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UNIVERSIDADE PAULISTA / UNIP INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE PSICOLOGIA CAMPUS ANCHIETA FELIPE SAMUEL BAEZ DE ALENCAR – RA: N526CB2 GABRIEL FELIPE ROSSETTO ALMEIDA MUÇOUÇAH – RA: N672897 MATHEUS LOURENOC LIBANO ALVES – RA: F210JC9 MAYRA FERREIRA DOS SANTOS – RA: N5610G5 RAFAEL GENTILE CRUXEN – RA: F257CB6 ROBERTO LIMA DE MENREZES– RA: F2753B4 TAYNÁ NOVAES – RA: F233634 THIAGO MARCELO DE ARAÚJO – RA: T452IE5 SENSAÇÃO Estudo da relação dos sentidos do olfato com o paladar Trabalho apresentado à disciplina de Processos Psicológicos Básicos como parte da avaliação do 1º bimestre. Turno Noturno. Profª Msc. Jemima Giron SÃO PAULO 2020 Sumário 1. INTRODUÇÃO 1 1.1. Objetivo: 2 1.2. Justificativa: 2 1.3. Hipótese: 3 2. MÉTODO: 3 2.1. Participantes: 3 2.2. Instrumentos: 3 2.3. Procedimentos: 3 2.4. Análise dos dados: 5 2.5. Aspectos Éticos: 5 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 9 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10 INTRODUÇÃO Com o passar dos anos os estudos em diferentes áreas da ciência vem nos mostrando como nós interpretamos algo que vemos, ouvimos ou sentimos. Dentro da psicologia não seria diferente, estudos realizados por diversos profissionais da área nos mostram como nós interpretamos as informações que nossos sentidos captam e também como percebemos esses estímulos captados pelos sentidos. Essa capacidade de captar os estímulos do meio para o processamento de informações refletindo aspectos parciais de objetos e fenômenos é a sensação, que é uma experiência unificada, onde ela é responsável por fazer com que nós percebemos aquilo que nem sempre é visível ou claro, dando uma representação mental para a realidade (FELDMAN, 2015). Existem diferentes tipos de estímulos, e para podermos senti-los, usamos diferentes tipos de sentidos. Nesta pesquisa iremos investigar os sentidos do paladar e o olfato. A sensação compreende os processos pelos quais órgãos dos sentidos recebem informações do ambiente. Sensação é a ativação dos órgãos dos sentidos por uma fonte de energia física. O sentido do paladar (gustação) envolve células receptoras que respondem a cinco qualidades básicas do estimulo: doce, azedo, salgado, amargo e umami. As células receptoras para o sabor estão localizadas em aproximadamente 10 mil papilas gustativas, que se distribuem pela língua e outras partes da boca e da garganta. As papilas gustativas desgastam-se e são substituídas em 10 em 10 dias. Isso é bom, pois nossas papilas gustativas não se reproduzem constantemente, perderíamos nossa capacidade de sentir o gosto depois de acidentalmente queimarmos a língua (FELDMAN, 2015). O sentido do olfato é despertado quando a moléculas de uma substância entre nas passagens nasais e atingem as células olfativas, os neurônios receptadores do nariz, que estão espalhadas pela cavidade nasal. Mais de mil tipos separados de receptores foram identificados nas células olfativas até hoje. Cada um destes receptores são tão especializados que responde somente a uma faixa de odores diferentes. As respostas das células olfativas separadas são, então, transmitidas para o cérebro, onde elas são combinadas para o reconhecimento de determinado cheiro (FELDMAN, 2015) O declínio no número de botões gustativos foram estudados na epclote (região próxima a garganta) e nas papilas circunvaladas (na parte lateral superior a língua) pelo , no artigo publicado em 2002 chamado de estudos sobre a papila foliar de japoneses, onde relatou os seguintes números desses botões: de 0 a 20 anos, apresentamos ter 242 botões gustativos; de 21 a 60 anos, apresentamos ter 196 botões gustativos: e de 61 a 90 anos, apresentamos ter 116 botões gustativos. Já na diminuição do olfato acontece diferente. O ar que é levado até as narinas seguira para o fundo do nariz, localizado na base do crânio, onde irá estimular as células olfativas. O que normalmente impede o ar de chegar até as células olfativa é desde: desvio de septo, carne esponjosa, pólipo, sinusite crônica, ou seja, a pessoa não perde o olfato totalmente e sim acontece uma diminuição dele, devido ao o ar não chegar até as células olfativas. Também pode se perder o olfato com algum problema no nervo ou algum tipo de tumor (SATALOFF, 2017). O nosso olfato tem sido vital para a sobrevivência da espécie humana, pois imagine não sentir o cheiro de algum tipo de alimento que esteja estragado e come-lo, é provável que você sinta o gosto, mas se esse alimento em especifico estiver relacionado com o cheiro para sentir o gosto, a chance de você come-lo sem perceber é alta, provocando talvez uma intoxicação alimentar (SATALOFF, 2017). 