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01 - NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO, CONCEITO DE TRIBUTO E ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

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FENÔMENO DE TRIBUTAR – CONCEITO DE TRIBUTO E ESPÉCEIS
TRIBUTÁRIAS
1. Noções Gerais
Se Direito consiste no conjunto de normas, regras e princípios que disciplinam as
relações sociais, é correto dizer que Direito Tributário é o conjunto de normas, regras
e princípios que disciplinam a relação jurídica tributária.
Tal afirmação decorre do fato de que toda e qualquer matéria do direito, para que
receba a qualificação jurídica de disciplina jurídica, deve ter normas, regras e
princípios jurídicos próprios que proporcionem o estudo de forma didaticamente
autônoma.
Por tais razões se diz que o direto tributário é um conjunto de normas, regras,
proposições e princípios jurídicos próprios que tem por fim a disciplina da
instituição, fiscalização e arrecadação de tributos.
2.Origem
Em direito Administrativo se aprende que o Estado é um ente político e como tal é
uma pessoa jurídica de direito público. Ora, todas as pessoas precisam de dinheiro
para sobreviver. Os Estados realizam gastos para manutenção de sua existência e
para oferecer conforto a seus cidadãos. Prover e manter as Forças Armadas para a
defesa de seu território, serviços diplomáticos para suas relações com outros Estados
e serviços administrativos internos e ainda, procuram melhorar a qualidade de vida
de sua população, oferecendo-lhes serviços de assistência social e previdência,
saúde, educação e muitos outros. 
Todos esses gastos demandam dinheiro. Nesse sentido, é necessário que o Estado
tenha um sistema de finanças públicas para realizar e suportar os dispêndios, em
moeda, para sua manutenção e de seu povo.
Há algumas possibilidades para arrecadar dinheiro aos cofres públicos: exploração do
patrimônio estatal, arrecadação de tributos e mecanismos financeiros, por exemplo.
Atualmente, a mais importante fonte de geração de receitas para o Estado é a
tributária. Por isso, as normas jurídicas que têm por objeto os tributos despontam
em importância no quadro das normas de direito público. As normas tributárias
são agrupadas no que se convencionou chamar de direito tributário.
A cobrança do fisco sempre existiu, desde a Antiguidade antes de Cristo já existia o
dever das pessoas em pagar tributos. Na Idade Média, a instituição da corvéia,
representou a primeira noção de tributo. Existia um feudo com a cerca em volta que
dava segurança para quem vivesse dentro do feudo, e para isso era preciso pagar a
corvéia. Ela era o período de 3 dias trabalhado em favor do senhor feudal ou do
estado. Ela era imposta ao cidadão. Daí a origem da palavra imposto. Quem não
pagava era colocado para fora do feudo ou era jogado aos animais, para que servisse
de exemplo para os demais.
A doutrina esclarece que o nascimento do tributo na disciplina legal foi com a Magna
Carta de 1215, que trazia não só a possibilidade de tributação pelo monarca, como
também impunha limites ao poder absolutista da coroa, trazendo assim garantias ao
contribuinte.
Entretanto a noção de direito tributário só nasceu com o conceito de Estado
Moderno, pois é com este conceito que surgem regramentos mais claros acerca do
dever do estado, de seu poder e suas limitações. São essas novas regras que criam
condições para um estudo acerca da instituição, da fiscalização e da arrecadação dos
tributos.
Devemos salientar ainda que a primeira codificação do direito tributário foi realizada
por Enno Becker, somente em 1909, na Alemanha com a RAO
(Reichsabgabenordnung).
 
