turnover. 18 Conforme Maciel (2010), o objetivo geral/principal da GL é a preparação ou compensação dos aspectos biopsicossociais do trabalhador, sendo que os objetivos secundário/específicos estão vinculados à cada modalidade de ginástica adotada (preparatória, compensatória, relaxamento). Estes objetivos e/ou benefícios poderão visar: 1) Prevenção e/ou compensação do desgaste ocupacional proporcionado: 1.a) pelas posturas incorretas e/ou cansativas; 1.b) pelos movimentos com ou sem repetitividade e uso de força; 1.c) pelo aumento da tensão física e/ou psicológica; 2) Melhoria do clima organizacional - relacionamentos interpessoais; 3) Redução dos acidentes de trabalho; 4) Redução das doenças ocupacionais osteomusculoligamentares; 5) Aumento da produtividade; 6) Mudança de comportamento – adoção de um estilo de vida saudável. Entretanto, para que os benefícios sejam alcançados, os princípios metodológicos do PGL precisam ser respeitados incluindo a seleção dos conteúdos e prescrição dos exercícios que devem considerar a intensidade, a duração, a frequência, o volume, a evolução, a motivação, a satisfação, a segurança e a preservação da integridade do trabalhador, assegurando a eficiência do PGL (Pereira, 2013a). Certamente o Programa de GL é uma grande “porta de entrada” para outros temas que visem à promoção de saúde e à qualidade de vida nas empresas, onde começam a se destacar as questões relacionadas à Educação em Saúde como preponderantes. É oportuno citar também que o conceito de Educação em Saúde se sobrepõe ao conceito de promoção da saúde, como uma definição mais ampla de um processo que abrange a participação de toda a população no contexto de sua vida cotidiana e não apenas das pessoas sob o risco de adoecer (WHO, 2015). Esta noção está baseada em um conceito de saúde ampliado, considerado como um estado positivo e dinâmico de busca de bem-estar, que integra os aspectos físico e mental (ausência de doença), ambiental (ajustamento ao ambiente), pessoal/emocional (autor realização pessoal e afetiva) e sócio ecológico (comprometimento com a igualdade social e com a preservação da natureza). 19 Fonte: www.estilofitness.com Uma Educação em Saúde ampliada inclui políticas públicas, ambientes apropriados e reorientação dos serviços de saúde para além dos tratamentos clínicos e curativos, assim como propostas pedagógicas libertadoras, comprometidas com o desenvolvimento da solidariedade e da cidadania, orientando- se para ações cuja essência está na melhoria da qualidade de vida e no bem-estar das pessoas. 4 TIME SAUDÁVEL3 O corpo é uma das mais importantes ferramentas de trabalho. Se ele está dolorido, tenso ou foi forçado a permanecer em uma posição desconfortável, a probabilidade de o desempenho profissional sofrer danos é grande. Afinal, quem é que consegue sentir ânimo e bom humor se a coluna lateja, os olhos ardem e os dedos repuxam após horas a fio movendo o mouse? 3 Texto extraído do link: http://tocadasinformacoes.blogspot.com.br/2008/02/time-saudvel.html 20 Fonte: www.novosermassagem.com.br Para poupar seus funcionários de incômodos que prejudicam suas atividades e sua saúde, cada vez mais empresas têm adotado a prática de ginástica laboral. Trata-se de uma série de exercícios físicos leves e de curta duração, feitos no próprio ambiente de trabalho, que não sobrecarregam nem cansam os funcionários. Ao contrário: reduzem e previnem problemas ocupacionais - principalmente lesões por esforços repetitivos (LER) e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalhador (Dort) -, além de permitir que todos executem suas atividades com disposição. A longo prazo, ainda melhoram à qualidade de vida. Como é uma atividade preventiva, a ginástica laboral deve ser realizada exclusivamente por professionais de Educação Física. Na AMIL, a consultora para projetos de ginástica laboral em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília, é Patrícia Lacombe, presidente da Associação Brasileira de Ginástica Holística (ABGH). Patrícia segue os conceitos do método Ehrenfried, criado pela médica alemã Lily Ehrenfried (1896-1994). A técnica tem três objetivos fundamentais - educativo, preventivo e terapêutico - e conta com mais de 800 movimentos diferentes, que provocam modificações em toda a estrutura do organismo. "A pessoa ganha mais consciência corporal e sente vontade de mudar suas atitudes diárias", conta Patrícia. O projeto em parceria com a Amil não inclui somente a prática. A cada aula, são distribuídos folhetos explicativos aos funcionários para detalhar os benefícios do trabalho e mostrar como executar corretamente certos movimentos. 21 4.1 Posturas Viciosas Segundo a consultora da Amil, as atribuições que exigem força não são as mais afetadas pelos problemas que podem ser corrigidos com a ginástica laboral. De acordo com estudos recentes, as funções administrativas exigem atenção extra, pelo uso constante dos membros superiores (mãos, antebraços, braços e pescoço). É o caso de digitadores, programadores e secretárias, que passam muito tempo diante do computador ou ao telefone, o que sobrecarrega diversos músculos e articulações. Seja qual for a função, o cargo ou a jornada diária do trabalhador, o fato é que as doenças ocupacionais prejudicam principalmente quem apresenta posturas viciosas. A especialista Patrícia Lacombe compara o corpo humano com um grande edifício. "Um prédio bem construído precisa ter todos os andares alinhados, caso contrário pode ruir. O corpo também requer esse ajuste nos seus principais pontos de sustentação, ou seja, pés, quadril e cabeça. Podemos traçar outra analogia com um carro. Se ele estiver desalinhado, o volante vai pender para um lado, o pneu sofrerá maior desgaste, haverá gasto extra de combustível. Da mesma maneira, um incômodo nos ombros não tratado, por exemplo, corre o risco de se tornar crônico e até mesmo afetar outras regiões", afirma. Entre os problemas mais frequentes provocados pelas posturas e atitudes inadequadas no trabalho, podemoscitar a dor na região lombar, o desconforto na nuca, na coluna cervical e no pescoço, encurtamento musculares, incômodos nos olhos e lesões nos cotovelos, nos punhos, nas mãos e nos ombros. Alguns tipos de dor ainda elevam o nível de estresse e podem provocar mau humor e, a longo prazo, depressão. Na prática, os exercícios programados devem buscar a contração muscular contrária àquela exigida durante o trabalho. Isso promove o alongamento e o relaxamento da musculatura em questão. Quando as atividades de trabalho foram unilaterais, com o uso, por exemplo, de um braço deve-se praticar também exercícios de compensação para o lado menos solicitado. 