1.1. Objetivo: O objetivo foi investigar a relação que o olfato e o paladar têm na sensação do gosto de alguns alimentos. 1.2. Justificativa: Saber a relação que o olfato tem com paladar é importante para sabermos se o que estamos comendo é realmente comestível e se não está improprio para o consumo ou se aquilo é sentido pelo olfato ou pelo paladar para nossa sobrevivencia. 1.3. Hipótese: Suspeitamos que alguns gostos de alimentos não são sentidos apenas pelo paladar e sim, também, sentido pelo olfato dando uma melhor interpretação ao gosto. MÉTODO: 2.1. Participantes: Utilizamos dois grupos de pessoas, sendo 15 mulheres e 15 homens que estejam entre 20 a 40 anos de idade. Os participantes não poderiam ter alergia a algum alimento, renite alérgica ou estarem gripados ou resfriados. 2.2. Instrumentos: Para realizarmos o teste usamos alimentos relacionados aos 5 gostos básicos do paladar. Foram usados: café (sem o açúcar apenas o pó dissolvido em água) para representar o gosto do amargo, Açúcar dissolvido em água para representar o gosto do doce, limão dissolvido em água para representar o gosto ácido e tomate para representar o gosto do umami. Para aplicarmos o alimento na língua do participante usamos uma seringa (sem agulha) que terá a função também de medir a quantidade usada. Para que o participante não veja o alimento, foi pedido que o mesmo fechasse os seus olhos durante a aplicação do alimento na língua para que ele não soubesse qual alimento foi usado. 2.3. Procedimentos: Começamos realizamos algumas perguntas aos participantes para termos certeza que não iremos prejudicar sua saúde e que tenhamos respostas claras ao realizar o teste. As perguntas foram: O sr(a) apresenta alguma alergia? Como sinusite ou renite alérgica? O sr(a) está resfriado ou gripado? Tem alergia a algum alimento específico? Tento as perguntas respondidas e verificadas seguimos para o teste. O teste foi realizado em duas fases. Em um local aberto onde o participante não sofra influência de outros odores, ou em um local fechado que não tenha odores o influenciando, pedimos que o participante sentasse em uma cadeira para que seguimos com o teste. Primeira fase: Nariz tampado e olhos fechados. Com a seringa, para representar o gosto ácido, diluímos 2ml de água com 1 ml de suco de limão, e colocamos a seringa próximo a língua do participante e despejamos o líquido para que ele sentisse o gosto. Nessa fase do teste foi solicitado que o participante tampasse o nariz e fechasse os olhos para que não sentisse o cheiro. O participante foi questionado se sentisse algum gosto e se sentiu, qual? Em seguida se ele sentiu algum odor. Ele foi questionado após sentir cada gosto. Essa fase consistia em saber se o participante conseguiu identificar o gosto do alimento, apenas pelo paladar sem sentir o odor do mesmo ou vê-lo. Após isso, limpamos a seringa para poder seguir para o próximo gosto, limpamos a seringa sempre que fomos para o outro gosto. Para o gosto do doce foi usado ½ gramas de açúcar de cozinha com 2 mls de água. Para o gosto do salgado foi usado ½ gramas de sal e 2 mls de água. Para o amargo ½ gramas de café e 2 mls de água. Para o gosto do umami foi cortado um pedaço de tomate de aproximadamente 1 centímetro e retirado o seu caroço. Para o gostodo ácido foi usado 2 mls de suco de limão. Após a aplicação de todos os gostos pedimos para que o participante bebesse um gole de água para que ele pudesse limpar melhor a língua e seguir para a próxima fase. Registramos as respostas dos participantes para podermos fazer as comparações com o outro grupo da segunda fase. Segunda Fase: nariz aberto e olhos fechados Nessa fase vimos se o olfato está relacionado com o paladar comparando as respostas