3. A autonomia do direito tributário
Quando se fala em autonomia de um ramo do direito, devemos ler que se trata de
disciplina didaticamente autônoma. Atentem: o Direito é uno e indivisível, entretanto
para facilitar aos estudantes a ciência do direito é dividida de forma didática, mas
que se inter-relaciona com os demais ramos do direito.
O direito tributário não só possui autonomia didática, através dos princípios
jurídicos próprios que lhe conferem tal especialidade, como também a autonomia
científica, pois o direito tributário além dos princípios próprios, tem institutos
específicos (conceito de tributo, lançamento, fato gerador, imunidade, isenção, elisão
e evasão fiscal, etc.).
E por fim, ainda existe a autonomia legal, uma vez que o direito positivo prevê nos
diferentes graus legislativos o direito tributário. (Na constituição, no código tributário
nacional, nas leis específicas sobre isenção, etc.).
4. Relação com os outros ramos do Direito
O Direito Tributário se inter-relaciona com os outros ramos do Direito:
1. Direito Constitucional: a relação do direito tributário com esse ramo do direito é
profunda e da maior significação. O legislador constituinte tem dedicado grande
atenção aos tributos. Temos um longo capítulo dentro da CF/88 dedicado a eles,
intitulado sistema tributário. Nele encontramos as limitações ao poder de tributar:
competência tributária, princípios constitucionais tributários, imunidades etc.
2. Direito Penal: vai disciplinar as questões tributárias que ensejam a pena
 privativa de liberdade ou a pena restritiva de direito, no caso dos crimes tributários,
dependendo do tipo penal. Ex: sonegação fiscal.
4. Direito Civil: Na aquisição de bens ou na transmissão destes, seja através de
inventário, seja por doação, deverá haver pagamento de imposto disciplinado pelo
direito tributário.
5. Direito Processual Civil: será utilizado em todas as ações e processos
tributários.
6. Direito Administrativo: também é muito intensa a vinculação do direito
tributário com esse ramo do direito. Um importante procedimento tributário é o
lançamento. Ele formaliza o crédito fiscal, nas hipóteses em que cabe ao Fisco a
tarefa de constituí-lo. É o lançamento um ato administrativo, da categoria dos
vinculados. Como ato administrativo, ele é estudado tanto pelo direito tributário
quanto pelo direito administrativo. Além de outras do estudo das taxas determinadas
para o exercício do poder de polícia ou o uso de serviço público individualizado será
disciplinada pelo direito tributário.
Estes são apenas alguns dos exemplos, pois o Direito Tributário acaba tangenciando
todos os demais ramos do Direito.
5. Conceito de Tributo
De acordo com o artigo 3º do Código Tributário Nacional, tributo é “ toda prestação
pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada”.
Vejamos cada uma das características apresentadas pelo conceito legal:
_obrigação pecuniária compulsória: na obrigação tributária o sujeito ativo é a
pessoa política (União, Estado, DF e Município) que pode (direito subjetivo) exigir a
prestação do sujeito passivo, que é qualquer pessoa descrita na Lei que tem o dever
jurídico de cumprir a prestação, ou seja, pagar o tributo.
_ moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: deve ser prestado em moeda
nacional. Por exemplo, mesmo se a compra de um determinado produto for feita em
outra moeda (em euro, por exemplo), deve-se fazer a conversão em moeda nacional
(para real), para efeito de pagamento do tributo incidente na operação.
_não constitua sanção por ato ilícito: a obrigação de pagar tributo decorre da
Lei. Ora, se decorre de lei, só pode ser resultante de um ato lícito. O tributo aqui, se
diferencia da multa, que é proveniente de um ato ilícito. Com efeito, se um
comerciante não emite a nota fiscal por ocasião de uma venda, o auditor fiscal, em
constatando essa omissão, lavra um auto de infração para imposição de multa pelo
não cumprimento do dever jurídico instrumental, ou seja, por ter praticado um ato
ilícito.
_instituída por lei: (“ex-lege”) por força de Lei, ou seja, o tributo só pode ser
exigido se houver uma Lei que o descreva, em razão do princípio da estrita
legalidade, também chamado legalidade tributária (para se ter a licitude de cobrar
um tributo ele tem de estar instituído em Lei). Aqui vemos a importância do Princípio
da Legalidade Tributária. Assim, cada tributo deverá ser criado por lei própria
aprovada pelo Poder Legislativo da entidadefederativa tributante.
_atividade administrativa plenamente vinculada: a cobrança do tributo se faz
por meio de um procedimento administrativo descrito na sua integralidade pela lei.
 
