Edema - Semiologia

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EDEMA – HABILIDADES MÉDICAS MILENA BAVARESCO 
 
▪ É o excesso de líquido acumulado no espaço 
intersticial ou no interior das próprias células; 
 
▪ Pode ocorrer em qualquer sítio do organismo; 
 
 
▪ Do ponto de vista semiológico, é importante 
destacar apenas o edema cutâneo – que é a 
infiltração de líquido no espaço intersticial dos 
tecidos que constituem a pele e a tela celular 
subcutânea; 
 
▪ a investigação semiológica do edema tem 
início na anamnese; 
o se indaga sobre o tempo de duração, 
localização e evolução; 
 
▪ no exame físico completa-se a análise e 
investiga-se: 
o localização e distribuição; 
o intensidade; 
o consistência; 
o elasticidade; 
o temperatura da pele circunjacente; 
o sensibilidade da pele circunjacente; 
o outras alterações da pele adjacente; 
 
▪ é a primeira distinção a ser feita; 
 
▪ edema localizado: restringe-se a um 
segmento do corpo, pode ser a um dos 
membros inferiores ou superiores, ou qualquer 
área corporal; 
 
 
▪ edema generalizado: quando se exclui a 
possibilidade de edema localizado, considera-
se o edema como generalizado, mesmo que 
aparentemente se restrinja a uma parte do 
organismo; 
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▪ há uma técnica para determinar a intensidade 
do edema; 
 
o com a polpa digital do polegar ou do 
indicador, faz-se uma compressão, firme e 
sustentada, de encontro a uma estrutura 
rígida subjacente à área em exame, seja a 
tíbia, ou sacro ou os ossos da face; 
 
▪ se há um edema, ao se retirar o dedo, vê-se 
uma depressão no local comprimido, que 
costuma ser chamada de fóvea; 
 
▪ estabelece-se a intensidade do edema 
referindo-se à profundidade da fóvea 
graduada em cruzes: 
o +; ++; +++ e ++++; 
▪ Há outras maneiras de se avaliar a magnitude 
da retenção hídrica; 
o Pesando-se o paciente diariamente 1 
vez/dia, pela manhã ou á noite. Variações 
muito acentuadas do peso traduzem a 
retenção ou eliminação de água; todo 
paciente que apresenta edema deve ser 
pesado diariamente; 
 
o Medindo-se o perímetro da região 
edemaciada, como se pode fazer no caso 
dos edemas de membros inferiores, e 
comparando-se um lado com o outro em 
dias sucessivos; 
 
▪ Usa-se a mesma manobra adotada para 
avaliar a intensidade do edema; 
 
▪ Com essa manobra pode ser definida como o 
grau de resistência encontrado ao se 
comprimir a região edemaciada; 
 
 
▪ Classifica-se em dois tipos: 
o Edema Mole: é facilmente depressível. 
Observando em diferentes condições, 
significa apenas que a retenção hídrica é 
de duração não muito longa, e o tecido 
celular subcutâneo está infiltrado de água; 
 
o Edema Duro: depara-se com maior 
resistência para obter a formação da fóvea. 
Traduz a existência de proliferação 
fibroblástica que ocorre nos edemas de 
longa duração ou que se acompanharam 
de repetidos surtos inflamatórios; 
 
▪ Quando se avalia a intensidade e a 
consistência, verifica-se, também, a 
elasticidade; 
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▪ Está é indicada pela sensação percebida pelo 
dedo que comprime e também observando-se 
a volta da pele à posição primitiva quando se 
termina a compressão; 
 
▪ Há dois tipos encontrados: 
o Edema Elástico: a pele retorna 
imediatamente à sua situação normal, ou 
seja, a fóvea perdura pouquíssimo tempo; 
é típico dos edemas inflamatórios; 
 
o Edema Inelástico: é aquele cuja pele 
comprimida demora a voltar à posição 
primitiva – depressão persiste por certo 
tempo; 
 
▪ Usa-se o dorso dos dedos ou as costas das 
mãos, comparando-se com a pele da 
vizinhança e da região homóloga; 
 