da primeira fase e se os participantes sentiram os gostos ou não, já que os estudos e artigos nos mostraram que as pessoas com o passar do tempo vão perdendo os botões gustativos. Seguindo, pedimos para que todos os participantes sentissem os mesmos gostos com as mesmas medidas. Questionamos se eles sentiram esse gosto quando estavam com o nariz fechado e se elas sentiram o gosto estando com o nariz aberto. Para verificarmos se as pessoas com a idade mais alta estão ou não com o paladar normal, pedimos para todos os participantes para sentissem novamente os mesmos gostos com as mesmas medidas, porém agora sentindo o cheiro do café quando o gosto foi introduzido na língua, já que o café tem o odor forte e consegue anular outros tipos de odores para que aconteça essa confusão na percepção, para podermos ver se ela será capaz de sentir o gosto mesmo sentindo o cheiro do café e se ela, pela confusão do sentido ao sentir o cheiro do café, não irá sentir o gosto do café ao invés do alimento que foi pedido para experimentar. Para substituir o gosto do amargo que seria do café nós usamos a mostarda usando uma gosta para ver se o participante sentisse o gosto. 2.4. Análise dos dados: A análise de dados foi interpretada de acordo com as respostas obtidas dos dois grupos. Como estamos investigando e verificando alguns aspectos do olfato e paladar, as respostas obtidas foram comparadas por porcentagem de acerto na Fase I e na Fase 2 2.5. Aspectos Éticos: Todos os participantes foram esclarecidos sobre o objetivo da pesquisa e como seria conduzido o teste. Todos que estiveram de acordo assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. RESULTADOS E DISCUSSÃO O teste foi realizado com 30 pessoas dividindo entre masculino e feminino sendo 15 homens e 15 mulheres, ambos os sexos estão entre 20 a 40 anos de idade. Na primeira fase solicitamos que todos os participantes sentissem os gostos com os olhos fechados e o nariz tampado, para sabermos se eles sentem os gostos com o nariz fechado ou não. Seguindo para o gráfico abaixo tivemos os seguintes resultados: Em seguida seguimos para a segunda fase, onde analisamos se os participantes sentiram ou não os gostos com os olhos fechados e com o nariz aberto. Usamos essa fase para fazer a comparação com a primeira. Os resultados obtidos foram: Ao analisarmos os dois gráficos é possível perceber que o olfato tem realmente ligação com o paladar, mas o que chama a atenção é que na primeira fase os números mais altos de pessoas que não sentiram os gostos foram: amargo (café) onde 16 (53,33%) não sentiram, umami (tomate) onde 16 (53,33%) não sentiram e ácido (limão) onde 9 (30%) pessoas não sentiram. Comparando a segunda fase onde os participantes sentiram os gostos normalmente com o nariz aberto, houve uma pequena margem de erro onde um participante não sentiu o gosto do limão e o açúcar e quatro participantes não sentiram o gosto do tomate. Questionamos os participantes se os eles realmente não sentiram o gosto ou se eles não souberam interpretar o que sentiram, eles responderam que com o açúcar (doce) e com o limão (ácido) eles sentiram o gosto mas não interpretaram o nome do gosto, já o tomate (umami) eles realmente não souberam o gosto que sentiram. Uma das explicações que encontramos para isso é que quando experimentamos o gosto doce ou salgado, o estímulo entra nos boros das nossas papilas gustativas que irá mandar a informação para o nosso sistema nervoso central onde irá acontecer a interpretação do estimulo, resultando no gosto, mas para sentirmos todos os gostos existe a distribuição dos botões gustativos por toda a língua e faringe onde sentimos eles, mas o que torna melhor a sensibilidade e a sensação do gosto doce e salgado é que os botões gustativos que sentem esse gosto são distribuídos por toda a língua, sendo sentidos em todas as partes da língua, diferente dos outros gostos base dando essa melhor sensação (SATALOFF, 2017). Uma das diferenças também é que esses dois sabores não tem um odor tão chamativo para o olfato diferente dos outros três também analisados (AZZAM, 2015). Já o gosto do ácido, amargo e umami são gostos que temos uma melhor sensação quando estamos com o nariz aberto. Quando