 6. Espécies de tributos
Segundo o artigo 145 da CF e artigo 5º do CTN, são 3 (três) as espécies tributárias,
isto é, os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. E esse é o entendimento
de parte da doutrina (Paulo de Barros Carvalho, Sacha Calmon Navarro Coelho). Já
para Luciano Amaro, as espécies tributárias são: impostos, taxas, contribuições e
empréstimos compulsórios. Porém, a doutrina predominante (dentre eles Eduardo
Sabbag) e o Supremo Tribunal Federal adotam a teoria pentapartida (pentapartite ou
quinquipartida) que distribuiu os tributos em (5) cinco autônomas exações:
impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios e as
contribuições.
1) Imposto: é o tributo, previsto no inciso I do artigo 145 da CF, cuja obrigação tem
por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica.
O artigo 16 do CTN assim determina, in verbis:
“Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”.
Significa que a obrigação de pagar imposto não decorre de qualquer atividade da
entidade tributante especificamente relacionada ao contribuinte, mas, ao contrário,
decorre apenas da mera imposição legal. Também por isso, o fato de o contribuinte
haver pago um determinado imposto não lhe confere o direito de exigir ulterior
contraprestação por parte da entidade federativa que lhe exigiu tal tributo.
A Constituição Federal atribuiu a cada ente da Federação competência para instituir,
com exclusividade, determinados impostos. Assim, a União pode instituir os impostos
previstos nos art. 153 e 154; os Estados e o Distrito Federal, os impostos previstos
no art. 155; e os Municípios e o Distrito Federal, os impostos previstos no art. 156.
São eles:
-Impostos de competência da União:
Art. 153:
Imposto sobre importação de produtos estrangeiros;
Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados;
Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza;
Imposto sobre produtos industrializados;
Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou
valores mobiliários;
Imposto sobre propriedade territorial rural;
Imposto sobre grandes fortunas.
Art. 154:
Impostos não previstos no art. 153, desde que sejam não-cumulativos e não
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios de qualquer dos impostos
discriminados na Constituição;
Na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários,
compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
-Impostos de competência dos Estados e do Distrito Federal:
Art. 155:
Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou
direitos; 
Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; 
Imposto sobre propriedade de veículos automotores.
-Impostos de competência dos Municípios e do Distrito Federal:
Art. 156:
Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana;
Imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de
bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis,
exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
Imposto sobre serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155,
II, definidos em lei complementar.
2) Taxas: cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (art.
145, II da CF e art. 77 do CTN).
Vê-se que a obrigação de pagar taxa é vinculada a uma atuação estatal, ou seja,
decorre, necessariamente, de uma atuação do Estado (exercício do poder de polícia
ou disponibilização de serviço público) relativa ao contribuinte.
a) exercício do poder de polícia: significa que esta atividade será remunerada através
de taxa. No CTN, o art. 78 traz o conceito de poder de polícia, que resumindo
significa a atividade de fiscalização. É o poder de polícia que determina o limite do
direito de cada um, a fronteira entre o direito de um e de outro. Disciplina tanto na
esfera pública quanto na esfera privada. Assim, toda vez que houver o exercício do
poder de polícia poderá ocorrer a cobrança de uma taxa.
Ex: alvará de funcionamento, alvará de construção, etc., paga a taxa a autoridade
tem a obrigação de dar o alvará, não pode negá-la. Simplesmente paga a taxa e
alguns depois retira a licença.