▪ Há três possibilidades: 
o Pele de Temperatura Normal: 
frequentemente a temperatura na região 
edemaciada não se altera, o que é 
desprovido de qualquer significado 
especial; 
 
o Pele Quente: significa edema inflamatório; 
 
 
o Pele Fria: traduz comprometimento da 
irrigação sanguínea daquela área; 
 
▪ Para apreciação da sensibilidade, aproveita-se 
de novo a manobra: digitopressão da área que 
está sendo investigada; 
 
▪ Doloroso: é o edema que a pressão desperta 
dor; é inflamatório; 
 
▪ Indolor: quando não ocorre dor; 
 
 
 
 
▪ A primeira a ser investigada é a mudança de 
colação; 
o A palidez atinge os edemas que 
acompanham transtorno da irrigação 
sanguínea; 
 
o Cianose é indicativa de perturbação 
venosa localizada; 
 
 
o Vermelhidão: indica processo inflamatório; 
 
▪ Deve-se observar a textura e espessura da 
pele: 
o pele lisa e brilhante acompanha o edema 
recente e intenso; 
 
o pele espessa é vista nos pacientes com 
edema de longa duração; 
 
 
o pele enrugada aparece quando o edema 
está sendo eliminado. 
 
 
▪ principais causas de edema: 
o Síndrome nefrítica; 
o Síndrome nefrótica; 
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o Pielonefrite; 
o Insuficiência cardíaca; 
o Cirrose hepática; 
o Hepatite crônica; 
o Desnutrição proteica; 
o Fenômenos angioneuróticos (edema 
alérgico); 
o Gravidez; 
o Toxemia gravídica; 
o Obesidade; 
o Hipotireoidismo; 
o Medicamentos (corticosteroides, anti-
inflamatórios, antagonistas do cálcio). 
 
▪ Antes de analisar as características é 
necessário relacionar suas principais causas: 
 
▪ Varizes: edema varicoso – localiza-se nos 
membros inferiores preponderando em uma 
ou outra perna: 
 
 
o acentua-se com a longa permanência na 
posição de pé; não é muito intenso (+ a + 
+); 
 
o a princípio é de consistência mole, porém, 
nos casos muito antigos, torna-se cada vez 
mais duro; é inelástico, e, com o passar do 
tempo, a pele vai alterando sua coloração, 
até adquirir tonalidade castanha ou mesmo 
mais escura. 
 
 
o Pode tornar-se espessa e de textura mais 
grosseira. 
 
o Mecanismo básico na formação é o 
aumento da pressão hidrostática, seja por 
insuficiência das valvas das veias, seja por 
oclusão do próprio vaso; 
 
▪ Flebites e trombose venosa: 
o Trombose: o edema é mole, chega a ser 
intenso, e a pele costuma estar pálida. Em 
certos casos, adquire tonalidade cianótica. 
Classicamente essas condições são 
chamadas flegmasia alba dolens e 
flegmasia alba cerulea. Mecanismo básico 
na formação é o aumento da pressão 
hidrostática, seja por insuficiência das 
valvas das veias, seja por oclusão do 
próprio vaso; 
 
o Flebite: o edema decorre do componente 
inflamatório que aumenta a 
permeabilidade capilar e também das 
alterações no caso de varizes e tromboses 
venosas; 
 
o caracteriza-se por ser localizado, de 
intensidade leve a mediana (+ a ++), 
elástico, doloroso, com a pele adjacente se 
apresentando lisa, brilhante, vermelha e 
quente. 
 
 
▪ Processos inflamatórios; 
 
▪ Afecções dos linfáticos; 
 
▪ Postura: ocorre nos membros inferiores das 
pessoas que permanecem por longo tempo na 
posição de pé ou que ficam com as pernas 
pendentes por várias horas, como acontece 
em viagens longas. 
 
o Decorre de aumento da pressão 
hidrostática. É localizado, discreto (+ a ++), 
mole, indolor e desaparece rapidamente 
na posição deitada.