sentimos o cheiro de algo azedo (mistura do ácido com o amargo) ou umami, nosso primeiro contato com o alimento é pelo olfato. Ao aproximar o alimento a boca, ao respirar, as moléculas dele irá entrar pela passagem nasal, que irá enviar as informações para os neurônios receptores localizados no nariz que irá mandar essa informação para o sistema nervoso que irá interpretar o gosto do alimento. Isso tudo ocorre antes mesmo do alimento entrar na boca, mas o que você sentiu não foi apenas o cheio e sim também, o gosto, porém muitas pessoas confundem o gosto com o sabor, que acontece com o conjunto de algumas sensações (SATALOFF, 2017). Na primeira fase 16 pessoas não sentiram o gosto do amargo e umami e 9 não sentiram o ácido. Quando estamos gripados ou com o nariz de alguma forma obstruído fica difícil sentir o gosto de alguns alimentos pelo fato de que alguns serem interpretados primeiro pelo olfato, porém guando algumas pessoa colocam o alimento na boca e respira e o ar entra pela boca pode ocorrer do ar passar pela garganta e entrar pela cavidade nasal onde a pessoa irá sentir o cheiro e em seguida interpretará o gosto (AZZAM, 2015). Também temos mais sensibilidades com os gostos ácido e amargo, pelo fato de que esses odores e gostos serem peculiares no nosso processo evolutivo e é por isso que nosso nariz é para frente, para que possamos antes de comer o alimento, sentir o cheiro dele para sabermos se o alimento está bom para ser comido (SATALOFF, 2017). O gráfico acima mostra a comparação da primeira com a segunda fase com os participantes que sentiram os gostos base dos alimentos. Já o gráfico abaixo mostra o comparativo da primeira com a segunda fase de pessoas que não sentiram o gosto dos alimentos base. Também na segunda fase foi realizado o teste com o paladar, para verificarmos se realmente acontece a diminuição dos botões gustativos e se isso interfere no gosto que está sendo estimulado. Os resultados foram: Nessa fase solicitamos para que os participantes sentissem o cheiro do café, para que o olfato do mesmo não interfira muito na sensação do gosto, antes de provarem o alimento. O que descobrimos é que o gosto do doce (açúcar) foi o gosto que houve uma taxa maior de erro. Isso aconteceu porque o gosto do doce foi misturado com o odor do café onde o participante não sentiu o gosto do açúcar. Quando sentimos o gosto do açúcar podemos senti-lo com muita facilidade se ele ter muita sacarose ou ter dificuldade de senti-lo se ter menos (CORREIA, 2008). O fato de termos usado ½ gramas de açúcar e 2 mls de água pode ter sido o fator das 7 pessoas não terem sentido o gosto, pois essas pessoas precisariam ter maior estímulo para sentir a sacarose (AZZAM, 2015). O mesmo ocorreu com o sal e com o umami. Infelizmente não conseguimos encontrar alguma relação com a perda dos botões gustativos como sugeriu Mochizuki em sua pesquisa realizada em 2002, já que as pessoas tiveram um grande número de acerto ao sentirem os gostos dos alimentos. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo das duas primeiras fases foram alcançadas, conseguimos entender a relação que nosso olfato tem o com o paladar na sensação dos gostos bases. Na segunda fase onde também o propósito era descobrir se realmente temos a diminuição do paladar por conta dos botões gustativos não tivemos êxito ao relacionar essa perda com a sensação dos sabores.Essa pesquisa foi importante porque nos fez entender melhor como nosso paladar e olfato têm relação com a sensação dos gostos do alimento e como eles se relacionam para a nossa percepção e sensação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CORREIA, J. H. (2008). Redução do paladar em idosos para os gostos doces e salgados. p. 26. Fonte: https://bdm.unb.br/bitstream/10483/322/1/2008_JoanaHolandaCavalcantiCorreia.pdf FELDMAN, R. S. Indrodução a psicologia. Editora AMGH, 10ª ed, Porto Alegre, 2015. MOCHIZUKI Y. Estudos sobre o foliado nas papilas gustativas dos japoneses. 2002 SATALOFF, R. T.-J.-K. Otorrinolaringologia em geriatria. Editora Thieme Revinter Revinter, 1ª ed, Alexandria, 2017. AZZAM J. Ouvidos, nariz e garganta: Cuidados e curiosidades. Estante de Medicina, 1ª ed, São Paulo, 2015. ANEXOS 11