22 Fonte: www.connapa.com.br A prática previne problemas como tendinite e dores na coluna. Também melhora a autoestima e a autoimagem dos funcionários Os benefícios da ginástica laboral são vários. Para começar a técnica estimula a respiração, a ansiedade diminui. Há também um aumento de flexibilidade, da disposição, da capacidade de concentração e da consciência corporal. A prática constante funciona como uma espécie de prevenção a determinadas intervenções cirúrgicas - caso da hérnia de disco e da tendinite. Como na maior parte das empresas a atividade é feita em grupo, as relações interpessoais e o espírito de equipe também são fortalecidos. No método indicado por Patrícia Lacombe ás empresas atendidas pela Amil, cada pessoa do grupo age como um "anjo do trabalho" para a outra, ajudando-a a corrigir postura. E, por último, a prática melhora a autoestima e a autoimagem. A técnica Ehrenfiried conta com uma aula de no máximo uma hora, uma vez por semana, que pode ser realizada a qualquer momento do expediente. Após um aquecimento começam os exercícios de tonificação e, ao fim da sessão, há o relaxamento. Os grupos contam com 12 pessoas, no máximo, e o desenvolvimento das atividades é discutido com o departamento de recursos humanos para avaliar as necessidades daquele universo. Esse método, em geral, exige o uso de uma sala ampla, já que alguns movimentos devem ser feitos com os funcionários deitados. No entanto, é possível adaptá-los para qualquer ambiente, já que existem várias séries em outras posições. 23 Fonte: corpoeestetica.com 5 O QUE É GINÁSTICA LABORAL E QUAIS OS SEUS BENEFÍCIOS?4 Embora as primeiras manifestações de atividades físicas em empresas datem de mais de 100 anos, a Ginástica Laboral é um ramo relativamente novo para a maioria das empresas. 5.1 O que é? A Ginástica Laboral analisa a importância da reeducação postural, alívio do estresse e método de Ginástica laboral no local de trabalho com finalidade de valorizar a prática das atividades física como instrumento de promoção de saúde e prevenção de lesões como LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). Trata-se de um conjunto de práticas elaboradas a partir da atividade profissional exercida. A técnica procura compensar as estruturas do corpo mais utilizadas durante o trabalho e ativar as que não são requeridas, relaxando e as tonificando. 4 Texto extraído do link: http://personaltrainnerelisandria.blogspot.com.br/2011/11/o-que-e- ginastica-laboral-e-quais-seus.html. 24 Fonte: www.tribunademinas.com.br O programa de ginástica laboral consiste em práticas diárias elaboradas a partir da atividade profissional exercida. A ginástica laboral é programada para ser realizada no próprio posto de trabalho, sem com que haja a locomoção dos colaboradores para um outro espaço físico e interferência na produção. Hoje em dia a ginástica laboral também vem sendo aplicada como inserção educativa em palestras e eventos para que o participante se sinta preparado para receber e absorver informações que lhes são transmitidas. Em empresas nos mais diversos portes e ramos de atividade, a ginástica laboral é realizada em setores administrativos e linha de produção com a própria roupa ou uniforme de trabalho, já que não provoca sudorese e cansaço físico excessivo, por ser de baixa intensidade. São sessões de exercícios físicos educativos de alongamento, respiração, reeducação postural, controle corporal, percepção corporal, fortalecimento das estruturas não trabalhadas e compensação dos grupos musculares envolvidos nas tarefas operacionais, respeitando o limite fisiológico e vestimenta de cada colaborador. 25 Fonte: static.inbep.com.br A duração ideal das sessões varia de 10 a 15 minutos diários para se ter um resultado significante na musculatura (flexibilidade e força). 5.2 Histórico Sobre a Ginástica Laboral a primeira notícia que se encontra é uma pequena brochura editada na POLÔNIA em 1925, onde foi chamada também de Ginástica de Pausa, era destinada a operários e alguns anos depois surgiu na Holanda e Rússia. No início dos anos 60 surgiu também na Bulgária, Alemanha, Suécia e Bélgica. No Japão na década de 60 ocorreu a consolidação e a obrigatoriedade da G.L.C. - Ginástica Laboral Compensatória. No Brasil o esforço pioneiro residiu numa proposta de exercícios baseados em análises biomecânicas. Esta proposta foi estabelecida pela Escola de Educação de FEEVALE no ano de 1973, quando se elaborou o projeto de educação física compensatória e recreação. 5.3 Justificativa Apesar da inclusão de novos nomes na lista das doenças ocupacionais, divulgada pelo Ministério da Previdência e Ação Social, as principais moléstias responsáveis pelo afastamento precoce de pessoas do mercado de trabalho 26 continuam sendo as LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS (LER) e a perda de audição. O afastamento do trabalhador acometido por uma doença ocupacional de sua função traz perdas para a empresa e para o trabalhador. Segundo o coordenador de Benefícios por Incapacidade do Ministério da Previdência, Cézar Augusto de Oliveira, mesmo com o afastamento do funcionário, a empresa tem que recolher as contribuições sociais, além de providenciar outra pessoa para ocupar o cargo do afastado. Se o trabalhador resolve processar a empresa, os custos podem ser ainda maiores. Já o trabalhador afastado pode perder vantagens que uma pessoa que está na ativa, como promoções e aumento de salário. Para evitar problemas como esses, o médico do trabalho Ruddy Facci, do Paraná, recomenda a prevenção. Ginástica, pausas no trabalho e mobiliários ergonômicos são programas que se adotados reduzem em 100% as chances de se contrair uma doença ocupacional. 