b) utilização de serviços públicos: não é qualquer serviço público, precisa ser serviço
público específico e divisível — também chamado serviço uti singuli —, ou seja,
serviço suscetível de utilização, separadamente, por parte de cada um dos usuários
(v. CTN, art. 79), o que torna possível ao Poder Público que o prestou identificar
quem dele fruiu e, inclusive, mensurar o quantum de utilização por cada usuário.
Um bom exemplo de serviço público específico e divisível é o serviço público de água
em domicílio, porquanto o Município pode identificar as pessoas que dele se
utilizaram num determinado período e medir o consumo por parte de cada uma
delas. E é isto que possibilita a cobrança da taxa de água daqueles que fizeram uso
desse serviço e na medida do respectivo consumo.
Disto se conclui que a taxa não pode ser cobrada pela utilização de serviços gerais —
também chamados serviços uti universi —, vez que impossível ao Poder Público
realizar a identificação dos usuários e a mensuração de uso do serviço por parte de
cada um deles. Tome-se como exemplo o serviço de iluminação pública, em relação
ao qual o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula vinculante nº 41, com o
seguinte enunciado: “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado
mediante taxa.” As razões para tal entendimento são assim explicitadas pela
Suprema Corte:
“A orientação do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que a Taxa de
Iluminação Pública é inconstitucional, uma vez que seu fato gerador tem caráter
inespecífico e indivisível. [AI 479.587 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, 2ª T,
j. 3-3-2009, DJE 53 de 20-3-2009.]”
“É assente nesta colenda Corte que as taxas de iluminação pública e de limpeza
pública se referem a atividades estatais que se traduzem em prestação de
utilidades inespecíficas, indivisíveis e insuscetíveis de serem vinculadas a
determinado contribuinte, não podendo ser custeadas senão por meio do
produto da arrecadação dos impostos gerais. [AI 463.910 AgR, rel.
min. Ayres Britto, 1ª T, j. 20-6-2006, DJ de 8-9-2006.]”
Embora, em regra, a taxa seja cobrada quando haja utilização efetiva de serviço
público específico e divisível, isto é, quando o contribuinte realmente se utiliza do
serviço, o CTN estabelece que, na hipótese de serviço público de utilização
compulsória, é possível a exigência de taxa pela sua utilização meramente potencial.
Vejamos o art. 79 do Código:
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à
sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
Deve-se entender por serviço de utilização compulsória aquele cuja fruição é imposta
pelo Poder Público. Neste caso, a simples disponibilização do serviço público à
população já autoriza a cobrança de taxa daqueles que efetivamente não o
utilizaram. Bastante elucidativa é a lição de Luciano Amaro, nestestermos:
“Suponha-se que a legislação proíba os indivíduos, habitantes de certa área
densamente povoada, de lançar o esgoto em fossas, obrigando-os a utilizar o
serviço público de coleta de esgoto. Ora, a taxa que for instituída pelo Estado
pode ser cobrada de quem tem o serviço à disposição, ainda que não utilize
efetivamente.” (Direito Tributário brasileiro, 14ª ed., p. 36)
Em relação à taxa, ressalte-se, por fim, que elas não poderão ter base de cálculo
própria dos impostos, consoante o § 2º do art. 145 da CF/88.
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=582822
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=369224
3) Contribuição de melhoria: cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída
para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária,
tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de
valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Prevista pelo art. 145, III da CF e art. 81 do CTN, trata-se de um tributo vinculado a
uma atuação estatal — no caso, realização de uma obra pública —, da qual resulte
valorização dos imóveis localizados nas proximidades da obra.
Supondo, por exemplo, que certo estado da federação construiu um moderno edifício
