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execução honorários

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1) Partindo do enunciado acima, considere que você é o (a) advogado(a) da Empreendedora. Informe, justificamente, qual medida tomaria para buscar o pagamento do valor da cláusula penal. Apresente os fundamentos e dispositivos legais correlatos.
Uma vez que Tício e a Empreendedora X firmaram contrato atípico de locação comercial de shopping center, eu, na qualidade de advogada da empreendedora, ajuizaria Execução de Título extrajudicial para satisfazer as obrigações decorrentes da rescisão antecipada do contrato, consoante a cláusula penal, porquanto o contrato firmado entre as partes representa título executivo extrajudicial, a rigor do que dispõe o art. 784 incisos III e VIII do NCPC.
Embora não descrito no enunciado, é característica típica dos contratos de locação, por sua própria natureza, a estipulação das verbas mensais devidas, de modo que o título executivo extrajudicial, in casu, corresponde a obrigação certa, líquida e exigível, consoante art. 783 do CPC/15, portanto, apto a fundamentar a medida executiva. 
Assim, resta demonstrado o cabimento da execução de título extrajudicial, seguindo o rito da execução por quantia certa, consoante arts. 824 e ss do NCPC. 
Por fim, vale dizer que, na hipótese de não estarem presentes os requisitos de liquidez, certeza e exigibilidade no título seria necessário passar pelo processo de conhecimento para constituição de título judicial dotado de todos esses pressupostos para apenas em momento posterior inaugurar o cumprimento de sentença. 
2) Considere que, como advogado(a) do caso, queira executar seus honorários convencionados por contrato escrito, este instrumento constitui título executivo? Apresente os fundamentos e dispositivos legais correlatos.
Na dicção da Lei nº 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e OAB), consoante art. 22, constituí direito do advogado os honorários convencionados, os fixados por arbitramento judicial e os de sucumbência. Na hipótese ventilada, dúvidas não restam que estamos diante de honorários convencionais, ou seja, aqueles decorrentes da relação jurídica da relação jurídica entre a parte e seu causídico. 
Assim, nos termos do art. 22, §4º e 24 Caput da retro mencionada Lei c/c art.784, inciso XII do NCPC, os honorários convencionados por contrato escrito constituem título executivo extrajudicial apto a fundamentar execução. 
3) advogado tem legitimidade para executar autonomamente (exequente) os honorários neste caso mesmo que a Empreendedora não queira executar os termos do contrato inadimplido? Apresente os fundamentos e dispositivos legais correlatos.
Para prefaciar o debate, importa dizer que os honorários advocatícios podem ser executados de maneira autônoma, isso porque consubstanciam verba de natureza alimentar de titularidade do advogado, que não se confunde com o débito principal, consoante art. 22 e ss da Lei nº 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e OAB). 
Ocorre que os honorários contratuais (ou convencionais) decorrem da contratação do advogado para atuar na lide, ou seja, imprescinde da atuação do advogado em processo com vistas a persecução do crédito. In casu, o advogado não detém legitimidade para iniciar a execução dos termos do contrato sem o consentimento da empreendedora. 
O contrato firmado entre as partes prevê que o locatário deverá pagar os honorários contratuais de seu advogado, assim como os do advogado do locador, ou seja a cláusula penal prevê expressamente o repasse de custo do locador para o locatário dos honorários contratuais previamente estipulados.
Digno de nota que a mera estipulação de tal hipótese no contrato, não dota a cláusula de auto aplicabilidade, de modo que o advogado não detém legitimidade para, ao arrepio da vontade da empreendedora (detentora da legitimidade ordinária), iniciar o processo de execução, mesmo que apenas em relação aos seus honorários, a rigor do que disciplina o art. 778 do NCPC.
Isso porque, se não houver atuação propriamente dita em processo para satisfação do crédito da empreendedora, não há que se falar em direito a honorários.

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