5.4 Diagnóstico O trabalho excessivo, postura inadequada, repetições constantes do mesmo movimento e condições críticas de materiais, equipamentos e instalações da empresa, desencadeiam grandes tensões no corpo, que originam grandes males que são responsáveis pelo afastamento ou até invalidez permanente do profissional. Diagnosticados estes fatos como: LER (Lesões por Esforços Repetitivos), nome dado pelos especialistas a sintomas que acometem tendões, músculos, nervos, ligamentos e outras estruturas responsáveis pelos movimentos dos membros superiores, das costas, região do pescoço, ombros e membros inferiores, atualmente denominada DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), ambas as siglas representam as mesmas patologias que são causa de despesas médico-ocupacionais nas empresas. 27 Fonte: www.segurancatemfuturo.com.br Do ponto de vista psicológico, na Educação Física (uma atividade repetitiva e igual por muito tempo, como um trabalho industrial) cessa a chegada de estímulos ao cérebro pelo cansaço das vias respiratórias. A consequência é a falta de atenção, caminho direto para o acidente de trabalho e a baixa produtividade. 5.5 Avaliação Visando uma melhora da qualidade de vida dos funcionários são realizadas as seguintes avaliações antes da prática das atividades de Ginástica Laboral,desta maneira pode-se levantar o perfil dos funcionários, sendo que cada funcionário recebe seu resultado das avaliações e a empresa recebe a avaliação individual e total dos funcionários Peso Altura IMC (Índice de Massa Corpórea) Pressão arterial Flexibilidade Postural (através de fotografias) Percentual de Gordura (através do adipômetro) 28 Após 03 meses serão realizadas nova bateria de avaliação com o intuito de ver a evolução do programa. 5.6 Programa Sabemos que as capacidades físicas e mentais de qualquer pessoa devem estar equilibradas para que ela possa desenvolver-se em todos os sentidos com atenção, agilidade e urgência qualidade, trabalho em equipe, produção, satisfação de clientes e motivação. Partindo de todos estes princípios, a atividades da Ginástica Laboral, são apropriadas aos trabalhadores com a duração de 05 a 15 minutos diários ou três vezes na semana, que tem como objetivo prevenir a LER/DORT, visando melhorar o dia a dia do funcionário, diminuir os efeitos do estresse e lesões cumulativas no ambiente de trabalho. Para envolver todos os grupos musculares do corpo, o programa de Ginástica Laboral pode ser desenvolvido em três fases: Preparatória Ginástica com duração de 10 a 20 minutos (o tempo utilizado depende da proposta com a Empresa) realizada antes do início da jornada de trabalho. Tem como objetivo principal preparar o funcionário para sua tarefa aquecendo os grupos musculares que irão ser solicitados nas suas tarefas e despertando-os para que se sintam mais dispostos ao iniciar o trabalho, aumenta a circulação sanguínea à nível muscular melhorando a oxigenação dos músculos. Compensatória Ginástica com duração de 10 a 20 minutos (o tempo utilizado depende da proposta com a Empresa), realizada durante a jornada de trabalho, interrompendo a monotonia operacional aproveitando pausas para executar exercícios específicos de compensação aos esforços repetitivos, e as posturas inadequadas nos postos operacionais. Relaxamento 29 Ginástica com duração de 10 a 20 minutos (o tempo utilizado depende da proposta com a Empresa), ginástica baseada em exercícios de alongamento realizada após o expediente, com o objetivo de oxigenar as estruturas musculares envolvidas na tarefa diária, evitando o acúmulo de ácido lático prevenindo as possíveis instalações de lesões. Fonte www.eeffto.ufmg.br Junto a estas atividades são realizadas semanalmente distribuição de panfletos contendo orientação alimentar A Ginástica Laboral começou a ser compreendida como um grande instrumento na melhoria da saúde física do trabalhador, reduzindo e prevenindo problemas ocupacionais, através de exercícios específicos que são realizados no próprio local de trabalho. A Ginástica Laboral não sobrecarrega nem cansa o funcionário, porque é leve e de curta duração. 5.7 Objetivo O objetivo da Ginástica Laboral é promover adaptações fisiológicas, físicas e psíquicas, por meio de exercícios dirigidos que: 30 Trabalham a reeducação postural, Aliviam o estresse, Diminuam o sedentarismo; Aumentam o ânimo para o trabalho; Promovam a saúde e uma maior consciência corporal; Aumentam a integração social; Melhoram o desempenho profissional; Diminuam as tensões acumuladas no trabalho; Previnam lesões e doenças por traumas cumulativos, como as LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e os DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). Diminuam a fadiga visual, corporal e mental por meio das pausas para os exercícios. Dentre as lesões mais frequentes podemos citar: Na coluna cervical: síndrome da tensão cervical e síndrome do desfiladeiro torácico; No ombro: tenossinovite do bíceps e tendinite do músculo supra espinhoso; No cúbito (cotovelo): epicondilites; No punho: tenossinovite dos flexores do punho e dedos, tenossinovite dos extensores do carpo e dedos, tendinite de Dequervain e síndrome do túnel do carpo; Na mão: fascite palmar e miosite dos lumbricais. Outros problemas na coluna como: hipercifose torácica, hiperlordose, escoliose, entre outros. Encurtamentos musculares, entre outros. Para as empresas, a incorporação da Ginástica Laboral pode trazer muitos benefícios como: Redução de faltas dos funcionários; Aumento da produtividade; Redução de quedas; Maior integração da equipe etc. Os impactos negativos do trabalho podem ocorrer em diversas esferas, tais como problemas físicos, psicológicos ou sociais. 31 Mais diretamente, a prática de exercícios físicos gera benefícios físicos para o trabalhador. Fonte: www.unesc.net Os benefícios psicológicos (estresse, poder de concentração) ou sociais (espírito de equipe, confiança) também são bastante citados em estudos diversos. 5.8 Benefícios para a empresa: Diminuir os problemas de saúde no trabalhador é sinônimo de aumento de produtividade na empresa. Essa afirmativa se verifica de diversas formas, mas os principais pontos notados são a diminuição na ocorrência de faltas ao trabalho por motivos médicos e também a diminuição dos acidentes de trabalho. Portanto, se por um lado o fator de sofrimento humano é significativamente reduzido, por outro lado a empresa é beneficiada ao promover programas orientados de Ginástica Laboral. Há estatísticas citando um retorno de 3 a 5 vezes sobre a verba aplicada por uma empresa em um programa de ginástica e hábitos de saúde, considerando faltas, encargos sociais e outros fatores relacionados à saúde, afetando a produtividade da empresa. 