e nele instalou uma universidade pública, poderá mencionado estado instituir e exigir
contribuição de melhoria dos proprietários dos imóveis cujo valor de mercado restou
majorado em virtude da daquela obra pública.
4) Contribuição: é uma espécie de tributo que se desdobra em diversas
subespécies, a saber:
Contribuições sociais
Contribuições de intervenção no domínio econômico
Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas
Contribuições de iluminação pública
As três primeiras acham-se previstas no caput do art. 149 da CF/88 e são de
competência exclusiva da União.
Contribuições sociais são aquelas cuja arrecadação se faz necessária para
instrumentar a atuação da União no setor da ordem social. Exemplo delas é a
contribuição ao Salário-Educação, devidas pelas empresas com base no valor da
folha de pagamento de seus empregados. Outro exemplo diz respeito às
contribuições para o financiamento da seguridade social, previstas de forma
específica no art. 195 da CF/88.
É importante a ressalva feita no § 1º do art. 149 da CF/88, no sentido de que os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios também podem instituir contribuição,
cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime
previdenciário de que trata o art. 40 da mesma Carta Política.
Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE), na lição de Eduardo
Sabbag, são em regra utilizadas como instrumentos regulatórios da economia,
sendo, pois, cobráveis, quase sempre, dos integrantes do setor econômico ao qual
seja dirigida a atuação interventiva da União. Exemplo de uma CIDE é a instituída
pela Lei nº 10.336/2001, conhecida como “CIDE dos combustíveis”, que incide sobre
a importação e a comercialização de petróleo e gás natural – e seus derivados -, bem
como de álcool etílico combustível. Essa CIDE foi concebida para destinar os recursos
arrecadados ao financiamento de projetos ambientais, programa de infraestrutura de
transportes e pagamento de subsídio a preços ou transporte de combustíveis.
Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas (CIPE)
caracterizam-se por se destinarem a possibilitar a organização dessas categorias,
fornecendo-lhes recursos financeiros para a manutenção de entidades que realizam a
defesa de seus interesses. Exemplos dessas contribuições são as contribuições
sindicais, bem como as destinadas ao CREA, ao CRM, ao CRC, ao CRECI, etc. Uma
particularidade das CIPE em relação aos demais tributos é que elas não resultam em
receitas da União, mas das entidades de classe tais como as há pouco citadas.
Contribuição de iluminação pública (CIP), na dicção do 149-A da CF/88, poderá ser
instituída pelos Municípios e pelo Distrito Federal, para o custeio do serviço de
iluminação pública. Portanto, uma vez que ela seja instituída por um determinado
município, poderá ser exigida dos proprietários de imóveis beneficiados com o
serviço de iluminação pública. A cobrança dessa contribuição poderá ser feita
diretamente pelo município ou pelo DF, ou, com base no parágrafo único do referido
artigo, através da fatura de consumo de energia elétrica residencial.
5) Empréstimo Compulsório: é tributo que, nos termos do art. 148 da CF/88, só
pode ser instituído pela União Federal, através de lei complementar:
(i) para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de
guerra externa ou sua iminência; ou
(ii) no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse
nacional.
Apesar de sua natureza jurídica tributária, por tratar-se de empréstimo, a União
deverá devolver aos contribuintes os valores por eles pagos, na forma e nos prazos
estabelecidos em lei (v. CTN, art. 15, parágrafo único).
Exercício 1:
Suponha que uma unidade federativa tenha instituído uma taxa pela utilização de certo serviço público. Para que essa taxa atenda aos
requisitos constitucionais mínimos, é indispensável que esse serviço seja:
A)
efetivo ou potencial
B)
efetivo e potencial
C)
específico e divisível
D)
geral e divisível
E)
específico e indivisível
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Exercício 2:
 