32 5.9 Benefícios físicos para o trabalhador: Os benefícios dependem diretamente do tipo de trabalho realizado. A maioria dos exercícios tenta diminuir o efeito da solicitação constante a que é submetido um trabalhador ao executar determinada tarefa, seja ela uma tarefa física ou não. Desse modo trabalhadores que utilizam de seus músculos para manejar instrumentos, ferramentas ou produtos podem ser beneficiados por um programa de atividades para trabalhadores braçais. Por exemplo, trabalhadores em uma linha de montagem de uma fábrica necessitam de exercícios específicos para os grupos musculares utilizados para que não ocorra lesão muscular por superutilização, similar, por exemplo, à lesão de um atleta ao final de uma competição extrema. Afinal, a jornada de trabalho pode durar até mais de 10 horas, às vezes... Por outro lado, trabalhadores administrativos como digitadores, secretárias, atendentes, etc. são acometidos de problemas posturais, musculares ou visuais. Assim, um bom programa de atividades para trabalhadores administrativos ajudará a diminuir lesões por tais fatores. 5.10 Exemplos de atividades para trabalhadores braçais: Os problemas vividos por este grupo de trabalhadores podem estar relacionados com a intensidade da força que exercem, ou ainda com a posição em que são obrigados a trabalhar. Em ambos os casos, um Professor de Educação Física pode avaliar as solicitações físicas e prescrever atividades para compensá- las. Por exemplo, trabalhadores que são obrigados a suportar o peso de uma peça com um braço enquanto apertam um parafuso com a outra mão devem executar atividades que aliviem periodicamente as tensões envolvidas sob o risco de aparecerem lesões musculares ou posturais. 5.11 Exemplos de atividades para trabalhadores administrativos: Independentemente da atividade exercida, esses trabalhadores têm alguns fatores em comum: trabalham sem se movimentar (parados ou em pé) por muito tempo, muitas vezes submetidos a cobranças e estresse. Exemplos de problemas decorrentes de tal ambiente são: problemas de postura, tendinites, pressão alta, etc. 33 Algumas funções podem ter ainda outros agravantes, como digitadores ou programadores, que utilizam demasiadamente determinados músculos do braço e mão para trabalhar.Fonte: wp.clicrbs.com.br Em primeiro lugar, é recomendável parar por alguns minutos pelo menos a cada duas horas de trabalho e executar alguns alongamentos para grandes grupos musculares como ombros, tronco e pernas. Isso combate a má postura e evita formigamentos por problemas circulatórios. Movimentos como elevação do ombro, sua projeção para frente e para trás ajudam. Para o pescoço, flexione-o para frente e para trás, também de um lado para o outro e por fim um grande movimento circular da cabeça (circundução). Para o tronco, espreguice-se (flexão para trás), dobre-se (flexão para frente) e incline-se flexionando lateralmente. Faça os movimentos gentil e lentamente. Em relação às pernas, utilize as escadas sempre que se locomover por alguns andares, promovendo uma melhor circulação. Além dos benefícios cardiovasculares, promovidos até mesmo em pequenas distâncias, você estará aumentando seu gasto calórico, importante fator na manutenção da saúde. Para funções específicas há exercícios específicos. Se você trabalha ou passa muito tempo diante de um computador, por exemplo, deve realizar uma pausa periódica para olhar e focalizar objetos distantes, aliviando a visão. Também deve 34 realizar exercícios de alongamento para as mãos e antebraços, evitando sobrecarga por digitação ou utilização do mouse: Estenda o braço à frente, deixando a mão relaxadamente caída para baixo. Com a outra mão, puxe gentilmente os dedos para baixo na direção do seu quadril, com as costas da mão voltadas para a tela do computador, por 20 a 30 segundos, para alongar a musculatura posterior de seu antebraço. Puxe a mão relaxada agora para cima, em direção à sua cabeça e com a palma da mão voltada para a tela do computador, para alongar a musculatura anterior da mão e antebraço. Repita, realizando os mesmos exercícios para o outro braço. As aulas duram de 10 a 15 minutos e podem ocorrer antes, durante ou depois do início do trabalho. Entre os principais benefícios estão o aumento da motivação, da integração e da disposição dos funcionários e a redução do risco de lesões, acidentes de trabalho e da tensão. A Ginástica Laboral reduz os riscos de acidente de trabalho (o nível de atenção é 80% mais alto após a prática da atividade física) e das doenças de trabalho, responsáveis no Brasil por gastos anuais de aproximadamente R$ 89 milhões. Cerca de 60% das doenças do trabalho que causam afastamento por mais de 15 dias são relacionadas à Lesão por Esforço Repetitivo (LER), reflexo das atividades que exigem movimentos de um só tipo ou pouco variáveis, repetitivos, rápidos e que forcem determinada parte do corpo. 5.12 Importante: Incentivo Fiscal para Empresas com GL Através da Lei do Desporto n° 11.438, que depois foi atualizada pela Lei n° 11.472, o Governo oferece incentivos fiscais para empresas e pessoas físicas. Pessoas jurídicas podem deduzir até 1% do imposto de renda e pessoas físicas até 6%. Art. 1º A partir do ano-calendário de 2007 e até o ano-calendário de 2022, inclusive, poderão ser deduzidos do imposto de renda devido, apurado na Declaração de Ajuste Anual pelas pessoas físicas ou em cada período de apuração, trimestral ou anual, pela pessoa jurídica tributada com base no lucro real os valores despendidos a título de patrocínio ou doação, no apoio direto a projetos desportivos e paradesportivos previamente aprovados pelo Ministério do Esporte. 