A importância que os Estados, Distrito Federal e Municípios cobram de seus respectivos
servidores ocupantes de cargo efetivo, para o custeio, em benefício destes, do regime
previdenciário de que trata o art. 40 da Constituição Federal, é tributo da espécie:
A)
 
taxa, pela utilização do serviço de previdência social.
B)
tarifa, pelo caráter compulsório da cobrança
C)
imposto, por decorrer da lei.
D)
contribuição.
E)
 
preço público.
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Exercício 3:
Assinale a alternativa que não apresenta uma das características
da definição de tributo prevista no Código Tributário Nacional -
CTN. 
 
A)
Tributo não constitui sanção de ato ilícito.
B)
Tributo pode ser instituído por decreto.
C)
Tributo é cobrado mediante atividade administrativa plenamente
vinculada. 
 
D)
Tributo é uma prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se
possa exprimir.
E)
 
Nenhuma das alternativas.
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Exercício 4:
 
 
 Os Municípios têm competência para instituir imposto sobre
serviços de qualquer natureza, exceto de:
A)
 
agenciamento ou corretagem de bens móveis.
B)
 
 assistência médica e planos de saúde.
C)
 
ensino, instrução ou treinamento.
D)
 
 transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
E)
nenhuma das alternativas anteriores
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Exercício 5:
 Pode-se cobrar contribuição de melhoria
A)
 em razão do poder de polícia
B)
 pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos prestados ao contribuinte
C)
 pela realização de obra pública
D)
 pela valorização imobiliária decorrente de obra pública
E)
 N.D.A
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Exercício 6:
Na hipótese de o Brasil decretar o estado de guerra, a Constituição Federal
de 1988 oferece algumas formas de incrementar a receita federal, entre as
quais não se inclui a criação de:
A)
empréstimos compulsórios por meio de medidas provisórias.
B)
impostos extraordinários por meio de medidas provisórias.
C)
impostos extraordinários por meio de lei ordinária.
D)
empréstimos compulsórios por meio de lei complementar.
E)
n. d. a
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Exercício 7:
De acordo com a Constituição Federal, as de intervenção no domínio econômicopodem:
A)
Ser instituídas por todas as entidades federativas.
B)
Ser instituídas apenas pela União e pelos Estados.
C)
Ser instituídas apenas pelos Estados e pelo Distrito Federal.
D)
Podem ser instituídas apenas pela União.
E)
N.D. A
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Exercício 8:
A taxa de inspeção sanitária cobrada de estabelecimento que possuem
instações sanitárias, como retaurantes e bares, destinada à realização de
fiscalização pelo poder público, tem como fato gerador:
A)
A necessidade de utilização do serviço pelo contribuinte;
B)
A cobrança do tributo pela intervenção no domínio econômico realizado pelo Estado;
C)
A utilização efetiva, por parte da população, do seviço específico e divisível;
D)
A atividade da administração pública que regula a prática de ato concernente à
higiene, no exercício da atividade econômica dependente de concessão ou
autorização do poder público;
E)
N.D.A.
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Exercício 9:
Os empréstimos compulsórios podem ser instituídos:
A)
pelos Municípios
B)
pelos Estados
C)
pela União
D)
pelo Distrito Federal
E)
Pelo Distrito Federal e pelos Estados.
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Exercício 10:
As Contribuições Sociais são de competência da:
A)
União
B)
Estados, Distrito Federal e Municípios
C)
Municípios
D)
Estados
E)
Distrito Federal
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Exercício 11:
No tocante as taxas que são cobradas pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal e pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia,
ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível,
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (art. 145, II da CF. e art.
77 do CTN). Analise as assertivas abaixo:
I. O exercício do poder de polícia significa a atividade de fiscalização. É o
poder de polícia que determina o limite do direito de cada um, a fronteira
entre o direito de um e de outro. Disciplina tanto na esfera pública quanto
na esfera privada.
II. Uti universi quer dizer que o serviço é prestado de forma singular, é
específico, é individual, é passível de mensuração.
A)
I e II estão corretas
B)
I e II estão incorretas
C)
I está correta e a II está incorreta
D)
I está incorreta e a II está correta
E)
Ambas estão corretas e a II complementa a I
Comentários:
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Exercício 12:
No tocante as generalidades do Direito Tributário. Analise as assertivas
abaixo.
I. O Direito Tributário se interrelaciona com os outros ramos do Direito. Daí,
podemos afirmar que é íntima a relação com o Direito Constitucional, pois
este ramo do direito determina e delimita o poder do Estado em matéria
fiscal, circunscrevendo territorialmente as unidades federativas quanto á
competência de cada uma delas para arrecadar tributos.
II. Podemos afirmar que o Direito Tributário possui autonomia científica,
pois, além dos princípios próprios, tem institutos específicos (conceito de
tributo, lançamento, fato gerador, imunidade, isenção, elisão e evasão fiscal
etc).
A)
I e II estão corretas
B)
I e II estão incorretas
C)
I está correta e a II está incorreta
D)
I está incorreta e a II está correta
E)
Ambas estão corretas e a II complementa a I
Comentários:
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