35 Essa é uma excelente iniciativa do Governo que vêm demonstrando grande interesse em incentivar a responsabilidade social dentro das empresas. Quando as empresas investem na qualidade de vida de seus funcionários ela está investindo nos cidadãos brasileiros. Estudos mostram que há relação entre a participação de empregados em programas de atividades físicas na empresa e a redução de faltas ao trabalho, aumento de produtividade, diminuição de custos com a saúde e retenção de funcionários. (Tsai, 1987) Capacidade de atenção: Estudo na Bélgica, já em 1966, mostrou que a capacidade de atenção depois de um tempo de atividades físicas melhorou em 80,5%, enquanto que depois de um tempo de repouso esta melhora foi apenas de 30,5%. (FIEP – Portugal, 1966) Bancários: Estudo com população bancária de São Paulo, com 3.240 funcionários, mostra que 13,3% são suspeitos, de possuir a doença e 8,2% já tem diagnóstico anterior. Como se observa 21,5%, ou seja, 696 funcionários apresentavam conotações clínicas de L.E.R. (Prof. Dr. Herval Pina Ribeiro – Fac. De Saúde Pública da USP) Construção Civil 1: Dados de uma pesquisa realizada na França em 1970, no ramo de construção e obras públicas apresentou os seguintes números: a) 30% de todos os casos de acidentes de trabalho na França se produzem nas empresas de construção e obras públicas; b) local das lesões - mãos e membros superiores (31%), pés e membros inferiores (26%), cabeça e tórax (18%). (P. Andlauer, 1980). Construção Civil 2: Estudo realizado em 1987 pelo Centro Brasileiro de Ergonomia e Cibernética do Instituto Superior de Estudos e Pesquisas Psicossociais da Fundação Getúlio Vargas, obteve os seguintes resultados relativos aos acidentes de trabalho na construção civil no município do Rio de Janeiro: a) profissão - em termos absolutos destacam-se os serventes; b) idade - proporcionalmente os mais jovens sofrem mais acidentes; c) localização da lesão - membros inf. (41,8%) e membros sup. (31,0%); d) objeto causador 36 Fonte: www.proequilibrio.com.br Dores nas costas: São a segunda causa de aposentadoria por invalidez no país, e obrigam empregados a faltar 60 dias por ano ao trabalho. Em países onde há uma preocupação maior com programas de saúde, esse número cai para 28 dias. (Folha de São Paulo, 1991) Lazer: Pesquisa realizada pelo Inst. de Pesquisas Soc. Políticas e Econômicas em 1.997, apresentou os seguintes dados: 20% dos homens e 8% das mulheres (média de 14%), preferem o esporte em seu horário de lazer; 12% a 15% respectivamente (média de 13,5%), escolhem a praia; 9% gostam de viajar, 8% jogar futebol, enquanto 8% preferem assistir TV. Esses dados mostram a mudança de hábitos de nossa população, principalmente neste final de milênio, onde os aspectos de saúde e qualidade de vida estão sendo bastante veiculados e a prática de esportes faz parte do dia a dia de muitas pessoas. 5.13 Exemplos de empresas que usam a ginástica laboral Segundo dados americanos da Assoc. Nac. de Serviços e Recreação para Empregados (NESRA - 1998), 72% das empresas americanas associadas, ofereciam atividades físicas aos seus funcionários. 37 BOSCH DO BRASIL: A Bosch do Brasil, na cidade Industrial de Curitiba (CIC), é uma empresa onde a incidência de doenças ocupacionais é pequena. A empresa adotou a Ginástica Laboral para os funcionários e atende a 50 pessoas do setor de fábrica e mais de 30 da área administrativa. A ginástica, praticada durante 10 minutos por dia, é diferente para cada grupo. Para o setor administrativo, em que as pessoas trabalham mais com informática, por exemplo, é trabalhada a prevenção para LER. Já no de fábrica, onde os trabalhadores usam a força braçal, são feitos, principalmente, exercícios de alongamento. A empresa está concluindo seu estudo de viabilidade para poder estender o exercício para os 3.240 funcionários restantes. 3 M: Criou há um programa de ginástica para digitadores e de educação física antes do expediente para os operários, diminuindo o número de acidentes e aumentando a sensação de bem-estar. Grupo Pão de Açúcar: Possui academia de ginástica e quadra de squash na sede administrativa em SP e projeto experimental de ginástica laboral em 08 unidades. Este projeto surgiu há quatro anos por determinação do presidente do Grupo Pão de Açúcar, Abílio Diniz. Foi feita pesquisa entre os funcionários para detectar o que precisavam para viver melhor. A maioriatinha vontade de estudar e cuidar mais da saúde. Empresa São Geraldo: Possui mini academias espalhadas por 20 estados. Antes de começar a malhar, os motoristas passam por avaliação física. Surgiu em 1998, impressionado com os benefícios que os exercícios físicos trouxeram para sua saúde, o diretor de operações e marketing José Ribeiro resolveu matricular um grupo de motoristas de BH na academia. Os resultados foram tão bons que o projeto foi expandido para toda a empresa. Em um ano, acidentes de trânsito evitáveis caíram 40%. Percentual de motoristas que estavam acima do peso caiu de 40% para 10%. Pfizer: Possui na fábrica de Guarulhos (Grande SP) que oferece aeróbica, musculação, dança de salão, caminhadas e ginástica monitoradas por professores de educação física. Escritório na capital, tem academia de ginástica. Surgiu em 1998, com funcionários preocupados com sobrepeso começaram a caminhar dentro da fábrica durante o almoço. Em pouco tempo, havia 50 pessoas 38 fazendo exercícios espontaneamente. Pediram à empresa para contratar professor para orientar as atividades, que passaram a ser realizadas nos clubes anexo à fábrica. Xerox do Brasil: Possui salas de ginástica e musculação na matriz em quatro escritórios (Curitiba, SP, RJ e Brasília) e três fábricas (RJ, Salvador e Manaus). Funcionários ASC Call Center: Possui sala de ginástica que funciona 24 horas, bosque e pista de caminhada, praça arborizada para a realização de ginástica laboral e equipamentos de automassagem. Desde a criação da empresa, a ASC dá ênfase a projetos de melhoria da qualidade de vida dos funcionários. A empresa foi construída em uma fazenda, com sala de ginástica e praça arborizada no interior do prédio. 70% dos funcionários participam pelo menos uma vez ao dia da ginástica laboral. Merc Sharp& Dohme: Possui academia de ginástica na sede, em São Paulo, e caminhadas ecológicas. Desenvolver atividades de fitness para promover a saúde e o bem-estar dos funcionários é uma orientação da matriz da Merck, nos EUA. 5.14 Os Profissionais atuantes nas sessões de Ginastica Laboral: O profissional apto a ministrar exercícios físicos é o Educador Físico. Este profissional é quem conhece as funções do corpo pelo estudo da Anatomia, Fisiologia e Cinesiologia, o que se deve fazer ou não para o colaborador não se lesionar na prática da ginástica laboral, além de possuir conhecimentos profundos de Didática e Metodologia da Ensino (o que vai proporcionar uma prática diária bem conduzida, prazerosa, motivante e com muita criatividade). Não é correto o trabalho por meio de Multiplicadores (agentes facilitadores de exercícios), onde é realizado um treinamento de exercícios físicos com um grupo de colaboradores e os mesmos ficam responsáveis em passar os exercícios aprendidos para todos os outros colaboradores da empresa. Nesta questão destacam-se 2 pontos negativos para o programa de Ginástica Laboral não dar certo: 39 1. O profissional não é apto para ministrar este tipo de atividade pois não possui conhecimentos da área de Anatomia, Fisiologia, Cinesiologia e Didática, podendo gerar lesões na musculatura dos colaboradores pela prática inadequada; 2. Por não possuir a formação em Educação Física, isto pode ser decretado como desvio de funções, gerando para empresa problemas na área trabalhista. 40 BIBLIOGRAFIA BRANCO, Antonio Eduardo (organizador) / Aguiar, Lauro Ubirajara Barboza de; Figueiredo, Fabiana; Olivatto, Marco Antonio; Carneiro, Marcia Ferreira Cardoso; Tschoeke, Rony; Da Costa, Lamartine Pereira. Ginástica Laboral: Prerrogativa do Profissional de Educação Física. Rio de Janeiro: CONFEF, 2015. CAÑETE, I. Desafio da empresa moderna: a ginástica laboral como um caminho. 2ª ed. São Paulo: Ícone, 2001. CARVALHO, C. M. C.; MORENO, C. R. C. Efeitos de um programa de Ginástica Laboral na saúde de mineradores. Cad. Saúde Colet., n. 15, v. 1, p. 117-130, 2007. Coletivo de Autores; Coordenação: KALLAS, D. Manual de Boas Práticas de Ginástica Laboral/Associação Brasileira de Ginástica Laboral – São Paulo: [s.n.],2010. DACOSTA, L.P. Atividades Físicas em Empresas Brasileiras – Workplace Physical Activities in Brazil, Position Paper 2015. DACOSTA, L.P; QUINTAS, G. Fundamentos do Lazer e Esporte na Empresa. Esporte e Lazer na Empresa. Brasília: MEC/SEFD, 1990. FIGUEIREDO F, ALVÃO MA. Ginástica laboral e Ergonomia. Rio de Janeiro: Sprint, 2005 FIGUEIREDO, F.; MONT’ALVÃO, C. Ginástica laboral e ergonomia. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2008. FRANCHI, K.M.B.; MONTENEGRO JUNIOR, R.M. 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Resumo: A ginástica laboral na prevenção de doenças ocupacionais vem sendo alvo de estudos e ganha terreno a partir do advento da era industrial, a acelerada incorporação das novas tecnologias de automação, associadas às novas formas de organizar o trabalho e na medida em que as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) são evidenciados. Nesse trabalho, desenvolvemos um breve histórico e analisamos aspectos relacionados com a ginástica laboral, as LER/DORT em diferentes métodos dessa ginástica, bem como os resultados positivos obtidos em alguns exemplos na promoção de benefícios tanto para o trabalhador quanto para a empresa. Além de prevenir as LER/DORT, se destaca por apresentar resultados mais rápidos e diretos na promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida para o trabalhador. Palavras-chave: Ginástica Laboral; LER; DORT; Qualidade de Vida. Abstract: The labor workout helps to prevent the occupational diseases, it has been studied and it is gaining terrain from the beginning of the industrial era, the fast incorporation of the new technologies of automation, associated to new ways of organizing the work and as far as the Repetitive Strain Injuries (RSI) and the Work-related Musculoskeletal Disorders (WMD) are evidenced. In this paperwork we have developed a brief historic and analyzed aspects related to the labor workout, the RSI/WMD in different methods of this workout, as well as the positiveresults obtained in some examples to promote benefits both for the worker and for the company. Besides preventing the RSI/WMD, it presents faster and more direct results on the promoting of the health and the improvement of the life quality to the worker. Keywords: Labor Workout; Repetitive Strain Injuries; Workrelated Musculoskeletal Disorders; Life Quality. INTRODUÇÃO Investir na qualidade de vida voltada aos funcionários nas empresas se constitui hoje uma das principais ações para a prevenção de problemas oriundos do exercício laboral que, em condições inadequadas, podem ocasionar, pelo excessivo ritmo de trabalho, grandes males à saúde dos trabalhadores. Atualmente, em um 43 país como o nosso, infelizmente, as questões relacionadas com a adequação econômica dos ambientes de trabalho ainda estão longe de ser realidade. Existem bons exemplos de empresas e instituições que oferecem a seus colaboradores melhores condições para o trabalho, mas uma grande parte ainda persiste em conduzir seus planejamentos baseados no que os trabalhadores podem produzir, não investindo em melhorias para promover a qualidade de vida de seus funcionários. Os programas de promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida, designadamente por meio da ginástica laboral nos locais de trabalho, estão se tornando indispensáveis e que devem integrar a cultura das empresas. Existe um crescimento, embora ainda lento, do pensamento no meio empresarial de que a melhoria da qualidade de vida dos funcionários está intimamente ligada à maior produtividade, de forma que investir no capital humano deve fazer parte de toda empresa na atualidade. Silva e Marchi (1997) nos apresentam dois principais desafios (dentre outros) para o mundo empresarial: o primeiro está relacionado à necessidade de uma força de trabalho saudável, motivada e preparada para a extrema competição atualmente existente; o segundo é a capacidade da empresa responder à demanda de seus funcionários em relação a uma melhor qualidade de vida. Estas variáveis, segundo os autores, estão profundamente interligadas e induzem as empresas a investir mais na implementação de programas de qualidade de vida. Na perspectiva de contribuir com a questão, nos propusemos a condensar algumas ideias que nomeiam a ginástica laboral como promotora da saúde e melhoria das condições de trabalho, contribuindo na prevenção e na redução das Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), que são as maiores causas de afastamento nas empresas além de melhorar o relacionamento interpessoal, reduzir acidentes de trabalho e, consequentemente, aumentar a produtividade, gerando um maior retorno financeiro para empresa. DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO (DORT) E LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS (LER) 44 As Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) são designações que podem levar a ocorrência de afecções de músculos, tendões, sinóvias (revestimento das articulações), nervos, fáscias (envoltório dos músculos) e ligamentos, isoladas ou combinadas, com ou sem degeneração de tecidos. Elas atingem principalmente – mas não somente – os membros superiores, região escapular (em torno do ombro) e região cervical. Têm origem ocupacional, e decorrem, de forma combinada ou não, do uso repetido ou forçado de grupos musculares e da manutenção de postura inadequada (FUNDACENTRO, 2007). Segundo Ribeiro (1997, BARBOSA et al., 1997) na tentativa de tornar mais fácil e abrangente a avaliação clínica, o termo LER é amplamente utilizado e conhecido, mas existem outros comumente utilizados como: Lesões por Traumas Cumulativos (LTC), que são definidas como desordens dos tecidos moles causadas por esforços e movimentos repetidos. Apesar de poder ocorrer em quase todos os tecidos do corpo, os nervos, tendões, bainhas tendíneas e músculos da extremidade superior são os mais acometidos. Estas lesões podem ser causadas pela utilização biomecanicamente incorreta dos músculos, tendões, fáscias ou nervos, que resultam em dor, fadiga, queda do rendimento no trabalho e incapacidade temporária, podendo evoluir para uma síndrome dolorosa crônica, nesta fase agravada por todos os fatores psíquicos (no trabalho ou fora dele) capazes de reduzir o limiar de sensibilidade dolorosa do indivíduo. Historicamente o primeiro relato a associar queixas dolorosas nos membros superiores a tipos de atividade de trabalho foi feito, provavelmente, por Ramazzini, em 1713. Apesar desta primeira associação datar do século XVIII, só recentemente o assunto despertou interesse mundial (FUNDACENTRO, 2007; MARTINS, 2001). Talvez, a mais significativa das diferenças seja que as LER são um modo bem mais raro de adoecer, posto que, antes do século XIX, a escrita como trabalho era uma atividade de um número bem pequeno de pessoas. No primeiro ciclo da revolução industrial (1770/1870), o caráter ocupacional restrito, tanto da escrita como das LER, permaneceu, mesmo quando em 1830, a pena de ave foi substituída pela palha de aço, tornando mais veloz o trabalho de escrever e mais frequentes os casos das doenças (RIBEIRO, 1997). Tipos de esforços parecidos vieram a vitimar, de modo semelhante, duas outras novas categorias de trabalhadores assalariados, a dos mecanógrafos/ 45 datilógrafos e a dos telefonistas. Desde 1918, na Suíça, os trabalhadores dessas duas categorias, que adoeciam de LER eram indenizados pelos empregadores (BAADER, 1960). Segundo Figueiredo e Mont’Alvão (2005) e Ribeiro (1997), o Japão, que mais precoce e velozmente avançou em termos de automação e racionalização do trabalho, foi o primeiro a se dar conta da gravidade da situação no final da década de cinquenta. Os que historiam a evolução dos distúrbios cérvicobraquiais de natureza ocupacional (OCD), nome da doença no país, afirmam que sua expansão foi devido à elevada sobrecarga do trabalho intensivo e em alta velocidade, exigida por máquinas operadas manualmente, jornadas longas de trabalho contínuo, aumento individual das tarefas que requeriam movimentação exagerada dos dedos e dos outros segmentos dos membros superiores, empobrecimento do conteúdo do trabalho, controle rígido das chefias e redução do repouso e do lazer. Segundo eles, de 1,6 milhão de trabalhadores, 10% em média, eram sintomáticos. A maior prevalência (21%) foi encontrada em trabalhadores da linha de montagem. A terceira categoria mais atingida, com uma prevalência de 9% foi a de escriturários (NAKASEKO et al. apud RIBEIRO, 1997). No rastro da acelerada incorporação das novas tecnologias de automação, sempre associadas às novas formas de organizar o trabalho, as LER ganharam os países industrializados, com os nomes de cumulative trauma disorders (CTD), repetitive strain injury (RSI), occupational overuse syndrome (OOS), occupational cervicobrachial disorders (OCD) e lésions attribuibles au travail répétitif (LATR), respectivamente nos Estados Unidos, Austrália, Alemanha e países escandinavos e Canadá (KUORIKA et al. apud RIBEIRO, 1997). Com o advento da era industrial, teve início o processo de fabricação de produtos em massa, e a crescente especialização dos operários no sentido de melhorar a qualidade, aumentar a produção e diminuir custos. Essa especialização levou os trabalhadores a executarem funções específicas nas empresas, com a realização de movimentos repetitivos, associados ao esforço excessivo, levando muitos indivíduos a sentir dores. As LER/DORT são, atualmente causa de muitos debates quanto à nomenclatura, ao diagnóstico e ao tratamento. Há os que não acreditam em sua existência, e os que ainda não se convenceram. O fato é que existem inúmeros 46 trabalhadores com queixas de dor atribuídas às suas funções. A patologiaé reconhecida pela atual legislação brasileira, gerando grande interesse pela medicina. O termo Lesões por Esforços Repetitivos (LER), adotado no Brasil, está sendo, aos poucos, substituído por Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). Essa denominação destaca o termo “distúrbio” ao invés de lesões, o que corresponde ao que se percebe na prática: ocorrem distúrbios em uma primeira fase precoce, tais como fadiga, peso nos membros e dor, aparecendo, em uma fase mais adiantada, as lesões (BARBOSA et al., 1997; MENDES, 1998; PINTO e VALÉRIO, 2000). Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho são doenças ocupacionais relacionadas a lesões por traumas cumulativos. São o resultado de uma descompensação entre a capacidade de movimento da musculatura e a execução de movimento rápido e constante (MARTINS e DUARTE, 2001; OLIVEIRA, 2006). Esses distúrbios atingem, atualmente, trabalhadores de diversas áreas. Especialistas em medicina do trabalho estimam que 5 a 10% dos digitadores são portadores de LER/DORT. Na França, este já é o maior motivo de afastamento do trabalho e de comprometimento da produtividade (BARBOSA et al., 1997). Segundo a Organização Mundial do Trabalho (OIT), os países arcam com custos médios equivalentes a 4% de seu Produto Interno Bruto (PIB), a cada ano, em decorrência de acidentes de trabalho, de tratamento de doenças, de lesões e de incapacidades relacionadas ao trabalho (ANDRADE, 2000). Partindo da mesma ideia, Teixeira (2001) confirma que entre trabalhadores brasileiros, 80 a 90% das doenças ocupacionais, desde 1993, estão relacionadas aos distúrbios osteomusculares decorrentes de problemas de trabalho. O mesmo autor relata os valores da perda econômica decorrente de acidentes de trabalho calculado em 20 bilhões de reais, ou seja, 2% do PIB nacional, e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho têm uma ocorrência de 70% entre as doenças ocupacionais. Um estudo, desenvolvido por Miranda e Dias (1999) constatou que 20% das LER/DORT registradas no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ocorrem em funcionários que trabalham como caixa de bancos, conforme a seguir. 47 Tabela 1 – Distribuição dos trabalhadores portadores de LER, segundo função, Salvador-BA. FUNÇÃO % 1. CAIXA DE BANCO 20,0 2. ESCRITURÁRIO 14,3 3. AUXILIAR ADMINISTATIVO 10,1 4. CAIXA DE SUPERMERCADO 8,6 5. DIGITADOR 8,1 6. ATENDENTE 4,3 7. OPERADOR INDUSTRIAL 3,8 8. TELEFONISTA 3,4 9. AUXILIAR DE PRODUÇÃO 3,2 10. SECRETÁRIA 3,1 Fonte: Miranda e Dias (1999). Em um outro estudo, desenvolvido pela Folha de São Paulo (2001), verificou- se que, dos 310.000 trabalhadores paulistanos diagnosticados pelos médicos, 14% eram portadores de LER/DORT, sendo 6% dos trabalhadores da cidade de São Paulo, ou seja, 4% da população. Dessa forma, fica evidente que se as entidades que envolvam governo, empresários, médicos, entre outros, não tomarem providências com relação a esse problema, em um futuro próximo, teremos um grande número de pessoas afastadas do trabalho, gerando cifras milionárias em custos com aposentadorias, com tratamentos de problemas, como os índices destacados a seguir. 48 Figura 1 – Trabalhadores com diagnóstico de LER/DORT em São Paulo-SP. Fonte: Folha de São Paulo (2001) Baseado nesses resultados é interessante notar que os fatores contributivos mais importantes das LER/DORT são: força, repetitividade e velocidades de movimentos como cálculos, digitação, escrita, atendimento ao telefone, entre outros (FORNASARI et al., 2000). Outro dado alarmante é que, aproximadamente, 75 a 90% dos custos médios nas empresas são devido aos doentes com lombalgias crônicas, o que também poderá desencadear os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (KSAN, 2003). HISTÓRICO DA GINÁSTICA LABORAL Do mesmo modo que no caso da LER/DORT, há a necessidade de se colocar um pequeno histórico sobre a origem da ginástica laboral. O primeiro registro de ginástica de pausa foi registrado na Polônia em 1925 e, depois, no Japão em 1928. Outros países como a Bélgica e França também apresentam um histórico no pioneirismo da adoção da Ginástica Laboral. 49 Na Polônia, operários se exercitavam com uma pausa adaptada a cada ocupação particular. Alguns anos depois esta ginástica foi introduzida na Holanda e Rússia. No início da década de 60, ela começou a ser praticada na Alemanha, Suécia, Bélgica e Japão. Os Estados Unidos adotaram a Ginástica Laboral em 1968. (LIMA apud FIGUEIREDO e MONT’ALVÃO, 2005; REVISTA CONFEF, 2004). No Japão, segundo Alvarez apud Figueiredo e Mont’Alvão (2005), era aplicada diariamente nos funcionários dos correios visando a descontração e o cultivo da saúde, contemplando que após a Segunda Guerra Mundial, o hábito foi difundido por todo o Japão. No Brasil, as primeiras manifestações de atividades físicas entre funcionários foram em 1901, mas a ginástica laboral teve sua proposta inicial publicada em 1973. Algumas empresas começaram a investir em empreendimentos com opção de lazer e esporte para os seus funcionários, como a Fábrica de Tecidos Bangu a pioneira e o Banco do Brasil, com a posterior criação da Associação Atlética do Banco do Brasil (REVISTA CONFEF, 2004). Conforme tem sido registrado no Caderno Técnico Didático SESI Ginástica na Empresa (2006), em 1973, a Escola de Educação Física da Federação dos Estabelecimentos de Ensino de Novo Hamburgo-RS (FEEVALE), torna-se a pioneira da Ginástica Laboral com o Projeto Educação Física Compensatória e Recreação, elaborada a partir de exercícios físicos baseados em análises biomecânicas. Em parceria com a FEEVALE, em 1978, o SESI/RS desenvolveu o “Projeto Ginástica Laboral Compensatória”. Ainda em 1978 em Betim-MG, na fábrica FIAT de automóveis, iniciou-se o “Programa de Ginástica na Empresa” fundamentado nos princípios da Ginástica Laboral. Este programa do SESI abrange todo o país atualmente. CONCEITOS E DEFINIÇÕES DA GINÁSTICA LABORAL A ginástica laboral é uma atividade desenvolvida por meio de exercícios específicos de alongamento, de fortalecimento muscular, de coordenação motora e de relaxamento, realizados nos diferentes setores ou departamentos da empresa, tendo como objetivo principal prevenir e diminuir os casos de LER/DORT (OLIVEIRA, 2006). 50 Segundo Martins e Duarte (2001), são exercícios efetuados no próprio local de trabalho, com sessões de cinco, dez ou quinze minutos, tendo como principais objetivos a prevenção das LER/DORT e a diminuição do estresse, através dos exercícios de alongamento e de relaxamento. A ginástica laboral consiste em exercícios realizados no local de trabalho, atuando de forma preventiva e terapêutica, enfatizando o alongamento e a compensação das estruturas musculares envolvidas nas tarefas ocupacionais diárias (CAÑETE et al., 2001 apud POLITO; BERGAMASCHI, 2002). Seguindo a mesma ideia, Picoli e Guastelli (2002) definem a ginástica laboral como atividade física realizada no próprio local de trabalho, com exercícios elaborados para compensar e prevenir os efeitos negativos das LER/ DORT, das dores na coluna, dos desvios de postura e de outros problemas. Lima (2004) conceitua a ginástica laboral como “a prática de exercícios, realizada coletivamente, durante a jornada de trabalho, prescrita de acordo com a função exercida pelo trabalhador, tendo como finalidade a prevenção de doenças ocupacionais, promovendo o bem-estar individual, por intermédio da consciência corporal: conhecer, respeitar, amar e estimular o seu próprio corpo”. Para Figueiredo e Mont’Alvão (2005), a ginástica laboral é uma atividade física realizada durante a jornada de trabalho, com exercícios de compensação aos movimentos repetitivos, à ausência de movimentos, ou a posturas desconfortáveis assumidas
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